Parlamento alemão

O Parlamento alemão aprovou em 18 de março uma emenda que flexibiliza as restrições de longo prazo aos gastos federais com defesa, abrindo caminho para um aumento nos investimentos militares da maior economia da Europa.

A mudança relaxa protocolos sobre certos gastos federais, permitindo que os orçamentos de defesa e segurança ultrapassem os limites impostos pela “freio da dívida”, a regra que restringe o déficit público.

Além disso, a emenda cria um fundo especial de €500 bilhões (US$547 bilhões) para investimentos adicionais em infraestrutura e na transição para a neutralidade climática até 2045.

A aprovação exigia o apoio de dois terços do Parlamento, com 512 votos a favor e 206 contra. O resultado representa uma vitória significativa para Friedrich Merz, líder da União Democrata-Cristã (CDU) e futuro chanceler alemão, que busca fortalecer a defesa do país.

O ministro da Defesa, Boris Pistorius, enfatizou a necessidade da reforma: “A situação de ameaça deve ter prioridade sobre a situação financeira. Quem hesita hoje está negando a realidade.”

A reforma não se limita à defesa, mas também prevê investimentos em infraestrutura de uso dual, como logística militar. A criação de um corredor militar entre Holanda, Alemanha e Polônia, anunciada em fevereiro de 2024, demonstra essa preocupação, enfrentando desafios técnicos e burocráticos na integração da infraestrutura europeia.

Friedrich Merz destacou a necessidade de reestruturar as capacidades de defesa da Alemanha, com investimentos em tecnologias modernas como satélites de vigilância e sistemas autônomos. Ele defendeu contratos previsíveis para a indústria europeia de defesa, garantindo maior independência do continente.

Nesse contexto, Eric Béranger, CEO da fabricante de mísseis MBDA, ressaltou em discurso em Paris a necessidade de uma indústria de defesa europeia mais autônoma. A MBDA já lidera esforços para consolidar um “hub de mísseis” no continente, especialmente em um momento em que os EUA reduzem seu papel como principal garantidor da segurança europeia.

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Antunes 1980
Antunes 1980
6 horas atrás

Apesar da crise, a Alemanha ainda consegue recursos para seu rearmamento.
No entanto, fica a dúvida: quem irá para a linha de frente? Grande parte do exército já está imerso na agenda woke, Muita frescura e pouca determinação.

Deadeye
Deadeye
Responder para  Antunes 1980
5 horas atrás

Meu Deus do céu, sempre esse papo de “woke”.

Josè
Josè
Responder para  Deadeye
4 horas atrás

Talvez fosse melhor você redigir um manual de “regrinhas”, determinando o que você permite ou não aos participantes usarem como argumento aqui.

Deadeye
Deadeye
Responder para  Josè
3 horas atrás

Senso comum não é argumento

Josè
Josè
Responder para  Deadeye
3 horas atrás

Vou ajudar você na sua primeira regra do que se pode usar ou não para comentar aqui: “senso comum não é válido como argumento”, quem pode ajudar com a próxima???

José de Souza
José de Souza
Responder para  Deadeye
2 horas atrás

Insuportável!

Esteves
Esteves
Responder para  Deadeye
2 horas atrás

EDITADO

George A.
George A.
5 horas atrás

Fazendo um paralelo com o Brasil, seria algo como tirar o orçamento da defesa do arcabouço fiscal e colocar os investimentos do NIB (Nova Indústria Brasil) nessa exceção.
É uma mudança ENORME no país mais ortodoxo, do ponto de vista econômico, da Europa e é sintomático sobre o destino do modelo econômico ortodoxo atual.

Deadeye
Deadeye
Responder para  George A.
5 horas atrás

E a relação divida pib da Alemanha é baixa por ser um pais desenvolvido. É menor inclusive do que do Brasil, que está em 75%. Espaço fiscal a Alemanha tem.

https://tradingeconomics.com/germany/government-debt-to-gdp

Esteves
Esteves
Responder para  Deadeye
2 horas atrás

Isso.

Esteves
Esteves
Responder para  George A.
2 horas atrás

Isso.

eliton
eliton
3 horas atrás

Eu queria saber de onde que vão tirar o dinheiro, mas acredito que isso seja só um detalhe.

PACRF
PACRF
Responder para  eliton
27 minutos atrás

A Alemanha é a terceira maior economia do mundo. A Rússia, que tem uma economia muito menor que a da Alemanha, está investindo fortemente na indústria bélica. Não é desejo, é necessidade para o povo alemão. Entre a Rússia e a Alemanha tem só a Polônia, pois a Ucrânia está numa situação muito complicada.

Macgaren
Macgaren
3 horas atrás

Deixa os caras quietos, ele já fizeram 2 guerras mundiais.

Depois não digam que foram avisados