Um mito persistente, que dá voltas pela internet e às vezes pousa até na imprensa, é afirmar que o Brasil já teve uma das maiores indústrias de defesa do mundo. Variantes do mito falam que o país chegou a ter “a 3ª maior indústria bélica”, e que a empresa Engesa chegou a ser “o maior fabricante do Ocidente de blindados sobre rodas”. A Engesa, continuam os mitômanos, teria perdido uma concorrência para vender os tanques Osório na Arábia Saudita e terminou falindo “por pressão dos americanos”.

Entre 1980 e 1992, o auge da indústria bélica no país, “o Brasil esteve em todos esses anos, exceto 1981, entre os 20 maiores exportadores, chegando à sua máxima colocação, o 10º lugar, em 1985. Mesmo assim, o Brasil era responsável por menos de 1% do total mundial mesmo nesse ano. Depois de 1992 o país caiu fora da lista dos 20 maiores e não retornou desde então”, diz o pesquisador do SIPRI Sam Perlo-Freeman.

Ele lembra que a lista inclui apenas grandes armas convencionais, deixando de lado armas leves como fuzis, e que os valores dados em dólares de 1990 são indicativos, usados para servir de comparação. A metodologia faz sentido, pois nem sempre os valores reais de uma venda de armas são divulgados, e alguns países vendiam a preços bem diferentes. A antiga URSS, por exemplo, vendia armas bem mais baratas do que suas semelhantes ocidentais.

Pelas tabelas do SIPRI, no período de 80 a 92 o recorde de vendas foi em 1984, de 269 milhões de dólares, o que colocou o país em 11º entre os exportadores de armas. No mesmo ano, a então URSS vendeu o equivalente a 14 bilhões de dólares; os EUA venderam 11 bilhões; a Alemanha e a França venderam cada uma 2,8 bilhões de dólares de armamentos.

Em 1985, o ano em que o Brasil foi o 10º maior exportador, os números são parecidos: 202 milhões de dólares. Muito pouco, perto das vendas de 14,7 bilhões da URSS, 10,2 bilhões dos EUA, 3,6 bilhões da França, 2 bilhões do Reino Unido e 1,4 bilhão da China. Até a pequena Áustria vendeu mais armas que o Brasil nesse ano: 330 milhões de dólares.

“A Engesa era apresentada como a maior indústria de veículos blindados sobre rodas no ocidente. Jamais ao longo de minha carreira na Engesa, de 14 anos, encontrei alguma estatística que comprovasse o fato, nem como indústria, nem como exportadora”, diz o engenheiro e ex-executivo da empresa Reginaldo Bacchi.

As exportações de armas brasileiras se concentraram na Engesa e na Embraer e, em menor grau, na Avibrás Aeroespacial. Ainda hoje a Embraer é a principal exportadora na área militar do país, com produtos como os aviões de treinamento e ataque leve Tucano e Super Tucano, e as versões de avião-radar do EMB-145.

“Só posso atribuir a falência da Engesa à má administração. Os gastos com o Osório não foram nada excepcionais”, diz Bacchi.

A empresa teve sorte de ter desenvolvido suas armas em um momento histórico propício, no final dos anos 70. “Os exércitos no mundo tinham se equipado no fim da 2ª Guerra Mundial com equipamento vendido pelo Estados Unidos e Grã Bretanha a preço de banana, e estavam procurando substituí-los por coisa nova”, afirma o engenheiro.

Os países da Otan se concentravam em produzir equipamento destinado a combater os do Pacto de Varsóvia, nem sempre adequados para países do Terceiro Mundo. “Era um cenário tremendamente favorável a algumas indústrias nascentes do Brasil”, diz Bacchi.

Hoje o cenário voltou a travar o renascimento de uma indústria de defesa no país, algo que o Ministério da Defesa almeja. “Compra-se material da Alemanha, Grã Bretanha, Itália, França, Bélgica, Holanda novamente a preço de banana. Combinado a isto, os exércitos encolheram de uma maneira impressionante”, afirma o ex-executivo da Engesa. Sem uma política coerente e sustentada de compras constantes pelas forças armadas, não há como atrair as indústrias brasileiras para voltar a produzir armamento.

Ricardo Bonalume Neto
Repórter – Folha de S. Paulo

Subscribe
Notify of
guest

63 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
camberiu
camberiu
14 anos atrás

Falta agora a turma do “Brasil Grande” comecar a denuncar a “falta de patriotismo” e a “sindrome de vira-lata” da materia. Fazer o que? Quando a realidade nao condiz com a fantasia, e’ facil simplismente ignorar a realidade e continuar a fingir que se a ENGESA ainda estivesse por aqui, estariamos fabricando tanques voadores com tecnologia 100% nacional.
Alias, quem matou a ENGESA foi o “consenso de Washington”. 🙂

Guilherme D.
14 anos atrás

Muito interessante a matéria, como sempre aqui =D=D
É bom ver mesmo, que essa coisa de anti americanos pode ser baboseira aas vezes, muita gente enche a cabeça dos outros com inúmeras teorias da conspiração que envolvem até governo alienigênas secretos por tráz de tudo asuausashuashuahsu
É bom ver que a resposta pro Brasil ter caído no mercado de Defesa é má administração, alias, um mal que não atinge somente este setor, mas segurança pública, justiça, e tantos outros.
Fiquem todos com Deus e Amém =D=D
Bom blog, ótimo mesmo =D=D
Fiquem bem, fiquem com Deus =D=D

Rodrigo
Rodrigo
14 anos atrás

O ufanismo é o colírio dos imbecis.

Me desculpem as palavras, mas isto é que tem acontecido nos fóruns nacionais, delirar não ajuda a resolver nada.

Belíssima reportagem!

Alexandre
Alexandre
14 anos atrás

Há um livro muito bom chamado Rede de Intrigas de Roberto Lopes que desmascara bem esse mito. Mais uma mentira entre tantas contada nesse país. Sds

Fabio
Fabio
14 anos atrás

A industria bélica nacional seria mantida apenas pelas FA brasileiras se nosso país fosse só um pouquinho mais sério que é hoje (somos um pais continental). um exemplo: precisamos de 300.000 novos fuzis em diferentes versões para as FA…produzindo/entregando 30.000 fuzis/ano…antes de finalizar toda a entrega, ao final de 10 anos…o primeiro lote poderia ja ser subtituido por um modelo mais novo…etc…etc…etc… isso poderia ser feito com aviões, navios, carros de combate, etc etc etc teriamos empregos diretos e indiretos…pesquisa na área…FA com materias relativamente novos e modernos…e assim por diante…todo mundo sairia ganhando… coisa de país sério né? mas… Read more »

Renato
Renato
14 anos atrás

Triste mas verdadeiro, parabéns ao Forte por não se furtar a dar as más notícias também. Aceitar onde estamos é o primeiro passo para melhorar. O primeiro mundo também tem sua longa história de projetos afundados para contar, afinal errar é a prerrogativa de quem se arrisca a fazer.

Tambosi
Tambosi
14 anos atrás

Uma Força Armada, bem aparelhada, depende diretamente de uma política voltada para a area de forma série e de longo prazo, podemos ver por exemplo no casos da compra dos caças, se o Brasil tivesse investido maciçamente nos últimos 30 anos no desenvolvimento de um aeronave nacional de caça, não estaríamos na dependência (como sempre) de produtos internacionais.

Fernando Sinzato
Fernando Sinzato
14 anos atrás

Ainda somos incipientes na industria de defesa, como sempre fomos na década de 80 do sec.xx, pois há um ou outro produto de DOMÍNIO de tecnologia Nacional. Estes são os limites de hoje, mas não significa que o serão de amanhã se decidirmos agir HOJE com as novas oportunidades.

O que está acontecendo é exatamente isto, uma mudança de paradigma. O apoio do governo através de compras de material bélico é INDISPENSÁVEL neste aspecto.

Elizabeth
Elizabeth
14 anos atrás

Dois craques em seus oficios.

O Ricardo Bonalume Neto na minha opinião o melhor jornalista especializado em defesa do Brasil com o Reginaldo Bacchi, que além de ser um profundo conhecedor de engenharia é uma pessoa de extrema coerência e lucidez.

Galileu
Galileu
14 anos atrás

O Brasil tem memória curta…..por isso sempre digo que nada irá mudar nem hoje nem daqui 20, 50 anos.

A engesa faliu porque seu maior cliente (Brasil) não comprava e não tinha estratégia de venda.

Agora eu pergunto, com o Rafale será diferente?? adquirindo uma unidade por ano…….e tendo como cliente Africa Central, A.latina(Paraguai, Argentina).

Quem tem o osso, não quer largar de jeito algum!!

Vader
Vader
14 anos atrás

Parabéns ao ForTe por derrubar mais um mito da pseudopotência Brasil.

Henrique Sousa
Henrique Sousa
14 anos atrás

Entre a conspiração internacional e a incompetência nacional, fico com a segunda, infelizmente.

Outro ponto e que sem compras fortes das próprias FA’s do pais de origem, dificilmente uma indústria bélica se cria.

Fábio Mayer
Fábio Mayer
14 anos atrás

O Brasil quer ser potência apenas falando que é potencia…

Nick
Nick
14 anos atrás

Realmente o Brasil nunca foi uma potência em termos de indústria de defesa, mas se (sempre o se) tivesse havido investimentos por parte das FAs , a Engesa por exemplo, podia estar viva. Só lamento a perda de expertise junto com a Engesa.

[]’s

Rafael
Rafael
14 anos atrás

Não é um mito, é um engodo… como tantos outros, só serve para nos iludir.

Biel
Biel
14 anos atrás

Disso eu sempre soube , o governo nunca se interessou
pela defesa de nosso território e por nossa indústria de defesa, e hoje não é diferente muitas das empresas que
fabricam armas aqui pertencem aos estrangeiros ou são filiais das grandes indústrias bélicas de outras nações.

A verdade é que fizemos do Brasil uma potência de araque

Vader
Vader
14 anos atrás

Rodrigo disse:
12 de julho de 2010 às 14:40

“O ufanismo é o colírio dos imbecis.”

Disse tudo de modo lapidar prezado Rodrigo. E eu diria mais: nacionalismo sim, ufanismo jamais!

João Gabriel
João Gabriel
14 anos atrás

Engraçado o Brasil ter alcançado a 10 posição em 1985 sendo que eu li o anuário da enciclopédia Barsa de 1983 citando o Brasil na 5 posição em produção de equipamentos bélicos…

Abçs!!

Rodrigo
Rodrigo
14 anos atrás

João Gabriel, os dados apresentados na reportagem referem-se às exportações, não à produção de equipamento bélico.

André
André
14 anos atrás

Parabéns ao blog por esse texto. Preciso, conciso e revelador. Sds

Andre Luiz
Andre Luiz
14 anos atrás

Legal a materia

Mas se nao me engano este artigo foi publicado em uma ediçao passada da revista “Grandes Guerras”

João Paulo Caruso
João Paulo Caruso
14 anos atrás

Voçês não acham exagero algumas pessoas acreditarem que o Osório era melhor que o M1A1 e o Leo 2 pesando 29 toneladas menos. Assim como o Rafale é melhor que o Raptor! Se isso for verdade significa que o Brasil estava na frente no desenvolvimento sistemas de controle de tiro, visão noturna, estabilização, blindagem composta. Me parece um pouco demais, olhando para os tanques eu ficava com o M1 sempre. Agente sempre faz melhor e mais barato, só que chega na hora eles quase sempre ganham. Quando criaram AMX também diziam que era o melhor “caça” do mundo. O piranha… Read more »

Andre_Oliveira
Andre_Oliveira
14 anos atrás

Eu morava em São José dos Campos nessa época e vivi justamente este momento, no qual Veja, Folha, Estadão e Globo, incensavam a indústria bélica brasileira. É curioso como um certo segmento conservador brasileiro se contornce para rebaixar a importância de feitos simples do próprio país…Eu vou arrumar um tempo e consultar os arquivos da própria imprensa daquela época para mostrar justamente o contrário do que a reportagem acima afirmou..Das duas uma: ou a imprensa enganou a população ( não será a primeira vez), ou estamos diante de um imbroglio de versões.. Não sei se miram exatamente o passado, que… Read more »

Rodrigo
Rodrigo
14 anos atrás

É isto ai Vader, eu vejo as bravatas dos soldados, marinheiros e pilotos de teclado.

Ai vou voar e vejo que o mundo real é muito diferente.

Não tem Brasil maravilha, super-potência e de primeiro mundo. Vejo o inverso, uma infra-estrutura sofrível e a cada dia que passa piorando, ficando mais saturada pelo aumento da demanda, nem vou discorrer sobre as taxas que me irritam muito.

Ao amigo de cima que não gosta de ler verdades, vai uma dica..

O primeiro passo para crescer é admitir que é pequeno.

Felipe Cps
Felipe Cps
14 anos atrás

Rodrigo disse:
13 de julho de 2010 às 7:55

Engraçado como um certo povinho só sabe qualificar os outros em termos de “direita”…

Ainda vivem em 1989 e ainda acham que o mundo se divide em “ocidente” e “oriente”… E como medem o mundo pela sua própria medida, acham que todos são iguais…

Abs.

Andre_Oliveira
Andre_Oliveira
14 anos atrás

Rodrigo A verdade é uma versão de um fato..Não há verdade absoluta e irrefutável nem nas ciências exatas. Você tem a sua e eu a minha..Não é porque você se acha pequeno que eu vou discordar de você, mas eu sei que mesmo com todos os nossos problemas o Brasil tem muito valor e é líder sim em muitas atividades..Vocês sentem vergonha de serem brasileiros, eu não… Eu só gostaria que a turma subserviente daqui, assumisse que é subserviente, que se acha inferior e que entende por A + B que um europeu ou um americano é superior a vocês.… Read more »

DV
DV
14 anos atrás

Afirmar que a produção bélica no Brasil em meados dos anos 80 não teve nenhum significado é tão errado quanto dizer que o Brasil era uma potência na produção de armamentos. De fato, não é isso o que o artigo diz. O país certamente não alcançou e nem sequer se aproximou de uma posição de liderança no setor. E não se pode dar a culpa a sabotagens yankees ou a outras teorias da conspiração (aliás, o Osório não era melhor que o MA1). Isso não que dizer que as vendas feitas não tenham sido um passo MUITO significativo. Um país… Read more »

FelipeTP
FelipeTP
14 anos atrás

É uma questão de ufanismo. É normal termos orgulho de algo que é produzido aqui. O problema é quando uma parte supervaloriza algo para esconder erros e falhas. O AMX é o maios exemplo disso. É muito legal ver em diversos meios que o Brasil produziu um avião, que o Brasil aprendeu e que tudo foi um sucesso e as mil maravilhas. Mas por de trás disso, tem muito podre. A questão é justamente não ser cego o suficiente para se ver erros e acertos e para ter uma análise crítica sobre qual a melhor opção a ser tomanda. Muitos… Read more »

Andre_Oliveira
Andre_Oliveira
14 anos atrás

Muitas questões relativas a defesa na década de 80 podem ser consideradas uma “bolha” derivada da Guerra Irã Iraque e do embargo norte americano, no governo Jimmy Carter, para a compra de produtos de defesa na década de 70. Naquela época, ao contrário do que ocorreu na década de 60, governos militares eram mal vistos pelo presidente de lá. O Brasil foi um importante produtor na época e errou, do ponto de vista estratégico, ao elevar o valor agregado de seus produtos de defesa, que dependiam de maior tecnologia agregada. A crise e o desmonte no setor também contou com… Read more »

Vader
Vader
14 anos atrás

Andre_Oliveira disse: 13 de julho de 2010 às 10:31 “vide Celso Lafer tirando o sapatinho pra tomar geral em aeroporto dos Estados Unidos” A propósito, reproduzo comentário que fiz em: http://www.forte.jor.br/2010/05/24/somos-mesmo-terceiro-mundo/ “Como afirmado pelo próprio no Globo News Painel que foi ao ar ontem (domingo 23/05/10), a Chanceler da Rússia e o Embaixador da China também tiveram de se descalçar para passar pelo detector de metais no aeroporto, quando o país mais poderoso do globo terrestre estava em DEFCON 2 devido aos covardes ataques terroristas de 11/09/2001. E nenhum deles criou caso por causa disso. E ainda, completou o Ex-Ministro… Read more »

Vader
Vader
14 anos atrás

No mais, é uma graça ver a esquerdalha defendendo a indústria bélica criada durante o GOVERNO MILITAR…

Nada como a “volta do mundo” mesmo, rsrsrs…

Pedro Rocha
Pedro Rocha
14 anos atrás

Olá senhores! Senhores sinceramente a minha opinião (mesmo sendo um entusiasta leigo), sempre será que o Osório foi um dos melhores MBT. Foi o primeiro Tanque projetado utilizando-se CAD/CAM, diferente dos seus contemporâneos (M1, Leopard 2, Le Clerc, etc.) que foram projetados sem auxilio de computadores. Eu li comentários dos senhores que o Osório era uma “cocha de retalhos”, isso fora colocado de forma pejorativa para o projeto, porem eu gostaria de lembrar duas coisas: Como exemplo o canhão principal do M1 é projeto Alemão fabricado sob licença nos EUA e se houvesse escala de produção poderíamos nacionalizar no mínimo… Read more »

Vader
Vader
14 anos atrás

Pedro Rocha disse: 13 de julho de 2010 às 11:34 Muito bom comentário Pedro, bem embasado, sem ufanismos e sem ideologias cretinas, embora não concorde integralmente, especialmente na parte relativa ao Osório. No mais, não creio que a questão da indústria bélica seja de marcos regulatórios, e sim de um compromisso de compras pelo Estado: para que queremos indústria bélica, se os governantes não se comprometem a comprar? Uma indústria bélica viver apenas de exportação não deu certo em lugar nenhum do mundo! Peguemos os exemplos: – EUA: compra armas pra caramba, e toda sua indústria é voltada primeiro para… Read more »

Bosco
14 anos atrás

O pior é que depois que um mito da internet pega não tem nada que dê jeito, principalmente quando os “plantonista da patrulha estelar patriótica” vêem viralatas pra todo lado, menos dentro do próprio mecanismo do Estado e do Governo. Veremos tudo ser repetido ad eternum. Assim como outras “verdades”. João Gabriel, Mas se você usar o bom senso e a lógica você há de concordar que nunca tivemos uma indústria bélica capaz de ser a quinta em produção de armamentos. Não fazíamos navios de combate, caças, mísseis, tanques pesados, submarinos, radares, etc. Nossa indústria se limitava a munição e… Read more »

Andre_Oliveira
Andre_Oliveira
14 anos atrás

Obrigado pela colaboração Sr Pedro Rocha. Muito bom saber disso. É mais engraçado ainda é ver a direita cuspindo na obra que ela construiu. Nada como ser subserviente. A esquerda brasileira, principalmente após o fim do regime militar, foi o grupo que mais defendeu a validade dos temas da defesa e a manutenção da base industrial no segmento. Quem desmontou o setor foram outras pessoas e não a esquerda. A esquerda está é reconstruindo o que pessoas pouco comprometidas com a nossa soberania destruíram. Dignatário nenhum de país nenhum deve se submeter a este tipo de tratamento em hipótese nenhuma… Read more »

Andre_Oliveira
Andre_Oliveira
14 anos atrás

Como é que é ?

Bosco disse:
13 de julho de 2010 às 12:11

“[…]Não fazíamos navios de combate, caças, mísseis, tanques pesados, submarinos, radares, etc.” !!!!

Você está brincando né ? O Brasil não fazia nada disso ????

Para com isso..

Reginaldo Bacchi
Reginaldo Bacchi
14 anos atrás

Pedro Rocha escreveu: “… Na verdade a falência da Engesa fora motivada por três motivos que foram varridos para debaixo do tapete da historia: O calote do Iraque de Saddan Hussein, o qual não foi devidamente cobrado pelo nosso governo (José Sarney), …”. Que calote é este? Continuando: “…e o principal motivo foi pessoal. Acreditem foram rancor e inveja dos oficiais da ativa do EB. Nunca foi bem aceito que engenheiros militares deixassem a Força, montassem uma empresa e patenteassem o sistema de tração bumerangue! Esses ex engenheiros militares tornaram-se empresários muito bem sucedidos! O ápice dessa situação foi que… Read more »

Paulo
Paulo
14 anos atrás

A Engesa tinha um portfólio de produtos bem variado, mas era apenas uma lista. Poucos foram realmente comercializados. Pelos motivos já expostos acima.
Mas o Galante não precisava nos dizer que Papai Noel e Coelhinho da Pascoa não existem….
Estragou minha infância, eh eh eh.

Francisco AMX
Francisco AMX
14 anos atrás

Eu estenderia isso tudo aos homens das Forças Armadas Brasileiras… que muitos aqui consideram estes os “melhores” do mundo! colocando um fardo injusto nos ombros do valente, porém pouco treinado e mal equipado soldado brasileiro, e isto vale para um infante ou tanto quanto para um piloto de caça! Isto serve para exemplificar o Osório e tb para o AMX, a diferença neles é que um teve apoio dos militares do EB.. o outro teve descaso e inveja dos mesmos! o resultado, diria eu, que como produto o Osório é muito superior, ao seu tempo, ao AMX! Vejo paradoxo de… Read more »

Bosco
14 anos atrás

Correção: ASTROS

Bosco
14 anos atrás

André,

Fazia? O que?
AMX? Não é caça. É avião de ataque e não foi exportado.
Mísseis? Nunca fizemos nenhum fora poucos “Piranha” até hoje.
Navios? Apenas corvetas para uso próprio.
Submarinos? Apenas 1 para a MB.

Outro abraço.

Rodrigo
Rodrigo
14 anos atrás

PARA OS DEFENSORES DO BRASIL PEQUENO: 1 – O BRASIL É PEQUENO NO AGRONEGÓCIO ? Estamos falando de Agronegócio ? O “boom” do agronegócio nacional vem da mecanização, que como na indústria automobilística pouquíssima coisa é fabricada neste país. 2 – O BRASIL É PEQUENO NA ÁREA DE PETRÓLEO ? Estamos falando de Petróleo ? Diga-se de passagem em termos de equipamento o que a Petrobrás “cria” vem de fora. 3 – O BRASIL É PEQUENO NA MINERAÇÃO ? Estamos falando de Mineração ? Mesma coisa do agronegócio, o que faz a coisa andar vem de fora. 4 – O… Read more »

Bosco
14 anos atrás

Complementando:
Tanques? fizemos 2 protótipos do Osório

Bosco
14 anos atrás

Me esqueci do Tucano que foi um grande produto de exportação.

Vader
Vader
14 anos atrás

Olhem a isenção do tal Moniz Bandeira para falar do Celso Laffer:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Alberto_de_Vianna_Moniz_Bandeira

Resumo do currículo do cidadão:

– Filiado ao PSB;
– Organizador da POLOP (guerrilha);
– Auto-exilado para o Uruguai;
– Autor de “O Ano Vermelho – Revolução Russa e seus Reflexos no Brasil”
– Autor de “Presença dos Estados Unidos no Brasil (Dois séculos de História), livro traduzido para o russo e publicado na extinta União Soviética.

Enfim, um cidadão muito isento… 🙂

Tito
Tito
14 anos atrás

Ninguém lembra que naquela época o Brasil produzia Cruzadores Estrelares, Motores de Dobra, Tanques Aéreos, Canhões de Fótons, etc, etc, etc…hahahaahh

Nunca fomos a potência pintada pelos ufanistas de plantão, nunca produzimos algo de muita relevância, apenas uma serie de projetos mal-sucedidos em maior ou menor escala.

Mas o fato é que naquela época o Brasil deu um passo (apenas um) na direção de termos uma indústria militar forte, hoje só estamos com muita conversa fiada.

Como disse o colega Rodrigo:

“O ufanismo é o colírio dos imbecis.”

Tito
Tito
14 anos atrás

Bem lembrado Bosco, o tucano mandou bem. 🙂

Leandro Requena
Leandro Requena
14 anos atrás

Perfeito comentário Rodrigo:

“o primeiro passo para crescer é admitir que é pequeno”

Renato
Renato
14 anos atrás

Sobre agronegócio, em termos de concorrência não somos um peixe pequeno tanto que o primeiro mundo estrangeiros não querem baixar o protecionismo porque sabem que destroçaríamos os fazendeiros dele.

Mesmo que a mecanização ainda dependa muito de tecnologia externa já temos um bom domínio da parte de biotecnologia, que é uma parte importante da produção. Até porque as cultivares que precisamos tem de atender as nossas peculiaridades de nossos solos e clima, isso é um desenvolvimento local.

Podemos não ser gigantes nesse aspecto, mas também não somos necessariamente anões.

Marine
Marine
14 anos atrás

Estou acompanhando o debate e vejo como as malditas lendas de internet se recusam a morrer.

-Osorio melhor tanque do mundo.
-ASTROS causou panico nos aliados durante a Guerra do Golfo.
-5.56mm e calibre franzino e nao tem efeito algum.
-No Red Flag nossos F-5 derrubaram ate Tie Fighter.
-NAe Nimitz e afundado por todo mundo em exercicios.

E por ai vai, o pior e que tem gente que mesmo com dados apresentados por aqueles considerados especialistas no assunto ainda nao querem acreditar e se acham mais sabios por lerem revistas, internet ou achismo pessoal.