CV90 1

O Exército da Dinamarca, pela primeira vez, enviará uma frota de 10 veículos BAE Systems Hägglunds CV9035 de infantaria ao Afeganistão.

Os veículos desdobrados apresentam diversos upgrades, incluindo a blindagem BAE Systems L-ROD, camuflagem Barracuda e modificações no software do sistema de computação do veículo para aumentar a prontidão no campo de batalha.

Somam-se ainda, energia extra para o sistema de contramedidas eletrônicas e uma câmera IR adicional para o motorista, cobrindo a parte traseira do veículo.

Uma companhia de infantaria motorizada do novo grupo de batalha da Dinamarca vai operar os CV9035 para servir com a ISAF (International Security Assistance Force). Os veículos vão operar ao lado dos M113G3 e Piranha IIIH, e um pelotão de Leopard 2A4.

Em 2008 a Dinamarca recebeu 45 CV9035 e o Exército quer mais 45 veículos.

CV90 2

Inscrever-se
Notificar de
guest

14 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
lucas lasota
lucas lasota
14 anos atrás

Enquanto a discussao sobre calibres pega fogo, um importante post esta sendo negligenciado pelos comentaristas do blog.

Esse AFV e um veiculo excelente, construido com a mais fina engenharia mecanica. Possui protecao em todo o quadrante ate municao 14,5 mm e pode receber blindagen add-on na frente para suportar municao de canhao 30mm APFSDS. Possui optronicos completos, sistema de gerenciamento eletronico, comunicacao baseada em rede e outras conveniencias modernas.

Uma versao interessantissima e a CV90120-T, que possui como armamento principal um canhao de 120 mm alma-lisa. Este carro de combate faz frente ao russo Sprud e com certeza colocaria fora de combate muito MBT por ai….

Ele ainda possui uma vantagem sobre outros AFV da sua classe por usar um canhao Bofors de 40mm que sobrepuja todos os outros canhoes de 30 mm instalados nos veiculos ao redor do mundo, quando utiliza a municao APFSDS ou a 3P da Bofors, esta para alvos “moles”.

Para o Brasil este veiculo, em si, nao seria interessante pelo seu preco exorbitante – algo em torno de 2,5 milhoes de euros. Mas seria interessantisso adquirirmos alguns conhecimentos da sua fabricacao.

Somos clientes a muito tempo das empresas participantes da construcao deste veiculo. O EB e cliente da Bofors tanto na aerea de canhoes (AAA e o Carl Gustav) e a MB tambem na aera dos canhoes antiaereos e da municao 3P (pq creio que a Engepron nao fabrica essa municao).

Logo, nas proximas aquisicoes do EB ou da Marinha, em um contrato de offset, deveria ser proposto a comunicacao de algum conhecimento a respeito da fabricacao deste blindado no vies de acrescer as capacidades da nossa nova viatura blindada.

lucas lasota
lucas lasota
14 anos atrás

Complementando:

Conhecimento na aerea de municoes, como a 3P da bofors e a APFSDS nos seria de fundamental importancia adquirirmos, tendo em vista que sao municoes caras e que podem ser utilizadas tanto no cenario anti-aereo quanto no solo-solo.

Outra aerea muito importante que os suecos sao muito bons e a da comunicacao centrada em rede. Temos muito que aprender com eles.

HKozamek
HKozamek
14 anos atrás

Boa informação sobre esse blindado.
Mas que para mim na 1 foto ele lembra o Churchil da 2GM.

Ivan
Ivan
14 anos atrás

Lucas,

Muito pertinente sua exposição, principalmente quanto ao valor destes veículos para um exército moderno.

Apenas um detalhe, os CV9035 do Exército da Dinamarca são armados, salvo engano, com canhões Bushmaster III 35/50 (35mm de boca por 50 calibres de comprimento).
Os CV9040 do Exército Sueco é que são armados com canhões Bofors de 40mm (acredito que o L/70).
De qualquer forma ambos procuram superar os canhões russos Shipunov 2A42 de 30mm, arma padrão nos VBCI (Veículos Blindados de Combate de Infantaria) orientais, como as BMDs e BMPs.

O nosso EB ignora solenimente este tipo de blindado, possivelmente por conta do seu alto custo e da necessidade urgente de outros veículos, principalmente sobre rodas.

Entretanto eu acredito que poderíamos pensar em adquirir uma ou duas centenas de Marders alemães (que estão sendo aposentados), armados com canhões de 20mm mesmo, como estam.
São bons veículos e ainda válidos para a América Latina, só não sei como está seu estado de conservação.

Outra alternativa seria os baratos BMP, mas revendo a motorização e a torre de armamento para uma versão nacional.

Abç,
Ivan.

getulio - são paulo
14 anos atrás

O curioso é o uso de armas ultra-sofisticadas no Afeganistão pelos aliados da OTAN.
Mais curioso, ainda, é que afegãos há mais de 2.500 anos já botaram para correr todos os que tentaram alterar seu “modus vivendi”. Alexandre o Grande passou por lá e não deixou rastros. Os ingleses tentaram dominá-los e não conseguiram, veja-se a história, salvo engano, de Kipling de “O homem que queria ser rei”. Da estadia dos ingleses, ficaram os famosos Lee Enfield que os afegães gostaram, fabricam artesanalmente e usaram contra eles meses, contra os russos.
Mais recentemente, os russos andaram por aquelas bandas, tentando na época da extinta União Soviética inclui-los a seus domínios e deixaram de lembrança os AK-47 formidáveis, bem como, os incríveis canhões anti-aéreos (melhor seria anti-tudo) que podem ser vistos nos filmes do “rambo”, sem falar nos formidáveis RPG-7 que já dizimaram ranques e comboios russos nos vales.
O mesmo está acontecendo com a OTAN, no ano passado, foi destaque da mídia o ataque talebã ao comboio noturno, tendo sido destruído mais de 100 caminhões com RPGs. É possível imaginar 100 talebãs com 100 RPGs disparando contra o comboio, deve ter sido infernal.
Penso que os afegães de um modo geral não quer ser escravizado por nenhum estrangeiro, principalmente os talibãs. Os grupamentos são tribais e obedecem a um chefe conhecido como senhor das guerras, eles vivem disso.
Nesta observação, é possível acreditar que boa parte dos assaltos aos comboios foi para obter o armamento do inimigo para usar contra o mesmo. Assim sendo, não será novidade que a guerra terrestre recrudesça ainda mais, pois tudo será usado contra os invasores.
Ao que parece os americanos sabendo do risco de ter aeronaves abatidas, tentou comprar com seus agentes da CIA os mísseis anti-aereos que deram aos afegãos para combater os russos e que podem ser usados contra suas forças de ocupação.
Outro dia passou na tv o transito de veículos nas montanhas afegãs. Qualquer estrategista só pode concordar que a logística da OTAN não vai funcionar, como não funcionou com os russos.

getulio - são paulo
14 anos atrás

Tudo isso sem falar num eventual ataque ao Irã, pois aí, então os afegãos poderão receber o RPG-7 ou arma equivalente de carga dupla quem nem estas blindagens especiais conseguirão suportar. Alí não é território para tanques, nem para aviões voando baixo, até porque não dá para voar alto para atingir um alvo no meio das cordilheiras, montanhas e vales e os atiradores sempre estarão próximos da linha de visada das aeronaves.

getulio - são paulo
14 anos atrás

Esqueci-me de concluir sobre o trânsito nas montanhas afegãs. A travessia nas bordas das montanhas, parecem um colar ou enfeite de arvore de natal, um mundo de veículos em fila indiana descendo ou subindo as montanhas. Um ataque num comboio nestas condições não haveria escapatória. Não há solução para a logística da OTAN. Os aviões C-130 estão caindo por colisão nas montanhas ou falta de manutenção face ao uso intenso para escapar das estradas da morte.
A solução é sair de lá, antes que se acabe como os russos.

getulio - são paulo
14 anos atrás

Faço minhas palavras a análise do site a seguir:
“Trata-se de uma guerra do criador contra a criatura, uma vez que os EUA, o Paquistão e a Arábia Saudita colocaram o regime Talibã no poder, estimularam e armaram o fundamentalismo contra os soviéticos, e deram projeção a figuras grotescas como Bin Laden (que agora se volta contra eles). Uma situação no mínimo embaraçosa. Por outro lado, a guerra expõe países como o Paquistão, cuja situação interna virá a definir o cenário futuro da região. O que devemos nos perguntar é qual será a próxima etapa, depois dos bombardeios. Como estabilizar o país? Quando uma guerra contra o terrorismo será ganha e quando se encerra? São perguntas sem respostas.http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/guerra-do-afeganistao/guerra-do-afeganistao.php

lucas lasota
lucas lasota
14 anos atrás

Exato Ivan.

Quando a farinha e pouca, meu pirao primeiro. O EB prioriza, de fato, os parcos investimentos em areas que, pela deficiencia, quase nao existe e possui substancial importancia para qualquer exercito.

Como voce levantou a ideia, creio que, para nos, uma completa modernizacao nos M-113 seria de bom grado. Nesta modernizacao incluiria-se a troca dos motores, sistema eletrico, reforma nos sistemas hidraulicos e troca das pecas desgastadas.

Deveria incluir pontos de fixacao de blindagem adicionais nos lados do veiculo, no chao, prepara-lo para ambiente NBQ, instalacao de ar-condicionado, isolante termico e sonoro.

Os ensinamentos que poderiamos adquirir neste contexto do post, proporcionaria a construcao de uma torreta nacional com um canhao de 20 ou 30, dependendo dos interesses do EB, o sistema de comunicacao, e a integracao dos equipamentos.

Se a END prioriza a mobilidade, a comunicao e essencial! Faz quem sabe primeiro, portanto considero como mister a pesquisa nesta area.

Um abraco meu caro.

Ivan
Ivan
14 anos atrás

Lucas,

O M-113 mesmo trocando motor e aplicando blindagem reativa continuará a ser um VBTP (Veículo Blindado de Trasporte Pessoal), nunca será um BVCI (Veículo Blindado de Combate de Infantaria.

Qual seria a solução possível?

=> Da França não pode vir nada, nem doutrina, pois eles não usam VBCI, pelo menos não sobre lagartas.
=> Da Alemanha pode vir muita coisa, pois eles sabem do valor de uma VBCI e estam substituindo suas Marders por novíssimos Pumas.
=> Da Rússia há os simples, baratos e eficazes BMP ou ainda os menores e aerotransportados BMD, mas penso que uma compra de usados deveriamos trocar motores por um nacional e desenvolver no Brasil uma nova torre.
=> Da Suécia poderia vir o CV9040, mas é muito caro, a não ser que fizesse parte de um programa maior. Improvável.
=> Dos EUA poderia vir muita coisa, inclusive doutrina, pois usam a muitos anos os M-2 e M-3 Bradley, como VBCI e VBCC.

A discussão doutrinária sobre o uso das VBCI em combate é, no mínimo, estimulante.

A infantaria deve lutar embarcada?
Quando a infanta deve desembarcar? Longe do alvo e se aproximar por fogo e movimento com apoio do VBCI ou avançar dentro do VBCI e desembarcar próximo do alvo para lutar a pé?
Se os tanques não são anfíbios é necessário a VBCI ser anfíbia?
Vale a pena instalar mísseis antitanque nas VBCI para enfretar tanques inimigos ou é melhor deixar estes mísseis em veículos especializados?
Qual o armamento ideal para uma VBCI? Canhão de tiro rápido automático de pequeno calibre e munição APDFS ou de maior calibre menor velocidade disparando munição de alto explosivo (HESH, HEAT) para apoio de fogo?

Este tema renderia excelentes matérias, desde que sicronizadas, redendo debates interessantíssimos.

Abç,
Ivan.

lucas lasota
lucas lasota
14 anos atrás

Bons questionamentos Ivan. Poderiamos divagar por muito tempo.

Os veiculos BCVI vem provando cada dia mais o seu valor nos combates contemporaneos e o EB nao pode deixar de considerar sua importancia no ambiente moderno.

Entretanto, creio eu, o que os torna proibitivo para nossa realidade sao os custos. O preco de um bradley ou de um Puma e equivalente a quase 6 Leopards 1 A5 que o EB adquiriu agora.

Tenho simpatia pelos BMP russos por sua utilizacao ser norteada por uma doutrina que talvez nos interessa.

Este BMP-3 encerra em si uma variade de capacidades que o torna mais “independente” dentro do campo de batalha.

Vejamos: A Russia reconhece que nao possui a enorme capacidade logistica dos EUA e por isso ha algumas reflexoes na utilizacao deste veiculo. Enquanto o bradley luta com toda a logistica a suas costas, bem como o apoio de fogo gigantesco por varios elementos de artilharia, aereo e ate mesmo numerico, os BMP-3 devem lutar mais avancadamente sem todo este enorme apoio.

Portanto, o BMP e anfibio, possui um canhao de 100 mm de baixa pressao, lanca misseis antitanque 9K116-3 Basnya, possui um canhao de 30 mm para poder enfrentar as ameacas de modo mais independente.
Interessante notar que para ele tambem esta disponivel o novo sistema ativo de blingadem ARENA e shtora, contra designacao por laser e projeteis guiados, respectivamente.

Talvez o seu ponto mais fraco seja sua blindagem (frente ao bradley afirmo isto) que suporta municao de 14,5, podendo receber add-on.

No nosso caso volto a defender a modernizacao do m-113 como fez a turquia e israel, obtendo bons resultados.

Nos comentarios acima defendi a producao de uma torreta nacional, mas uma torreta do BMP seria bem vinda, com todo este aparato, o que acha?

Voce cre que se encaixaria na doutrina do EB estes equipamentos?

Lúcio
Lúcio
14 anos atrás

getúlio em 05 de Março as 14:35

Getúlio, Alexandre o grande só não prosseguiu com sua campanha de “conquistar o mundo” porque os seus soldados estavam exaustos e bateram de frente pra ele se recusando a prosseguir.Pórem o seu vasto império se estendeu desde a Europa até um pedaço do nordeste da Índia.

Rafael
Rafael
14 anos atrás

Estava vendo um programa no discovery, e tinha uma materia sobre uma tanque ou obuseiro alemão enorme, considerado o “melhor do mundo na sua categoria”. Como peguei o final da materia não sei nem o nome e nem modelo dessa maquina, mas em relação aos homens e aos outros veiculos era enorme. Alguem sabe me dizer oque é?

Grato as respostas e foi mal a ignorancia

lucas lasota
lucas lasota
14 anos atrás

Rafael

Talvez o programa se referisse ao PzH 2000 (Panzer Howitzer).

http://www.army-technology.com/projects/pzh2000/

De fato, e um baita obuseiro.