O Pentágono anunciou o envio de minas antipessoal para a Ucrânia, reforçando os esforços do governo Biden para apoiar Kyiv em meio a avanços russos e preparar o terreno para possíveis negociações futuras. A decisão reflete uma postura mais agressiva nos últimos meses do governo Biden, que busca garantir US$ 7 bilhões em armamentos para a Ucrânia antes do fim do mandato em janeiro.

Desde a eleição de Donald Trump, a administração Biden tomou medidas significativas, como autorizar o uso de mísseis ATACMS contra alvos na Rússia e permitir o trabalho de contratados americanos em solo ucraniano para manutenção de sistemas como os F-16 e os mísseis Patriot. Essas decisões visam fortalecer a posição da Ucrânia antes de possíveis negociações que Trump pretende conduzir.

O envio das minas antipessoal foi amplamente discutido antes das eleições, com o secretário de Defesa Lloyd Austin e o chefe do Estado-Maior Conjunto, Gen. CQ Brown, argumentando que esses armamentos poderiam ajudar a estabilizar as linhas de frente, especialmente diante das mudanças táticas das forças russas. Os russos têm utilizado tropas desmontadas para abrir caminho para unidades mecanizadas, o que torna o uso de minas ainda mais relevante.

As minas enviadas pelos EUA possuem tecnologias que reduzem riscos para civis, com explosivos que desativam automaticamente após um período de tempo pré-determinado, entre quatro horas e duas semanas. Desde 2023, os EUA já fornecem munições de fragmentação e minas antitanque à Ucrânia, enquanto estima-se que a Rússia tenha implantado cerca de dois milhões de minas em território ucraniano.

Analistas apontam que as minas têm desempenhado um papel crucial na compensação pela falta de efetivos ucranianos, ajudando a defender posições ou dificultar avanços russos. Michael Kofman, do Carnegie Endowment for International Peace, destacou que as minas foram especialmente úteis em momentos críticos do conflito.

Apesar de os EUA e a Rússia não serem signatários do tratado internacional que proíbe minas terrestres, o uso desses armamentos continua a levantar preocupações humanitárias. O governo Biden, no entanto, defende sua utilidade como parte de uma estratégia de defesa mais ampla para Kyiv.

A Ucrânia também utilizou mísseis Storm Shadow, fornecidos pelo Reino Unido, contra alvos em território russo, com aprovação dos EUA, devido à dependência de sistemas de orientação fabricados por empresas americanas. No entanto, os estoques de mísseis de longo alcance, como os Storm Shadow e ATACMS, permanecem limitados, e não há garantias de fornecimento adicional.

O envio de armamentos enfrenta desafios logísticos, e autoridades do Pentágono reconhecem que pode ser difícil entregar todos os equipamentos autorizados antes de 20 de janeiro. O foco agora é equilibrar as necessidades ucranianas com a disponibilidade de estoques americanos, enquanto a administração Biden tenta maximizar o impacto de sua assistência.

Ao anunciar um novo pacote de US$ 275 milhões, incluindo munições, drones e peças de reposição, o Pentágono reforçou seu compromisso com a Ucrânia. No entanto, especialistas destacam que as decisões de Biden refletem mais uma tentativa de criar alavancagem para Kyiv antes das negociações inevitáveis que o governo Trump buscará liderar ao assumir o poder.

Subscribe
Notify of
guest

9 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
José 001
José 001
8 horas atrás

Total desespero dos Democratas.

JuggerBR
JuggerBR
8 horas atrás

Se mina terrestre é considerado relevante, é porque a coisa tá feia por lá…
Zelensky que se prepare, a partir de janeiro vai ficar sozinho contra Putin.

George A.
George A.
8 horas atrás

Espero que seja mais seguro pros civis mesmo, pois transformar a casa dos ucranianos em campos minados é um destino bem cruel pra galera que já tá sofrendo o diabo com essa guerra.

Charle
Charle
8 horas atrás

Os caras (EUA/OTAN) só vão “sossegar” quando houver a Terceira Guerra Mundial. E ainda se farão passar como “as vítimas”.
Se eu fosse do exército russo faria o seguinte: poria todos os prisioneiros ocidentais, sejam eles norte-americanos, israelenses, canadenses, ingleses, franceses, etc., para desminar esses campos.

Augusto L
Augusto L
Reply to  Charle
8 horas atrás

Que absurdo, os territorios minado nem são russos.

Heinz
Heinz
Reply to  Charle
7 horas atrás

falácia.

Pedro
Pedro
Reply to  Charle
7 horas atrás

claro, pq a Russia eh inocente…

Charle
Charle
Reply to  Pedro
6 horas atrás

Tente ser imparcial e informe-se melhor sobre as origens do conflito. Se a Rússia não presta, aqueles que causaram essa discórdia prestam menos ainda.

Bispo de Guerra
Bispo de Guerra
5 horas atrás

Típica arma que mais prejudica civis …