KNDS France questiona concorrência de R$ 1 Bilhão para aquisição de blindados pelo Exército Brasileiro

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KNDS CAESAR MK2

A empresa francesa KNDS France, que ficou em terceiro lugar na concorrência para a aquisição de blindados pelo Exército Brasileiro, apresentou uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) apontando irregularidades no processo. A concorrência, vencida pela israelense Elbit Systems, visa a compra de 36 viaturas blindadas de combate obuseiro autopropulsado 155 mm sobre rodas, com valor estimado em R$ 1 bilhão. A KNDS solicitou uma medida cautelar para suspender o processo até que o TCU analise as alegações, e o ministro Aroldo Cedraz foi designado como relator do caso.

A representação ao TCU foi protocolada no dia 18 deste mês, coincidindo com uma decisão unânime do tribunal que autorizou o governo brasileiro a adquirir equipamentos de países envolvidos em conflitos armados. A decisão foi uma resposta a um questionamento feito pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, diante de divergências no governo sobre a compra dos equipamentos israelenses em meio ao conflito com o Hamas. Esse impasse político resultou na paralisação do processo de compra desde maio.

O assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, foi um dos principais opositores da compra, argumentando que não seria razoável adquirir equipamentos militares de um país criticado pelo governo brasileiro por sua ação militar na Faixa de Gaza. Por outro lado, militares afirmam que os equipamentos israelenses são os mais avançados tecnicamente disponíveis no mercado, destacando a importância dessa aquisição para a modernização da frota do Exército.

Além da disputa ideológica dentro do governo, a KNDS contestou o resultado da concorrência alegando que o produto oferecido pela Elbit Systems foi adaptado especificamente para a venda ao Exército brasileiro e, portanto, não possui uma produção em série que comprove a maturidade do equipamento. A empresa francesa também questionou a segunda colocada, a tcheca Excalibur Internacional, alegando que o equipamento oferecido não atende a requisitos operacionais obrigatórios.

A KNDS iniciou seus questionamentos sobre o processo em junho, com um primeiro recurso à chefia de material do Comando Logístico do Exército. Após uma negativa, apresentou um novo recurso diretamente ao Comando do Exército e, posteriormente, ao Ministério da Defesa. Agora, com a representação no TCU, a concessão de uma medida cautelar para suspender o processo de concorrência é vista como improvável, mas os militares acreditam que o questionamento pode fortalecer a segurança jurídica do processo.

Oficiais do Exército afirmam que todas as exigências legais foram cumpridas no processo de concorrência. Eles acreditam que o questionamento da KNDS junto ao TCU pode resultar em um novo posicionamento favorável do tribunal, dando mais segurança para seguir com a compra. No entanto, o Ministério da Defesa ainda não deu o aval final para o avanço do processo devido às divergências políticas internas.

Procurado pela imprensa, o Ministério da Defesa não se manifestou sobre a representação e o impasse político que tem mantido a compra dos blindados paralisada, mesmo com o parecer favorável do TCU em relação à aquisição de equipamentos de países em conflito.

FONTE: CNN

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Gabriel
Gabriel
5 horas atrás

Se for para ficar enrolando, vai de Zuzana 02. Ainda acho Atmos mais adequado, por ser aerotranportavel e tal, mas pelo andar da carruagem, é mais fácil os israelenses se negarem a fazer negócio com a gente do que o contrário…

Camargoer.
Camargoer.
Reply to  Gabriel
5 horas atrás

Na prática, existem duas formas de adquirir equipamentos militares no Brasil. 1) licitação ou 2) compra dispensando a licitação

Quando é feita uma licitação, os fornecedores que perderam podem recorrer da decisão. É parte da regra.

Quando ocorre dispensa de licitação, é uma compra direta negociada entre o fornecedor e o governo brasileiro.

No caso deste equipamento, foi feita uma licitação por isso os demais fornecedores da lista final podem recorrer. Se for válido, o recurso é aceito e é preciso reavaliar a decisão final;. Se for improcedente, o recurso é negado e a decisão inicial é confirmada

Henrique de Freitas
Henrique de Freitas
Reply to  Gabriel
4 horas atrás

Só não entregamos a mãe meu amigo.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
5 horas atrás

Se não me falha a memória, a Dassault também “reclamou” e questionou a escolha do Gripen na época do FX-2.
Não mudou o resultado em nada….

Groosp
Groosp
Reply to  Willber Rodrigues
4 horas atrás

É que o Gripen não é made in Israel. O atual governo é claramente anti Israel e esse questionamento pode ser uma boa desculpa para a troca do fornecedor.

Camargoer.
Camargoer.
Reply to  Willber Rodrigues
1 hora atrás

Wilber… como expliquei, existem dois tipos de compras militares. 1. Licitação e 2 Sem licitação.

A lei permite a dispensa de licitação em muitos casos, inclusive de material militar sem similares nacionais.

Quando a compra é feita por licitação, os concorrentes finalistas que não foram escolhidos têm o direito de recorrer da decisão.

Se vão ganhar é outra história.

Ronaldo
Ronaldo
5 horas atrás

Franceses não sabem perder, foi assim nos caças e agora com obuseiros

Jagder
Jagder
4 horas atrás

É o motivo perfeito para o governo brasileiro não comprar equipamento israelense.
Caiu como uma luva.

Fábio CDC
Fábio CDC
Reply to  Jagder
3 horas atrás

Agora o Senhor disse uma grande verdade, sendo que o GF tem o argumento jurídico perfeito para fazer o EB adiar essa compra até o próximo governo. Realmente tens razão.

Dworkin
Dworkin
Reply to  Jagder
3 horas atrás

Achei excelente. Brasil tem que se afastar ao máximo de israel.

Hertz
Hertz
Reply to  Dworkin
2 horas atrás

Dworkin tem que se aproximar ao máximo do hospício.

Camargoer.
Camargoer.
Reply to  Dworkin
1 hora atrás

Não precisa. Basta congelar a compra do equipamento até a troca de governo em Israel e o fim dos ataques contra civis em Gaza e no Líbano.

É preciso lembrar que a maior comunidade libanesa do mundo está no Brasil. Uma posição forte do governo brasileiro contra estes ataques é uma questão de respeito á esta comunidade.

Esteves
Esteves
Reply to  Camargoer.
52 minutos atrás

Comunidades…

Israel financia e incentiva as maiores e melhores instituições de ensino e pesquisa nos EUA.

O maior operador de ouro e um dos maiores banqueiros do mundo é o Safra…a família fez acordo para encerrar a briga na justiça.

Os melhores centros privados de excelência na medicina no Brasil são judeus.

Comunidades…

gordo
gordo
Reply to  Esteves
25 minutos atrás

Israel não financia nada nos EUA ou aqui, muito pelo contrário. Os EUA investem bilhões lá, basta ver a ajuda extra que votaram para Israel tocar a guerra. O cidadão dos EUA não se dá conta que dinheiro que poderia ir pra saúde e educação vai pra Israel. Alguém em nome dos interesses de Israel doa uma fração do que receberam dos EUA e o pessoal bate palma. Se Israel está certo ou não em Gaza e no Líbano não é pertinente aqui. O que é pertinente é a conta simples de quanto dinheiro vai pra lá e o quanto… Read more »

Rafael Gustavo de Oliveira
Rafael Gustavo de Oliveira
4 horas atrás

burocratas sendo burrocratas, se o resultado não for o que eu quero, vou procurar pelo em ovo.

Augusto
Augusto
3 horas atrás

O anão diplomático Celso poderia fazer somente o papel vergonhoso de padroeiro de terroristas, mas não… ele vai além e é também atrasa-lado do país.

Esteves
Esteves
Reply to  Augusto
51 minutos atrás

Quem seria o gigante diplomático?

Felipe Mendes
Felipe Mendes
3 horas atrás

A França é o rival geopolítico do Brasil. Quanto menos dependermos deles, melhor para nós.

andre
andre
Reply to  Felipe Mendes
2 horas atrás

os estados unidos tbm

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Reply to  Felipe Mendes
1 hora atrás

Você está ciente de que a FAB, durante décadas, usou Mirage, e que o PROSUB é um programa franco-brasileiro, né?

Esteves
Esteves
Reply to  Felipe Mendes
50 minutos atrás

Asneira.

Krest
Krest
1 hora atrás

Nossos generais são pessoas brilhantes né ??? Em meio a problemas diplomáticos com Israel, eles decidem comprar justamente o veículo deles, usando argumento de ser o mais avançado como se o Atmos disparasse projéteis na velocidade da luz e os outros fossem ultrapassados. Sendo que na realidade todos fazem a mesma função.

Claudio Moreno
Claudio Moreno
19 minutos atrás

Comprei um Nissan Sentra, na revendedora também havia um Renault mas não gostei da cor…será que os franceses irão protestar também e impedir que eu dê umas voltas com a patroa?

Sgt° Moreno

NOTA:
Os caras ainda tem a petulância de se envolverem no requerimento técnico!

NOTA 2:
Se os israelenses otimizaram o material para nossas necessidades, parabéns a eles pela percepção e nota zero aos franceses que não se ligaram na sacada.