Recrutamento no Século XXI
O clássico cartaz do Tio Sam com uma estrelada cartola azul e branca convocando rapazes americanos para integrar o Exército dos EUA nunca pareceu tão ultrapassado. Para superar a falta de prestígio que tomou conta das instituições militares americanas após a guerra no Iraque e conseguir uma aproximação maior de seu público-alvo, o Pentágono está investindo em plataformas populares da internet para recrutar jovens.
Agora, é possível encontrar páginas do Exército, da Marinha, da Forças Aérea e de muitos outros departamentos militares em sites como o sistema de microblog Twitter, o canal de vídeos YouTube e as redes de relacionamento Facebook e MySpace.
“O Departamento de Defesa dos EUA está usando as mesmas ferramentas online utilizadas pelas pessoas que eles querem recrutar”, disse ao Estado, por telefone, Andrew Rasiej, fundador do Personal Democracy Forum, que discute o uso das novas tecnologias na política. “Não fazer uso dessas plataformas seria tão ridículo quanto não ter usado o telefone ou o correio há 25 anos”, afirma.
No começo do ano, o Exército americano criou uma divisão dentro de seu Departamento de Relações Públicas para cuidar de assuntos online e sociais.
O diretor da unidade, o coronel Kevin Arata, afirmou que a busca por novas plataformas na rede é contínua e o objetivo não é apelar apenas para os soldados, mas também para suas famílias. “Nós sabemos onde eles estão e precisamos ir até eles”, afirmou Arata à agência de notícias Associated Press.
“O nível de eficiência desse método é extremamente alto porque permite ao Pentágono identificar os interesses específicos de cada possível recruta”, explicou Rasiej. “A aproximação com o público também é muito maior porque os agentes que cuidam do recrutamento não precisam mais ficar limitados a palestras em faculdades ou encontros ocasionais com os interessados. Na internet, o contato pode ser feito todo o tempo, a qualquer hora.”
Além de ter lançado sua própria página no Facebook, o Exército americano também adicionou à sua página na internet jogos, uma ferramenta para facilitar o recrutamento online e uma seção que responde às perguntas mais comuns.
Entre as dúvidas dos candidatos estão questões curiosas, como se é permitido ter animais de estimação depois de alistado ou se o soldado pode se casar enquanto estiver servindo ao país.
“Essa rede online que está sendo montada pode ser muito útil para o Departamento de Defesa no futuro”, afirmou Julie Barko Germany, diretora do Instituto para Política, Democracia e Internet da Universidade George Washington. “O Pentágono pode fazer uso dessa plataforma para estabelecer um canal mais direto com o povo americano e com o mundo ao divulgar suas ações de maneira mais transparente.”
A crise econômica mundial que atingiu os principais mercados globais também pode ser um fator extra no aumento de recrutas militares. Desde a invasão americana no Iraque, em março de 2003, o Exército foi alvo de muitas críticas por causa da alta impopularidade das operações militares.
“Desde então, o Pentágono vem tendo muita dificuldade para recrutar novos soldados”, afirmou Rasiej. Contudo, de acordo com ele, o cenário atual da economia do país pode reverter o quadro negativo.
“Sempre quando a economia vai mal e faltam empregos, é natural que o número de pessoas interessadas em trabalhar em setores militares aumente“, afirmou.
FONTE: O Estado de São Paulo
O Pentágono está sendo criticado por fantasiar demais durante o recrutamento, dando um aspecto glorioso e até divertido para a guerra, que obviamente não corresponde a verdade. E o que é pior: os cenários que os EUA enfrentam agora são muito mais cruéis do que costumavam ser, especialmente no Afeganistão. É matar ou morrer, não existe prisioneiros. Obviamente que eles não mostram isso nas propagandas, e quando a garotada chega lá, sai traumatizada pro resto da vida, quando voltam. É o fantasma do Vietnam mais vivo do que nunca.
É interessante notar a diferença de cultura com o Brasil: aqui o alistamento é obrigatório e tem um expressivo excesso de contingente. Lá é voluntário e falta candidatos.
No Brasil é obrigatório e muita gente quer por que não tem emprego o problema de não comportar todos que querem entrar é que as forças armadas no Brasil não tem dinheiro pra absorver todo mundo, mas boa parte desses não quer entrar por que “quer mesmo entrar” e sim pra arrumar uma renda ou até mesmo o “primeiro emprego” e aventurar enganjar e ficar sete anos lá.
[]’s
As FFAA’s americanas caíram em descrédito por que se envolveram numa mentira chamada Iraque. É simples. Se envolveram em duas frentes de batalha. Uma correta – Afeganistão – e outra uma lama sem fim, o Iraque.
Deu no que deu…
Amigo Zero Uno,
Cairam em descredito??! “Really”? Desde a 2GM que os veteranos e as forcas sao tao respeitadas pelo povo. Nao confunda discordar com a guerra com dar valor as forcas e os veteranos…
Sera que tudo que tem a ver com os EUA vc tem que relacionar com sua opiniao forte contra a guerra no Iraque?
Poxa amigo, desse jeito na proxima vez que a Britney Spears for pega sem roupa de baixo vai ser culpa do Iraque tambem…
Semper Fidelis!
Só um adendo sobre o comentário do amigo Marine, na revista Tecnologia & Defesa, desse més tem uma reportagem falando sobre as forças armadas americanas, falando sobre a reformulação que vem acontecendo desde 2008, vale a pena da uma lida.
[]’s