China mantém foco na África com novos empréstimos e investimentos estratégicos
A China reafirmou seus compromissos financeiros com a África, mesmo em meio ao abrandamento de sua economia e ao aumento das tensões geopolíticas com o Ocidente. O país prometeu 360 bilhões de yuans (cerca de US$ 50,6 bilhões) em apoio financeiro à África nos próximos três anos. Desse valor, 210 bilhões de yuans serão em empréstimos, 80 bilhões em ajuda e pelo menos 70 bilhões em investimentos de empresas chinesas.
Esses compromissos renovados mostram que a China continua focada em seus objetivos na região, apesar das dificuldades econômicas internas. O presidente Xi Jinping fez essas promessas durante o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), reforçando o desejo da China de manter e expandir suas relações com os países africanos.
Além do apoio financeiro, Xi também prometeu abrir mercados para 33 países africanos considerados “menos desenvolvidos” pela ONU, oferecendo isenção tarifária. Ele ainda anunciou a criação de 30 projetos de energia limpa e a geração de pelo menos um milhão de empregos no continente.
A China, sendo o maior parceiro comercial e credor bilateral da África, tem sido criticada pelo Ocidente por criar supostas “armadilhas da dívida” com seus empréstimos. Pequim nega essas acusações, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou sobre a insustentabilidade da dívida africana.
O financiamento tradicional da China para a África, por meio de seus bancos estatais, vem diminuindo desde 2016, embora tenha havido um pequeno aumento em 2023. Pesquisas indicam que o foco da parceria está mudando de infraestrutura pesada para investimentos em energias renováveis e cooperação industrial.
O crescimento fraco da demanda interna na China e o aumento da dívida pública local contribuíram para a aversão ao risco dos credores chineses, afetando os investimentos no exterior. O presidente Xi afirmou que futuros projetos chineses serão menores e mais estratégicos, baseados em operações de mercado.
A dívida das entidades financeiras do governo local da China foi estimada em mais de 60 trilhões de yuans no final de 2023, com o país enfrentando sanções econômicas crescentes do Ocidente. África, com seu crescente mercado consumidor, está se tornando um parceiro crucial para a China, que busca diversificar seus mercados.
Analistas afirmam que a China tem interesse em apoiar a transição da África para um centro de manufatura, aproveitando o crescimento populacional e a oferta de mão de obra barata no continente, o que pode beneficiar empresas chinesas.
Especialistas também veem espaço para cooperação entre a China e o Ocidente na questão da dívida africana. Apesar de uma provável redução nos níveis de empréstimos, a China deve continuar a fortalecer suas relações com a África para alcançar seus objetivos geopolíticos mais amplos.
A China busca acelerar a industrialização da África, injetando capital por meio de empréstimos e investimentos, o que pode beneficiar tanto os países africanos quanto as empresas chinesas que procuram reduzir a competição doméstica.
A importância da África para a China também está ligada ao peso dos países africanos nas Nações Unidas, onde representam 25% da Assembleia Geral, com 53 estados africanos mantendo relações diplomáticas com Pequim.
Assim, apesar das tensões com o Ocidente e os desafios econômicos internos, a China segue comprometida em aprofundar suas relações com a África, tanto para apoiar o desenvolvimento do continente quanto para atingir seus próprios objetivos estratégicos globais.
FONTE: South China Morning Post
Depois de serem usurpados e saqueados os africanos não querem nem falar de europeus.
Só que vão acabar sendo saqueados de qualquer forma. Basta olhar o mapinha e se vê qual o interesse da China. Colonialismo europeu e americano a gente rejeita, mas colonialismo chinês, tá tudo ok….. o único diferencial, até onde parece, é um certo aporte em infraestrutura, que não tenho certeza se ocorreu com os colonialistas europeus, até porque esta se deu em outro contexto. Porém, a China também vai precisar de infraestrutura pra extrair a matéria prima, então uma coisa acaba pagando a outra, une o útil ao agradável.
Sim, agora vão ser usurpados e saqueados por outro.
Acorde para a realidade, a coleira só mudou de dono.
Por mais que muitos queiram minar as relações entre Africanos e Europeus, não vão conseguir, por muitas e variadas razões, sendo que uma é a proximidade física dos continentes, outra o relacionamento entre ambos de séculos e principalmente os milhões de Euro/Africanos e de Afro/Europeus.
A verdade é que o povo não faz muita questão de suas riquezas, preferem a ajuda da ONU, ONGS…
Em resumo, preferem a dança ao trabalho e ao estudo, enquanto isso alguns ditadores expertos vão vivendo na riqueza enquanto o povo vive na pobreza.
Segue um exemplo da falta de gerenciamento: https://www.otempo.com.br/mundo/2024/9/3/pais-africano-abate-mais-de-700-animais-selvagens-para-matar-fom
Jamais imaginei que a China iria dar um golpe tão forte nas potências europeias.
China investe em infraestrutura e recebe em minérios.
Ao invés de exploração desenfreada dos europeus.
Correto. A roupagem colaborativa do interesse chinês se diferencia muito do arcaico colonialismo ocidental, sendo suficiente até o momento para ser percebida como vantagem. A filosofia não (abertamente) descriminativa e de caráter desenvolvimentista faz a abordagem chinesa ser muito mais interessante para os países africanos. Até agora está funcionando muito bem e aparentemente vai continuar por algum tempo. No final existe um benefício extra de desenvolvimento de infraestrutura e crédito para projetos de geração própria de energia que propiciam vantagem para quem nunca recebeu nada além de bota no pescoço.
Soa interessante, mas no fim é a mesma coisa, até pior.
“Se algo é dado de graca, o produto é você.”
Pode ser “pior” se comparado com o mundo perfeito, mas na hora de comparar com o mundo real está longe disso. Os países africanos continuam andando no terreno minado dos interesses do G20.
O que não seria muito diferente com os chineses.
“Se algo é dado de graça, o produto é você.”.
O continente africano ainda vai sofrer muito por se vender desse jeito por se vender pra uma ditadura. Mas do que já sofre hoje( por culpa deles próprios )
“Negocio da China”… só existe para Chines. Diminuíram os empréstimos e aumentaram os investimentos (aquisições).
Alguém aqui no Blog sabe que a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) foi comprada pela State Grid Corporation of China? A “nossa” querida e famosa CPFL é uma empresa chinesa, que opera no Brasil com geração, distribuição e comercialização de energia elétrica. Porque não fariam a mesma coisa na Africa?
Qualquer semelhança com o que aconteceu no Brasil com as marcas americanas na décadas de 50 do século passado até os dias de hoje não é mera coincidência.
Alguém lembra da LIGHT EM São Paulo? Mais “inglesa da gema” impossível, com suas subestações de eletricidade com tijolinhos a vista.
Os chineses não estão colocando o “ovo em pé” em matéria de colonialismo… estão mais uma vez copiando o que os Imperialistas ocidentais já fizeram nos últimos 100 anos.
Obs.: O Governo Americano já contra ataca na África com um plano que no primeiro movimento investe US$55Bilhões, os 15 primeiros bilhões acabam de ser integralizados, até nesse cenário o conflito se estende.
Fala sério você acredita em nota de rodapé na mídia que os americanos vão investir no continente africano para reduzir a desigualdade social …CIC América Latina.
Eles não resolvem nem a desigualdade social interna nos EUA vão resolver na África?
Me impressiona também esse encanto e ilusão que vocês tem pelos chineses.
Nada como mudar de imperialista de vez em quando
Na concorrência se ganha alguma coisa a mais. Sempre.
Quando algum dos países africanos,em que a China tá botando dinheiro, começar a produzir grãos, carne bovina e carne de frango, vai ser um último prego no caixão do agronegócio brasileiro.
E consequentemente, da economia do Brasil.