Artilharia: Avibras testa foguetes do Exército Brasileiro no RN
Em meio a uma severa crise financeira, a empresa paulista Avibras Aeroespacial realizou, mês passado, em cooperação com o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), do Comando da Aeronáutica, a chamada “Operação Astrus” de disparo dos diferentes tipos de foguetes de artilharia que constituem a munição do sistema Astros 2.
Os lançamentos foram feitos de uma viatura do próprio sistema Astros, que fora levada para dentro do perímetro da base, e serviram para que os especialistas da empresa observassem a trajetória cumprida pelos foguetes.
Nem a Aeronáutica, nem a Avibras, emitiram qualquer comunicado acerca da “Operação Astrus”, mas o ForTe – Forças Terrestres pode apurar que os resultados alcançados com os disparos foram considerados suficientes e satisfatórios para que a empresa obtivesse os dados que almejava sobre o rastreio dos foguetes e a qualidade desse rastreio.
O sistema Astros usa, atualmente, o foguete SS-30, de 127 mm, com 30 km de alcance; o SS-40, de 180 mm, com alcance acima dos 35 km; o SS-60, com 60 km de alcance; e o SS-80, capaz de alcançar alvos a 90 km de distância. Os dois últimos tem calibre de 300 mm.
O CBLI está sediado no município potiguar de Parnamirim, 12 km ao sul de Natal, a capital do estado. Dias antes da “Operação Astrus”, Barreira do Inferno havia sido palco da “Operação Barreira XIII”, que servira para testar os resultados do programa de modernização dos radares da base.
Crédito – Os cerca de 1.500 funcionários da Avibras convivem, desde o fim do ano passado, com atrasos de salário e períodos de licença remunerada que são pagos apenas parcialmente.
Mesmo tendo R$ 2,4 bilhões na carteira de pedidos – advindos de contratos já assinados – a empresa alegou aos representantes dos seus trabalhadores que está sem capital de giro para comprar matéria-prima e atender as encomendas que lhe chegam do exterior.
A 9 de janeiro último, a direção da companhia divulgou um longo comunicado oficial que isenta as restrições orçamentárias na Pasta da Defesa de serem as causadoras das suas dificuldades financeiras.
A nota da Avibras aponta a inflexibilidade do Banco do Brasil e a demora do governo federal em conceder-lhe um aumento de crédito, como motivos que contribuem decisivamente para a falta de uma solução duradoura para os seus problemas.
Além dos salários atrasados, a empresa deixou de pagar para os trabalhadores a primeira parcela da PLR 2014 (Participação nos Lucros e Resultados), no valor de R$ 2.500, e as multas referentes ao atraso salarial, no valor de R$ 15,60 por dia para cada trabalhador, conforme previsto na convenção coletiva da categoria.
“A retenção de R$ 11,7 milhões da conta da Avibras, por parte do Banco do Brasil no final de dezembro, impediu a empresa de pagar os salários como também os fornecedores”, informou o comunicado da Avibras em janeiro. “Os recursos retidos, provenientes de exportações, estavam destinados, exclusivamente, para este fim. No dia 19 de dezembro a Avibras solicitou ao Banco do Brasil que não efetuasse qualquer retenção, uma vez que os valores já estavam comprometidos, alertando a instituição para um possível agravamento da situação financeira da empresa e para o impacto social na vida de 1.500 colaboradores e de suas famílias”.
O texto prossegue: “Além da retenção dos valores, o Banco do Brasil ainda não aprovou o aumento do limite de crédito solicitado pela empresa no início de 2014, de R$ 35 milhões para R$ 100 milhões – limite de crédito que já foi disponibilizado para a empresa no passado –, apesar de ter em seu poder todos os recebíveis nacionais e internacionais da Avibras, estimados em cerca de R$ 2,4 bilhões, e a hipoteca de seu parque industrial, avaliado em mais de R$ 160 milhões”.
Cinco dias depois da divulgação dessa nota, três funcionários da Avibras ficaram feridos – um deles com gravidade – em um acidente, à noite, na unidade da Avibras sediada no município paulista de Jacareí.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, os funcionários estavam lixando um foguete SS-30, quando a ignição foi acionada acidentalmente.
NOTA DO EDITOR: o negrito no texto do comunicado oficial da Avibras é de responsabilidade do ForTe.
como estão (se eh que estão) os testes dos foguetes guiados ?? do Matador ?? e do Falcao tb…
Devido aos constantes atrasos, e ao inexorável avanço de novas tecnologias, como a de munições de precisão guiadas, sistemas como o Astros caminham rapidamente para a obsolescência.
Se não se tivesse roubado tanto…
Senhores bom dia a todos! Ao forista WWolf22: Os testes com o foguetes SS-40 guiados, estão ocorrendo no CPrM conforme documento PDF que encaminhei aproximadamente 120 dias atrás para a leitura de todos. Quanto ao “Matador” (agora AV-MT 300 de Avibrás Míssil Tático …300 fazendo-se referencia a seu alcance nominal), os testes continuam a ocorrer, havendo a necessidade de sua homologação e posterior liberação à produção. Está previsto novo lançamento no CLBI ainda para esse ano. (nota: o EB não tem previsão de compras do AV-MT-300 para o ano de 2015). Já o VANT Falcão segue na fase de protótipo…… Read more »
Em relação ao Banco do Brasil, a Avibrás não é obrigada a depender dele, podendo escolher outros bancos para trabalhar e solicitar o crédito que entender compatível com seu patrimônio e faturamento.
O difícil é outro banco topar negociar com uma empresa repleta de problemas financeiros.
Enfim, eu até acho que o Governo Federal é em parte responsável pelos problemas dela, assim como,muitas vezes, foi ele que a salvou da bancarrota.
A Avibras foi uma das empresas que mais se beneficiou de diversos projetos e investimentos pagos pelo GF na última década, além de aquisição de diversos equipamentos às FFAA, se ela ainda encontra-se com dificuldades financeiras (mesmo antes do agravamento da crise ela já estava assim), definitivamente isto não é sinônimo de boa gestão.
Rafael Oliveira, “Em relação ao Banco do Brasil, a Avibrás não é obrigada a depender dele, podendo escolher outros bancos…” – Infelizmente meu caro, dependendo do tipo de crédito, a Avibrás provavelmente continuará refém das ditas Instituições Financeiras de Fomento, da qual o BB é uma delas… mais uma das coisas ridículas brasileiras. Só para se ter um exemplo: no cinturão de Grãos do Pará, os produtores só podem, por Lei, financiar a safra através do BB e do Banco da Amazônia… os insumos financeiros para adubos, defensivos e sementes só podem vir desses dois, ou seja, é o capital… Read more »
Rafael, so corronborando com o comentario do Oganza, experimente “solicitar” que seu fundo FGTS seja depositado em outro banco que a CEF. Infelizmente o nosso sistema bancario estatal é péssimo. Falam que os bancos privados sao privilegiados, mas os bancos estatais são a verdadeira armadilha de nossa economia.
Ano passado acompanhei a operaçao Astros 2020, foi uma experiencia de muito aprendizado. A quantidade de procedimentos, meios, pessoal, riscos e custos envolvidos numa operaçao de ensaio de armamentos é enorme.
Se e quando for pra frente este projeto, teremos 38 lançadores e o Forte Santa Barbara será a unidade de maior poder de fogo de artilharia do hemisfério sul. O risco de atrasar, e muito, o projeto é elevado. Mas o que me preocupa mesmo, como já disse em outra reportagem, é ver a patética cena de obuseiros M-101 e M-114 com uma mirrada e espuída rede de camuflagem em cima (que mais parece uma rede de pesca mesmo),e que mal cobre a peça, erguida por taquaras. A cena dantesca parece de um exercito Pancho Villa. Comparem com os videos… Read more »
Caros Oganza, Rommelqe e demais. Quanto ao FGTS, de fato é um anacrônico monopólio da CEF. Sobre o cinturão de grãos do Pará, essa lei é estadual ou federal? Desconhecia algo do tipo, Aliás, a participação de bancos privados no crédito rural não é pequena: “A partir da segunda metade da década de 1990, a participação dos bancos privados no repasse de crédito rural aumentou significativamente. Em 1995, o repasse dos bancos privados representava 12,3% do total de crédito bancário agropecuário, contra 87,7% de repasse dos bancos públicos. Já no início de 2010, a participação dos bancos privados na concessão… Read more »
Ok OK, mas nos temos “estoque” (munição)de quantos dias para as nossas viaturas ??? num eventual conflito ???
Nao sei de deveria usar dias ou horas…
Wwolf22, muito tempo atras um oficial andou falando que o estoque daria para 04 dias nominais de ação levando em conta os gabaritos de consumo de munição. Mas claro, isso tanto pode durar mais como menos. Nas Malvinas nos ultimos dias, no cerco de Stanley os britânicos dispararam 17500 tiros com 30 peças, sendo que algumas dispararam 500 vezes em 24 horas. Os argentinos com 38 a 40 peças dispararam 17.000 tiros. O record norte americano até o Vietnã tinha sido um grupo que disparou na Coreia 11.000 tiros em 24 horas. Por ai se tira uma base. O estoque… Read more »
Em relação a AVIBRAS concordo com um pouco de tudo que foi dito, menos com má gestão e joga-la as traças. O BB tem que participar a esse fomento sim e infelizmente. Diferentemente dos USA por exemplo que possuem agência(s) próprias para esses fins e/ou outros mecanismos. Fazem tanta #erd@ no Brazil. Elevaria o limite para $ 100 milhões sim, mais de dólares e combinado com pagamento integral do que devem a Empresa e honrar as encomendas e projetos. E mais, se necessário a estatizaria em 51% e em seguida negociava esse 51% com os Israeli e carta branca para… Read more »
Caro Colombelli, concordo contigo …. mas infelizmente e se um dia formos ameaçados na real, caio fora rapidinho ! Mas não precisamos de ameaças externas, a MAIOR está no nosso quintal mesmo e tem endereço, CEP e telefones. QPQ aja paciência, estou com 5.5 e vou morrer sem ver esta bagunça arrumada, que @erd@, já faz bem mais de 40 anos que escuto que esta #orr@ é o país do futuro, cansei Amigo. Oganza, fica por ai, bem melhor e ainda tens o Sheriff de Amigo. Exit é a melhor saída, etc …. (rs).
Estive pensando numa gambiarra, se colocar esse caminhão lançador de foguete em cima de uma balsa pode aumentar o raio efetivo, ao invés de posicionar nas costas litorâneas.