A História Militar e o Cinema: ‘Band of Brothers’ (2001)

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Band of Brothers - 3

Sérgio Vieira Reale
Capitão de Fragata (RM1)

“Você se escondeu na vala porque acha que ainda há esperança. Mas sua única esperança é aceitar o fato de que já está morto. Quanto mais cedo você aceitar isso, mais rápido será capaz de agir como um soldado. Sem piedade, sem compaixão, sem remorso. Toda guerra depende disso.” Ronald Speirs, Band of Brothers”


Este artigo é sobre a famosa série cinematográfica “Band of Brothers”, que foi ambientada na Segunda Guerra Mundial, produzida pela HBO e lançada em 2001. Este artigo tem os seguintes objetivos: estimular a utilização de séries temáticas como fonte histórica no meio acadêmico; despertar no leitor à vontade de assisti-las ou revê-las e contribuir para a divulgação da história militar.

Dirigida por Steven Spielberg e Tom Hanks, possuía liberdade artística para retratar fatos, que nem sempre estavam completamente de acordo com o que aconteceu na realidade. Algumas cenas são criadas para levar mais emoção ao espectador. Por outro lado, existe uma responsabilidade de como se leva a história para a televisão ou para o cinema. Muitas pessoas não farão uma pesquisa sobre aquele fato ou figura histórica e ficarão somente com o poder da imagem e da narrativa daquela série.

Em 1998, “O Resgate do Soldado Ryan”, famoso épico de guerra dirigido por Steven Spielberg, foi ambientado na região da Normandia, na França, durante  a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O filme retratou, de forma brilhante, a fictícia missão de um grupo de soldados dos Estados Unidos da América (EUA) de resgatar o soldado James Ryan, o mais novo de quatro irmãos, dentre os quais três já haviam morrido.

Em 2001, na esteira do grande sucesso do filme “O Resgate do Soldado Ryan”, a série de guerra “Band Of Brothers”  agradou tanto à crítica quanto ao público e é considerada uma obra prima cinematográfica. O elenco é multiestelar e a fotografia é exuberante. A minissérie, com 10 episódios, acompanha a heróica trajetória da “Easy Company”, unidade de paraquedistas norte-americanos do 506º regimento de infantaria da 101ª divisão aerotransportada. Ela foi criada em 1942 no campo Toccoa na Geórgia.

No início de cada episódio, veteranos de guerra relatam o que eles efetivamente viveram no campo de batalha. Cabe ressaltar que a série foi baseada no livro homônimo escrito pelo historiador norte-americano Stephen Edward Ambrose. Ele trabalhou como produtor executivo na aludida série. As adaptações audiovisuais de livros fazem parte da história do cinema e das séries cinematográficas.

A “Easy Company” foi  formada por homens de diferentes origens e nascidos na época da primeira guerra mundial. Naquele grupo de elite os valores coletivos predominavam sobre os individuais. Eles eram paraquedistas e faziam parte de uma tropa especial. Eram voluntários e bem treinados. Participaram ativamente de vários combates na Europa contra as tropas alemães até o final da Segunda Guerra Mundial.

Segundo o Comandante Supremo das Forças Aliadas na Europa, General Dwight David Eisenhower: “Soldados, marinheiros e aviadores da força expedicionária aliada. Vocês estão prestes a embarcar na grande cruzada para qual nos dedicamos todos esses meses. Os olhos do mundo estão voltados para vocês.  Supliquemos todos pela benção de Deus todo poderoso para essa grande e nobre tarefa”. Boa Sorte!

No início de junho de 1944, a maior invasão anfíbia da história estava em seus últimos momentos de preparação. Tropas paraquedistas, em especial, a “Easy Company” seriam lançadas, por meio de aviões Douglas C-47, na retaguarda alemã para destruir baterias anti-aéreas e atrasar o contra ataque nas praias da Normandia.

  • Série: “Band of Brothers”  (2001)
  • Produtores: Steven Spielberg e Tom Hanks
  • Atores Principais: Damian Lewis, Ron Livingston, Neal McDonough, David Schwimmer, Colin Hanks, Donnie Wahlberg, Tom Hardy e Dexter Fletcher.
  • Disponível em: NETFLIX/MAX

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Guacamole
Guacamole
3 dias atrás

“Don’t shoot! Let them burn!!”

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Guacamole
3 dias atrás

Essa é uma fala do ‘Resgate do Soldado Ryan” e não de “Band of Brothers.”

Guacamole
Guacamole
Responder para  Leandro Costa
3 dias atrás

Os dois foram produzidos pelo Tom Hanks e Steven Spielberg.

Joao
Joao
Responder para  Guacamole
3 dias atrás

Ambas as séries são baseadas nos livros de Stephen Ambrose.
Ele escreveu o Dia D, Soldados cidadãos (q é de 7 Jun 44 até o fim da Guerra na Europa) e Band Of Brothers.
Foram escritas com base no estudo da Guerra em todos os níveis e foram ouvidos combatentes aliados e alemães.
Um incrivel trabalho.
Eu recomendaria, em termos de “maneiro”, Soldados Cidadãos, Band Of Brothers e Dia D.

Esteves
Esteves
Responder para  Guacamole
2 dias atrás

Um filme é um filme. Outro filme é outro filme. No caso, uma série.

Carlos Campos
Carlos Campos
3 dias atrás

Série 10/10

Ten Murphy
Ten Murphy
3 dias atrás

Excelente. The Pacific é tão boa quanto, sobre os fuzileiros navais no Pacífico.

Gostaria que fizessem uma série à altura dessas sobre a FEB.

Esteves
Esteves
Responder para  Ten Murphy
2 dias atrás

A FEB não lutou no Pacífico.

Pablo
Pablo
Responder para  Esteves
2 dias atrás

Por pouco, mas o Brasil declarou guerra ao Japão e estava treinando um esquadrão da FAB para atuar la.

Esteves
Esteves
Responder para  Pablo
1 dia atrás

E…como a FAB iria ao Japão?

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Esteves
1 dia atrás

Da mesma forma como foi para a Itália. De navio.

Mas felizmente a Guerra acabou antes de ‘Os 33 do Pacífico’ embarcarem. Seriam o segundo esquadrão latino-americano no teatro de operações. O México já tinha um esquadrão em combate por lá.

Esteves
Esteves
Responder para  Leandro Costa
1 dia atrás

Os “33 do Pacífico” eram do Pará. Infantaria.

Heinz
Heinz
3 dias atrás

Band of brothers e The pacific são uma das minhas séries favoritas, grandes produções. 10/10.

Macgaren
Macgaren
Responder para  Heinz
2 dias atrás

A minha é Chaves

Felipe M.
Felipe M.
3 dias atrás

Certamente a melhor série sobre o tema. Arrisco dizer, inclusive, que é a melhor produção audiovisual sobre guerras. Impecável.
Curioso que a série é a primeira de três produções segmentadas por “força”. Band of brothers, está no âmbito das forças terrestres, aerotransportadas. The Pacific está no âmbito das forças navais, com a atuação dos fuzileiros navais no pacífico. A terceira é a recente mestres do ar, que mostra a atuação da força aérea. Só Band of brothers é nota 10. The Pacific é só boa. Um pouco maçante. Nota 7 ou 8. Já mestres do ar é ruim. Clichê demais.

juggerbr
juggerbr
Responder para  Felipe M.
1 dia atrás

Tentei assistir Mestres do Ar, mas não dá, CGI o tempo todo, artificial demais. The Pacific é boa, mas fica bem atrás de Band of Brothers, essa é perfeita.

Pablo
Pablo
3 dias atrás

As duas obras mencionadas estao no meu top 5
As outras 3 sao:
The pacific
A conquista da honra
Cartas de iwo jima
O interessante sobre as duas últimas, é que ambas falam da mesma batalha, a diferença que uma mostra o lado americano e a outra o lado japonês.
Se alguem nao viu, sugiro olhar os filmes. Se nao estiver enganado, ganharam oscar e sao obras do cinema!

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
3 dias atrás

Entre Band of Brother e The Pacific, não sei qual das duas eu escolheria como preferida. Ambas são ótimas.
Band of Brother foi a primeira coisa que asssití quando assinei o HBO Max.

Rafael Gustavo de Oliveira
Rafael Gustavo de Oliveira
3 dias atrás

Raras exceções na história, tropas aerotransportadas sempre se lascam nas batalhas, eu tinha um conceito que com o advento do satélite no planejamento das operações melhoraria essa questão e vai a VDV Russa e me mostra que o paraquedista continua e continuará se lascando da mesma forma ainda por um bom tempo…rs

Kayron
Kayron
Responder para  Rafael Gustavo de Oliveira
2 dias atrás

Os planos operacionais da VDV foram muito otimistas. Fica claro que a ação russa teria sido planejado para ser uma operação rápida, agressiva, mas acabou desconsiderando outros aspectos da guerra.

Kkce
Kkce
3 dias atrás

É uma série indispensável para quem se interessa pelo assunto. Uma obra de arte.

Esteves
Esteves
Responder para  Kkce
2 dias atrás

Não. Não é.

A Série encomendada por Hollywood foi um “lavar de roupa suja” de Spielberg por ter realizado o Império do Sol em 1987.

danieljr
danieljr
Responder para  Esteves
2 dias atrás

o que aconteceu em império do sol?

Esteves
Esteves
Responder para  danieljr
2 dias atrás

Spielberg enaltece a bravura nipônica. A cena do menino cantando e fazendo continência para os kamikazes decolarem irritou profundamente os estúdios de Hollywood.

Kkce
Kkce
Responder para  Esteves
2 dias atrás

Se foi encomendada por Hollywood ou Bollywood não interessa, a série é excelente.

Felipe M.
Felipe M.
Responder para  Esteves
2 dias atrás

Descansa um pouco, patrulheiro. Está patrulhando demais.

E, se teu ponto tivesse algum tipo de fundamento, Hollywood tbm não teria ficado feliz com Band of brothers e a cena de oficial alemão discursando pra sua tropa.

Última edição 2 dias atrás por Felipe M.
Esteves
Esteves
Responder para  Felipe M.
1 dia atrás

Soldado Ryan e Band of Brothers são acertos de contas entre os estúdios e Spielberg.

ET, o Extraterrestre, é uma obra. Prima.

Esteves
Esteves
Responder para  Felipe M.
1 dia atrás

Para compreender a influência do Pentágono em Hollywood e vice-versa incluindo os lobistas, é necessário recuar até o período Macartista e até antes quando produtores e artistas Tiveram que adotar…outros nomes e nicks.

BVR
BVR
3 dias atrás

Entre as inúmeras cenas marcantes da série eu destaco (além daquela citada no início desta matéria) outra, também do Speirs, na qual ele atravessa o campo inimigo correndo para contatar tropas amigas, e depois volta pelo mesmo caminho deixando tanto aliados quantos inimigos incrédulos.

O personagem Speirs lembra um pouco aquele sargento da Delta Force no filme Black Hawk Down, na cena em que ele está abastecendo de munições e fala para o outro militar Ranger : ” Hoje é um novo dia”, com uma animação digna de quem não havia feito nada no dia anterior.

The Pacífic achei boa e Mestres do ar ainda não assisti.

Saudações.

Esteves
Esteves
Responder para  BVR
2 dias atrás

Mestres do Ar…prepara o fígado.

BVR
BVR
Responder para  Esteves
2 dias atrás

Ihh Esteves !! É tão ruim assim ?
Agora bateu mais curiosidade.
Saudações.

Esteves
Esteves
Responder para  BVR
1 dia atrás

É boa.

Jorge Cardoso
Jorge Cardoso
3 dias atrás

Série excelente!

Algumas curiosidades:

O Lt. Nixon, o do VAT 69, era neto do dono do estaleiro que construiu os primeiros submarinos da US Navy.

Já o Lt. “Buck” Compton, o que fica “mal” após a batalha do Bulge, foi o promotor principal no caso de Sirhan Sirhan, o assassino de Bobby Kennedy.

Palpiteiro
Palpiteiro
2 dias atrás

O fuzil dos caras me pareceu ser o melhor para a época e ter feito diferença.

Esteves
Esteves
2 dias atrás

“O elenco é multiestelar e a fotografia é exuberante.”

Um exagero.

A Série produzida pela HBO foi um sucesso na TV por assinatura e também no formato blockbuster em 10 episódios.

O History produziu um programa com a “Easy Company” original. Os verdadeiros participantes ainda vivos comentam as cenas do seriado.

Muito ótimo.

Esteves
Esteves
2 dias atrás

Bastardos Inglórios do Tarantino aborda a mesma ação. Paraquedistas lançados por detrás das linhas inimigas atuavam como sabotadores incluindo tropas “fakes” que falavam a língua inimiga sem sotaque.

Durante décadas o cinema de Hollywood homenageou os desembarques. Band of Brothers conta a história dos soldados que lutaram na retaguarda inimiga com treinamento de inteligência e coragem avassaladora.

Soldados infiltrados eram executados sumariamente.

Esteves
Esteves
2 dias atrás

Band Of Brothers é um conceito militar. Semelhante à Falange Macedonica de Alexandre.

Você protege o amigo ao teu lado que protege você.

“O conceito militar de “Band of Brothers” refere-se ao profundo vínculo de irmandade e camaradagem que se desenvolve entre soldados que enfrentam adversidades extremas juntos. O termo é amplamente associado ao discurso de Henrique V na peça homônima de William Shakespeare, onde ele descreve seus soldados como uma fraternidade unida pela experiência compartilhada da batalha:

> “We few, we happy few, we band of brothers;
For he today that sheds his blood with me
Shall be my brother.”

Significado no contexto militar:

1. Vínculo emocional: A expressão destaca a conexão especial entre companheiros de combate, que transcende diferenças individuais e se baseia na confiança mútua, lealdade e sacrifício coletivo.

2. Compartilhamento de experiências: Estar em situações de vida ou morte cria laços únicos, pois os soldados dependem uns dos outros para sobreviver.

3. Resiliência e pertencimento: Esses laços oferecem força emocional e psicológica, ajudando os combatentes a enfrentar os desafios do campo de batalha.

Popularização moderna:

O termo ganhou notoriedade na cultura contemporânea graças à minissérie da HBO “Band of Brothers” (2001), baseada no livro de Stephen E. Ambrose. A série narra a história real da Companhia Easy, parte da 101ª Divisão Aerotransportada dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, ilustrando como o conceito de irmandade moldou suas experiências antes, durante e após a guerra.

Esse conceito continua a ser uma metáfora poderosa para a união e solidariedade em situações desafiadoras, tanto no contexto militar quanto em outros cenários de trabalho em equipes.”

Esteves
Esteves
2 dias atrás

Esteves is awaiting…

BVR
BVR
Responder para  Esteves
2 dias atrás

Esteves, sobre a série Mestres do ar seu comentário aguçou minha curiosidade. Assim que eu assistir – havendo a possibilidade – dou um retorno.

Esteves
Esteves
Responder para  BVR
1 dia atrás

Serial Killers.

Ilana Casoy conta histórias de Serial Killers. Chico Picadinho é um. Chico diz que no presídio aprendeu sobre e usa todas as drogas. Todas. A mais devastadora é o álcool. Depoimento do Chico.

A literatura diz que a taxa de sucesso das missões dos B17 foi…65%. Eu, para afirmar diferente, devo apontar fontes JAC os editores reprovam as inferências.

Considerando a eficiência da Luftwafe e do Flak 88…eu considero essa taxa menor que 50%.

O sucesso precisa de incentivos e estímulos. Assista Conair original com Mel Gibson.

Última edição 1 dia atrás por Esteves
Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Esteves
1 dia atrás

Esteves, acho que a melhor fonte para a taxa de sucesso de bombardeio só pode sair da USSBS produzida desde pouco antes do final da Guerra até um tempo após a Guerra, tanto na Europa quanto no Pacífico.

Mas essas taxas de sucesso à que se refere se tratam apenas da precisão dos bombardeios, dos efeitos dos bombardeios na economia Alemã, ou os efeitos dos bombardeios contra a Luftwaffe, ou uma combinação de todos esses fatores? Porque se for levar em conta o efeito dos bombardeios diurnos contra a Luftwaffe, eu diria que a taxa de sucesso foi se elevando gradualmente até alcançar 98% no final da Guerra, e diria que estava em torno de 80% em Junho de 1944.

Esteves
Esteves
Responder para  Leandro Costa
1 dia atrás

Ir, entregar, acertar e retornar. Ir e por conta do mau tempo, de danos da batalha ou outro motivo não entregar, pior…não retornar…aonde estão as estatísticas sobre os insucessos?

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Esteves
1 dia atrás
Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  BVR
1 dia atrás

Assista “Twelve O’Clock High” ou “Almas em Chamas” como foi lançado por aqui, que dá um excelente início.

Emmanuel
Emmanuel
1 dia atrás

Band of Brothers é focado na história de um único grupo, a 101ª. Histórias profundas de seus personagens com depoimentos de seus veteranos. Não precisa de muito para falar dela. basta ver que vai saber que é uma 12/10.

The Pacific também fez sucesso, menos que a primeira série coirmã. Trazia mais de um grupo e histórias distintas de alguns membros, o que diluiu um pouco a história. Não trazia os depoimentos dos veteranos, o que seria fantástico se tivesse acontecido porque estamos falando de um dos mais brutais campos de batalha da II guerra. Vale ver e rever. Não deixa de ser uma 10/10.

Mestres do Ar é o samba do crioulo doido com várias histórias de vários grupos e foco zero. Ótima série para ver combates aéreos bem próximos da realidade, como os B-17 explodindo ou sendo partidos ao meio. Erros históricos crassos. Sem depoimentos. Sem aprofundamento. Algo para ver se não tiver nada melhor para ver. 5/10 com muito amor e carinho.

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Emmanuel
1 dia atrás

O problema principal de Mestres do Ar, na minha opinião, foi a falta de tempo. Tudo bem, focaram no 100º Grupo de Bombardeio Pesado, e depois mostraram um pouco do 99º Grupo de Caça no finalzinho da série só porque intercalaram com alguns dos prisioneiros do Bloody Hundredth.

Mas Band of Brothers passa um capítulo inteiro mostrando o treinamento deles nos EUA e na Inglaterra e à partir do segundo capítulo já os mostra em combate do Dia-D até a vitória final em Maio do ano seguinte. Ou seja, a série praticamente toda se passa no período de menos de um ano, dando bastante tempo para focar em detalhes pelo que passaram.

Mestres do Ar teoricamente mostra o 100º Grupo de meados para fins de 1943 até 1945, ou seja, quase dois anos nos mesmos 10 capítulos e ainda dividindo um pouco com dois personagens de outra unidade. Foi corrido demais. A série deveria ter pelo menos duas temporadas de 10 Capítulos conseguindo mostrar todos os dilemas que foram encontrados no caminho, as soluções, bem como focar no pessoal que foi capturado e aqueles que conseguiram se evadir, o que aparentemente era o plano original, mas não houvesse quem bancasse o orçamento necessário para isso, nem mesmo a Apple. Da maneira como foi feita, a gente praticamente não consegue ter a mesma ligação, a mesma empatia que tivemos com os personagens de Band of Brothers ou The Pacific.

Não sentimos tanto quando algum deles é abatido porque simplesmente não passamos tempo suficiente com eles para entender o que passaram até chegar lá. Não temos tempo de compreender as privações passadas pelo pessoal pioneiro da 8ª que começou as missões em 1942 e 1943 e nem mesmo conseguimos compreender o choque e o impacto que foi nas tripulações quando o mapa foi aberto e a as linhas de ataque iam até Schweinfurt em Agosto de 1943, um mês depois em Outubro, e nem por que eles deveriam atacar esses alvos.

De erros Históricos tem relativamente pouca coisa, fora o que foi condensado para correr com a narrativa. O que realmente me irritou foi o fato de que aparentemente decidiram usar o modelo do B-17F para praticamente tudo, o que para mim simplesmente não fez o menor sentido. Eu inclusive esperava ver B-17G’s fazendo papel de B-17F’s até devido à quantidade maior deles ter sido produzida e ter sido a versão definitiva do B-17, mas foi o contráio. Foi muito estranho ver os B-17F sem pintura à partir de 1944.

As cenas de combate aéreo são similarmente condensadas para conseguirem colocar tudo que estava acontecendo na tela, então tudo acontece em distâncias bem mais próximas do que realmente aconteciam. Tem uma cena em que os Mustang finalmente aparecem, e estão praticamente voando em formação com os bombardeiros antes de avançarem para atacarem caças alemães vindo para a interceptação. É um recurso normal já que realmente se precisa colocar tudo em um mesmo frame, etc. Mas ainda assim foi bem feito.

Sobre o Rosie Rosenthal… realmente o cara era uma lenda. Eu ainda tenho o manual do Secret Weapons of the Luftwaffe, um veeeelho jogo da LUCASFILM (sim, em caps, na época, que depois se tornou LucasArts) de combate aéreo na Europa de 1943 em diante, que contém algumas passagens pitorescas sobre ele. E que inclusive não aparecem no seriado.

Ainda é uma boa série, mas sinceramente para quem quer se aprofundar mais no assunto, mesmo que seja apenas um bom apanhado de diversos ângulos, é melhor ler o livro homônimo que deu origem à série. Existem outros montes de livros sobre a 8ª Força Aérea para quem realmente quiser se aprofundar ainda mais.

Esteves
Esteves
Responder para  Emmanuel
1 dia atrás

Um filme é uma história. História não precisa de depoimento…não se passou em uma delegacia.

Erros históricos…quais erros históricos a série cometeu?

Mestres do Ar reúne os dramas familiares, pessoais, sociais à missões de combate diurnas dentro de aviões e nas bases militares, adicionado à regionalismos (ingleses e norte-americanos) e doses de uísque…muito uísque.

A dependência do álcool não era a única assim como a dependência de drogas outras dos dois lados…norte-americanos e alemães.

A série é uma narrativa dramática de coragem estimulada por patriotismo e…

Luis
Luis
Responder para  Esteves
1 dia atrás

Imprecisões históricas

Ambos, o livro de Ambrose e a série resultante, são marcados por numerosos pequenos e grandes erros, muitos notados pelos veteranos da 101ª nos sites da web, como em “Trigger Time”, quando apresenta críticas, junto a testemunhos, de episódio por episódio. Alguns dos erros da série de televisão:

O final do terceiro episódio atesta que Albert Blithe nunca se recuperou dos traumas que sofreu na Normandia, e que faleceu em 1948. Na verdade, Albert Blithe cumpriu seu dever, foi condecorado com a Medalha de Prata por bravura em combate, serviu na Guerra da Coreia e retirou-se do serviço militar no posto de Primeiro-Sargento. Casou-se e teve dois filhos. Ele faleceu em 1967 por complicações de uma cirurgia para úlcera depois de uma cerimônia à memória de Bastogne e foi enterrado no Cemitério Nacional de Arlington com todas as honras militares[5].
De acordo com o livro Parachute Infantry: An American Paratrooper’s Memoir of D-Day and the Fall of the Third Reich[6], Richard Winters foi promovido a Major antes de David Webster retornar à Easy Company vindo do Hospital após ser atingido nos Países Baixos. Em todo caso, no oitavo episódio, A Última Patrulha (The Last Patrol), Winters continua como Capitão até receber sua promoção no final do episódio.
No começo do nono episódio, Porquê nós Lutamos (Why We Fight), a data informada no começo do episódio é 11 de Abril de 1945 quando os pára-quedistas observam os cidadãos alemães limpar suas ruas dos destroços da guerra. No final do episódio, voltamos a essa cena até o ponto em que o Capitão Nixon informa aos demais que Hitler suicidou-se. Entretanto, Hitler só veio a se suicidar em 30 de Abril de 1945.
Também no nono episódio, a data marca mais um erro. A história começa “um mês antes”. Entre 11 de Março de 1945 e 11 de Abril de 1945 Nixon informa: “O Presidente está morto”. O presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt morreria somente no dia 12 de Abril de 1945.[7]
No final do último episódio, Pontos (Points), é informado que o técnico graduado Joseph Liebgott tornou-se um motorista de táxi em São Francisco após a guerra, mas muitos dizem, inclusive seu próprio filho, que Joseph Liebgott, de fato, tornou-se barbeiro após retornar para casa, vindo da guerra.[8]
A série atesta, também, que a Companhia Easy foi a primeira unidade em Berchtesgaden e no Ninho da Águia, capturando a cidade e cercando a área sem incidentes. Historiadores costumam identificar a 1ª tropa de aliados como a 3ª Divisão da Infantaria Americana, que tomou Berchtesgaden e Berghof, seguida 4 dias depois pela 2ª Divisão Armada Francesa, que capturou o Ninho da Águia e, só então, o 1º batalhão da 506ª, liderado pela Companhia C. Isto, entretanto, pode estar incorreto. O 2º Batalhão do 506ª entrou em Berchtesgaden por uma rota diferente e perdeu homens em um incidente com alguns alemães armados de dois canhões de 88mm de artilharia antiaérea e antitanque. Controvérias começaram a surgir há alguns anos, para precisar qual unidade capturou Berchtesgaden, mas no livro Beyond Band of Brothers, o Major Richard Winters atesta que:

“O Major John W. ‘Iron Mike’ O’Daniel, da 3ª Divisão da Infantaria certamente tomou a vizinha Salzburgo sem qualquer oposição e talvez tenha sido ele a liderar os soldados na entrada de Berchtesgaden antes de nós (2º Batalhão da 506ª) chegarmos à força, mas vamos deixar os fatos falarem por si. Se a 3ª Divisão foi a primeira em Berchtesgaden, para onde foram afinal? Berchtesgaden é uma comunidade relativamente pequena. Quando eu andei até o centro de Berchtesgaden com o Tenente Welsh, nenhum de nós viu alguém exceto os empregados do hotel. A estufa de vinhos e o clube dos oficiais de Goering certamente teriam chamado a atenção de algum dos franceses da 2ª Divisão Armada de LeClerc ou um atirador da 3ª Divisão. Acho inconcebível imaginar que sendo a primeira a chegar, a 3ª Divisão teria deixado as maravilhosas Mercedes dos graduados intocáveis para meus homens.”

No episódio final, Pontos (Points), o Major Winters aceita a rendição de um coronel alemão, que lhe ofereceu uma Pistola Luger. Na série, Winters diz a ele para ficar com a pistola, mas no DVD Bônus da série, o verdadeiro Winters relembra do incidente e mostra a pistola (uma WalterPP) que ele aceitou. No livro de Ambrose, ele descreve que quando Winters examinou a arma de fogo, atentou ao fato de que nunca havia sido usada, e permaneceu assim desde então. Também no livro Beyond Band of Brothers, o Major afirma que aceitou a pistola, mas que a patente do militar alemão era a de Major, não de Coronel.

Esteves
Esteves
Responder para  Luis
7 horas atrás

Detalhes. Sem relevância histórica.

Binho
Binho
1 dia atrás

Obra prima do Cinema……

Luiz Fernando Tressino
Luiz Fernando Tressino
1 dia atrás

Junto com Pacífico são as duas melhores mini séries sobre a 2ªGG. Uma retrata as operações no teatro europeu e a outra contra os nipônicos nas ilhas do Pacífico.