Forças Armadas ocupam favelas da Maré após onda de violência no Rio
As Forças Armadas ocuparam neste sábado o conjunto de favelas da Maré, uma das regiões mais pobres e perigosas do Rio de Janeiro, e vão permanecer no local ao menos até depois da Copa do Mundo. A intervenção das Forças Armadas foi solicitada pelo governo do Estado após uma onda de ataques de supostos traficantes a bases policiais de comunidades pacificadas.
Os homens do Exército e da Marinha chegaram à Maré no fim da madrugada de sábado e começaram a substituir os policiais militares que tinham ocupado o conjunto de favelas no último domingo. Vias expressas foram interditadas de madrugada para a passagem do comboio das Forças Armadas. Foram usados na ocupação jipes, caminhões, blindados e helicópteros. Ao todo, foram destacados 2.050 militares do Exército e 450 da Marinha. As polícias militar e civil do Rio também dão suporte à operação.
Os homens das Forças Armadas estão posicionados em pontos estratégicos do conjunto de favelas e vistorias estão sendo feitas nas pessoas que entram e saem da Maré. “Estamos fazendo vistoria seletiva e patrulhamento ostensivo nessa ocupação”, disse a jornalistas o responsável pelas relações públicas da operação, major Alberto Horita.
O clima era de aparente tranquilidade na manhã deste sábado, embora os moradores estejam apreensivos e evitando muitos comentários. “Espero que as coisas melhorem por aqui e a gente possa enfim viver em paz”, declarou a moradora Francisca Silva.
As Forças Armadas irão ficar na Maré pelo menos até 31 de julho, ou seja, depois da Copa do Mundo, que termina dia 13. Se houver necessidade e autorização do governo federal, a permanência pode ser estendida até que a Secretaria de Segurança Pública do Estado esteja pronta para instalar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no local, onde vivem mais de 130 mil pessoas em cerca de 15 favelas.
Antes da ocupação da Maré pela PM e, agora, pelas Forças Armadas, a polícia do Rio fez operações contínuas no conjunto de favelas durante cerca de 15 dias. Nesse período, 16 suspeitos morreram, 8 ficaram feridos, houve mais de 150 prisões, além de apreensões de armas, drogas e munições em grande quantidade.
FONTE: Reuters Brasil