‘O professor pagava meu almoço’: jovem de periferia aprovada no IME
Camilla Veras Mota
Da BBC Brasil em São Paulo
Bárbara da Costa Araujo matou a curiosidade de conhecer a sala de embarque do aeroporto de Fortaleza há poucas semanas. Apesar de morar há anos em um dos bairros no entorno do aeroporto, até então a experiência dela com o terminal se resumia ao barulho dos pousos e decolagens.
Com passagem só de ida – comprada com as milhas de seu professor de matemática -, a jovem de 19 anos tinha como destino o Rio de Janeiro, onde faria sua matrícula no Instituto Militar de Engenharia (IME).
É dela uma das 98 vagas disputadas em um dos vestibulares mais exigentes do país, em uma maratona de provas com ênfase nas matérias de exatas, feita por quase 6,3 mil alunos de todo o país.
“As provas discursivas de matemática e física são as mais difíceis do país, mais do que as do ITA”, diz Francisco Antônio Martins de Paiva, o professor Max, que acompanhou a jovem e que há 20 anos dá aulas em turmas preparatórias para as provas do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do IME. “A gente brinca que, se um professor conseguir acertar metade das questões, a escola pode contratar (para dar aula nas turmas regulares) de olho fechado”, completa.
O perfil de Bárbara destoa da grande maioria dos aprovados no instituto – e nos cursos mais disputados das demais instituições de ensino superior do país -, egressos de escolas particulares e de classe média e alta.
Ela é a primeira pessoa da família a entrar na faculdade. A avó e a mãe, com quem morava em uma casa simples, trabalharam praticamente a vida inteira fazendo faxinas.
Ela estudou até a 8ª série em uma escola estadual do bairro perifério da Vila União, cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de 0,467, equivale a pouco mais da metade do registrado em Fortaleza, 0,732, de acordo com dados de 2014 compilados pela prefeitura.
O indicador é construído a partir de dados de renda, saúde e educação de cada região; quanto mais próximo de 1, mais desenvolvida ela é.
No fim do ensino fundamental, em 2012, Barbara disputou com outros 400 jovens de bairros carentes uma das 20 bolsas custeadas por uma ONG de educação. Se fosse selecionada, poderia cursar o ensino médio em uma escola particular. Vencidas as nove etapas do processo, Bárbara foi matriculada no ano seguinte.
De ônibus, o trajeto até a nova sala de aula, no centro de Fortaleza, era de mais ou menos uma hora. Tempo que ela considera razoável, já que o namorado – também bolsista do mesmo programa – acordava às 4 da manhã para ir de Caucaia, cidade-satélite da capital, a Fortaleza.
O nível da turma era alto, ela lembra, mas os anos de estudos para Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) – sempre por conta própria, já que a mãe sempre a deixara “muito solta” – ajudaram no primeiro ano.
Com bom desempenho, ela conseguiu uma vaga nas turmas especiais preparatórias para os vestibulares do IME, que têm mais aulas de matemática, física e química.
“Foi um baque, tirei o primeiro 4 da minha vida, em física. Foi horrível”, ela conta. Bárbara abriu mão das olimpíadas de matemática para se concentrar no pré-vestibular e as notas melhoraram. Na primeira tentativa, ela foi aprovada em engenharia na Universidade Federal do Ceará (UFC), mas queria mais.
O problema é que a bolsa financiada pela ONG só se estendia até o terceiro ano do ensino médio. A escola topou custear o curso extensivo. No primeiro ano, contudo, o mal de Parkinson que acometia o avô piorou. A mãe parou de trabalhar para cuidar dele.
O orçamento da família, que já era apertado, ficou ainda mais restrito. Um dos remédios de uso contínuo custava R$ 35 por semana. “Isso era muito pra gente”.
O avô faleceu e, depois daquele ano difícil, Bárbara não fez boas provas.
A pressão para que a jovem começasse a trabalhar aumentou – a aposentadoria do avô era parte importante da renda doméstica – e, no segundo ano de cursinho, a escola ofereceu a Bárbara uma vaga no alojamento que mantém para hospedar alunos carentes vindos do interior do Ceará e de outras partes do país com potencial de aprovação. “Isso ajudou a me afastar um pouco dos problemas”.
Um dos professores pagou seu almoço durante todo o ano letivo e outro contribuía com algumas despesas esporádicas com as quais ela não conseguia arcar.
O professor Max foi buscar Bárbara no dia da mudança – para surpresa dele, restrita a uma mochila e um saco de supermercado. “A casa era um espaço entre dois imóveis, um vão de dois ou três metros, que a família cobriu e colocou uma porta improvisada. Sem estrutura nenhuma”, ele lembra.
‘Aos 21 anos, eu não sabia somar frações’
A realidade não era tão diferente da história do próprio professor. Max nasceu em Canindé, no interior do Ceará, e cresceu numa vila em que os moradores dividiam todos o mesmo banheiro. “Em casa não tinha uma mesa, eu estudava na rede”, conta.
Em 1992 prestou o primeiro vestibular para História e, no início do curso, descobriu que era apaixonado por matemática. “Aos 21 anos, eu não sabia somar frações. Comecei a estudar sozinho, o que me abriu a possibilidade para que começasse a dar aulas particulares para ganhar algum dinheiro”.
Ele mudou de curso, virou professor em uma escola pública e, pouco tempo depois, foi convidado por uma escola particular – para dar aulas de ciências.
No esforço para adquirir conhecimento por conta própria, resolvia dezenas de provas. Foi assim que descobriu os testes do ITA, entre os mais difíceis do país. “A primeira vez que peguei uma prova, não sabia resolver uma questão. Pensei na hora: ‘opa, é isso aqui mesmo que eu quero'”.
O que começou como desafio virou vocação. Há 20 anos ele é titular das turmas especiais do pré-vestibular.
“Também tive gente que acreditou em mim”.
Desigualdade de oportunidades
Histórias como a do professor Max e a de Bárbara são exceções. “Muito do futuro de quem nasce no Brasil está determinado por suas condições socioeconômicas quando nasce”, diz o pesquisador do Insper Naercio Menezes Filho, estudioso dos temas de educação, mercado de trabalho e desigualdade.
“A diferença entre o sistema público de educação e as escolas privadas, entre outras razões, alimenta uma desigualdade de oportunidades que é enorme no país”, acrescenta.
Para se ter uma ideia, ele exemplifica, filhos de pais analfabetos têm 3% de chance de concluir o ensino superior – percentual que cresce para 70% quando os os pais passaram pela universidade.
A escolaridade, por sua vez, é determinante para definir o nível de renda e até onde o salário de cada um pode chegar. No Brasil, a remuneração média de quem tem ensino médio completo é de R$ 1 mil, valor que salta para R$ 4,6 mil para quem conseguiu concluir uma faculdade.
Engenheira da Fórmula 1
Bárbara sabe que é uma dessas exceções estatísticas, mas isso não a impede de sonhar alto.
“Eu não gosto que me coloquem limite”, ela disse, inicialmente se referindo ao fato de que muita gente da família e do bairro torceu o nariz quando ela disse que queria ser engenheira.
Apaixonada por carros, quer trabalhar na Fórmula 1. Ao longo da infância e da adolescência ela sempre se imaginou nos boxes que via nas transmissões das corridas pela televisão, trabalhando nos carros que passam pelo pit stop.
“Eu sei, é sonhar alto, mas me deixem sonhar!”, ela diz, rindo.
Com o olho grudado na tela, nos ziguezagues que parecem intermináveis para quem não gosta do esporte, ela ouvia da mãe e da avó: “Barbara, aprende a fazer as coisas de casa, aprende, porque em algum momento você vai casar e nao vai saber fazer nada”.
Insistiam para que ela escolhesse uma carreira “mais feminina”, que fosse pediatra ou professora. “Eu acho que, quanto mais baixa é a classe social, maior é o machismo”, comenta.
O resultado da aprovação saiu no dia 6 de dezembro. Depois de comemorar, a ficha caiu. “Pronto, passei. Agora não tenho dinheiro pra um exame (médico), pra uma passagem”, conta, com bom humor.
O professor Max juntou suas milhas e comprou-lhe o tíquete para o Rio de Janeiro. O diretor da escola descobriu e resolveu pagar os exames médicos exigidos pelo instituto.
“Eu tive muitas oportunidades e gente que acreditou em mim. Muita gente não teve as mesmas oportunidades que eu, sei disso”. Aos amigos, por isso, ela aconselha que agarrem as chances sempre que elas aparecerem.
A jovem optou pelo IME, onde está matriculada como oficial da ativa, por conta do salário que a universidade paga aos alunos durante os 5 anos de curso – além, claro, da possibilidade de cursar mecânica de automóveis.
Ela mora em um alojamento dentro do instituto, localizado na Praia Vermelha, no bairro da Urca.
Bárbara quer mandar parte da renda mensal para a mãe e a avó, guardar um pouquinho para comprar uma passagem “de volta” para Fortaleza – para visitar a família e o namorado, aprovado em engenharia em uma faculdade pública do Ceará – e economizar para comprar, no futuro, uma casa melhor para a avó – o que, para ela, é “o maior sonho”.
FONTE: BBC
A exceção confirma a regra, não a exclui. A Universidade pública gratuita alimenta a desigualdade, e não serão as cotas que equilibrarão o jogo, mas a cobrança de quem pode pagar por um ensino de excelência.
Sem ativismos racial, social ou sexual … Apenas, e tão somente, o esforço individual (e quanto esforço), a meritocracia, e uma dose de mecenato…, muito comum no surgimento das mentes brilhantes …
Parabéns!
Se cada brasileiro milionário investisse num jovem, só um, muito em breve o Brasil ganharia um prêmio Nobel por ano.
Isto não é nada para tem filhos que andam em carrões de um milhão de reais (de R$ 300 mil é coisa de “pobre”) e gastam no mínimo R$ 10 mil numa noitada.
Dinheiro existe. Falta solidariedade e patriotismo.
Graças a Deus não foi doutrinada por um professor comunista. Parabéns!
Parabéns a ela, mereceu ,só não gostei da parte do “machismo” onde não tem nada de machismo .
Essa desigualdade de oportunidade existe justamente por existir muita escola publica , que só ensina besteira para os alunos.
Há alguns anos, uns 10 anos atrás, um aluno do interior de SP foi aprovado no ITA. Ele era bem humilde também. Na época acho que neme existia cotas.
O sistema de ensino no Brasil filtra “quem tem mais dinheiro” por isso nunca produziu nenhum prêmio nobel sequer.
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Muitas pessoas como essa moça, mas que não possuem um patrono, não encontram lugar em boas universidades, justamente aqueles cujo método de seleção são provas ou vestibulares (enem incluso).
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A admissão no ensino público deveria ser por uma Comissão, um órgão colegiado responsável por “aceitar” o aluno na Academia.
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Vestibular/ENEM é cota pra rico.
ps. na Alemanha é assim.
O sistema de ensino filtra quem teve o melhor ensino básico e médio. Somente esses conseguem chegar ao topo do ensino superior. A culpa então é de quem teve oportunidade de dar melhor ensino para os filhos? Não, a culpa é do ensino básico e médio de baixíssimo nível. Em suma, o problema do sistema de ensino brasileiro não é o acesso ao ensino superior de qualidade, mas sim as péssimas condições de ensino das escolas públicas, as quais tem se ocupado de encher a cabeça do jovem de lixo desde a nova diretriz aprovada ainda na era FHC e… Read more »
Exato, o governo não tem que ficar criando quota pra gente incapaz chegar onde não merece por ser minoria, tem que melhorar o ensino publico de base, porém é mais facil fazer populismo com a nossa grana que atacar a raiz do problema
Doug385 3 de Fevereiro de 2018 at 15:21
Penso parecido.
Em toda preparação, só progride quem tem bons fundamentos e boa base. Melhorando a educação básica, há melhores oportunidades. Mas o governo só quer escola como campo de concentração para doutrinação…
Quem quer, consegue. Sem vitimismo, com trabalho duro e vida honrada.
O resto fica dançando funk e axé, gastando energia com sexo ou video games, perdendo neurônios com drogas, perdendo tempo sendo idiota-útil defensor de ideologia, etc.
Bosco 3 de Fevereiro de 2018 at 14:24
Instituto Militar de Engenharia e nem por isto menos feminina!
Empenho, esforço, dedicação e ajudas providenciais.
“João Adaime 3 de Fevereiro de 2018 at 14:10
Se cada brasileiro milionário investisse num jovem, só um, muito em breve o Brasil ganharia um prêmio Nobel por ano.”
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Está ai um sonho meu…
Gostaria muito de “bancar” a educação de alguém menos favorecido… Acredito que essa seja a melhor forma de ascensão social/econômica q existe !
Do jeito que falam parece que é muito difícil entrar numa universidade pública.
Uma pessoa com tempo para estudar de forma autodidata e que tenha um QI acima da média entra tranquilamente, sem precisar de cursinho.
Se for um curso menos concorrido, nem precisa de um QI acima da média ou de muito tempo para estudar.
Mas é mais fácil ficar de mimimi do que estudar, por isso, proporcionalmente, entram poucos alunos de escola pública.
Boa sorte nos estudos e na vida militar. A recompensa já chegou, e vai chegar o resto daqui a cinco anos! Emprego invejável, salario bom e vai ser moral! Ou invejinha saudável! kkkkkk
Prezado Alfredo Araújo
Nos EUA, o país do capitalismo selvagem, é muito comum pessoas bem sucedidas doarem fortunas para as universidades onde estudaram (curso pago). Assim como doarem para pesquisas em diferentes instituições. Tudo devidamente abatível do IR. É a Lei Rouanet deles. A diferença é que por aqui esta lei é usada para festas de casamento, desfiles de moda, gravações de CDs e exposições de “arte” pornô.
Como eu disse acima, falta solidariedade e patriotismo.
Duas das melhores universidades de exatas do País, IME e ITA, são das FFAA. Lá ninguém usa camiseta do Che (aluno ou professor), e só tem banheiros MASCULINO e FEMININO. Não cumpre sistema de cotas, entra quem é capaz. Meu primo formou-se lá (engenharia mecânica).
Adoro os especialista com muito conhecimento de causa falando sobre educação, especialmente sobre o Ensino Básico público.
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Cel, realmente, o ITA e o IME são excelência! Lamento muito as UFs estarem em decadência, pois poderiam, na sua grande maioria, estar no mesmo patamar caso tivéssemos uma política pública séria de ensino, pesquisa e extensao!
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Enquanto isso, no Chile sanciona uma lei, por quase unanimidade, o Ensino Superior gratuito.
*especialistas
Doug385 ( 3 de Fevereiro de 2018 at 15:21 ), É por aí… Apenas complementando: Há realmente consideráveis equívocos no sistema de ensino. E talvez o maior deles está na concepção de aluno e estudante. É comum confundirmos os dois, quando na verdade são conceitos claramente distintos. E isso vem de antes da era FHC… Basicamente, o educando é um ‘aluno’ quando se propõe a entender. Esta é uma atividade passiva ( e pode ou não ser coletiva ). Olhos e ouvidos atentos; boca fechada ( exceto para perguntas ). Aqui, é dever do professor explicar o conteúdo e fazer… Read more »
Parei de ler os comentários com os “viva a meritocracia”. Gente, ela mereceu pelo seu esforço e dedicação imensos, ela tem mérito. É dona de um mérito gigantesco e ninguém vai tirar isso dela. Mas a reportagem mesmo diz, se os professores não ajudassem com dinheiro mesmo, ela nunca ia conseguir. Ela é uma baita exceção. A reportagem deixa claro que a questão econômica é estruturante, a desigualdade social se reproduz na dificuldade de acesso ao ensino superior. Se houvesse educação pública de qualidade (basta acabar a rede privada pra isso acontecer, idem com a saúde…), muitas gurias como essa… Read more »
Em tempo, parabéns e sucesso a ela! Que se torne uma ótima engenheira!
“O mérito não decide nada sozinho, ele é parte de um conjunto de fatores, e os outros fatores fogem ao controle do indivíduo, principalmente dos mais pobres.”
Perfeitamente, Fred! Quantos alunos brilhantes que temos e que param de estudar porque precisam trabalhar pra ajudar no sustento da família! Enquanto isso, aqueles q podem pagar, mas nao tem metade da qualidade, estão por ai estudando em universidades caras e se tornarão “doutores”!
Incrível como as pessoas não entendem o significado da palavra “meritocracia”. Meritocracia quer dizer apenas que a forma de ingresso será pelo “mérito”, variando de caso para caso (observando o caso concreto), na situação específica, trata-se de uma prova de conhecimentos (as vezes títulos em concursos, experiência profissional, capacidade fisica etc…). Ou seja, não será levando em consideração aspectos que não estão diretamente relacionados com o desempenho da função. A meritocracia MATA qualquer vício ou desvio…essa garota da reportagem entrou EXCLUSIVAMENTE por aspectos meritocráticos: não pela cor, não pelo sexo, não pelo sobrenome, não pela influência social, não pelo partido… Read more »
Bosco
Mentes brilhantes não se resumem a isto
3 de Fevereiro de 2018 at 18:47 https://twitter.com/PapaGilgo/status/959847830692270085 https://youtu.be/PIomRlBkIiw Acho que estavam carregando o Leo2 quando foi atingido ou o ATGM acertou um veículo com munição do lado dele. Se notar no vídeo, o Leo2 está atravessado no cruzamento, tem um Otokar ou um outro blindado do lado dele, pessoas em pé do lado do tanque e um outro Otokar pouco além da casa, ou seja, parecem estar rodando o Leo2. O estrago com as rodas viradas pro lado, o metal do chassi entortado e o estrago nas casas parecem indicar que a fonte da explosão não foi o tanque… Read more »
pessoal, vamos apenas parabenizar o esforço e dedicação da Barbara.
esse é o seu momento Barbara,
Parabéns a você e seu esforço, pois ele abrirá as portas do mundo à você.
Fabio Jeffer,
Eu já sou muito criticado por comentários que faço e não preciso sê-lo por comentários que não fiz, aliás, isso acontece muito comigo. Quando um russófilo não sabe a quem culpar eles costumam dizer que fui eu quem falou algo, um dia, numa manhã de inverno, numa galáxia muito distante.
Mas mudando de assunto…. você se dirigiu mesmo a mim ou foi engano??
Bosco
Eu só acho que pessoas com mentes brilhantes e iluminadas não se prendem a pequenice das idéias esquerdistas
Ah! Agora entendi!
Bosco 3 de Fevereiro de 2018 at 21:37
kkkkk Bosco é fogo!
Complicado, estuda tanto pra querer virar engenheiro de fórmula 1. Tem q pensar em ajudar nosso país, cadê nossos engenheiro pra desenvolver novas tecnologias, novos armamentos e por aí vai. Pais forte é aquele q tem um exército forte e com tecnologia de ponta. Brasil tá longe disso.
Fred. “Se houvesse educação pública de qualidade (basta acabar a rede privada pra isso acontecer, idem com a saúde…)” Recursos são escassos. Não tem como transformar cada hospital público num Sírio-libânes. Além da questão do custo, também faltaria mão-de-obra qualificada. Nem todo médico é bom o suficiente para trabalhar no Sírio-libânes. Para escolas, o raciocínio é o mesmo, mesmo escolas sendo bem mais baratas, são em maior número e, claro, o nível dos professores, em geral, é baixo e não tem condições de oferecer boas aulas. Mas, supondo que tentem implementar sua ideia, certamente terão hospitais públicos melhores e os… Read more »
Primeiro, parabenizo a Bárbara e desejo todo o sucesso à ela. É uma enorme conquista. Sobre o comentário do Cel.Nery sobre o iTA e o IME, eu gostaria de complementar que são excelentes instituições de ensino superior. Tenho colegas nas duas e sei a qualidade dos alunos que ingressam nelas. Os cursos de graduação delas é muito bom mesmo. Contudo, elas não são as melhores quando se trata de posgraduação. Juntas elas têm 13 cursos de mestrado/doutorado, a maioria avalias com a nota 4 pela Capes e apenas 2 cursos de excelência nota 6 (Materiais no IME e Eng.Aeronáutica no… Read more »
Sobre a questão da excelência de alguns alunos vindos de familias de baixa renda, a reportagem menciona dois dados importantes do IBGE (que eu já comentei aqui em outras vezes). A primeira é que a chance de um jovem filho de pais sem nível superior é muito baixa (menor que 5%) enquanto que a chance do filho de pais concluirem o nível superior é maior que 70%. Isso ocorre porque que muitas das habilidades que uma criança adquire para conseguir estudar são desenvolvidas durante a infância por meio da observação e imitação dos pais. Geralmente isso é chamado de aprendizado… Read more »
Sobre cobrar mensalidades nas universidades públicas, a questão é mais complicada. O custo médio de um aluno de uma boa universidade públicas (USP, UnB, UFSCar, etc) é de 25.000 reais por ano (relatorio do Banco Mundial de 2017) principalmente por causa da integração dos cursos de graduação com a pósgraduação (o que torna estes cursos os melhores, como ocorre no ITA e no IME). Para comparação, o custo do aluno em uma faculdade particular sem pósgraduação é metade disso (certa de 17.000 reais). Algumas pessoas defendem cobrar mensalidades apenas de quem tem mais renda, mas isso significaria criar uma nova… Read more »
Ao invés de focar no esforço, o que pensa, técnica de estudo de Bárbara, a reportagem quis me fazer chorar e clamar pelo igualitárismo forçado. Parabéns pela aprovação , Barbara Costa, e pelo esforço próprio e também à filantropia de professores e diretores.
Esta menina é produto de: ” Uma fatalidade destas que descem do além”. Falar de meritocracia neste país é um disparate. Aqui em São Paulo, por força da legislação, existe a progressão continuada na rede estadual de ensino. Ou seja. O aluno da rede pública passa de ano sem aprender coisa alguma. Recebe o diploma entra na estatística de aprovado. As escolas são depredadas , pichadas e antros de vendas de drogas. É comum os alunos encherem as caras dos professores de tapas. O descaso das autoridades é total. Nestas condições aprender e ensinar é impossível. Meritocracia…
1) Parabéns menina! Lá até os professores das EXATAS sabem empregar “am e “ão” (ao contrário dos meus, de todas as áreas) e colocam o “R” no final corretamente do infinitivo! hihihi
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2) Bosco 3 de Fevereiro de 2018 at 14:24
“Graças a Deus não foi doutrinada por um professor comunista. Parabéns!”
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Escola Pública? Então eu tenho que admitir, no caso 2, foi mesmo um MILAGRE!!!!
Preventivamente antecipo o meu pedido de desculpas se ocorrer um duplo post. Não é minha intenção.
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Em tempo de má fé, má leitura e interpretação: o meu “em escola pública” refere-se ao fato dela não ter sido doutrinada por um professor comunista.
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M-I-L-A-G-R-E-!
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P.S. aposto “TODAS AS MINHAS FICHAS” que também NÃO é comunista quem a ajudou… hihihi
Deem uma olhada na proporção de alunos oriundos de escolas públicas em universidades públicas antes de falarem que é um milagre. Isso é bem normal.
Pessoal quer entrar sem estudar, aí não consegue. Aliás, nem quem estudou em particular entra sem estudar, sem se esforçar.
O assunto é complexo. No caso específico, acredito que passar no IME ou no ITA sendo de escola pública é muito difícil, exceto alguns alunos muito bons, e que existem. Passar numa universidade pública para alunos de escolas públicas também não é nada do outro mundo. Agora, claro, tipo na UnB. Se você tem apenas 45 vagas para o curso de direito e você tem gente de todo país, inclusive filhos de juízes, ministros etc, a concorrência fica muito elevada. Mas se você tem a universidade federal de campina grande, PB, uma cidade bem menor, com concorrência bem mais baixa,… Read more »
A proporção de alunos de escolas públicas por unidades da USP em 2016. Nela, como um todo, foi de R$ 34,6%.
A que teve menos alunos foi a Escola de Engenharia de São Carlos (que possui o curso de Engenharia Aeronáutica, não disponível na Poli), 14,1%.
Poli, 21,8%
Direito, 33,5%
Faculdade de Medicina (entram na conta Medicina, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional), 38,8%
Mas ainda vai ter gente dizendo que só entra filhinho de papai que estudou em escola particular caríssima.
http://jornal.usp.br/especial/inclusao-social/presenca-de-alunos-de-escola-publica-nas-unidades-e-desigual/
“A falácia da Meritocracia”: em um país onde as cotas são privilégios, e auxílio-moradia de magistrados é um direito.
Histórias assim são inspiradoras! Parabéns a ela!
Bárbara da Costa é uma verdadeira “heroína e guerreira”, um exemplo para essas meninas que ficam achando a vida difícil, que tudo tem que vir de mão beijada e querem mudar o mundo através dos seus Iphones.
Camargoer, 10:21h.
Não estão no estudo porque não são do MEC. Só isso. O pesquisador buscou o banco de dados do MEC. E por isso, também, não cumprem cotas.
Olá Cel.Nery. Pelo contrário. O ITA e o IME são classificados pelo MEC como faculdades (e não como universidades) mas também são avaliados tanto pelo INEP (graduação) quanto pela CAPES (pósgraduação) como todas as instituições de ensino, públicas e privadas. As duas instituições são consideradas de excelência no ensino de graduação (classificação 5 que é a máxima). Na pósgraduação, o IME possui um curso de excelência (eng. materiais) e o ITA um outro (eng. aeronáutica). Os outros cursos de pósgraduação são recomendados, mas não são classificados como de excelência. Aliás, todas as instituições de ensino apresentam esse tipo de dispersão,… Read more »
Olá Colegas. Sobre o ENEN/Sisu, creio que muitos estão um pouco confusos sobre o sistema. Ele é muito parecido com o sistema SAT dos EUA, que usa uma prova nacional com testes padronizados. A diferença com o velho vestibular era que cada instituição aplicava sua própria prova e os alunos tinham que fazer uma maratona de provas em diferentes cidades para diferentes instituições (eu fiz 4 vestibulares de quatro universidades em cidades diferentes no intervalo de um mês). O ENEM é uma prova nacional que gera uma pontuação normalizada. Os candidatos melhor preparados continuam tirando a melhor pontuação. Então, o… Read more »
Sobre a cobrança de mensalidades nas universidades públicas, existem vários problemas. O primeiro é que o dinheiro pago irá para a conta única do tesouro (seja federal ou estadual). As mensalidades não podem ser pagas para a universidade, mas vão para o caixa único do governo. O segundo problema é o fixar o valor, porque cursos diferentes têm custos diferentes. Por exemplo, um bom curso de química é tão caro quanto um curso da área de saúde, enquanto que um curso de matemática ou estatística é bem mais barato. É correto cobrar o mesmo? Terceiro, a qualidade dos mesmos cursos… Read more »