Avibras lucra com aumento das exportações de armas brasileiras
Maior fabricante de armamentos do país, empresa registra melhor ano da história
Lino Rodrigues
São Paulo — Em meio a mais um embate com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, por conta da demissão de 134 trabalhadores na última terça-feira, a Avibras Indústria Aeroespacial, maior fabricante e exportador de armamento e sistemas de defesa do país, começou o ano novo comemorando os resultados de 2017, os melhores de sua história.
Não fosse a grande ociosidade nas linhas de produção, típica da sazonalidade imposta pelo modelo de negócio cujas encomendas costumam levar de três a cinco anos para serem efetivadas, a festa seria completa. Pelos cálculos dos próprios sindicalistas, que negociaram benefícios financeiros para os demitidos, somente em abril a fábrica deve voltar a produzir para atender a três novos contratos. Mais à frente, as recontratações deverão acontecer de forma natural.
Até lá, segundo Sérgio Henrique Machado, diretor do sindicato, os dois contratos de exportação de armamento e outro de revitalização de viaturas para o Exército Brasileiro vão garantir o emprego de 1.176 trabalhadores. A capacidade de produção da Avibras ainda está bem acima para o volume que será utilizado com as novas encomendas que começam a ser produzidas entre março e abril. “Esses contratos são insuficientes para atender a capacidade da fábrica hoje. Vai ficar muita gente ociosa ainda”, diz Machado.
De acordo com fontes próximas à empresa, além das duas encomendas internacionais e do Exército brasileiro, outros contratos de exportação ainda se encontram dependentes de garantias bancárias para serem liberados para a produção.
Com sede em São José dos Campos e fábrica na vizinha Jacareí (ambas em São Paulo), a Avibras deve fechar o balanço do exercício de 2017 com receitas de R$ 1,7 bilhão, resultado 25% superior ao de 2016, quando atingiu a marca também recorde de R$ 1,4 bilhão, e crescimento de 26% ante 2015.
O bom momento da Avibras coincide com o aumento das exportações brasileiras de armas, munições e projéteis para atender o crescimento da demanda devido aos riscos cada vez maiores de terrorismo e atritos regionais. Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio (Mdic), as venda de armamentos produzidos no país saltaram de US$ 316,5 milhões (R$ 996 milhões) em 2014 para US$ 475 milhões (R$1,5 bilhão) no ano passado.
Recuperação
Quinze anos atrás, a Avibras faturava R$ 154,6 milhões, ou seja, dez vezes menos que o valor das vendas em 2017. O caminho para chegar a esse nível de desenvolvimento foi repleto de dificuldades. Em 2011, recém-saída de um doloroso processo de recuperação judicial, a empresa acumulava dívidas totais estimadas em R$ 500 milhões (cerca de R$ 170 milhões só com o governo federal).
A situação era tão grave que muitos especialistas debatiam até mesmo a possibilidade de desaparecimento definitivo da empresa. Demissões em massa, atrasos de salário e incapacidade de inovar eram situações que pareciam incontornáveis para garantir alguma sobrevida à empresa.
Para reverter o quadro, a empresa foi à procura de novos sócios (entre eles, a própria União). Ajuda providencial veio de um contrato orçado em R$ 1 bilhão para o chamado programa Astros 2020, um sistema voltado ao lançamento de foguetes para equipar as tropas do Exército.
Atualmente, a Avibras é controlada por um único sócio: João Brasil Carvalho Leite, filho do fundador, o engenheiro João Verdi de Carvalho Leite, morto em acidente, em 2008. Ele tem 94,7% das ações. O restante está pulverizado entre mais de 500 acionistas, como funcionários da própria companhia.
No último balanço divulgado, de 2016, a empresa reportou um passivo total de R$ 1,135 bilhão. Desse total, R$ 128,6 milhões correspondem a empréstimos e financiamentos e R$ 484,3 milhões dizem respeito a dívidas com impostos e encargos sociais. Ao contrário de 2011, os débitos com o governo estão equalizados e parcelados por meio de programas de Refis.
FONTE: Correio Braziliense
Me pergunto porque a Avibras não contratou cientificos ucranianos para dar um salto tecnologico em foguetes como outros paises fizeram.
Ainda bem que a AVIBRÁS, se mantém como única sobrevivente do período áureo da defesa do tempo da ENGESA, BERNARDINI, e outras nos anos 80. E agora o Governo Federal deve investir mais na AVIBRÁS, pois parece que estão querendo entregar a EMBRAER para os USA e abusa, portanto é hora de investir em tecnologia e o GF em compras com regularidade da AVIBRÁS. Seria importante o BNDES investir na aquisição do que sobrou da MECTRON (agora ODEBRECHT defesa) para que a AVIBRÁS comprasse os espólios da MECTRON, pois são misseis de alta tecnologia que a MECTRON desenvolveu, mais radares… Read more »
Imagino que muita gente acha que a Avibrás deveria ser vendida.
A americanos, chineses… qualquer um.
Empresas estratégicas devem ser mantidas.
Larri Gonçalves 20 de Janeiro de 2018 at 8:36
A Embraer não foi vendida e o Ministro da Defesa já informou que a Golden Share não será vendida. No momento ainda não houve nenhum tipo de negociação na mesa, ou seja, tudo é especulação até agora.
A matéria versa sobre o resultado financeiro da empresa e o suposto jornalista entrevista o sindicalista para comentar a situação, assim fica difícil.
Aliás, quem são os clientes dessas duas vendas internacionais?
E tem político aí querendo proibir a produção da munição do Astros, saiu de novo a mesma baboseira na mídia, engraçado que a pressão maior sempre vem das mídias estrangeiras, Sputnik, BBC…
Matheus
Pelo q me lembro, Malásia e Arábia Saudita compraram Astros e Munição à pouco tempo.
Tem mais gente no Extremo Oriente, se não me engano.
Sds
Agnelo
Mas ambos já são clientes da Avibras há muito tempo. Eles compraram versões 2020? Pelo que sei parece que os Emirados tambem tem interesse no sistema caso o míssil de cruzeiro tenha sucesso, que aliás nós nunca mais ouvimos falar sobre.
As vendas recentes do sistema Astros foram para Arábia Saudita e Qatar, creio que a Avibras não entregou todo o lote adquirido pela Arábia Saudita que eram de 4 baterias segundo notícias da época quando foi anunciada a compra
A Indonésia informou que está comprando munição para seus Astros, é o ultimo item desta página.
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Walfrido Strobel
Sabe dizer qual míssil? É o de 150 ou o de 300km?
Matheus
Não sei dizer qual modelo compraram.
O míssel, pelo q fui informado, está seguindo o cronograma de desenvolvimento.
Sds
Torcendo para eles criarem uma bateria de SAMs de longo alcance um dia…
Agnelo Moreira
Sabe dizer quando ele realmente será entregue ao Exército? Sei tambem que há videos dos testes, mas eu nunca consigo encontrar, só lembro de ver uma “palinha” em um dos videos de introdução da ABIMDE.
Na laad 2017 foi informado que se tudo desse certo ele seria entregue em 2020, não me lembro se foi alguém do EB ou da Avibras que disse em uma entrevista que a Avibras já estava a 5 anos desenvolvendo o míssil e que precisaria mais 2 ou 3 anos de desenvolvimento, portanto, bate com a data de 2020
Achei a entrevista
http://www.epex.eb.mil.br/index.php/ultimas-noticias/483-laad-2017-astros-artillery-stays-on-target
Matheus, a Indonésia não detalhou a compra, só informou que autorizou 4,4 bilhoes de dólares em armamento no final de 2017. 1. Encrypted tools 2. Air Defense Missile Systems 3. IFV 4. Tank 5. Attack Helicopter 6.Medium Lift Helicopter 7. Munition for ASTROS systems 8. Frigate 9. Modernization refit for MRLF (bung Tomo class) 10. Submarine 11.Amphibious APC 12. BMP3F 13. VL MICA and Exocet for Marthadinata class 14.Su 35 15. Modernization for T50i Trainer 16. Amphibious Aircraft 17.KT1B Wong be 4,4 billion US dollar worth shopping spree . Bacana este vídeo dos Astros da Indonésia onde eles mostram até… Read more »
Bom noite Matheus
O Q sei bate com o Q Jr disse. 2020.
Eu assisti vídeos na ECEME, Q os responsáveis pelo projeto mostraram, mas não achei em outro lugar.
Sds
Jr e Agnelo
Obrigado pelas informações, bom saber que está avançando. Mas achava que sairia um pouco mais cedo esse projeto, eles estão fazendo o míssil do zero ou estão se baseando em algum modelo já existente? Esse míssil tambem faz parte do projeto que a Avibras está fazendo com a MBDA, O ASTROS Anti-aéreo?
Ainda bem que o imposto sindical obrigatório acabou, vão morrer de fome. Sindicado mais uma vez atrapalhando os negócios e o crescimento de empresas no Brasil.
Matheus, muitos”projetos” da Avibrás são apenas “propostas”, como é o caso do sistema antiaereo. Se o governo não banca, não vira “projeto”, e, consequentemente, produto.
Assim como muita gente acha que o missil Matador, com 300km de alcance, já está operacional e à venda, o que não é verdade.
E o foguete de maior alcance do Astros, hoje, é o SS-80, teoricamente 80km, mas dizem chegar a 90km.
Esse é o melhor produto da Avibrás, no momento.
O governo deveria ter passado todos os projetos da Mectron para a Avibras, mas fez ao contrário passou para um ”micro empreendedor individual”. Precisamos concentrar as tecnologias em uma empresa ganhar corpo e poder vide Boeing, Airbus etc.
O governo não tem que bancar, por que é algo (projeto, produto) da Avibrás, aka “A Encostada” na União.
Tem que bancar por que é necessário a melhoria das capacidades das ffaa.
Mas sem esquemas de favorecimentos ao lixo da BID, bando de empresas ineptas, incompetentes, qndo não corruptas, cuja única capacidade é arrancar dinheiro da União para saciar seus interesses.
A Avibras precisa melhorar seu plano de negócios, como uma maior abertura do seu capital (de repente, com a possibilidade venda de uma golden share ao GF – isto facilitaria a injeção de capital financeiro e a proteção contra uma aquisição estrangeira.), além de buscar diversificar em outros segmentos militares e civis (seu grande calcanhar de Aquiles, visto a dependência excessiva de vendas governamentais). Com a busca de capital investidor, outros parcerias poderiam ser desenvolvidas em outros setores do segmento aeroespacial. A própria Airbus já é parceira em alguns projetos, de repente é uma oportunidade pensarem mais profundamente sobre uma… Read more »
Wellington Góes 22 de Janeiro de 2018 at 1:09
A Rafael tem interesse, depende do preço.
O Tesouro entraria como sócio em 49,9% através dos créditos diversos, Rafael com 50,1%.
O problema: O atual controlador não concorda.
Tudo sobre AVIBRAS etc ….
http://www.forte.jor.br/?s=Avibras
Carlos Alberto Soares,
Mas isso aí seria a aquisição total da empresa pelo GF e pela Rafael.
Até eu não concordo rsrsrs, quanto mais o Verdi.
Tira a União dessa história. Ela que venda sua participação para a Rafael. Aliás, você sabe qual a participação da União na Avibrás?
Eu confesso que acho muito estranho os donos da Avibrás não venderem parte da empresa para outras empresas ou abrirem o capital na Bolsa. Eles vivem endividados, mas só pensam em empréstimos e não nessa forma de “financiamento” por aumento de capital com entrada de sócios.
Rafael Oliveira
A União não tem participação na Avibras e ZERO GS.
A Rafael não está se movimentando mais, se voltar a fazê-lo será depois da posse do novo GF e olhe lá.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2101200914.htm
Após a recuperação, como ficou ?
http://www2.ovale.com.br/2.620/acionistas-da-avibras-vivem-briga-judicial-1.348052
Vejo a saab recuando nos caças caso Embraer seja vendida
Obrigado, Carlos Alberto Soares.
Lembro-me que havia uma dívida da Avibrás com o BNDES e que iria (ou foi) convertida em participação acionária. Pelo jeito, não ocorreu a conversão ou já foi “recomprada”.
Se ela está conseguindo se manter porque abrir para investidores estrangeiros,o proprietária conseguiu mantê-la e claro que o governo deu uma mão com a encomenda do astro2020, o que o governo tem que fazer é investir dinheiro nela em vez de comprar o sistema antiaéreo russo, pedir para que a avibrás desenvolvá um talvez em parceria com empresas irsaelences que são muito sérias em matéria de armamento.
Todo sucesso do mundo a avibras !
Tirando o Astros o que mais a Avibrás fabrica ?