Companhia Anticarro Mecanizada é nova capacidade operacional do Exército Brasileiro

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1ª Cia AC Mec - 3

Barueri (SP) – O Exército Brasileiro inaugurou nesta segunda-feira, 16 de dezembro, em Barueri (SP), a 1ª Companhia Anticarro Mecanizada (1ª Cia AC Mec), uma unidade que simboliza um avanço estratégico significativo para a defesa nacional. Projetada para ser um modelo de mobilidade e prontidão, a companhia pode ser rapidamente deslocada por aeronaves para qualquer parte do país, fortalecendo a capacidade de resposta das Forças Armadas.

A subunidade será equipada com os mísseis Spike LR2 e Max 1.2 AC. O Spike LR2, com sua tecnologia de atirar, observar e atualizar, permite que o operador mantenha o controle manual ou utilize inteligência artificial para ajustar o voo até o alvo, garantindo precisão mesmo sem linha de visada. Com um alcance de cinco mil e quinhentos metros, o míssil pode ser disparado do solo ou de veículos blindados como os Guaicurus, fabricados pela Iveco Defense Vehicles. Além disso, o Max 1.2 AC, desenvolvido pela SIATT em cooperação com o Centro Tecnológico do Exército, destaca-se como um produto nacional que contribui para a autonomia tecnológica do Brasil. Com um alcance de até dois mil metros, o míssil está em constante evolução, com futuras versões prometendo maior alcance e a capacidade “fire and forget” (dispare e esqueça).

A atividade contou com a presença do Comandante da Força, General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, oficiais-generais do Alto Comando do Exército e outras autoridades. O General Tomás salientou a evolução do Exército a partir da implementação de novas capacidades. “É uma grande satisfação poder testemunhar a evolução do Exército. A Brigada Anhanguera passa a contar com uma capacidade única, há bastante tempo desejada pelo Exército, que era uma Companhia Anticarro. Estamos vendo o estado da arte, com um material de quinta geração, que é o míssil Spike, e um material de fabricação nacional, o míssil Max. São capacidades modernas, que aumentam a possibilidade de cumprirmos nossas missões”.

Já o Comandante da 11ª Brigada de Infantaria Mecanizada, General de Brigada Santiago César França Budó, destacou que “os militares pioneiros do núcleo da Companhia Anticarro Mecanizada foram escolhidos como os mais aptos para o cumprimento da missão estão cientes do desafio de incorporarem essa nova capacidade operacional da Força Terrestre; é uma iniciativa que materializa o contínuo esforço do Exército em aprimorar sua capacidade operacional para o cumprimento de sua missão constitucional”.

Militares especializados

 

 

Inicialmente, a companhia contará com dois pelotões equipados com o Spike LR2, cada um com quatro lançadores. A expectativa é que, em breve, outros dois pelotões sejam equipados com o Max 1.2 AC. A Organização Militar será composta por cerca de 150 militares profissionais, sem conscritos (militares recém-incorporados na Força), garantindo um preparo especializado e contínuo.

O Centro de Instrução de Blindados (CIBld) desempenha um papel crucial na capacitação das tropas, utilizando simuladores avançados para treinar os operadores dos novos sistemas de mísseis. Os primeiros tiros reais com os novos armamentos foram realizados pelos oficiais, sargentos, cabos e soldados do quadro técnico da 1ª Cia AC Mec, no Campo de Instrução Barão de São Borja, no Rio Grande do Sul, demonstrando a eficácia do treinamento oferecido.

A 1ª Cia AC Mec não só aprimora a capacidade defensiva do Brasil, mas também se alinha com a transformação da 11ª Brigada de Infantaria Mecanizada em uma Força de Emprego Estratégico, conforme definido no Plano Estratégico do Exército 2024-2027. Esta estratégia visa não apenas a defesa do território nacional, mas também a dissuasão de ameaças potenciais, em um contexto global cada vez mais incerto.

A produção do Max 1.2 AC pela SIATT, em parceria com a Marinha do Brasil, destaca o compromisso do Exército com o fortalecimento da Base Industrial de Defesa. Este desenvolvimento não só gera empregos diretos e indiretos, mas também promove a retenção de talentos altamente qualificados no país, fortalecendo a cadeia produtiva nacional.

Com a inauguração da 1ª Cia AC Mec, o Exército Brasileiro dá um passo significativo em direção à modernização e ao fortalecimento de suas capacidades operacionais. A unidade serve como modelo para futuras companhias anticarro no Brasil, que deverão integrar o avançado míssil Spike LR2 e as futuras versões do Max 1.2 AC, ampliando a defesa e a dissuasão em todo o território nacional. A localização estratégica em Barueri, próxima a importantes infraestruturas logísticas e aéreas, assegura a mobilidade e a prontidão da unidade, permitindo que o Brasil responda rapidamente a qualquer ameaça, em qualquer região. Este é um marco na trajetória do Exército, reafirmando seu compromisso com a defesa nacional e a segurança do povo brasileiro.

FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx

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Emmanuel
Emmanuel
1 mês atrás

Pela primeira foto você percebe que o problema do EB não é só armamento.
Esse fardamento…pelo amor do Deus.

FERNANDO
FERNANDO
Responder para  Emmanuel
1 mês atrás

Acredito que o fardamento é mais eficaz em selva.
Bem, o EB terá que se reescrever para modificar seus fardamentos.

Angus
Angus
Responder para  Emmanuel
1 mês atrás

Pelo comentário você percebe que o problema de alguns entusiastas não é só a falta de conhecimento.

Esse comentário…pelo amor do Deus.

Caso tenha algum estudo ou dado concreto, diferente do “eu acho horrível”, apresente para o debate.

Santamariense
Santamariense
Responder para  Angus
1 mês atrás

Angus, o negócio é reclamar. Se não tem, reclamam. Se tem, reclamam. Eternos críticos insatisfeitos.

Angus
Angus
Responder para  Santamariense
1 mês atrás

Fica difícil qualquer tipo de debate ou argumentação quando a referencia é “eu acho feio”, “eu vi uma foto”, “no pentiball fica a dever”.

Obviamente cada ambiente operacional exige um “padrão” de camuflagem do uniforme, o que na pratica é inviável ao EB, em função de custos.

Fato é que nas Operações que o EB tem participado com outros países o “padrão” do camuflado tem se mostrado adequado.

Poderia ser diferente? poderia
Existem padrões melhores? sim

Porém, entre tantas outras prioridades, não faz sentido nenhum gastar milhões para trocar o “padrão” do camuflado que se mostra hoje adequado.

Santamariense
Santamariense
Responder para  Angus
30 dias atrás

Exato! É bem isso!

Matheus P.F.
Matheus P.F.
Responder para  Angus
1 mês atrás

Ele está errado? Na minha opinião nem um pouco, o fardamento atual é efetivo (com muitas ressalvas) somente na Amazônia, e olhe lá, já que até lá com as grandes clareiras do agro e cidades grandes está começando a comprometer a eficácia do fardamento também. No restante do território é simplesmente ineficaz, o EB deu um passo importante modernizando o corte e a tecnologia do tecido mas um padrão novo deve começar a ser pensado, inclusive mais de um, acreditar que um único fardamento será eficaz na caatinga, pampa, cerrado, Amazônia, áreas urbanas, etc é utopia.
Me lembro de um vídeo esses tempos mais que vi de uma operação do EB com o exército do paraguai, em áreas descampadas dava para ver claramente os brasileiros, em contraste, os paraguaios utilizam um camuflado bastante eficaz.

Angus
Angus
Responder para  Matheus P.F.
1 mês atrás

Meu outro comentário ficou retido.
Vou resumir: o padrão do uniforme é adequado.

Existem melhores? sim
Poderia ser diferente? sim

Porém não faz sentido nenhum gastar milhões nesse momento na troca do padrão do camuflado, sendo que o atual é adequado.

Existem muitas outras prioridades (mais urgentes) do que a troca do padrão do camuflado.

Matheus P.F.
Matheus P.F.
Responder para  Angus
1 mês atrás

Não acho que seja um gasto tão fora da realidade assim, o EB precisa comprar uniformes de qualquer maneira mesmo, é um gasto recorrente. O que não precisa ser feito é querer reinventar a roda e querer criar um uniforme novo do 0 sendo que existem trocentos padrões muito eficazes no mercado.

Emmanuel
Emmanuel
Responder para  Angus
1 mês atrás

Pelo comentário você percebe que o problema de alguns entusiastas não é só a falta de conhecimento.
Esse comentário…pelo amor do Deus.
Caso tenha algum estudo ou dado concreto, diferente do “gastar milhões nesse momento na troca do padrão”, apresente para o debate.

Angus
Angus
Responder para  Emmanuel
30 dias atrás

Um dado concreto.
Em que pese o novo coturno “tipo coyote” ser muito melhor que o “preto”, ele custa basicamente o dobro.

Foi um aprimoramento importante porque o “preto” não é o mais adequado para a realidade atual. Contudo, o “coyote” tem alto custo (sem falar que a durabilidade será menor).

Com relação ao padrão do uniforme, a diferença é que o atual padrão é adequado e não faz sentido gastar recursos em uma eventual troca.

deadeye
deadeye
Responder para  Angus
29 dias atrás

É só cortar algumas aposentadorias de filhas de militares solteiras (porém em união estável) que dá para comprar

Emmanuel
Emmanuel
Responder para  Matheus P.F.
1 mês atrás

Obrigado Matheus, você entendeu perfeitamente o que eu quis dizer.
Faço das suas palavras as minhas.
Queria poder dar dois likes no seu comentário.

Joao
Joao
Responder para  Matheus P.F.
30 dias atrás

É eficaz em todo território.
Não sei de onde saiu essa q só na selva….
A mata brasileira é extremamente diversa em tons.
Não há problema nenhum

Marcos1
Marcos1
Responder para  Emmanuel
1 mês atrás

Exato!!! Primeiro porque o padrão é ruim. Excluindo uso em mata fechada, esse padrão se destacada em outros ambientes. Mesmo jogando paintball ou outra atividade em mata fechada, o padrão brasileiro fica a dever dos outros. Segundo motivo é que há uma ausência de padronização quanto às cores nos lotes que o EB recebe. Talvez a maior crítica seja essa pois Recentemente os uniformes estão mais marrons que verde, claramente identificado em várias fotos que são divulgadas em inúmeras reportagens, e o marrom “soa” anti natural.

Emmanuel
Emmanuel
Responder para  Marcos1
30 dias atrás

Exatamente. A padronização não existe no fardamento do EB.
Uma coisinha que você encontra diferente é o fardamento da caatinga, que deveria ser atualizado.
Existem vários biomas, mas um único padrão de vestimenta. Nisso deveríamos copiar do Exército americano, a padronização da farda, adequando cada região a uma roupa específica a ser usada pelo infante.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
1 mês atrás

Pelo menos NISSO, o EB entrou finalmente no séc. XXI, mesmo que a passos lentos.
E sobre o Max, alguma novidade sobre a nova versão dele, ou será igual o ALAC?

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
Responder para  Willber Rodrigues
1 mês atrás

Mesmo sabendo de suas limitações, antes de pensar numa nova versão eu gostaria de ver a Siatt industrializando o produto e vendendo uma quantidade razoável da versão 1.2 do Max para o EB.

Empresas de defesa brasileiras precisam parar de ser meras fabricantes de protótipos e começar a comercializar seus produtos. Industrializar um produto também é difícil e precisa ser aprendido, assim como servirá como aprendizado para futuras versões.

A hora que resolver isso dessa versão, passa-se a desenvolver a próxima. Um passo de cada vez.

Matheus P.F.
Matheus P.F.
Responder para  Willber Rodrigues
1 mês atrás

ALAC está morto e enterrado, simplesmente ficou aquém do que o EB pediu, tem o peso e volume de um AT-4 e desempenho inferior a de um M72.
Obs: Inclusive saiu licitações para comprar AT-4 depois do desenvolvimento do ALAC, então pelo visto o EB não vai querer mesmo.

Capacidade técnica e industrial a siatt tem para aprimorar o Max, a ideia é que os primeiros protótipos da nova versão aprimorada surjam nos próximos 2-3 anos.

Vagner
Vagner
Responder para  Matheus P.F.
1 mês atrás

Ola Matheus, verifiquei no site da Gespi e o supostamente falecido ALAC tem sido melhorado e renomeado para Hunter. Penso que assim como o MAX reapareceu o antigo ALAC ainda pode ser de utilidade para o EB.

Matheus P.F.
Matheus P.F.
Responder para  Vagner
1 mês atrás

Bom, torço que seja, principalmente com aquela versão com ogiva termobárica.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Matheus P.F.
1 mês atrás

Eu sabia que o ALAC estava morto e enterrado por causa de un comentário do Roberto Bastos, do T&D.
O que me causa revolta, pois demoraram décadas de P&D e Deus sabe quanta grana pra, quando finalmente ficar peonto, ao invés de comprar em boa quantidade e aprimorá-lo, o EB simplesmente “joga tudo fora”.
Não conseguem nem fazer um “simples” lança-rojão, e depois somos obrigados a ver fardado defender BID e 2% do PIB pra Defesa…

Flávio Oliveira
Flávio Oliveira
Responder para  Willber Rodrigues
29 dias atrás

A SIATT já falou que eles tem o projeto da ogiva tandem, mas que o EB optou pro primeiro fazer a versão simples para depois evoluir o tipo de ogiva.

Paulo
Paulo
Responder para  Flávio Oliveira
29 dias atrás

A SIATT está trabalhando com o EB e a MB simultaneamente. Com o EB a SIATT acompanha a implantação do missil MAX 1 2 AC nas novas unidades anti carro do EB, e junto com a AKAER no desenvolvimento da viatura cascavel NG, que também portará o missil MAX.
Já com a MB a SIATT está viabilizando a utilização do sistema Astros 2020 do CFN como plataforma de lançamento do missil guiado Man sup. No ultimo dia 17/12 houve o primeiro teste real de lançamento do man sup através de uma lançadora Astros. Isto significa que há engenheiros da SIATT que conhecem profundamente o Astros ,pois provavelmente oriundos da Avibras. Então, tudo leva á crer que a SIATT herdará o projeto do Astros 2020 e do MTC 300 ,ja que o Mansup ER é praticamente um missil anti navio de cruzeiro e que utiliza a mesma turbina de propulsão do MTC 300, caso não haja solução para a Avibras .

JuggerBR
JuggerBR
1 mês atrás

Esse equipamento pode ser usado na chuva? Me parece tecnologia demais pra enfrentar um aguaceiro…

Matheus P.F.
Matheus P.F.
Responder para  JuggerBR
1 mês atrás

Um dos motivos dos equipamentos militares serem tão mais caros que versões civis são suas certificações milspec contra umidade, areia, choques, etc. Pode ter certeza que ele funciona bem no “aguaceiro”.

Victor Filipe
Victor Filipe
Responder para  JuggerBR
1 mês atrás

Quando chover de mais a arma AT deixa de ser o missil anti-carro e vira paus e pedras…

ai ai…

Rafael Gustavo de Oliveira
Rafael Gustavo de Oliveira
1 mês atrás

A Organização Militar será composta por cerca de 150 militares profissionais, sem conscritos (militares recém-incorporados na Força)”….Esse é um dos problemas no qual venho batendo na tecla, os sistemas atuais são tão complexos, não só em material, mas também o custo de treinamento que demandam profissionais qualificados…assim como em um carro de combate, morteiros e também nas arma anticarro a função do soldado municiador ou cabo atirador/motoristas que entrou como serviço obrigatório se passa 8 anos esse conhecimento se perde…o que quero dizer que é injusto um 3 sargento que devia comandar uma peça ou chefiar uma viatura fazer função de cabos e soldados, da mesma forma que também é injusto dar baixa em um jovem de 26/27 anos que tem toda uma expertise nesse tipo de função.

Joao
Joao
Responder para  Rafael Gustavo de Oliveira
30 dias atrás

Não se perde conhecimento. O conhecimento no EB não está no homem. Está na instituição em equipe.
Não existe o instrutor de RAPEL ou de tiro. Toda a equipe faz.
Há a CTTEP anualmente. Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional.

Jorge Cardoso
Jorge Cardoso
Responder para  Joao
30 dias atrás

🙄🙄

Augusto José de Souza
Augusto José de Souza
1 mês atrás

Essa companhia deve receber os mísseis Javellin que aliás ainda vão ser entregues?

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
Responder para  Augusto José de Souza
30 dias atrás

Apesar de autorizado pelo governo americano, o Exército não comprou o Javellin.
Optou pelo Spike.

RDX
RDX
Responder para  Rafael Oliveira
30 dias atrás

O exército já tinha avaliado e encomendado o Spike quando solicitou autorização para comprar o Javelin.

Augusto José de Souza
Augusto José de Souza
Responder para  Rafael Oliveira
29 dias atrás

Como tem autorização eles pretendem confirmar a compra do Javellin junto ao Black hawk?

Fagundes
Fagundes
30 dias atrás

Tem uns modelos de carro no Brasil que se passa tanta raiva que os donos doariam pro exército usar como alvo….

Zorann
Zorann
29 dias atrás

O importante é que se compre o Max em quantidade suficiente para viabilizar sua produção a um preço razoável.