Imagens recentes mostram que os Estados Unidos estão preparando a ilha de Guam, seu território mais ocidental localizado no Oceano Pacífico, para a defesa contra mísseis balísticos em uma possível guerra com a China.

Em uma foto publicada pela Marinha dos EUA (US Navy) em 18 de outubro, Tom Mancinelli, o subsecretário interino da Marinha, pode ser visto recebendo um briefing no dia anterior durante sua turnê pelo local onde foram instalados sistemas de Lançamento Vertical (VLS) MK-41.

O VLS é um sistema de lançamento para o míssil Standard, que são capazes de destruir mísseis com ogivas em voo. Eles também fazem parte do sistema Enhanced Integrated Air and Missile Defense (EIAMD).

“A visita [de Mancinelli] forneceu informações sobre o papel do sistema na proteção de Guam e da região do Indo-Pacífico contra ameaças de mísseis balísticos, ressaltando a importância do sistema MK-41 nas operações de defesa regional”, disse a Marinha na legenda da foto.

Recentemente, o Presidente Chinês Xi Jinping inspecionou uma brigada de mísseis Dongfeng-26 (DF-26) que pertence à Força de Mísseis com Armas Nucleares. A Força de Foguetes gerencia as unidades de mísseis nucleares e convencionais terrestres do país.

O Ministério da Defesa chinês disse em 2018 que o DF-26 era capaz de realizar contra-ataques nucleares rápidos e ataques de precisão convencionais de médio e longo alcance. Ele também pode atacar alvos terrestres e navios de médio e grande porte no mar.

O Forças armadas dos EUA consideram o DF-26 um míssil balístico de alcance intermediário, o que coloca Guam, lar das bases da Força Aérea Americana, da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais, dentro de seu alcance. A distância em linha reta entre a ilha e a costa chinesa é de pouco mais de 1.800 milhas.

Segundo relatório da CIA divulgado em 23 de outubro, a China está aumentando seu estoque de mísseis DF-26. Ela alertou que a mistura de capacidades nucleares e convencionais do míssil “levanta o potencial de escalada inadvertida durante um conflito.”

A implantação do DF-26, também conhecido como “Guam Express” por entusiastas militares, e outros mísseis chineses de longo alcance, levou a Pentágono modernizar e reforçar a defesa de Guam contra o que chamou de “rápida evolução das ameaças adversárias.”

“Guam faz parte da pátria dos EUA. Está fisicamente mais perto de Pequim do que do Havaí”, disse Mancinelli, que também alertou que, se a dissuasão da ilha contra a agressão regional falhar, “nós lutaremos de Guam e lutaremos por Guam.”

Guam fica a 1.500 a 1.700 milhas das águas contestadas do Estreito de Taiwan, bem como dos mares do Leste e do Sul da China, tornando-o ideal área de preparação para projetar o poder militar dos EUA. Ela também forma a segunda cadeia de ilhas, uma das camadas de um conceito de defesa que procurou restringir a atividade naval e aérea da China em tempo de guerra usando territórios aliados ou amigos.

O EIAMD, que deverá estar totalmente operacional em 2035, fornecerá proteção de “360 graus” de 16 locais na ilha, informou a Agência de Defesa de Mísseis dos EUA. Ele está configurado para acomodar 1.000 funcionários e 1.300 dependentes para operações em tempo de paz.

A Lockheed Martin foi selecionadA para entregar o Aegis Guam System como parte do EIAMD. O sistema compreende o MK-41 VLS e o míssil Standard, bem como o radar TPY-6, que pode detectar, classificar, rastrear e interceptar mísseis balísticos.

O MK-41 VLS, juntamente com o Standard, é um dos três lançadores do sistema EIAMD. A proteção de Guam está sob a proteção do sistema THAAD do Exército.

FONTE: Newsweek

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Gilson Elano
Gilson Elano
13 horas atrás

É meus amigos, a coisa tá esquentando mundo a fora e inclusive na nossa fronteira.
O Brasil, nesse momento, tá de calças arriadas e ocupando uma moita, em meio a essa tensão.

JuggerBR
JuggerBR
12 horas atrás

Gastos militares subindo em todos os continentes. Só quem está sorrindo são os fabricantes de armas, seus lobbystas e afins.

Bosco
Bosco
Reply to  JuggerBR
12 horas atrás

Desde que o mundo é mundo se tem comércio que não precisa de estímulo é o de armas.
O ser humano é essencialmente belicoso e até aquela ferrenha ativista antiguerra se pudesse matava um “fascista” a dentadas e o pai opressor chauvinista a pauladas.

Talisson
Talisson
12 horas atrás

Do jeito que ess acorrida armamentista está, já acho melhor o Brasil declarar total neutralidade e ficar bem quietinho, se é que isso é possivel.
Não tem mais como correr atrás do prejuízo.
É o que ta me parecendo.
Não temos marinha nem misseis para vencer um bloqueio naval.

JuggerBR
JuggerBR
Reply to  Talisson
12 horas atrás

Não dá pra fingir que não tá acontecendo nada e ser neutro, aqui é cheio de recursos naturais, minérios e agua. Algum ‘lado’ dessa guerra vai acabar vindo aqui se abastecer. Aí ou a gente se defende, ou é o fim do país e o reinício do colonialismo.

Joao
Joao
Reply to  Talisson
11 horas atrás

A questão não é ter ou não ter.
É não perder gente e $$ na guerra dos outros.
Nesse contexto, certos posicionamentos no BRICS podem ser omitidos.