‘As Guerras das Bananas’ – intervenções militares dos Estados Unidos na América Central e no Caribe

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Fuzileiros Navais dos Estados Unidos com a bandeira capturada de Augusto César Sandino na Nicarágua em 1932

As Guerras das Bananas foram uma série de intervenções militares dos Estados Unidos na América Central e no Caribe de abril de 1898 a agosto de 1934, com o objetivo de proteger os interesses empresariais americanos e estabelecer controle sobre o comércio tropical. O termo “Guerras das Bananas” deriva do envolvimento de empresas americanas como a United Fruit Company na produção de bananas, tabaco, cana-de-açúcar e outras commodities na América Latina. As intervenções americanas visavam prevenir tumultos políticos que poderiam ameaçar esses interesses comerciais.

A primeira intervenção foi a Guerra Hispano-Americana em 1898, onde os EUA conquistaram Cuba e Porto Rico da Espanha, usando a explosão do USS Maine no porto de Havana como pretexto. Em dezembro de 1899, o presidente William McKinley deu ao General Leonard Wood poder supremo em Cuba, que serviu como governador militar até 1902, quando Cuba ganhou independência. No entanto, a queda do governo de Tomas Estrada Palma em 1906 levou a uma segunda ocupação americana para evitar uma guerra civil e realizar eleições livres, resultando na eleição de Jose Miguel Gomez em 1908 e a retirada das tropas americanas em 1909, exceto na Baía de Guantánamo.

Em 1912, a revolta do Partido Independente de Cor da Afro-Cuba foi reprimida com a ajuda de 688 soldados americanos. De 1917 a 1922, os Marines estiveram novamente em Cuba devido à rebelião liberal contra o presidente conservador Mario Garcia Menocal. Em 1922, a presença militar americana foi reduzida apenas à Baía de Guantánamo.

Caricatura de William Allen Rogers retratando a ideologia do Big Stick de Theodore Roosevelt

A República Dominicana também foi alvo de intervenções americanas. Em novembro de 1903, Marines desembarcaram após rebeldes dominicanos danificarem navios mercantes e plantações americanas. Em 1904, uma expedição punitiva americana tomou o Forte Ozama após um marinheiro ser morto.

Panamá se separou da Colômbia em 1903 com apoio americano para assegurar o Canal do Panamá. Em 1907, após uma invasão nicaraguense a Honduras, Marines foram enviados para proteger o comércio de bananas, e o presidente hondurenho Manuel Bonilla foi deposto.

A Revolução Mexicana de 1910 levou a conflitos na fronteira com os EUA, resultando na ocupação americana de Veracruz em 1914 e na expedição fracassada para capturar Pancho Villa em 1916. Em 1912, uma rebelião nacionalista na Nicarágua levou à ocupação americana contínua até 1933.

Em 1914, após um golpe no Haiti, Marines foram enviados para deter rebeliões e proteger interesses americanos. Em 1915, os EUA ocuparam militarmente o Haiti e instalaram um governo fantoche até 1933. Na República Dominicana, uma intervenção em 1916 estabeleceu controle americano até 1924.

A retirada dos EUA da Nicarágua em 1934 marcou o fim das Guerras das Bananas, resultando na hegemonia contínua dos EUA nas Américas e na substituição da doutrina “Big Stick” de Theodore Roosevelt pela “Good Neighbor policy” de Franklin D. Roosevelt, marcada pela não intervenção nas questões latino-americanas.

LEIA TAMBÉM:

Operação Urgent Fury – a Invasão de Granada pelos EUA em 1983

Operação Just Cause – a Invasão do Panamá pelos EUA em 1989

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Gabriel BR
Gabriel BR
6 meses atrás

Mas são uma democracia…risos

Vinicius Soares
Vinicius Soares
Responder para  Gabriel BR
6 meses atrás

Lógico que são uma democracia (para seus cidadãos). As potências sempre vão buscar seus próprios interesses e, no passado, intervenções militares em países satélites eram comuns, para salvaguardar o comércio do excedente industrial e garantir uma fonte segura de matérias primas.

fjuliano
fjuliano
Responder para  Gabriel BR
6 meses atrás

Cara, não adianta. Vai ter sempre um pessoal que vai relativizar isso, dizer que “no passado”, “acontecia, era normal”. Narrativas patéticas para variar e para tentar manter o discurso frequente de “liberdade e democracia”. É de vomitar. Nesse exato momento tropas dos EUA fazem incursões na Somália, ocupam parte da Síria, e outras regiões do mundo que “necessitam de liberdade e bombas democráticas”, sem falar nas dezenas ou centenas de incursões militares e operações de desestabilização só nos últimos 50 anos.

No começo dos anos 90 existia um clima (equivocado) de “enfim temos o monopólio do mundo” e onde existir resistência ou princípio de “revolta” faremos guerra híbrida e se não resolver, pavimentamos o caminho para uma guerra quente mesmo. Sempre vão existir países, povos que vão resistir e, lógico, serão taxados como o “mal”. Enfim, é de dar nojo assistir constantemente não só autoridade americanas falando em “defesa da liberdade” quanto cidadãos de outros países tentando sustentar essa lógica do suíno que prega higiene para os outros.

FERNANDO
FERNANDO
Responder para  fjuliano
6 meses atrás

Deve ser aquele povo lá de Miami tentando manter o GREEEN CARD.
Paciência.

fjuliano
fjuliano
Responder para  FERNANDO
6 meses atrás

Esse pessoal costuma ser o substrato do chorume do esgoto, um alento é saber que os cidadãos americanos de gerações não gostam nem um pouco deles, são todos mexicans, abaixo da fronteira sul é tudo mexicano para eles.

Joao
Joao
Responder para  fjuliano
6 meses atrás

IDEM as outras potências em outros lugares.

Rafael Aires
Rafael Aires
Responder para  fjuliano
6 meses atrás

As você está exagerando. EUA só faziam isso no século passado. As mais de 800 bases dos EUA mundo afora não é pra mostrar poder, é pra mostrar democracia. Rs

Sulamericano
Sulamericano
Responder para  Gabriel BR
6 meses atrás

Deve estar ocorrendo algum equívoco!
O Tio Sam jamais faria uma coisa dessas…

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Sulamericano
6 meses atrás

O problema nem é o Uncle Sam, mas o Brother Sam

Joao
Joao
Responder para  Camargoer.
6 meses atrás

As embaixadas e consulados da antiga tchecoeslovaquia, Alemanha Oriental e China q o digam…

MauricioFC
MauricioFC
6 meses atrás

“…“Good Neighbor policy” de Franklin D. Roosevelt, marcada pela não intervenção nas questões latino-americanas.”

O que dizer do golpe de 1954 na Guatemala e das intervenções na República Dominicana na década de 1960?

Sulamericano
Sulamericano
Responder para  MauricioFC
6 meses atrás

E o que dizer da Operação Brother Sam?

Isso é que se sabe das interferências dos EUA no processo “democrático” da América Latina.
Agora imagine o que não sabemos 👀

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  MauricioFC
6 meses atrás

Caro., Roosevelt morreu em 1945…. o texto é sobre o período do fim do Sec.XIX até o período entre guerras…

se for pegar o período inteiro, pode incluir o apoio aos golpes no Brasil, na Argentina e Chile e no apoio à tentativa de golpe contra Chavez na Venezuela

Maurício.
Maurício.
6 meses atrás

A lista de intervenções militares dos EUA é enorme, mas sempre vai ter alguém para tentar relativizar, seja com desculpas que vão desde o tal “contexto histórico”, passando pelo “Veja bem”, “Mas”, “Contudo”, “Todavia” e assim por diante.
Já quando o invasor é um país “inimigo” dos EUA, aí é uma choradeira e um blá blá blá enorme.

Joao
Joao
Responder para  Maurício.
6 meses atrás

Não ver o contexto é q tem levado a tantos e tantos bizarros ditos como especialistas.
Pcp, pq não exploram os fatos das potências antagônicas.

BraZil
BraZil
6 meses atrás

Após o big stick, Os EEUU substituíram o envio de navios (não havia Força Aérea propriamente ainda), por envio de $$ para financiar o tráfico de drogas, disseminando esse mal pelo seu “quintal” e financiando as “guerras secretas da CIA”. Lembremos que o OSS embrião da CIA e esta própria, surgem junto com a “político de boa vizinhança” e esta trouxe a Disney e Hollywood junto….resumindo: continuaram intervindo pois são nossos patrões amos e senhores e ai de quem não baixar a cabeça…

BraZil
BraZil
6 meses atrás

E não esqueçamos da operação “from collor to rainbow”, que só não foi deflagrada, pois Vargas finalmente sucumbiu a pressão popular e se alinhou ao tio sam. Pressão essa devida ao aumento de afundamentos de navios na costa do Nordeste, alguns bem suspeitos e não assumidos pelos Alemães (ôooooo)…

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  BraZil
6 meses atrás

Caro, todos os afundamentos de navios Brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial constam em arquivos da Kriegsmarine, bem como de testemunhos de submarinistas alemães. Está tudo muito bem documentado.

Os EUA estão longe de serem mocinhos, mas essa dos torpedeamentos dos navios Brasileiros não está na conta deles.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  BraZil
6 meses atrás

Não… os navios brasileiros foram afundados por submarinos nazistas a partir do momento que foi eles adotaram a estratégia de guerra total.

Os registros dos submarinos alemães detalham os locais e as datas dos afundamentos,

Antonio Palhares
Antonio Palhares
6 meses atrás

Sempre fizeram isso. Vejam o caso do México. Cujo maior problema era estar muito longe de Deus e perto demais dos Estados Unidos. Daí perdeu a maior parte do seu território. Realmente não dá para passar pano.

Camargoer.
Camargoer.
6 meses atrás

O problema neste caso é o destino manifesto.. seja lá o que isso signifique. Teria que procurar no Webster dictionary

naval762
naval762
6 meses atrás

Mas e o Putin!? E a Rússia!? Hein!?

JUJU BERTULINA
JUJU BERTULINA
Responder para  naval762
6 meses atrás

Tava na RPDC esses dias.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  naval762
6 meses atrás

Tema de outra matéria.