Dilma Rousseff destaca força da indústria da defesa em encontro com generais
Em almoço anual com oficiais-generais nesta terça-feira no Clube da Aeronáutica, a presidente Dilma Rousseff exaltou o papel das três Forças Armadas no “fortalecimento desse ciclo virtuoso de defesa, desenvolvimento e democracia” no Brasil. A manifestação ocorre uma semana após a apresentação do relatório da Comissão Nacional da Verdade, que estremeceu as relações do governo com a caserna.
Foi nesse contexto político que Dilma optou por um pronunciamento sóbrio e protocolar, em que destacou os investimentos de seu governo no desenvolvimento e fortalecimento da indústria de defesa nacional. Ela afirmou que seu governo instituiu um “marco regulatório consistente” e um “ambiente de previsibilidade e continuidade” dos investimentos em defesa. “Um país pacífico não deve ser confundido com indefeso”, afirmou.
O discurso do ministro da Defesa, Celso Amorim – que já manifestou o desejo de deixar o cargo – foi interpretado como um início de despedida. Ele agradeceu a confiança da presidente em nomeá-lo para a função. “Essa confiança põe um ponto a mais na biografia que eu já considerava encerrada”, afirmou. “Procurei na medida das minhas forças contribuir de maneira discreta, mas tanto quanto possível, estabilizadora para essa tarefa complexa: fazer com que as Forças Armadas atuem ordenadamente e se insiram nesse processo democrático que o Brasil está vivendo”, afirmou.
A presidente sustentou que seu governo transformou o perfil das Forças Armadas, em especial no desenvolvimento da indústria de defesa. Ela citou a plataforma para construção de submarinos nucleares, em parceria com a França, cuja primeira etapa foi inaugurada na semana passada em Itaguaí, no Rio de Janeiro, como exemplo mais recente de investimentos no setor.
Apontou, também, a entrega de 100 novas unidades dos blindados Guaranis ao Exército Brasileiro, além da criação de um centro de defesa cibernética para atuar no monitoramento das fronteiras. “A intrusão eletrônica na soberania não será aceita”, afirmou.
Na esfera da Aeronáutica, Dilma citou o contrato para construção de um novo cargueiro abastecedor, o KC-390, a maior aeronave brasileira e que poderá ser exportada. Ela lembrou, ainda, que há um ano ela anunciou em confraternização com as três Forçar a conclusão da licitação dos novos caças da Força Aérea, optando pelo modelo Gripen, fabricado na Suécia. Ela disse que hoje o contrato foi assinado, haverá transferência de tecnologia e pilotos brasileiros já fazem treinamento na Suécia.
“É o compromisso do Estado brasileiro com a defesa de sua soberania e desenvolvimento nacional de uma indústria da defesa e tecnologia gerada dentro das nossas Forças”, exaltou. “A defesa do país é inseparável do seu desenvolvimento”, completou.
FONTE: Valor Online / FOTO: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República