Três soldados americanos mortos em ataque de drone na Jordânia, pelo menos duas dezenas feridos

Três soldados do Exército dos EUA foram mortos e pelo menos duas dezenas de membros do serviço ficaram feridos em um ataque de drone durante a noite em um pequeno posto avançado dos EUA na Jordânia, disseram autoridades americanas à CNN. Este é o primeiro incidente em que tropas americanas foram mortas por fogo inimigo no Oriente Médio desde o início da guerra em Gaza.

O assassinato de três americanos na Torre 22 na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, representa uma escalada significativa em uma situação já precária no Oriente Médio. As autoridades disseram que o drone foi disparado por militantes apoiados pelo Irã e parecia ter vindo da Síria.

O Comando Central dos EUA confirmou em um comunicado no domingo que três membros do serviço foram mortos e 25 feridos em um ataque de drone unidirecional que “atingiu uma base no nordeste da Jordânia”.

O presidente Joe Biden prometeu no domingo responsabilizar os responsáveis pelo ataque, dizendo que, embora os fatos ainda estejam sendo coletados, “Sabemos que foi realizado por grupos militantes radicais apoiados pelo Irã operando na Síria e no Iraque.”

“Esses membros do serviço encarnavam o melhor de nossa nação: Inabaláveis em sua coragem. Inflexíveis em seu dever. Intransigentes em seu compromisso com nosso país — arriscando sua própria segurança pela segurança de seus companheiros americanos, e nossos aliados e parceiros com quem estamos na luta contra o terrorismo. … Tenham certeza – todos os responsáveis vão prestar contas no momento e da maneira que escolhermos.”

Até sexta-feira, houve mais de 158 ataques às forças dos EUA e da coalizão no Iraque e na Síria, embora os oficiais tenham descrito o constante bombardeio de drones, foguetes e mísseis como malsucedidos, já que frequentemente não causaram ferimentos graves ou danos à infraestrutura.

Não está claro por que as defesas aéreas falharam em interceptar o drone, que parece ser o primeiro ataque conhecido à Torre 22 desde que os ataques às forças dos EUA e da coalizão começaram em 17 de outubro. As forças americanas no posto avançado estão lá como parte de uma missão de aconselhamento e assistência à Jordânia.

Oficiais americanos têm repetidamente dito que não querem ver as crescentes tensões no Oriente Médio se transformarem em uma guerra regional. Perguntado na semana passada se o Pentágono avaliou que os representantes iranianos estavam intensificando seus ataques às forças dos EUA, a secretária de imprensa adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, disse: “Não necessariamente, não.”

Em uma entrevista previamente gravada com a ABC News que foi ao ar no domingo de manhã, o presidente do Estado-Maior Conjunto, general CQ Brown, disse que parte do trabalho dos EUA é “garantir que as coisas que aconteceram no Oriente Médio não ampliem o conflito.”

“O objetivo é dissuadi-los e não queremos seguir um caminho de maior escalada que leve a um conflito muito mais amplo na região”, disse ele.

Houve dezenas de feridos desde que os ataques começaram — um alto oficial militar disse aos repórteres na semana passada que havia cerca de 70 — mas o Pentágono classificou a maioria deles como menores, exceto um soldado americano que ficou gravemente ferido em um ataque no Iraque no Dia de Natal.

O chefe de mandado oficial 4 Garrett Illerbrunn da 82ª Brigada de Aviação de Combate estava prestes a ser enviado de volta aos EUA para tratamento adicional depois de ficar gravemente ferido em um ataque de drone na Base Aérea de Erbil.

Os EUA tomaram várias ações retaliatórias contra os grupos apoiados pelo Irã no Iraque e na Síria, uma das mais recentes na semana passada, quando os EUA atacaram três instalações no Iraque usadas por Kataib Hezbollah e outros grupos afiliados ao Irã.

O assassinato de três americanos também ocorre quando os EUA e o Iraque devem começar em breve as conversas sobre o futuro da presença militar dos EUA no país.

FONTE: CNN