Trump e China: Cresce especulação sobre um possível acordo global
A diplomacia internacional acompanha com atenção os sinais de um possível acordo entre os Estados Unidos e a China, sob a liderança do presidente Donald Trump. A ideia de uma “grande barganha” entre as duas potências ganha força e poderia redefinir o equilíbrio global de poder, evitando um confronto direto entre Washington e Pequim. Entre os principais pontos em discussão estaria a retirada das tarifas punitivas impostas por Trump sobre produtos chineses em troca da pressão de Pequim para encerrar a guerra na Ucrânia.
A proposta de acordo teria implicações significativas tanto para a economia global quanto para o cenário geopolítico. Com a China desempenhando um papel crucial no suporte à Rússia, a negociação poderia impactar diretamente os rumos do conflito na Ucrânia. Caso a guerra seja encerrada, haveria uma redução nos preços de commodities essenciais, como petróleo, gás e fertilizantes, contribuindo para um ambiente econômico mais estável e facilitando cortes de juros ao redor do mundo.
Informes recentes apontam que a União Europeia já está considerando retomar a compra de gás russo, caso um acordo de paz seja alcançado. Para Trump, um desfecho bem-sucedido da negociação lhe garantiria uma importante vitória diplomática, com potencial para reivindicar um Prêmio Nobel da Paz, consolidando sua posição como negociador internacional.
Outros temas também estariam na mesa de negociação. Questões como o futuro da rede social chinesa TikTok, o status político de Taiwan e a participação de forças de paz chinesas na Ucrânia fazem parte das especulações sobre a amplitude desse possível pacto. Além disso, Trump tem defendido uma possível redução de arsenais nucleares entre EUA, China e Rússia, o que poderia reconfigurar a segurança global.
Analistas apontam que, caso essa barganha avance, poderá emergir uma nova governança global liderada por EUA e China, semelhante ao que ocorreu na Conferência de Ialta, durante a Segunda Guerra Mundial, quando o mundo foi dividido entre esferas de influência. No entanto, o papel da Rússia dentro desse possível acordo ainda é incerto.
O presidente russo Vladimir Putin declarou recentemente que está disposto a negociar a paz na Ucrânia, mas diretamente com Trump, o que reforça a possibilidade de que Moscou busque garantir seu espaço nas futuras negociações. O governo russo tem enfatizado a importância da Conferência de Ialta, celebrando seus 80 anos como um marco histórico.
A especulação de uma “Nova Ialta” também foi abordada na mídia ocidental. Um artigo da Bloomberg sugeriu que Trump, Xi Jinping e Putin poderiam estar negociando um “novo pacto global pós-guerra”, o que traria mudanças profundas para o sistema internacional. Críticos alertam, no entanto, que esse pacto seria mais baseado na força e na coerção do que em uma visão ideológica compartilhada, podendo levar a novos conflitos caso não haja consenso entre as potências.
Curiosamente, Trump tem adotado um tom mais conciliador em relação à China desde sua posse, apesar de durante sua campanha ter prometido tarifas de até 60% sobre produtos chineses. Até o momento, as tarifas anunciadas contra a China foram de apenas 10%, enquanto México e Canadá, aliados históricos dos EUA, foram alvos de taxas de 25%.
Esse cenário levanta questionamentos sobre os reais objetivos de Trump em relação à China. Seu pragmatismo e inclinação por negociações bilaterais sugerem que ele pode buscar uma solução de curto prazo que garanta estabilidade econômica e avanço de sua agenda política, deixando disputas estruturais para um futuro mais distante.
Caso essa grande barganha se concretize, ela poderá redefinir o equilíbrio global de poder, consolidando uma nova era de cooperação e pragmatismo entre EUA e China. No entanto, as incertezas sobre o papel da Rússia e a reação de aliados ocidentais ainda pairam sobre esse possível acordo, tornando seu desfecho imprevisível.
FONTE: The Economist, via Valor Econômico
Quem dera os políticos brasileiros pensassem as relações internacionais de forma pragmática como o resto do mundo.
Nós temos problemas internos grandes demais pra termos que nos preocupar com um conflito do outro lado do Atlântico em um país periférico da Europa. O Brasil tem de se preocupar com seu desenvolvimento; o centro das relações internacionais brasileiras tem de ser, assim como na China, o comércio.
O Governo do Geisel era assim, não?
E qual o problema? O governo dos EUA antes da segunda guerra também foi. O governo japonês pós segunda guerra também.
Você acha que deveríamos ficar envolvendo o Brasil em conflitos a troco do que? Nosso envolvimento deve estar no máximo na proposição da paz e em missões humanitárias como no Haiti.
O Brasil não tem benefícios em ser um protagonista intervencionista, essa sequer é a característica dos países latino-americanos.
Desculpe. Mas onde apontei algum problema? Esse pragmatismo não é e nem deveria ser monopólio de nenhuma corrente ideológica.
Pena que nem isso o GF em Brasília consegue.
Com um congresso mais interessado em encher o bolso de dinheiro do que aprovar projetos importantes pro país, com certeza não consegue.
A alíquota da reforma tributária sem isenções pra setores seria de 20%, conseguiram enfiar tanta isenção que foi pra 28%, é de se chorar.
O QI dos nossos governantes é historicamente baixo. E isso inclui o Congresso.
Aqui discordamos JuggerBR. O problema nunca foi falta de inteligência, mas de interesses pessoas e políticos que se sobrepõem aos interesses do país.
Claro, caráter também é fator relevante. A maioria prefere desviar recursos públicos ao invés de governar.
Combinaram com os russos, não. Se fizer o acordo a China com EUA, fazendo pressão a favor da Ucrânia e nós termos da Ucrânia e Europa será um ato de traição a Rússia. Certamente de Trump irá jogar um contra o outro. As negociações de paz com Zelensky é impossível, segundo Putin, o Zelensky deu um tiro no próprio pé, criou lei que impede negociações de paz com a Rússia sedendo território para a Rússia, o que levanta a ilegalidade de qualquer a acordo de paz sem que não passe pelo ela revogação da lei, Zelensky já tem seu período no cargo fora de validade, um dos motivos da pressão de Trump para que seja realizada novas eleiçoes. Zelensky com apoio da EUROTAN ainda persiste em ganhos militares o que de fato não se concretiza nas linhas, há um desmoronamento da máquina de guerra ucraniana que logo virá ao chão, ainda imperceptível ao grande público pelo apoio da mídia ocidental, a administração Biden ainda permanece com suas influências. Seus meses é tempo longo demais que a Ucrânia não tem.
A Europa é pendular, a pressão contra dos EUA com taxação ainda não se fez, isso somado a questão da Groelândia, e a frustração com a condução da OTAN e do conflito da Ucrânia, pode levar a reaproximação com a Rússia, seu mercado e sua energia barata.
Como disse Putin está gargalhando. A China fazer acordo com EUA sem combinar com os Russos pode ser um tiro no próprio pé, o que pode estar dentro das espectativas do Trump rsrsrs
A Rússia virou colônia chinesa. Não tem PIB de potência, não tem população de potência, não tem mais armamento convencional de potência. Sobra armas nucleares, mas não adianta neste tipo de situação.
Partindo-se do princípio de que isso seja verdade:
Se a Rússia ficar com o que ela já tomou da Ucrânia + garantias de que a Ucrânia nunca faça parte da OTAN + a China finalmente se livraria de seus produtos sendo taxados, não seria mais uma vitória China / Rússia?
“(…) e a reação de aliados ocidentais ainda pairam sobre esse possível acordo, tornando seu desfecho imprevisível.”
Se esse acordo REALMENTE existir e sair do papel, o que os europeus acham será insignificante.
A Europa vai fazer O QUÊ? Vai continuar mandando armas e grana pra manter a Ucrânia “lutando”, sendo que, nesse cenário, o maior mecenas da Ucrânia ( os EUA ) já caíram fora?
Europa vai dançar o que os EUA e China decidirem tocar.
“Informes recentes apontam que a União Europeia já está considerando retomar a compra de gás russo, caso um acordo de paz seja alcançado”
Isso só reforça o que eu disse acima.
No dia em que a guerra acabar, os europeus, no segundo seguinte, vão voltar a comorar gás russo, como se nada tivesse acontecido nos últimos anos.
Imagino que o Trump vai forçar a mão pra Rússia ceder ao menos uma parte do que ganhou de território. Uma garantia de Ucrânia neutra e contratos longos de compra de petróleo/gás pelos europeus seria algo muito positivo pro Putin.
A única certeza que eu tenho é que esse território não será a Criméia…
Mas imagino que a Rússia aceitar acabar com a guerra, sob a promessa de Ucrânia fora da OTAN + Criméia sendo reconhecida como russa + descongelamento de seus ativos com juros + a Rússia não ter que pagar nenhum tostão como reparação a Ucrânia + os europeus voltando a comorar gás russo seja realmente algo que faça o Putin concordar em ceder territórios.
Repare que a Ucrânia e UE concordarem ou não com isso é irrelevante…
Ucrânia não tem o que falar, foi incapaz de se defender, totalmente dependente de ajuda externa.
Ah, mas foram os russos malvadões que nos invadiram…
Sim, mas quem tem poder se senta na mesa e negocia, quem não tem poder, fica só ouvindo e aceita o que vier.
Entre 2022 e 2023 o PIB da União Europeia superou o da China. Se os europeus colocarem 3 ou 4% do PIB em defesa, e souberem negociar a exploração de minérios da Ucrânia que valem dezenas de trilhões de dólares, a guerra pode ser extremamente lucrativa da ela e garantir uma fonte de lítio por décadas.
Comparar o PIB conjunto de 27 países ao PIB de apenas um país.
Comparação meio injusta, não acha?
Esses países são, para o bem ou para o mal, democracias.
Será que o povo desses países aceitaria que seus governos, com seus impostos e o aumento deles que COM CERTEZA aconteceria, aceitariam gastar 3 ou 4% do PIB em Defesa?
Sobre “explorar os recursos naturais ucranianos”, uma parte deles está em território tomado dos russo, a outra parte, teve sua infra-estrutura destruída pela guerra + fuga de mão de obra.
Quantas décadas e bilhões de dólares seriam precisos pra fazer isso ser lucrativo?
Pragmatismo enche barriga sim.
Trump cansou de manter os EUA babá da Europa, paizão dos latinos-americanos e compadre da China.
A partir de agora, cada qual se vire sozinho para resolver a sua inflação.
Então nada mais de intervenções na América Latina e Oriente Médio?
América Latina consegue se arruinar sozinha, vide Cuba, Nicarágua,Venezuela e Brasil.
Oriente Médio sempre pode se acertar com a China, afinal vivem em guerra entre sí.
A vida é feita de opções e omissões.
Segundo aquele comentarista da Globonews, o mundo não é um lugar mais seguro com Trump no poder.
Se começarem a revidar…