Urbanização dá fôlego para a China crescer por 30 anos
1. O início de 2019 promete ser turbulento para a economia chinesa. Mas a grande esperança é que 2016 não se repita. Nesse ano, a preocupação com o colapso da segunda maior economia do mundo levou as Bolsas mundiais a desabar, o petróleo a cair a menos de US$ 30 e à desvalorização cambial na maioria dos países emergentes.
2. Um fato é inegável: a economia chinesa está desacelerando, embora ainda cresça muito acima da média mundial. O alvo do governo é para que cresça 6% em 2019, abaixo dos 6,5% esperados para 2018. O PIB (Produto Interno Bruto) do ano passado será divulgado nesta segunda (21). Analistas temem que o crescimento seja na casa dos 5%
—taxa que pode parecer muito alta para nós, já que a economia brasileira tem crescido a menos de 3% ao ano desde o início do Plano Real, mas é a menor desde 1990.
3. A economia chinesa é dezenas de vezes maior do que na última vez em que o crescimento foi abaixo de 6%, mas 560 milhões do 1,4 bilhão de chineses vivem no campo, e o crescimento é básico para que a renda dos mais pobres cresça. No momento em que um chinês migra da área rural para a cidade, sua produtividade triplica. Isso, por si só, garante um crescimento econômico de 2% a 3% ao ano. Cerca de 250 milhões de pessoas —mais que a população do Brasil— devem deixar o campo nos próximos 15 a 20 anos.
4. A economia chinesa já cresceu muito, mas ainda tem muito espaço para avançar. Hoje, o PIB por pessoa empregada na China é de menos de US$ 30 mil, enquanto nos EUA é de US$ 115 mil. Isso significa que um trabalhador chinês é, grosso modo, 25% tão produtivo quanto um americano. Com todos os avanços tecnológicos na China, podemos imaginar que um trabalhador chinês possa ter 60% da produtividade americana antes de o país bater nos limites de produtividade.
5. Se fizermos hipóteses conservadoras, com a economia chinesa crescendo a 5,5% ao ano e a americana a 2,5%, a produtividade chinesa chegará à barreira de 60% em 2048. Ou seja, a economia chinesa pode crescer 30 anos sem crises —e não será estranho. Mas o fato de a economia ainda estar longe de bater no limite de produtividade não quer dizer que não haja riscos. Em dezembro de 2018, pela primeira vez desde o susto de 2016, indicadores de confiança de investimentos da indústria foram abaixo de 50 —o que indica possível contração.
6. O único índice que se mantém acima desse nível é o de produção esperada e atividade de negócios. Ou seja, as empresas esperam aumentar a produção, mas pode ser que não aumentem o investimento —um sinal de cautela. Embora a indústria possa desacelerar, o país passa por uma grande transformação, deixando de ser somente a grande fábrica do mundo para se tornar cada vez mais uma economia de serviços.
7. Em 2016, pela primeira vez desde o início do processo de industrialização, o setor de serviços passou a responder por mais da metade do PIB do país (além de 40% do emprego e 80% dos lucros corporativos). Com o aumento da urbanização, algo visto com bons olhos por políticos chineses, a tendência deve continuar. A título de comparação, serviços respondem por 63% do PIB no Brasil, 66% na União Europeia e 77% nos EUA.
8. As vendas ao consumidor crescem por volta de 8% ao ano, acima do crescimento do PIB (embora a venda de carros caia). Ademais, a queda dos indicadores de confiança da indústria é, em parte, contrabalançada pelo setor de serviços, que continua a mostrar robusta expansão. Os imóveis, não obstante a incerteza da economia, dão sinais de recuperação, com preços nas cidades de porte médio crescendo acima dos das maiores cidades, onde os valores já são bem altos. O preço por metro quadrado em Xangai é comparável ao de Nova York. No ano passado, os imóveis ficaram mais caros em 63 das 70 maiores cidades e em 11 das 15 principais capitais.
9. No campo das finanças públicas, o déficit público chinês está sob controle e foi de cerca de 2,5% do PIB em 2018. Como há um medo de desaceleração, o governo deve aumentar seus gastos, com o déficit primário subindo para algo entre 2,6% e 3% em 2019. Mas a dívida pública é de menos de 50% do PIB e o país tem US$ 3 trilhões em reservas internacionais.
10. O país conta com controles de capitais para conter a volatilidade cambial. No passado, o país tinha câmbio fixo, mas hoje o regime é de bandas cambiais, com a entrada líquida de moeda estrangeira afetando a taxa de câmbio. As autoridades monetárias, em 2015, tiveram que ceder a um ataque especulativo. Chegaram a vender quase US$ 1 trilhão em reservas antes de ceder, desvalorizando o câmbio. Hoje, mesmo com a guerra comercial, ainda mantém elevados saldos comerciais, embora no primeiro trimestre de 2018 o saldo tenha ficado negativo pela primeira vez desde 2013 —efeito, em parte, do Ano-Novo Chinês, quando as fábricas fecham e dão férias.
11. O fato é que, nos últimos 40 anos, desde o início das reformas, a China saltou de um país pobre, com 88% da população em extrema pobreza, para classe média alta. Há obstáculos, como o endividamento das empresas estatais, a guerra comercial com os EUA, a queda nas expectativas da indústria e outros. Mas nunca na história da humanidade uma sociedade conseguiu tanto em tão pouco tempo, tirando da pobreza mais de 1 bilhão de pessoas (e contando).
12. O lema de Deng Xiaoping, pai das reformas de mercado e que morreu em 1997, ainda é o grande motor da economia: “Enriquecer é glorioso”. Ainda temos na cabeça a ideia do trabalhador chinês ganhando muito pouco, quase como um escravo que trabalharia até a exaustão por salários minúsculos. Essa visão está errada, por dois motivos. Em primeiro lugar, o país atingiu o pico do número de trabalhadores. A população chinesa não deve passar muito de 1,4 bilhão de pessoas. Em 20 anos, deve ser menor do que hoje.
13. O importante: a população, já com idade mediana de 37 anos (ou seja, 700 milhões de pessoas têm mais idade que isso), vai envelhecer sobremaneira. A idade mediana deve ir para 47, com redução de 90 milhões de trabalhadores nas próximas duas décadas, segundo o Banco Mundial. Em segundo lugar, o salário mínimo tem aumentado bem acima da inflação —que é bem baixa, de cerca de 2% ao ano. Na China não há salário mínimo nacional, e em 2018 mais da metade das 31 províncias aumentou o salário.
14. A variação regional é grande. Em Pequim, o salário mínimo é de 2.120 yuans (cerca de R$ 1.100), enquanto em Anhui, uma província pobre, ele é de 1.150 yuans (R$ 632). Em Xangai, vi de perto o processo de melhoria de vida ao longo dos dez anos que vou ao país. Em 2009, um corte de cabelos custava 15 yuans (R$ 8). Hoje, não sai por menos de 42 yuans (R$ 23). Grande parte do aumento foi direto para a conta dos trabalhadores —assim como no Brasil, é comum que patrões chineses reclamem dos aumentos constantes de salário.
15. Claro que ganhar salário mínimo, como em qualquer lugar, não faz de ninguém na China classe média, e quem ganha pouco corta um dobrado, mas também não dá para dizer que as pessoas são semiescravas. Em outra frente, o país tem avançado tecnologicamente. O processo de industrialização é como uma escada, na qual cada degrau significa produzir menos produtos pouco sofisticados e mais bens tecnologicamente superiores.
16. A China já investe quase 50% do montante investido nos EUA em pesquisa e desenvolvimento. O plano do governo é de aumentar esse investimento dos atuais 2,2% do PIB para mais de 2,5% já em 2020. O país já é colíder mundial em inteligência artificial e no chamado machine learning —aprendizado de máquinas, uma forma de aplicar a inteligência artificial. Muito da produção de bens de baixa qualidade já se mudou para Bangladesh, Camboja e outros países.
17. Outra característica importante: o trabalhador chinês é bastante sofisticado, tendo acesso a uma gama de produtos com os quais a maioria dos brasileiros nem sonharia. O Taobao, da Alibaba, por exemplo, tem cerca de 800 milhões de produtos a venda. A Alibaba, em 2018, vendeu produtos para mais de 600 milhões de chineses. As vendas são de mais de US$ 1 trilhão por ano e cresceram 20% em 2018. A cada 10 compras online no mundo, 4 são na China. Isso permite que muitas pessoas se tornem microempreendedoras e consumidores busquem o melhor preço em qualquer lugar do país. Assim, o salário vai mais longe.
FONTE: Folha de S.Paulo
Ainda temos na cabeça a ideia do trabalhador chinês ganhando muito pouco, quase como um escravo que trabalharia até a exaustão por salários minúsculos´´
Não sei se isso é verdade, ou deixou de ser. Mas ideologias a parte, querendo ou não, sempre admirei como a China
fez o dever de casa´´ pra se tornar grande. Investiram pesado em infra-estrutura, educação, P&D, empreendedorismo. Traçaram uma meta e planos a longo prazo pra serem grandes, e fizeram a lição. Discussões ideológicas a parte, eles merecem esse crescimento e seu atual status.
Queria que meu país tivesse feito metade disso…
Vai se enganando.
Questão interessante.
Classe média emergente. Com cada vez mais poder de compra. Uma hora esse povo vai querer “botar as asinhas de fora”: querer mais liberdade de expressão e política, vão querer ser representados politicamente. E é fato que, por mais totalitário que um governo seja, as novas gerações SEMPRE vão querer mais liberdades do que a geração anterior, por causa do maior nível de escolaridade.
Até quando o governo chinês vai sustentar isso? Como seria uma China com governo multipartidário? Mas com o Xi-Jinping no poder, não acho que isso ocorra a curto ou médio prazo.
Não vai acontecer nunca. O povo sabe que é o Partido Comunista que está propiciando tudo isso a ele.
E, ainda mais, reconquistando a glória de outrora quando era a maior potência do mundo.
Pode-se imaginar o orgulho do povo chinês dos seus Governo e Partido.
Reconhecimento facial massivo. Governo querendo classificar os cidadão com nota, quanto mais crítico é o cidadão com relação ao governo, menor é a nota que ele recebe, e o mesmo sofre consequências econômicas e sociais. Internet totalmente filtrada pelo Partido. Partido único. Liberdade de expressão e liberdades individuais quase inexistentes. Representação política inexistente. Se, no momento, o povo tá orgulhoso´´ com o governo por causa da economia, e se esqueceu´´ dessas questões, imagino quando começar a primeira crise econômica e o povo subitamente se lembrar´´ de que não tem liberdade política, e começarem a ficar chateados´´ com o governo por… Read more »
Tá difícil pro chinês lembrar as glórias do passado remoto porque está vivo na memória deles o que o Partido fez com eles num passado recente.
Eu imagino sim o que o povo sente pelo partido…
Sua boal de cristal esta quebrada…..corrija a sua bussola, a historia ai esta para seu conhecimento e mostra exatamente o contrario de sua afirmacao exdruchula.
O que vi lá foi que o sujeito comum atribui muito mais a “abertura” e “ocidentalização” econômica que ao Comunismo, propriamente, daí que suspeito que este militante virtual parece que só está cá para repetir o que mandam os patrões vermelhos dele. Sem contar que tais patrões rezam todo dia para que a amizade com a Rússia continue… O governo chinês luta contra esta “glória” – vista pelo sujeito comum como relacionada ao seu passado “feudal”/confuciano/imperial, basta ver a produção cinematográfica recente de lá, para além do crescente uso de VPNs e mecanismos de burla da censura oficial. O Partidão… Read more »
Até onde eu sei é o nefasto, corrupto, desalmado, explorador, mentiroso…..
Capitalismo burguês que está ajudando os chineses terem uma vida não tão miserável.
Essa visão estropiada de esquerdista não condiz com a verdade, pois é,apenas,uma questão de tempo(quando?),e logo haverá por parte da população,o clamor,pressão, por mudanças.Não confundas desejos pessoais com a realidade.
Outro engano seu:governo,partido não dá nada a ninguém,não existe almoço grátis,pois alguém paga por ele.Mesmo,se fosse o caso,de uma economia 100% estatizada,quem produz são os trabalhadores e não burocratas do partido.Na China de capitalismo selvagem,cujos trabalhadores quase não tem direito,não tem como manter,se sustentar isso indefinitivamente.Logo,logo as demandas aparecerão.Será que a historia das nações não lhe ensina nada?Se vc viver,vc vera!
A grande questão da economia chinesa é que provavelmente perderá competitividade no mundo a medida (isso é incrível) em que o crescimento econômico altera a relação de custo de produção com o aumento de salario para os “novos classe média” chineses. A China hoje em dia não faz magica. Os seus custos totais de mão de obra e encargos em geral ainda são mais baixos dos que o Ocidente Industrializado. Os chineses não tem como fugir disso, a não ser que continuem com o regime autoritário de sempre cagando regras internas que não estão inseridas nas leis de mercado do… Read more »
À medida em que os custos aumentam, o que é natural quando a economia fica mais sofisticada, os chineses vão expandindo suas fábricas para países com menores custos.
E para isso, eles têm uma miríade de vizinhos que, inclusive, já estão recebendo estas indústrias.
E digo mais. Estas fábricas eles estão espalhando sua fábricas pela Ásia e África.
Tudo isso é apenas uma faceta da famosa Inciativa Belt & Road.
Quando vc pensa que está indo, os chineses já estão voltando.
A China está remodelando seu sistema de desenvolvimento.
Com uma certa saturação do crescimento baseado em exportações, está começando a estimular o consumo interno.
Não que desestimule as exportações completamente, as quais são maiores do mundo, disparado.
Mas, começam a aparecer os resultados espetaculares da Iniciativa B&R
Li hoje que está o comércio dela com esses países cresceu cerca de 17% para casa de 1,4 trilhão de dólares, com as importações chinesas aumentando cerca de 24%.
Em tempo. A China vem comprando diversas portos pelo Mundo, na esteira dessa Iniciativa Belt and Road.
Diversos portos na Ásia e na Europa estão sob concessão chinesa. As mais recentes aquisições são na Espanha, Bélgica e Israel.
Cerca de 10% da movimentação de cargas na Europa já estão em mãos chinesas.
Mais uma vez, e dai ?? o Japao empreendeu a mesma politica a 40 anos atras, esta endividada ate o pescoço e somente agora baixou a poeira com sua divida imobiliaria. Enfim, ate quando vai durar esse carnaval na China e tendo mais de 800 milhoes ainda a beira da pobreza e fora da mesa de comida ?? jogue seus dados ai garoto, voce nao sabe o que escreve e nem tem a minima nocao do que acredita. Enfim, mais um com poucos neuronios que tenta pintar o paraiso do comunismo e socialismo , mas nao vai embora para nenhum… Read more »
Só que a China tem uma população dez vezes maior que a do Japão, além de uma economia cinco vezes maior e um território que nem vale a pena comparar.
O projeto geopolítico da china comunista, nos termos do depravado russo Dugin, é “atlantista”: materialista e comercial – One Belt One Road, como reativação da “Rota da Seda” é uma manteira bonita de querer fazer tais países colônias/”escravas” no caminho completamente dependentes da China para tudo… No meu ver, quem critica o Imperialismo yankee não tem lá muita moral para elogiar o imperialismo predatório chinês.
“tirando da pobreza mais de 1 bilhão de pessoas” finjo que acredito, então não existe mais pobres na China? Kkkk
Até hoje existe muita mão de obra análoga a escravidão por lá, assim que eles fazem roupas por centavos
A maioria da população vive em péssimas condições ainda, só que isso sempre é escondido, ou acreditam que um país autoritário como eles vão revelar tudo que está errado dentro de suas fronteiras? Obviamente que não, não querem que o mundo veja essa realidade
Trabalho escravo existe nas fazendas brasileiras e nos sótãos de pequenas confecções de São Paulo.
Existe também infelizmente, mas não tem como comparar com a realidade da África e da Ásia, até por uma questão populacional e cultural, lá isso ocorre em uma quantidade absurda, é uma realidade lamentavel
O que não consigo é ver semelhanças entre Brasil e China. Cultura e história totalmente diferentes. A China é uma país milenar, o Brasil ainda é jovem. A as escalas de tudo a que chegou a China não tem paralelo no Brasil. Não podemos pensar que o que deu certo lá pode ser adaptado aqui. E é verdade que a China do tempo da exploração da mão de obra está ficando para trás. Um ponto pouco comentado e que gera vantagem comparativa para os Chineses é a questão ambiental, lá as regras ainda são frouxas e permitem uma indústria altamente… Read more »
Mercado interno é capaz, sim, de manter crescimento econômico. Especialmente um na casa dos bilhões de habitantes. Mas isso só acontece quando a renda interna sobe, uma economia exportadora, que acumula recursos para o Estado, forçaria o mesmo Estado a aumentar a renda dos cidadãos, seja por menos impostos, seja por serviços públicos melhores, seja por distribuição pura e simples de dinheiro. Fazendo um paralelo com o Brasil: o nosso Estado consome os recursos públicos de modo atrabiliário: obras públicas superfaturadas, corrupção, empreguismo, incompetência generalizada. Daí os impostos (altos) que são cobrados, não são repassados para a população nem por… Read more »
Falando em bolha e aps vazios, se não me engano existem umas 20 “cidades fantasmas” por lá, se não me engano, existe uma chamada Kangabashi, construída para mais de um milhão de pessoas, mas que possui no máximo umas 50 mil
Por que estão vazias?
Não há gente ou não têm dinheiro para comprar?
Eles criam cidades no meio do nada, somente para manter os empregos e a economia girando em torno de tudo que é relacionado a construção civil.
https://www.youtube.com/watch?v=TiTDU8MZRYw
Kkkkk, se uma China subdesenvolvida (desculpe, gosto mais dos termos de 20, 30 anos atrás, menos eufemístico do que o atual “em desenvolvimento”) já incomoda (despertando raiva e inveja), o que será a China daqui a 30 anos? Desenvolvida já foi no passado, mas seus imperadores e mandarins orgulhosa (e burramente) se isolaram do resto do mundo, agora retomam o desenvolvimento perdido e, certamente, desta vez, aprendido a lição do passado, sem dar as costas pro Ocidente, pra não tomarem uma segunda facada nas costas.
E eu que ha 30 anos atrás achava que países super populosos estavam condenados ao subdesenvolvimento , só vivendo e aprendendo mesmo.
Espetacular essa foto de Xangai.
Li ontem, no Global Times (ou no Caixin, não lembro) que a expectativa é que em pouquíssimos anos Xangai se torne um dos maiores centros financeiros do mundo. Se não me engano, a reportagem dizia que seria em 2020.
Isso na esteira do aumento da importância do yuan como moeda internacional.
Samuca
Se forem mantidas as taxas de crescimento atuais, em cerca de dez anos a economia da China será, em PPC, maior que as dos EUA, Japão, Alemanha, França, Inglaterra e Itália juntas.
E isso com uma população muito maior que a desses países somados.
Realmente é um assombro.
…..a questão e até quando este crescimento vai se sustentar, pois em algum momento no futuro próximo ele vai desacelerar e ai? Quais serão as medidas a serem tomadas pelo governo chinês? Como lidar com uma mastodonte bolha imobiliária que cedo ou tarde vai estourar e será, com certeza, um deus nos cacuada. Crescimento economico ancorado em desvalorização artificial da moeda nacional, mais práticas comerciais nebulosas, problemas com os vizinhos mais próximos, guerra comercial com os EUA, o horizonte é bem complicado para o governo chinês.
Se a China ainda se utiliza de trabalho escravo eu não sei, mas que o ocidente adora se utilizar desse suposto trabalho escravo disso eu não tenho dúvidas.
Vamos criticar bastante o trabalho escravo mas vamos continuar usando produtos feitos por eles, somos muito, mas muito hipócritas mesmo.
O maior problema da China é alimentar adequadamente esse 1,4 bilhão de pessoas. As terras agriculturáveis são escassas e nem a irrigação está mais dando conta da produção. O ecossistema chinês está praticamente destruído de forma irreversível. Para enfrentar esse problema estão praticando o mais nefasto colonialismo na África, a custa de crédito e corrupção. Há países na África (Angola, Quênia, Etiópia, Moçambique, Tanzânia, para citar os piores casos) com suas economias e com suas infraestruturas (estradas, pontes, portos, refinarias, aeroportos, etc) totalmente “financiadas” por empréstimos chineses. Podemos até dizer com algum exagêro, claro, que alguns países africanos foram “alugados”… Read more »
Em vista do que os Países ocidentais faziam na África, a situação atual está ótima. Até as guerras acabaram. Agora, eles trabalham e prosperam sob os ensinamentos chineses.
O Ocidente só deixou pobreza e desgraça por lá.
Sim, a África virou um mundo encantado sob a benevolente, desinteressada e inocente ajuda chinesa. Os nobríssimos orientais fazem tudo isso por caridade. Esses orientais são perfeitos! Onde eles tocam, os problemas acabam, todo mundo fica feliz e a pobreza, por mágica, desaparece. Devíamos todos nos tornar orientais, ou melhor, chineses, tecendo loas à superioridade dos decendentes de Mao….te orienta, pica fumo! Pega tuas tralhas e vaza….vai morar na China, Rússia, Irã ou na P…..Q….. P…….
Desculpe, mas o seu comentário está meio fora do contexto, além de mostrar uma relativização desonesta. Os “ensinamentos” chineses” que você citou estão demolindo e extorquindo países mundo a fora conforme conveniências e necessidades exclusivamente chinesas, enquanto a civilização ocidental construiu e organizou sociedades plurais e livres.
Claro que nesse processo histórico houveram êrros e excessos, mas a História mostra que o “Oriente” nunca soube (ou pôde) desenvolver o Renascimento que o “Ocidente” soube construir. Basta ver o número de democracias no Oriente Médio e no mundo muçulmano, talvez dê até para contar nos dedos dos seus pés.
Dr. Mundico. Não se preocupe à toa. É uma tendência irreversível. O centro do poder econômico está se deslocando para o Oriente com as presumíveis consequências políticas e militares. As cansadas e estagnadas economias ocidentais não terão como competir com o dinamismo dos países de lá. E isso se aplica a todos os setores e, principalmente, ao automobilístico que vc sempre gosta de comentar. Faço, assim, minhas as palavras do Professor Jonas Nahm, da Escola John Hopkins, quando explicou o predomínio chinês na questão de autos de nova energia, conforme trecho transcrito abaixo: “A indústria sempre foi dominada pelo Japão,… Read more »
Devido ao avançado da hora, ontem não foi possível colocar alguns textos sobre esse assunto..
Abaixo, alguns links bem interessantes e atuais.
https://zap.aeiou.pt/china-esta-prestes-a-dominar-zambia-219573
http://www.angonoticias.com/Artigos/item/58891/divida-a-china-vale-20-por-cento-do-pib
https://observador.pt/2018/09/05/divida-de-angola-a-china-ronda-os-23-mil-milhoes-de-dolares/
https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,divida-de-paises-da-africa-com-a-china-nao-para-de-aumentar,70002624222
https://www.youtube.com/watch?v=PGv_RigOwpg
https://www.youtube.com/watch?v=BKtOv74TH30
https://www.youtube.com/watch?v=Rt40OQFW_zI
https://www.youtube.com/watch?v=0YT0RVR-yYs
Boa leitura.
Vc sabe o que é FMI?
Sabe qual o legado nefasto que ele deixou, principalmente na América Latina?
O fato concreto que a China está impulsionando, e muito, a construção da infra-estrutura na África.
Coisa que nenhum outro país sequer pensou em fazer.
Sinceramente, mas não sei o que FMI tem a ver com isso, a não ser para extravasar rancor e meter um discurso infanto-juvenil decorado. Na falta do que dizer, coloca o assunto “FMI” como argumentação…francamente….
Discorra sobre as diferenças entre as linhas de crédito oferecidas pelo FMI e as oferecidas pelos chineses.
Aí vc verá quem está interessado em promover o desenvolvimento em outros países.
A China não precisa ser a melhor em tudo, precisa ser “apenas” competente.
Uma população de 1.4 bi equivale a uma força de trabalho monstruosa, com uma população desta produzindo riqueza e havendo um mercado interno de consumo à altura, vira potência mundial dominante ao natural. Claro que uma população gigante traz alguns problemas gigantes também, alimentar todas estas bocas não é fácil.
Só a Índia poderia rivalizar, pois tem população próxima a da China, mas seu sistema social de castas dificulta um “boom” semelhante ao da China.
Grandes populações não implicam necessariamente em altos níveis de desenvolvimento, antes o contrário. Podem ser até um grande problema. Desse 1,4 bilhão de habitantes devemos tirar os velhos e as crianças, que na verdade precisam ser “sustentados” pelos que produzem. Com a as baixas taxas de natalidade e o aumento da população de idosos, a China em pouco tempo terá que comer tampada para garantir meios para tanta gente fora do sistema produtivo. A única solução é o aumento da produtividade através da tecnologia, que costuma custar muito dinheiro. Enfim, é aquela história, até para ganhar dinheiro você tem que… Read more »
Vai se iludindo. Até vc descobrir que, um dia, seu patrão será um chinês.
Tem razão, o envelhecimento populacional chinês será muito rápido, fruto da política de filho único vigente da década de 70 até há dois ou três anos atrás. A política foi revista mas agora, com a população mais rica e as mulheres no mercado de trabalho, as taxas de fecundidade não retornarão aos níveis anteriores. Sustentar uma grande população idosa com uma geração ativa muito menor será um problema. Um dos motivos da “decadência” européia tem a ver com o fato deles estarem em uma fase avançada do envelhecimento. Populações envelhecidas tem de gastar dinheiro sustentando seus idosos, consumindo recursos de… Read more »
“colombelli O fato é que eles exploram trabalho escravo e não respeitam patentes de nada. Predadores. Navegante Até hoje existe muita mão de obra análoga a escravidão por lá, assim que eles fazem roupas por centavos” Esta falsa direita que vendem neste pais fala muito em liberdade, livre comércio, estado mínimo quando é pra defender a submissão aos eua…já quando se trata de comércio com países como China falam de disputa desleal…na lei da selva do mercado vale a lei de ferro do “te vira, produz tu tuas mercadorias do jeito mais barato e morra a concorrência”…se os liberais não… Read more »
O salário médio do chinês ultrapassou o do brasileiro em 2017.
E de lá para cá, o deles continuou subindo e o nosso continuou caindo.
Porque aqui o patrão para poder trocar de carro a cada seis meses quer matar de fome os empregados.
E nem precisamos lembrar que além do Brasil ser um País pobre tem a PIOR distribuição de renda do Mundo.
..
Das 500 maiores empresas do mundo 98 são chinesas(dados de 2015 – Fortune Global 500 List)….As top 12 da China são todas estatais…Dessas 98 apenas 22 são privadas…Em 2010 apenas 46 empresas chinesas apareciam na lista…Em 2000 apenas 10…. E a China está em vias de se tornar a maior economia do mundo e está criando milionários mais rapidamente do que qualquer outro país…
Dr.Adriano Benayon – O Verdadeiro modelo econômico :
https://www.youtube.com/watch?v=auweQHWImD4
Segundo a Fortune Global 500 de 2018, com dados relativos a 2017, já são 111 empresas chinesas.
A verdade é que esse modelo de crescimento chinês só funciona sem democracia.
Sem a mão de ferro, desaba como um baralho de cartas.
Prezados, A China consumiu, nos últimos 20 anos, mais aço e cimento que os EUA consumiram em 100 anos…! Esse fomento insano em infraestrutura e no mercado de construção civil tem por propósito único alavancar os outros setores da economia, num típico movimento keynesiano, só que em proporções cavalares, como nunca antes realizado. Claro que, como todo o “doping” keynesiano, há um limite natural de até onde isso pode ir, e normalmente se encontra na própria base de onde é retirada os valores para o investimento, que se soma ao interesse pelo objeto de favorecimento e que seca naturalmente a… Read more »
Essa matéria é propaganda pura.
E depois sou criticado por fazer comentários ruins… que falo que tem “torcida”, etc, etc, etc.
O jeito é ler as noticias e refleti-las passando longe dos comentarios.
Fiquem bem…
Se o texto tem um autor, é obrigatório mencionar.
Mas o texto prova mal como a urbanização chinesa proverá os próximos trinta anos. De fato, nenhuma estatística da evolução histórica dos índices da urbanização strictu sensu foi usado e muito pouco foi mobilizado dessa ciência ainda pouco conhecida que é o urbanismo, que não se confunde com economia e política.
O que ele fala é que a população rural que digamos seja mais de 400 milhões de pessoas irão para os litorais chineses com grande densidade populacional fazendo com que essa grande mobilidade incremente mais produtividade e comércio, já que estaríamos falando de centenas de milhões de chineses. Com esta mobilidade, haverá mais espaço para produção e consumo tanto internamente como externamente, com a total disponibilidade de capital(máquinas e ferramentas), essa grande população que foram para áreas urbanas farão o PIB crescer quase que por inércia, porém é difícil dizer o quanto seria, já que outras questões têm de ser… Read more »
Argumentação falha: a partir do retrato atual, projeta desideratos sem considerar a história e os processos reais de urbanização, que não são ilimitados ou dotados de progressão linear. Mas enfim…
Mas é claro que não são ilimitados, porém a quantidade de pessoas vivendo na China expande a limitação do processo de urbanização, com esses números, tudo pode ser expandido ao máximo dentro da limitação chinesa, porém não pode desconsiderar outros fatores como eu já disse anteriormente.
a china cresce e o mundo cresce com ela. o país comunista modelo para os capitalistas: ordem sem democracia, meios de comunicação controlados, sem oposição, censura ferrenha e bilhões de dólares para que os discursos sobre as liberdades democráticas fiquem só nos discursos, pois todos querem um quinhão desse comércio. a china é a venezuela que deu certo.
Propaganda chinesa pura e simples propaganda …
E tem uns que divulgam essas mentiras … porque sera ?
Por dinheiro ou por amor ideológico ?
Fica as duvidas no ar …
Em tempo:
E o pior e que muitos alienados da realidade, leem essas mentiras, acreditam e ainda espalham …
“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade“
essa frase é de Joseph Goebbels, que foi ministro da Propaganda nazista de Adolf Hitler mas que com certeza e usada muito no comitê do partido na china.
Para todos que propaga e afirma sobre a “maravilhosa e imbatível China”.
Vocês já viram esse filme antes?!
União Soviética. Esse nome, partido político, econômia, oponente.
É repetido. Ou não ?