Operação Sagitta Primus - 2

Formosa (GO) – No dia 31 de julho, iniciaram as atividades da Operação Sagitta Primus, o maior exercício de defesa antiaérea da América Latina. Coordenado pelo Comando de Defesa Antiaérea do Exército, o exercício tem a duração de dez dias e reúne cerca de 500 militares, de 15 organizações de todas as regiões do país.

No primeiro dia, foram realizadas instruções com armamentos antiaéreos – como os mísseis IGLA e RBS-70 –, avaliação da prontidão das unidades e resolução de Problemas Militares Simulados, situações hipotéticas para testar a capacidade de resposta da tropa. A operação, realizada anualmente, acontece no Campo de Instrução de Formosa, no Forte Santa Bárbara.

Os disparos reais, problemas simulados e avaliações servem a diversos propósitos, como certificar a Força Especializada de Emprego Estratégico. Isso garante que as unidades militares de defesa antiaérea estejam treinadas e prontas para atuar rapidamente contra uma ameaça à soberania aeroespacial brasileira. A Operação Sagitta Primus também visa treinar os procedimentos operacionais das tropas e buscar respostas para novos desafios. No caso da defesa antiaérea, um desdobramento recente no cenário dos conflitos contemporâneos é o emprego de aeronaves não tripuladas – os drones – e suas novas aplicações em combate.

Nos próximos dias, novas atividades serão realizadas, como o apronto operacional – com a inspeção da tropa e de seus equipamentos –, o adestramento da Artilharia Antiaérea e os disparos reais de armamento antiaéreo.

O Comando de Defesa Antiaérea do Exército

Sediado no interior de São Paulo, o Comando de Defesa Antiaérea é o maior escalão de Artilharia Antiaérea do Brasil. Sua missão é coordenar e controlar as unidades de Artilharia Antiaérea do Exército, em conjunto com as outras Forças Armadas, para garantir a defesa do espaço aéreo nacional. Entre os equipamentos empregados, estão o míssil portátil IGLA-S, o míssil telecomandado RBS-70 e o blindado antiaéreo Gepard, armamentos destinados a neutralizar o ataque de aviões e helicópteros, bem como o radar de fabricação nacional SABER M60, para detectar alvos em voo.

O Comando é composto por seis Grupos de Artilharia Antiaérea, localizados em pontos estratégicos do território, no Rio de Janeiro (RJ), Praia Grande (SP), Caxias do Sul (RS), Sete Lagoas (MG), Brasília (DF) e Manaus (AM). Também integra o Comando o Batalhão de Manutenção e Suprimentos, em Osasco (SP), e a Bateria de Comando, que, assim como o próprio Comando, está localizada no Forte dos Andradas, no Guarujá (SP).

FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx

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Leandro Costa
Leandro Costa
5 meses atrás

É bom ver o EB exercitando o que tem.

Mas seria ótimo ver um sistema de Defesa Antiaérea de verdade.

Joao
Joao
Responder para  Leandro Costa
5 meses atrás

Esquecem que para a defesa no céu de media e alta altitude tem a FAB.
Seria melhor ter Art AAe pra isso também? Óbvio. Mas não está “sem defesa” como se diz.
Vejo q a necessidade de Def AAe com Art cresce de importância, pela possibilidade da aquisição de mísseis por possíveis ameaças.

Daniel
Daniel
Responder para  Joao
5 meses atrás

Essa é a “doutrina oficial”.
Está mais para “desculpa oficial”.
Na prática, são poucos caças disponíveis, ainda mais quando se considera as dimensões do país. A situação deve se agravar caso não se adquiram mais Gripens.
Um punhado de F-5s foi tudo o que tivemos para defesa aérea de média e alta altitude nas últimas duas décadas. Basta ver a quantidade de alvos possíveis que este deveriam defender e se verifica o quanto estávamos, e ainda estamos, vulneráveis.
De qualquer forma, são ferramentas diferentes, para empregos diferentes. Defesa aérea é só uma das missões que um caça pode e precisa desempenhar.
Para mim, a falta de defesa aérea de média e alta altitude é só mais a capítulo da triste sucessão de omissões em matéria de defesa. Uma das mais antigas.

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Joao
5 meses atrás

Defesa Aérea é diferente de Defesa Anti-Aérea. São complementares, mas não são mutuamente excludentes. Ter um não significa que não se deve ter o outro.

Hoje dia é absolutamente impensável não se ter Defesa Antiaérea baseada em sistemas de mísseis de curto, médio, e longo alcance, mesmo que se tenha caças de 5ª geração.

Qualquer um que discorra ao contrário não tem apenas uma opinião contrária. Está errado e pronto.

E na minha humilde opinião, todas as três forças deveriam ter esses meios, e com uma baita integraçào entre elas para que se tenha coordenação dos meios em caso de conflito.

Charles Dickens
Charles Dickens
5 meses atrás

Defesa aérea no Brasil é caricatura, um genérico.

Tuxedo
Tuxedo
Responder para  Charles Dickens
5 meses atrás

Infelizmente o Brasil não possui nenhum sistema de defesa antiaérea para os parâmetros atuais, somente de curto alcance apenas (RBS-70, Igla-S e Guepard 1a2)

Joao
Joao
Responder para  Tuxedo
5 meses atrás

A FAB tem caças.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
Responder para  Joao
5 meses atrás

Bem poucos. E com poucos mísseis também.

Tuxedo
Tuxedo
Responder para  Joao
5 meses atrás

Sim, mas eu me refiro a um sistema de defesa antiaérea que dispara mísseis de longo alcance a partir do solo. Somente caças não é o suficiente.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
5 meses atrás

“Entre os equipamentos empregados, estão o míssil portátil IGLA-S, o míssil telecomandado RBS-70 e o blindado antiaéreo Gepard”

Junta as .50, e você tem praticamente todo o sistema de defesa AA do EB nesse exercício.

Tuxedo
Tuxedo
Responder para  Willber Rodrigues
5 meses atrás

Uma vergonha sem tamanho para um país das dimensões do Brasil.

Heinz
Heinz
Responder para  Willber Rodrigues
5 meses atrás

É uma vergonha, uma verdadeira desgraça. Éramos para ter pelo menos umas 10 baterias completas de defesa AA de médio e longo alcance.
Além disso, precisarmos urgentemente investir em guerra eletrônica também.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Heinz
5 meses atrás

A Venezuela tem sistemas AA de curto / médio e longo alcance infinitamente melhores do que as FA’s BR jamais tiveram.
A Venezuela. Pense nisso por um segundo.

Marrocos, Egito e Irã, idem.
Perceba que eu só citei países “pequenos”, nem vou citar Índia, porque aí já é humilhação…

Não importa quanta boa vontade você tenha com as FA’s BR, não existe nenhuma justificativa que explique isso.

Heinz
Heinz
Responder para  Willber Rodrigues
5 meses atrás

justamente, é uma vergonha gigantesca e uma falta de compromisso gritante com a defesa do nosso país, já deveríamos ter sistemas de Médio e longo alcance, se não temos caças suficientes, deveríamos ter muitos sistemas assim. Mas nem isso…

Rafael Gustavo de Oliveira
Rafael Gustavo de Oliveira
5 meses atrás

Consta na doutrina que toda brigada deveria ter uma bateria de artilharia antiaérea nativa (melhor cenário), um segundo cenário seriam estas brigadas receber apoio de uma unidade maior com baterias fornecidas pelos grupo de artilharia antiaérea da região, mas estas mal tem condições de fazer defesa de áreas/pontos sensíveis estratégicos em território nacional, muito menos fornecer apoio a tropa…em caso de conflito a única defesa que a grande maioria vai dispor seria pular em uma moita para se esconder de um vetor aéreo…você lê um edital tudo é lindo, tudo bem organizado e estruturado, material que é bom nada.

bjj
bjj
Responder para  Rafael Gustavo de Oliveira
5 meses atrás

Apenas para complementar seu comentário, hoje o EB possui 13 unidades de defesa antiaérea, sendo 6 Grupos e 7 baterias orgânicas de brigada. De acordo com o manual de defesa antiaérea do EB, cada grupo deve ser composto por 3 baterias, e cada bateria por 3 ou 4 seções, podendo ser de 3 lançadores cada seção (caso do RBS-70) ou 4 lançadores (caso do Igla-S).

Considerando que todos os canhões rebocados foram aposentados e o único material restante nos Grupos são mísseis portáteis, precisaríamos, no mínimo (considerando uma bateria reduzida composta por 3 seções de 3 lançadores cada) de 207 lançadores para equipar os 6 grupos e as 5 baterias orgânicas de brigada (duas delas são equipadas com o Gepard).

Entretanto, duvido que haja material suficiente mesmo para este cenário generoso. Nos anos 90 o EB adquiriu 56 lançadores da antiga versão do Igla (SA-18). Depois fez mais algumas compras do Igla-S (SA-24), da qual parte deve ter sido justamente para substituir o SA-18 que no final da década passada já estaria vencendo seu prazo de validade. O RBS-70 também foi adquirido a conta-gotas, e embora o número total não tenha sido divulgado, lembro-me de um post aqui no forte onde estimamos em algo por volta de 40 lançadores, tendo como base os valores de cada contrato. Há de se considerar ainda que parte destes lançadores estão na escola de artilharia, e não nos grupos e baterias. Enquanto isso, mais de 50 canhões antiaéreos de 40 e 35mm foram aposentados.

Isso significa que a maioria das unidades antiaéreas do EB hoje estão com sua dotação incompleta. Possuem menos baterias por grupo ou menos seções por bateria do que prevê o manual, e talvez a única exceção sejam as bateria orgânicas equipadas com o Gepard, com 16 unidades cada uma, formando 4 seções de 4 veículos, embora neste caso a taxa de disponibilidade possa ser um problema.

De resto, se pegar todo o material AA do EB distribuir conforme prevê o manual de defesa antiaérea, com a dotação completa das baterias e seções, daria para fechar vários grupos ou baterias orgânicas por falta de material.

Joao
Joao
Responder para  bjj
5 meses atrás

Na época, não foram só 56….

Joao
Joao
Responder para  Rafael Gustavo de Oliveira
5 meses atrás

Prezado
Na verdade, as Bda tem Def AAe de baixa altitude.
As Regiões não tem. Quem tem são as DE.
Esses grupos q deverão ter Média Altitude ou média e baixa.
Mas esquecem todos que existe a FAB.
Óbvio, há necessidade da aquisição de Art Def Me Altu, mas é diferente de não ter nada.

Henrique A
Henrique A
Responder para  Joao
5 meses atrás

A USAF é a maior força aérea do mundo e em quase todos os conflitos que participou conquista a supremacia aérea e ainda assim o US Army se preocupa em ter meios próprios para se defender de ameaças aéreas, agora imagina nós.
É injustificável que não temos absolutamente nada para uma ameaça de média altitude.

Afonso Bebiano
Afonso Bebiano
5 meses atrás

Que penúria…

Tuxedo
Tuxedo
5 meses atrás

O maior exercício de defesa antiaérea de curto alcance. É uma vergonha um país como o Brasil não ter sequer um sistema de defesa antiaérea de médio e longo alcance… (Spyder RAFAEL, Barak MX Systems, IRIS-T, Patriot, S400 Triumph…)

Joao
Joao
Responder para  Tuxedo
5 meses atrás

Temos os Caças da FAB.
Mas vai ser adquirido a de Me Altu.

Vai que alguém nos ataque…. não sei quem, mas vai que…

Tuxedo
Tuxedo
Responder para  Joao
5 meses atrás

Somente caças não são suficientes para a nossa defesa aérea. Teríamos que ter um sistema de defesa antiaérea que dispare mísseis a partir do solo.

Dagor Dagorath
Dagor Dagorath
5 meses atrás

Há uns meses o EB tinha lançado um RFI/RFQ em separado das demais forças para sistema antiaéreos de médio alcance.

Alguém sabe como ficou?

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Dagor Dagorath
5 meses atrás

Bixo, acompanho a Trilogia e outros sites de Defesa desde a época em que o FX-2 era novela mexicana e a compra do São Paulo parecia a melhor coisa que já aconteceu a MB, e te falo:

Não é de hoje que o EB lança RFI’s e estudos pra aquisição de sistemas AA…

O resultado desses estudos e RFI’s?

É só olhar pra esse exercício….

Nativo
Nativo
5 meses atrás

Maior exercício de defesa aérea da América Latina kkkkkkkk, nem da pra comentar essa piada.

Tutor
Tutor
5 meses atrás

Maior exercício com a menor arma de defesa antiaérea da AL.

737-800RJ
737-800RJ
5 meses atrás

Se tudo der certo, Akash NG virá pra acabar com o absurdo de não termos nenhum sistema de médio alcance.

Bruno
Bruno
5 meses atrás

Infelizmente isso diz mais sobre a América Latina do que sobre o porte do exercício.