Assembleia Geral da ONU exige que Israel encerre sua ‘presença ilegal no território palestino ocupado’

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Quase dois terços da Assembleia Geral da ONU votaram a favor de uma resolução não vinculativa que exige que Israel encerre sua ocupação em um ano. Os Estados Unidos estavam entre os que se opuseram

A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou na quarta-feira uma resolução não vinculativa exigindo que Israel acabe com sua “presença ilegal no território palestino ocupado” dentro de um ano, um movimento significativo, embora simbólico, que destacou a crescente condenação internacional do tratamento de Israel ao povo palestino.

O plenário da Assembleia em Nova York aplaudiu após a aprovação da resolução por 124 votos a 14, com Israel e os Estados Unidos na oposição e 43 outras nações se abstendo. A decisão veio após um parecer histórico emitido em julho pelo Tribunal Internacional de Justiça, que afirmou que a ocupação de Israel violava o direito internacional e deveria acabar “o mais rapidamente possível”.

Esta foi a primeira resolução apresentada pela Palestina, um estado observador não-membro da ONU, desde que lhe foram concedidos novos privilégios diplomáticos pela Assembleia em maio. A Assembleia concedeu esses privilégios após os Estados Unidos vetarem uma resolução do Conselho de Segurança que reconheceria a plena adesão de um estado palestino em abril.

Além de exigir que Israel retire todas as forças militares e evacue os colonos do território ocupado, a resolução insta as nações a suspender a transferência de armas para Israel se houver motivos razoáveis para acreditar que possam ser usadas lá. Ela também recomenda que os países interrompam a importação de “produtos originários dos assentamentos israelenses”.

Todas as resoluções adotadas pela Assembleia Geral são não vinculativas, refletindo o consenso político de seus 193 membros. Espera-se que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, se dirijam à Assembleia na próxima semana, segundo a Reuters.

Riyad Mansour, embaixador palestino na ONU, disse na terça-feira que estava na Assembleia para enviar uma mensagem ao povo palestino — que “uma mudança virá; que seu destino não é sofrimento interminável; que a liberdade é seu direito de nascimento e seu destino”.

Ele afirmou que “a justiça é o único caminho para a paz” e pediu aos membros da Assembleia que “fiquem do lado certo da história”.

Após a adoção da resolução, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, disse nas redes sociais que a medida estava “desconectada da realidade, incentiva o terrorismo e prejudica as chances de paz”. Ele acusou a Autoridade Palestina de estar interessada apenas em “difamar” e prejudicar Israel e prometeu que Israel “responderia de acordo”.

Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional, afirmou que os governos mundiais, incluindo aqueles aliados de Israel, devem agora garantir que Israel cumpra a resolução.

Ela ressaltou que “nos últimos 11 meses, as violações sistemáticas dos direitos humanos, que são uma marca da ocupação brutal de Israel e de seu sistema de apartheid, intensificaram-se drasticamente”, aumentando a “injustiça, o derramamento de sangue e o sofrimento” infligidos ao povo palestino desde que Israel capturou Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental na guerra de 1967.

“Implementar a resolução da Assembleia Geral da ONU é essencial para restaurar a confiança no direito internacional”, disse Callamard. “Este é um ponto crítico para a comunidade internacional.”

FONTE: The New York Times / Al Jazeera

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Mario
Mario
13 horas atrás

Sai não, logo chegam em Beirute.

Bispo de Guerra
Bispo de Guerra
13 horas atrás

Há décadas Israel vem expandindo (de forma violenta) a ocupação de territórios que não lhe pertence … alguma retaliação do ocidente ?

Evidentemente que não, pelo contrário, ganham crédito por parte de nações que se dizem , democráticas, humanitárias. Aquelas mesmas que sancionaram pesadamente à Rússia face a invasão a Ucrânia.

A hipocrisia reina pelo mundo, é só ficar atento a “manipulação midiática” p.ex. telejornalismo: as chamadas de matérias a respeito ilustram bem a tentativa de direcionar a opinião pública. (Vitimizam um lado e relativizam a quase limpeza étnica do outro lado).

Last edited 13 horas atrás by Bispo de Guerra
Daniel
Daniel
Reply to  Bispo de Guerra
13 horas atrás

Quanta bobagem! Os palestinos não tem interesse nenhum que a guerra termine. É um grande negócio. Você não faz ideia do dinheiro que os grupos terroristas ganham atacando Israel e de doações internacionais que eles se apoderam.

Fernando
Fernando
Reply to  Daniel
11 horas atrás

EDITADO

Allan Lemos
Allan Lemos
Reply to  Daniel
11 horas atrás

Nāo confunda o povo palestino com os grupos terroristas.

Duvido muito que uma palestina grávida ou uma criança que teve a escola destruída tenham interesse em ver a guerra continuar.

Jose
Jose
Reply to  Allan Lemos
8 horas atrás

Você tem razão nem todo palestino é terroristas, contudo, é certo que de 60 a 70% no mínimo dos palestinos apoiam em todos os sentidos os terroristas e seus atos.

Sergio Machado
Sergio Machado
Reply to  Daniel
10 horas atrás

Pronto, a estuprada agora é culpada porque gosta de sexo.
Cara, é cada uma….

Nativo
Nativo
Reply to  Daniel
9 horas atrás

Meu caro israelenses com seus banqueiros e empresários na indústria bélica, só tem prejuízos com esses conflitos? Qualquer um sabe a resposta.

Last edited 9 horas atrás by Nativo
Monarquista
Monarquista
Reply to  Bispo de Guerra
12 horas atrás

Em 2005 Israel saiu de Gaza, começou a sair da CIsjordânia e ofereceu as linhas de 67 caso os árabes quisessem negociar. O que aconteceu em seguida?

Fernando
Fernando
Reply to  Monarquista
11 horas atrás

O que aconteceu em seguida? Logo depois tomou Jerusalem dos palestinos, colonizou as colinas de Golã e iniciou o apartheid contra os palestinos.

Monarquista
Monarquista
Reply to  Fernando
11 horas atrás

Quê? Golã foi na guerra de 67. Foco, camarada. Em 2005, pela primeira vez, os árabes de Gaza e \Cisjordânia puderam ter autogoverno. O que aconteceu em seguida?

Allan Lemos
Allan Lemos
Reply to  Monarquista
11 horas atrás

E já tinha devolvido Sinai ao Egito em troca de um acordo de paz.

Pessoal nāo percebe que se Israel quisesse realmente, já tinha tomado aquilo ali tudo.

Vitor
Vitor
Reply to  Monarquista
11 horas atrás

No papel tudo é maravilhoso…na prática a ocupação avança.

Carlos Campos
Carlos Campos
Reply to  Vitor
5 horas atrás

Na prática quiseram manter a guerra e não ter um país, é obcessão enorme de matar todos os Judeus

Comte. Nogueira
Comte. Nogueira
Reply to  Bispo de Guerra
12 horas atrás

Nenhuma retaliação do ocidente. Apenas apoio explícito e velado. O resto é hipocrisia.

Leandro Costa
Leandro Costa
Reply to  Bispo de Guerra
8 horas atrás

Se fosse por mim, façam logo a demolição de Gaza, expulsam o que moram por lá atualmente e ocupem com novos assentamentos. É Guerra. C’est la vie.

A menos que o Hamas declare que desiste de usar força contra Israel e procure uma coexistência pacífica. Caso contrário é só perpetuar guerras e sofrimento. Enquanto o discurso de erradicação de Israel continuar, não vejo qualquer problema em continuarem à explodir tudo em Gaza.

Carlos Campos
Carlos Campos
Reply to  Bispo de Guerra
5 horas atrás

Devolver Gaza faz parte do Expansionismo?

Daniel
Daniel
13 horas atrás

Quando tiverem competência e vontade para impedir ataques terroristas em Israel, quem sabe eles aceitem a ideia. Por enquanto, soa tão ridículo quanto traficantes exigirem a saída da polícia de áreas de tráfico de drogas porque a presença deles está atrapalhando os “negócios”. 😂

JPonte
JPonte
13 horas atrás

Chance zero de qualquer repercussão no
Mundo real ; só nações com lideranças frágeis se deixam ditar pela ONU ; aquilo é um balaio de gato que ja não atende ao mundo de hoje .

Allan Lemos
Allan Lemos
Reply to  JPonte
12 horas atrás

Lideranças frágeis e sem poderio militar.

A ONU sempre foi uma farsa, nunca previniu guerras, além de coordenar algumas missões de paz aqui e ali.

Quem ditou as regras no mundo sempre foi a OTAN ou o Pacto de Varsóvia, depois os EUA, hoje EUA e China, esses sāo os verdadeiros polo de poder.

Infelizmente, países fracos, como o Brasil, continuam a dar à ONU aparência de legitimidade e relevância, na vã esperança da criaçāo de um mundo “multipolar”, que nunca irá acontecer enquanto alguns poucos concentrarem, merecidamente, o poder.

Nativo
Nativo
Reply to  Allan Lemos
9 horas atrás

Infelizmente, países fracos, como o Brasil, continuam a dar à ONU aparência de legitimidade e relevância, na vã esperança da criaçāo de um mundo “multipolar”.

Meu nobre discordo de você na parte que a intenção de ” respeito a ONU é querer um mundo multipolar, por que creio que o Brasil e outros países do mesmo nível não se impõe é porque isso exige trabalho.

Trabalho de se tornar um potência militar, e política de verdade.
Por isso é melhor arrotar que tem boa pólvora, quando o que se têm mais, é chumbinho .

Last edited 9 horas atrás by Nativo
Luiz
Luiz
12 horas atrás

EDITADO

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
10 horas atrás

A ONU nunca foi lá essas coisas, mas de 20 anos pra cá, ficou escancarado que ela é uma “Liga das Nações 2.0” ( quem sabe História, sabe do que to falando ).
A última década mostrou, a passos largos, o qua to a ONU é um órgão engessado e impotente pra qualquer coisa.
ONU só serve pra “cantar de galo” pra países como o Brasil e outros. Se você for do G7 e UE, ou for “apadrinhado” de algum deles, tú pode fazer quase qualquer coisa.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Reply to  MBK
6 horas atrás

Até aí, não ví nenhuma novidade.
Porque diabos um país que não tem nukes e tem capacidade de projeção de poder nula, com as FA’s mais fracas do BRIC’s, faria no G7?
A Índia fazer parte dele faz muito mais sentido que o Brasil.
E nem vou citar o fato de que o G7 é um “clubinho fechado”…

Carlos Campos
Carlos Campos
5 horas atrás

Olha eu achei a resolução pq contempla Gaza, quanto a Cisjordania, eu sou a favor, Israel está cometendo crimes ao Ocupar e fazer assentamentos naquela área, e todos os Israelenses que morrerem ali, serão culpa exclusiva de Israel.