m2_bradley_l9

O US Army está desenvolvendo um novo blindado de transporte de tropas e uma questão importante é poder levar um grupo de combate de nove soldados. O número é visto como o mínimo necessário para um grupo de combate de infantaria e os comandantes querem este grupo junto em um blindado. Os projetistas do próximo blindado de transporte de tropas querem manter a capacidade de sete soldados do M-2 Bradley pois aumentar a capacidade irá forçar o projeto de um veículo maior, criando problemas de peso.

O blindado anterior ao M-2, o M-113, podia levar nove militares, mas era menos blindado e menos armado. O blindado mais novo, o Stryker, pode levar nove soldados e os comandantes que serviram com o M-2 e o Bradley perceberam que levar nove soldados faz diferença. O USMC trabalha com um grupo de combate de 13 soldados e usa um blindado maior e também consideram esta abordagem mais efetiva.

O M-2 original levava apenas seis soldados, depois aumentado para sete. Na prática, um pelotão mecanizado com quatro blindados M-2 levam dois grupos de combate divididos em quatro veículos. Esta opção nunca foi popular e querem mudar isso. Foram os alemães que popularizaram as táticas de grupo de combate com os “Stosstrupen” (tropas de assalto) em 1917. Foi a primeira vez que o grupo de combate passou a ser função independente e não apenas administrativa.

FONTE: Strategypage

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Vader
11 anos atrás

Olha o naipe dos concorrentes do programa GCV (Ground Combat Infantry Fighting Vehicle):

1 – BAE Systems, Northrop Grumman, QinetiQ North America, e Saft Group;
2 – General Dynamics Land Systems, Lockheed Martin, Detroit Diesel e Raytheon;
3 – SAIC, Boeing, Krauss-Maffei e Rheinmetall.

Esse programa vai tremer a terra. Literalmente. 😉

O Bradley pode ser um dos melhores blindados do mundo, mas carrega pouca tropa. Ora, pra que uma VBTP se ela não carrega tropa?

É evidente que um blindado deve carregar NO MÍNIMO um GC completo. Como é que se pode dividir um GC em mais de um veículo? Essa me parece uma das idéias mais estúpidas que já vi.

Oganza
Oganza
11 anos atrás

Vader disse:
22 de julho de 2013 às 11:59

Devem/deveriam vir com versões dos:

1 – CV-90 Armadilho
2 – ASCOD
3 – KMW Puma

“Eu” acho que desses ai, o que menos teria chance seria o Puma, pois seria o que vai demandar mais reengenharia para se colocar 9 soldados ali + a tripulação, porem me parece ser o “mais” blindado.

Não gosto do ASCOD, tem uma cara de blindado “acochambrado”, parece uma gambiarra, mas é puro achismo.

CV-90 Armadilho, seria o meu preferido, e junto com o PUMA, que é um projeto “novinho”, foi o que sofreu a maior reengenharia a partir do original, tem a maior altura do solo entre eles, sua blindagem “parece” tão eficiente quanto a do PUMA, só que mais leve. Só não confio muito naquelas esteiras de borracha, mas enfim, nem tudo é perfeito, sem falar que ele já é configurado com o IRON FIST.

“Esse programa vai tremer a terra. Literalmente.” COM CERTEZA.

Oganza
Oganza
11 anos atrás

Com relação ao número de tropas, o US Army tem um gargalo que o USMC “Não tem”: mobilidade até o TO.

O US Army depende da USAF, que tem limite de carga/custo em seus cargueiros e o C-130 está fora da equação partindo desse requisitos citados: PESO.

O USMC vai para o TO em seus navios, que praticamente não tem limite de peso para o transporte de seus VBTPs. O EFV (cancelado?) iria levar 17 tropas, mas vão embarcados até a cabeça de praia, enfim, o US Army vai ter que rebolar para resolver a equação, mas o resultado vai ser muito interessante.

Sds.

Ivan
Ivan
11 anos atrás

Nove é realmente um número mágico.

No Exército Brasileiro são 2 (duas) esquadras de 4 (quatro) homens que somadas ao 3º Sargente comandante compõe o Grupo de Combate, unidade de manobra mínima do Pelotão de Infantaria.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/39/Composi%C3%A7%C3%A3o_do_GC.png
Em algumas unidades e/ou situações é possível agregar um ‘padioleiro’ para socorrer eventuais feridos, principalmente quanto operam dispersos, em ambientes de selva, por exemplo.

Este padrão, ‘magic 9’, vem do US Army do século passado, datada da 2ª Grande Guerra.

Os fuzileiros adotam o padrão US Marine. ‘Magic 13’???
Este infantes navais entendem que sua função principal, desembarque anfíbio, envolve baixas que podem inviabilizar o grupo de combate como elemento de manobra.

A necessidade de embarcar a infantaria em veículos blindados que apoiasse os carros de combate principais, os tais Main Battle Tank (MBT), foi diagnósticada ainda pelos alemães (Guderian ou Manstein, não lembro) na 2ª WW, mas simplesmente não havia recursos para isso. O máximo que podiam fazer era usar um veículo meia lagarta SdKfz-251 e afins, mas sempre em número insuficiente e sem capacidade de acompanhar os panzers

Os Aliados ocidentais nos últimos anos daquela guerra começaram a imitar os alemães com veículos meia lagarta americanos M3 (1+12) e em sequência com tanques mais antigos sem as torres como o Kangaroo, derivado do canadense RAM, por sua vez baseado no ainda mais antigo tanque M3 dos Estados Unidos.

O Exército Vermelho também havia detectado esta necessidade, mas no calor daquela guerra a solução era colocar alças nos T-34 e mandar os fuzileiros pendurados nos tangues…

Mas foi justamente os soviéticos que surpreenderam o mundo com o conceito de um veículo blindado que além de transportar a infantaria também lutasse com ela e/ou em favor dos MBT.

O primeiro Veículo Blindado de Combate de Infantaria foi o Boyevaya Mashina Pekhoty 1 (BMP-1) que combinava a capacidade de transportar infantaria dos Veículos Blindados de Transporte de Pessoal (VBTP) com o armamento de um tanque leve (bem leve).

Este pioneiro tinha uma tripulação de 3 (três) que somava mais 8 (oito) fuzileiros, tracionado sobre esteiras (lagartas) que lhe permitia acompanhar os carros de combate, na época T-54, T-55 e depois T-62.

Por favor não confundam o M-113, que é apenas um VBTP, com os VBCI que se seguiram.

Doutrinariamente tem se discutido muito no último meio século, se a infantaria deve lutar embarcada ou desembarcada.

Se embarcada o VBCI vai usar suas armas orgânicas e as armas dos fuzileiros pelas seteiras, tipo casamata móvel. Para este tipo de combate o número de infante é pouco importante, basta meia dúzia para atirar em movimento e desembarcar eventualmente. A prática mostrou que esta tática é pouco produtiva, inclusive como verificaram os árabes contra Israel ou os russos em Grosny.

Se desembarcada o VBCI terá que posicionar seus fuzileiros de forma a efetuar o assalto e apoiar estes em seguida. As armas orgânicas do blindado agem com uma esquadra a mais ou uma seção de apoio de fogo. Neste caso o número de infantes é importantíssimo, pois se apenas um for ferido outros dois devem socorrer, perdendo três atiradores de uma vez. Volta a questão do ‘magic 9’.

Quase a totalidade dos VBCI (os anglo-saxões chamam de Infantry Fighting Vehicle – IFV) foram montados com poucos fuzileiros embarcados, pensando em privilegiar a proteção e poder de fogo orgânico. São muitos exemplos:
– BMP-1, 2 e 3 russos com 3 tripulantes + 8 fuzileiros;
– Marder alemão com 3 tripulantes + 7 fuzileiros;
– Warrior inglês com 3 tripulantes +7 fuzileiros;
– M2 Bradley com 3 tripulantes + 7 fuzileiros (mas inicialmente foi projetado para 6 fuzileiros, depois imprensaram para mais um).
A França não possue veículo equivalente.

Alguns teóricos, tentando defender o pequeno número de fuzileiros disponíveis para desembarcar, alegam que o blindado funciona como uma esquadra enquanto a outra esquadra de meia dúzia de combatentes avança. Pelo que tenho lido esta idéia não se sustenta.

O número 7 (sete) era o mínimo tolerável para esta esquadra móvel. Com um ferido, dois socorrem, a esquadra ainda dispõe de 4 (quatro) atiradores ativos.

Mas há indicações que ainda seria pouco, pois para manobrar desembarcado é essencial ter no mínimo (2) duas esquadras com 4 (quatro) atiradores cada.

Assim sendo, para o exército, deve voltar o ‘magic 9’.
Mas para os fuzileiros ainda é o ‘magic 13’.

Obs.:
O novo, grande e muito bem blindado VBCI Namera israelense tem uma dotação de 3 (três) tripulantes e 8 (oito) fuzileiros. Mas seu porte deve permitir um aumento de um ou dois infantes a mais.

Saudações,
Ivan, um antigo infante.

Oganza
Oganza
11 anos atrás

Ivan disse:
22 de julho de 2013 às 14:22

Fantástico histórico, 9 realmente é melhor. Mas lembrando do Boyevaya Mashina Pekhoty 1 (BMP-1), quando os estrategista ocidentais o viram, ficaram “apavorados”, eles viam aquelas portas traseiras extremamente grossas e se perguntavam como iriam vencer aquilo, depois se descobriu que elas eram parte dos tanques de combustível e bastava dar um tiro de fuzil ali e tudo ia pelos ares… rsrsrs

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

Eu ja comandei um GC blindado. Em cada esquadra há um atirador de FAP, e o E-5 é também granadeiro (levaria granadas de bocal). O E-4 é atirador da .50 do M-113.

Na verdade o M-113 é para levar 09 homens bem, porém na realidade a coisa é um pouco diferente. Na parte de cima do veiculo vão os sacos VO, que é o fardo de bagagem, com coisas a serem utilizadas em médio e longo prazo. Ja fica cheio em cima, não dá pra por mais mada.

Dentro do veiculo tem que ir os 09 homens mais o motorista, todas as mochilas ( fardo de combate) mais um cunhete de 1000 tiros de 7,62mm, mais 800 tiros de .50 que é a dotação de munição diária. Ou seja, o interior vira uma lata de sardinha. Eventualmente, se recebe uma metralhadora em apoio direto ou um canhão S Rec, e estes elementos a princípio acabam tendo de ir junto e são mais 03 elementos pelo menos. Tirem uma base o que vira o interior da viatura quando tem chuva e barro.

Ah, e não nos esqueçamos do material de preparação do terreno, pois em uma defensiva tem que se levar ao menos uma pá e uma picareta grandes por GC e preferência uma dupla a mais por esquadra, pois cavar abrigo com ferramente de sapa ninguem merece e tem coisas que somente com ferramenta mais pesada se faz bem e rápido.

A rigor, o VBTP deveria ser um pouco mais longo que o M-113, nos moldes do charrua, por exemplo, pois parece que os projetistas esquecem que cada homem tem que ter ao menos 50 kg de tralhas junto.

Eu seria por um GC com 10 elementos, acrescendo-se uma metralhadora leve 5.56mm, suprimindo-se os FAP e o granadeiro levando um AT-4. Sem dúvida que por em dois veiculos uma esquadra não funciona bem e um veiculo não pode ser considerado uma, pois tem locais no terreno que ele não vai, além do que as vezes não é conveniente expô-lo.

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

Ainda a propósito do tema, o tiro embarcado pelos fuzeileiros tem sido pouco utilizado, pois a experiência israelense em 1967 mostrou ser extremamente perigoso apoximar-se da defesa inimiga com a tropa embarcada, diante do risco das armas AT que dizimariam o GC.

Por conta disso, ordinariamente, os infantes são desembarcados bem antes do alcance de uso das armas portáteis. E, veja-se que desembarcado já é dificil localizar os abrigos inimigos, imagine-se de uma ceteira minúscula. Nestas condições, os infantes não conseguem prestar o apoio adequado aos carros. O máximo que se faz no EB e ter os FAP em posição de tiro na escoltilha traseira quando em deslocamento, mas no ataque, os fuzileiros são desembacados bem antes da posição de assalto que fica entre 40 e 200 metros da linha de abrigos adversária conforme o tipo de terreno.

Vader
11 anos atrás

Colombelli, perfeitas suas colocações sobre o M-113.

Ivan
Ivan
11 anos atrás

Oganza,

Será que colocar o tanque de combustível na traseira não é tão ruim assim?

Se for diesel é difícil de queimar, muito menos de explodir.

Se for atingindo e estiver cheio funciona como parte da blindagem, se tiver vazio também, pois uma característica interessante de algumas blindagens é usar diferentes materiais, duros e moles, para dissipar a energia. O ar entre paredes blindadas, por incrível que pareça, é material também.

Mais grave é a estocagem da munição HEAT em torno da torre.

Realmente não conhecia esta característica de explosão pela traseira das BMP. De qualquer forma acertar um blindado atarracado como este pela traseira deve ser uma missão perigosa ou quase impossível.

Só lembrando que os M-113 A3 e os modernizados do Corpo de Fuzileiros da Marinha do Brasil adotaram uma solução paracida, tanques de diesel nas extremidades laterais traseiras.

Abraço,
Ivan.

Ivan
Ivan
11 anos atrás

Caros amigos Boinas Pretas,

Sou um modesto e antigo ‘pé preto’, mas um entusiasta como vcs. Não tenho experiência com o M-113, mas acompanho a várias décadas a evolução da guerra mecanizada.

O M-113 que merece o apelido de ‘Taxi de Batalha’ é apenas um simples, barato e compacto Veículo Blindado de Transporte de Pessoal.

Sobre seu chassi rústico e de baixo custo produziram um sem número de versões: porta-morteiro; ambulância; posto de comando; lança mísseis (ATGW ou SAM); oficina, trator para tranporte de munições e até mesmo, pasmem, um interessante Veículo Blindado de Combate de Infataria, o AIFV, usado no passado pela Holanda e presentemente por Turquia, Malásia e Chile.

Mas o M-113 padrão é uma caixa levemente blindada, com motor, um par de esteiras e uma metralhadora ou lança-granada no teto, que leva e trás os infantes no campo acompanhando as forças blindadas.

Simples e barato de produzir e operar.

O conceito que trata a matéria acima é mais sofisticado. VBCI, ou seja, Veículo Blindado de Combate de Infantaria além de acompanhar os carros de combate e transportar os boinas pretas deve ser capaz de combater agressivamente com seu armamento orgânico e até mesmo permitir que seus fuzileiros lutem embarcados.

O Exército Brasileiro conhece teoricamente este conceito, mas nunca teve um veículo como este, nem mesmo em pequeno número para desenvolver doutrina, com tem feito com outras armas.

Nossos vizinhos argentinos, chilenos, venezuelanos e até mesmo urugayos conhecem na prática os VBCIs.
Mas nós apenas na teoria.

Sds.,
Ivan, an oldinfantryman.

Ivan
Ivan
11 anos atrás

Voltando à prova dos nove…

O número de soldados embarcados em um VBCI tem haver com a necessidade da infantaria lutar desembarcada em várias situações de combate.

Certamente esta necessidade teve origem em batalhas reais no Sinai, Colinas de Golan ou Grozny (Chechênia) onde VBCIs atravessavam o campo em velocidade atirando com todas as armas e por todas as seteiras com grande efeito pirotécnico e pouco prático.

Se o pelotão de infantaria tem que desembarcar é necessário ter homens no terreno em número suficiente para manobrar, inclusive com algumas baixas.

O Grupo de Combate (em alguns países são chamados de sessão) é a menor unidade de manobra, mas quando isolado no terreno precisa que uma de suas esquadras atire contra o inimigo para permitir o deslocamento da outra esquadra. É ‘pular carniça’ mesmo.

Evidentemente o VBCI também dá apoio de fogo, mas haverá momentos em que o Grupo de Combate tem que se virar. Então é necessário no mínimo 2 (duas) esquadras além do comandante.
(4+4+1=9)
Magic 9.

A conta dos fuzileiros navais é mais brutal.
Ou seria realista?
(4+4+4+1=13)
Magic 13.

Para missões em terra, onde o risco do VBCI ser atingido por uma ATGW emboscada é grande, acredito que a formação do exército é mais adequada.

Outra questão é desembarcar ou não o comandante.
Se o comandante da tropa é o comandante do veículo e este comanda a operação dentro deste, então basta 8 (oito) fuzileiros em 2 (duas) esquadras.
Se o comandante deve desembarcar então voltamos ao ‘magic 9’.

Se até o US Army anda discutindo este número,
acredito que nós também podemos.

Sds.,
Ivan, an oldinfantryman.

Ivan
Ivan
11 anos atrás

G-Loc,

A metralhadoras montadas em suportes estabilizados e controladas do interior da cabine são muito mais efetivas que as seteiras (quase medievais) que temos visto desde o primeiro BMP.

Além dos israelenses os alemães testaram o conceito (aparentemente com sucesso) nos seus Marder modernizados. Uma torreta a ré com uma metralhadora 7,62mm MG controlada do iterior do habitáculo. Até mesmo para suportar um desembarque da tropa em espaço contestado será útil.

Falando nos israelenses, que usam cerca de 6.000 M-113 de diversos tipos e com diversas adaptações, é interessante lembrar a orientação de um brilhante general de blindados, Israel Tal.
Ele defendia (e as IDF acataram) que os VBCI devem ser melhor blindados que os carros de combate principais, pois eventualmente estes devem apoiar o avanço blindado contra posições defendidas com ATGW e desembarcar a infantaria com segurança.

O Achzarit Mk.2 testou o conceito e foi aprovado.

Agora o Namera com mais de 50 (cinquenta) toneladas vem sedimentar a doutrina.

Outro ponto interessante é que eles não se preocupam em armar seus blindados de infantaria com armas pesadas, pois entendem que a missão de destruir outros blindados é dos carros de combate. O papel dos Achzarit e Nameras é levar com segurança seus fuzileiros pelo campo de batalha para assaltos a posições defendidas.

Abç.,
Ivan, an oldinfantryman.

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

Prezados
O conceito de um VBTP ou VBCI altamente blindado adotado por israel não seria realizável no EB e não teria (tem) muita aceitação em outros paises, pelo custo/benefício. Lembremos que no nosso caso até mesmo um CC com mais de 50 toneladas gera problemas ligísticos.

Ademais, se até os Merkava são vulnerárveis a misseis modernos como o Kornet, com muito mais razão o são veiculos de transporte. Parece-me que a opção é algo bem próprio da realidade israelense. Aliás ela em muito se baseou na utilização de CC soviéticos capturados em Golan e convertidos para esta função ( T55 e T62), com retirada da torre. Acho que diante do resultado da ultima campanha no Libano em 2008, com 49 CC pesados imobilizados em 320 usados, por misseis, este conceito de VBCI/VBTP altamente blindado e usado para aproximação extrema será reavaliado,ainda que para Israel ele seja útil, uma vez que lida com a realidade de combates urbanos.

A questão de o comandante desembarcar é bem relevante. A rigor, é imprescindível que o sargento desembarque para manter o controle dos homens, o que é algo assaz. Hoje no EB, ainda há perda de um homem da primeira esquadra ( o E4) para ficar na metralhadora e o cabo comandante da segunda esqudra desembarca também. O ideal é que o sargento levasse um equipamento rádio que permitisse comunicar com o veiculo para dirigir o fogo, ou empregar os carros em sessões de fogo de 02 carros cada uma comandadas pelo segundo sargento adjunto do pel.

No caso do Guarani, que terá também função de VBCI, a experimentação doutrinária ainda em nivel pelotão que esta sendo levada a efeito na 15 Brigada Inf Mec recomendou que a função de atirador seja exercida por pessoal NB e com graduação de cabo. Neste caso é provável que tenhamos 09, mais atirador mais motorista, tornando bem mais efetivo o emprego do veiculo, ainda mais se o comandante desembarcado tiver contato rádio pessoal e permanente com o atirador e motorista.

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

Já quanto aos tanques de combustível no caso do M-113 ele fica na lateral a esquerda ,pelo que me lembro, e perto da traseira. Temformato quadrado. No dos Fuzileiros Navais esta sendo mudada esta posição.

Se atingidos por armas AT mesmo com diesel eles expodem, pois estas armas geram cones de plasma a altíssimas temperaturas. Talvez a solução “menos pior” fosse colocá-los no “porão”,ainda que pudessem ser atingidos por minas AC.

Acertar blindados pela traseira não é algo dificil qualquer que seja o blindado. Quando avançam na linha de defesa adversária, abrigos duplos ou individuais bem camuflados são muito, mas muito dificeis de achar. Ja vi o elemento se afastar alguns metros e ele se perder de seu próprio abrigo. Neste caso, basta ao defensor esperar o veiculo passar e disparar uma arma AT como o AT-4 na sua traseira.

Justamente para evitar isso é que os infantes são sempre desembarcados antes da posição de assalto (que corresponde à ADA, ou a seu limite posterior, do adversário) e acompanham a pé o veiculo em suas laterais ou se valendo de sua blindagem e repelindo os adversários que suirgem de inopino, o que é impossivel embarcado, pela pouca visibilidade, e campo restrito de tiro.

Ivan
Ivan
11 anos atrás

Collombeli,

O conceito israelense de VBCI altamente blindado é interessante, principalmente se observar que estes são apenas uma parte dos seus blindados de infantaria.

Salvo engano (de memória) são menos de 400 Achzarits para mais de 6.000 derivados do M-113, bem como a encomenda de Nameras é de 600 veículos.

Seria como ter um núcleo de veículos maiores e mais resistentes para momentos específicos do combate, como o assalto a posições melhor defendidas.

Se observarmos o novo VBTP alemão, o Puma, bem como as últimas versões do americano Bradley, vamos encontrar um enorme esforço em aumentar a proteção blindada para os fuzileiros embarcados.

Não estava sugerindo em momento algum incorporar um Namera no EB, mas apenas apresentar o conceito. Por outro lado, já que o amigo levantou o assunto, pode sim ser interessante para nosso exército dispor de algumas unidades equipadas com VBCIs pesadamente blindados, mas não tanto quanto o novo monstro israelense.
Algumas unidades mais pesadas podem ser úteis em várias situações de combate, principalmente contra posições mais defendidas.

Cordiais saudações,
Ivan, o antigo.

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

Ivan
Meu receio é que, por mais blindado que seja, qualquer (ou pelo menos a maioria) das armas AT bota eles fora de ação.

Ainda prefiro os infantes desembacando e o veiculo fazendo apoio de fogo de mais longe, inclusive com tiro sobre tropa.

Como infante blindado que fui, prefiro estar disperso em campo, fazendo lanços e podendo atirar,do que dentro de um blindado com a perspectiva de, em um instante, virar carvão por uma arma AT ou disparo direto de artilharia. Mas claro, quanto melhor for a blindagem melhor, em qualquer caso, para a tripulação.

Recordo que a doutrina preconizada no EB estipula que, diante da localização de qualquer arma AC, os fuzileiros devem desembarcar e atacá-la. Dificilmente há posições sem armas AC.

Para o EB incorporar este conceito de blindado mais pesado, seria algo para o sucessor do M-113, coisa que o EB ja deveria estar pensando.

Ivan
Ivan
11 anos atrás

Colombelli,

Eu também entendo que o infante deve lutar desembarcado, assim como o comandante do GC. No veículo deve permanecer o motorista e operadores de armas orgânicas (1 ou 2) para apoio de fogo.

Mas em algumas situações é necessário atravessar áreas batidas por fogo inimigo acompanhando os carros de combate. Nestes eventos é melhor um M2 Bradley com blindagem reforçada (mais ou menos 30 toneladas) do que outro mais leve.

Acredito que a infantaria blindada precisa de VBCIs capazes de acompanhar os carros de combate e ter proteção maior que os blindados da infantaria mecanizada.

Israel vai usar o Namera para apoiar seus Merkava.
Blindados entre 55 (cinquenta e cinco) e 65 (sessenta e cinco) toneladas.

Países como o Brasil que operam carros de combate menores, na faixa de 42 (quarenta e duas) toneladas, podem pensar em VBCIs menores, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) toneladas.

Outro ponto a registrar, novamente.
VBCI é um blindado caro, mas de grande impacto no combate, necessário para acompanhar os carros de combate principais.
Basta adquirir uma quantidade suficiente para esta missão, ou seja, um número semelhante ao de tanques, ou um pouco menos.
Observar novamente o exemplo de Israel, onde apenas 10% dos seus blindados de infantaria são pesados. Com os novos (600) Nameras esta relação deve mudar para algo perto dos 20%, mas ainda assim haverá um Hi Low Mix… he he he.

Sds.,
Ivan.

Vader
11 anos atrás

Amigos, excelentes comentários.

Colombelli me lembrou de muita coisa (nossa, ADA fazia tempo que não ouvia, rs) que depois de 16 anos (passou rápido pacas) já começa a me rarear na memória. A história do cara se afastar do abrigo pra se aliviar e se perder é real, também já vi acontecer.

Concordo com o Colombelli. Como ex-comandante de Pel Infa Bld também preferiria muito mais atuar na ofensiva desembarcado, movimentando de perto os GCs, do que dentro de uma lata de sardinha sem visibilidade e arriscado a ver meus homens sumirem com meia dúzia de disparos de armas anticarro.

Uma das funções da infantaria no ataque é fazer com que o inimigo na defensiva gaste sua munição. Para isso, a tropa tem que estar dispersa no terreno, e não concentrada em alguns blindados.

Mas devemos lembrar que estamos falando de guerra regular. Em combates irregulares, arrisco dizer que a imensa maioria hoje em dia, em que a frente é fluída e mal definida, em que o inimigo se organiza em bolsões e não em linha, em que ora se está à frente, ora atrás, ora de lado do fogo, é imprescindível uma boa blindagem, em todos os ângulos do VBTP, porque nunca se sabe de onde virá o fogo inimigo.

Enfim, se fosse possível, o ideal é que a Infa Bld dispusesse de dois tipos de veículos: os VBCIs, mais caros e com blindagem em todos os ângulos, para combate irregular, e os VBTPs, mais baratos e com blindagem apenas frontal e lateral, para combate regular.

Mas diante da inviabilidade disso o grande segredo será fazer um VBCI barato e funcional.

rsbacchi
rsbacchi
11 anos atrás

Gostaria de parabenizar a todos!

Poucas vezes em sitios de defesa tive o prazer de acompanhar uma discussão tão interessante e proveitosa!

EXCELENTE!!!

Vader, eu acredito que já existe este critério de dois (ou mais) tipos de veiculos.

No exército dos E.U.A. o M113 depois da introdução do Bradley, tem sido usado muito proximo do que você sugere.

Inclusive hoje, está sendo desenvolvida uma concorrencia para um veiculo sobre lagarta para substituir o M113 em todas as tarefas que ele atualmente desempenha.

Conocorrendo estão a BAE com uma versão simplificada do Bradley, e a General Dynamics com uma versão sobre lagartas do MOWAG Stryker.

Eu acredito que os MRAPs estão também atuando da maneira que você pensa.

No exercito britanico os FV 432 (junto com MRAPs) tambem exercem estas funções.

No exército alemão os M113 atuaram em funções secundarias em relação aos Marder, tendo sido complementados nestas funções pelo Dingo.

Em suma, concordo integralmente com você.

Bacchi

Ivan
Ivan
11 anos atrás

Curiosamente os russos que foram pioneiros na introdução dos Veículos Blindados de Combate de Infantaria com suas Boyevaya Mashina Pekhoty surpreenderam a todos ao introduzir também um veículo mais simples, equivalente ao M-113 só que mais atarrancado, o Mnogotselevoy Tyagach Lekhko Bronirovannyi – MTLB.
http://www.military-today.com/apc/mtlb.htm

Este MTLB, como o M-113, teve inúmeras missões e diversas versões, desde reboque de artilharia até transporte blindado de pessoal. Foi produzido também na Polônia que usa e mantém até hoje.

Os russos também entenderam que era necessário dispor de um blindado mais simples, com menor custo de produção e operação.

Se alemães, americanos, israelitas e russos pensam da mesma maneira, desconfio que há uma boa razão para tanto.
Rs rs rs…

Grande abraço aos amigos,
Ivan Ivanovich.

Requena
Requena
11 anos atrás

Parabéns aos amigos pelos comentários.

Que aula! 😀

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

G-loc, os carros que eu referi atingidos em 2008 foram os Merkava, não blindados de transporte. Há inclusive videos deste veiculos sendo atingidos no youtube. Os blindados de transporte nem estavam na área justamente para evitar os misseis.

Estes carros atingidos em curto espaço de tempo por misseis Kornet e tirados de circulação causaram poucas baixas porque o Merkava é extremamente blinado e a tripulação é pequena. Mas isso levou a uma completa modificação da ação israelense na ocasião. Há um documentário bem interessante no youtube chamado “chariots of god”.

Se isso ocorreu com os Merkava, imagine-se o que seria em vista de blindados cheios de infantes.

O Vader bateu em um ponto interessante que justifica a opção de Israel por VBTP e VBVI pesadamente blindados: a guerra irregular em ambiente urbano,onde os blindados ainda são importantes, principalmente contra IEDs ( fato constatado pelo EB no Haiti), mas esta opção também estará certamente sendo revista na medida em que misseis modernos caiam na mão da catrefa extremista em Gaza e no Libano.

Quanto aos 200 metros, é um padrão que decorre do fato de que a nossa artilharia tem de cessar fogo sobre o inimigo quando nos aproximamos dele para não atingir nossos próprios elementos. Este limite entre 40 e 200 metros das trincheiras adversárias é a nossa posição de assalto,a qual atingida implica fim emregra do fogo de nossa artilharia. O ataque antes começa na linha de partida (ultima posição coberta e abrigada) e atravessa a terra de ninguem ( onde podem haver linhas de controle) até chegar à posição de assalto.Entre alinha de partida e a posição de assalto,contamos com o apoio de fogo de artilharia e fogo direto dos carros sobre o adversário paraimpedir que ele “levante a cabeça”. Para o defensor, a linha de partida corresponde ao LAADA ( limite anterior da área de defesa avançada), e a posição de assalto correponde ao limite posterior desta ADA.Chegando-se à posição de assalto, obrigatoriamente os infantes desembarcam, pois não há como proteger e apoiar os blindados ( se estiveremjunto) e fazer a limpeza do terreno sem estar a pé. Dentro do Carro, seria impossivel atingir todos os abrigos adversários e inimigos ficariam na nossa retaguarda, podendo atingir os blinados por tras. O abrigo individual ou duplo é extremamente difícil de se ver mesmo desembarcado. Para poder localizá-los e para evitar tiros amigos nas costas, o assalto é feito em linha e andando, com distância média de 10 metros entre cada homem, ou seja, não é feito em lanços, mas de pé,em marcha contínua e atirando.

A introdução das torres nos VBCI não modificará esta dinâmica, sobretudo porque a torre dentro da posição de assanto e após ela, não terá como fazer fogo contra o chão em ângulo agudo. Ou seja, os carros não atirarão na hora do assalto exceto contra alvos na segunda linha defensiva de aprofundamento da defesa e mais distante.

Eles terão utilidade permanecendo a certa distância efetuando fogo de apoio de supressão de abrigos.

Não será conveniente deixar a tropa embarcada mesmo nos VBCI dentro da posição de assalto pois isso anulará a proteção que os fuzileiros prestam e permitirá armas AC fazerem massacres.

Por outro lado, a função de apoio de fogo à distância ja se provou insuficiente para a limpeza completa do terreno, o que se verificou com os CC,que tem armas bemamsi pesadas e mesmo assim não conseguem aniquilar toda a defesa. Há sempre necessidade de infantaria de acompanhamento formando a chamada FT fuzileir/o blindado. 70 anos de guerra blindada mostraram que a idéia de os carros, sejam VBCI sejam CC, atacndo com fogo e a infantaria so conferindo depois é inviável. felizmente, oui infelizente,os pés de poeira tem que limpar e consolidar o terreno a pé. Por isso a “Gloriosa” é chamada de “arma de contato”.Mesmo hoje a luta dentro da posição de assanto vira baioneta, coronhaços com a chapa da soleira, tiros a curta distância. Ali se vê o branco dos olhos do inimigo.

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

A propósito ainda, ontem,vasculhando os alfarrábios da memória, lembrei da composição do GC blindado:

3º SGT CMT GC

1a esquadra
E1
E2
E3
Atirador de FAP primeira esquadra

2 esquadra
Cb comandante da segunda esquadra
E4 e atirador de .50
E5 e granadeiro
Atirador de FAP da segunda esquadra.

São 03 GC e mais o grupo de comando no PEL, a peça 60mm fazendo parte deste

Grupo de Comando
Ten CMT PEL
2 Sargento Adjunto (quase nunca há)
soldado radio operador e mensageiro

Peça de Morteiro 60
CB comandante da peça
Sd atirador
Sd municiador
Sd remuniciador

Lá se vão 15 anos e 23 dias, mas a maneabilidade esta na “massa do sangue”.

Vader
11 anos atrás

Colombelli disse:
23 de julho de 2013 às 23:52

Obrigado caro Colombelli, por me lembrar de elementos de maneabilidade e ofensiva/defensiva que eu já não me lembrava. L Part, P Assalto, ADA, LAADA, composição do GC Bld, tudo conceitos que já estava me esquecendo (teria que procurar nos alfarrábios, rsrs).

G-Loc, não tem jeito, por mais recursos tecnológicos e por mais armas que se tenha você só tira o inimigo encruado no terreno com a infantaria a pé.

Você pode bombardear uma posição quanto quiser. Você pode soltar até uma arma atômica (tática) na linha: sempre vai sobrar um defensor, que terá que ser tirado “na unha”, pela infantaria, para permitir a progressão segura dos elementos não combatentes de uma ofensiva.

É por isso que, com tantos avanços, sempre vai haver a arma de Infantaria.

Saudações.

Ivan
Ivan
11 anos atrás

Colombelli,

Para mim são 30 anos.
O pelotão era exatamente este e deve permanecer até hoje.

Ainda não descobri de quando data esta formação.
Mas na II WW os grupos de combate do US Army, que foram determinantes na formação da nossa Força Expediconária, eram de 12 (doze) soldados com Garands e BARs (Browning Automatic Rifle) fazendo o papel do FAL e FAP.

Um sítio interessante para entusiastas:
http://www.bayonetstrength.150m.com/

Curiosamente os yankees tinham balalhões de infantaria blindada nos anos finais da II WW, com os meia lagarta (halftrack) M3 armados com metralhadoras .30 M1917 A1 ou .50 M2HB (no final).

Sds.,
Ivan.

Ivan
Ivan
11 anos atrás

MiLord Vader,

Um antigo instrutor sempre nos ensinava:
Apesar das armas mais sofisticadas o infante e seu fuzil sempre será necessário para ocupar o terreno.

E eu completava fora da instrução:
…mesmo que este fuzil seja de raio laser!

Sds.,
Ivan, a oldinfantryman.

ivanildotavares
ivanildotavares
11 anos atrás

Show de comentários. Estão todos de parabéns! Aprendi muito com os senhores.

Obrigado e Abraços,
GUPPY

Ivan
Ivan
11 anos atrás

Ivanildo GUPPY Tavares,

Vc tem um e-mail que possa indicar para entrar em contato aqui no Recife?

Abç.,
Ivan.

ivanildotavares
ivanildotavares
11 anos atrás

Sim, Conterrâneo:

ivanildotavares@gmail.com

Só que moro em Niterói-RJ desde que, no porto do Recife, embarquei no NTr Ary Parreiras – G21, em dezembro de 1976.

Só conseguia ir a Recife quando de férias por vários anos. Agora, sem a minha mãe presente, ficou mais difícil.

Abraços,
GUPPY

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

Somente quando for criada uma defesa ativa eficiente contra misseis haverá uma real maior segurança para as triulações. Hoje, tanto CC como blindados, ainda são vulneráveis não importa quanto sejam blindados, e a utilização de blindados de transporte, não importa o quanto tenham de blindagem, em áreas com presença de modernos misseis AT gera grande potencial de baixas. Este risco so é admissivel e aceitavel em ambiente urbano. Ai sim é preferivel estar dentro de um bom blindado que a descoberto, pois o ambiente urbano anula a possibilidade da dispersão como defesa,o que existe em campo aberto. Entre os riscos o “menos pior”

Em campo aberto, conforme referi, o grande papel do VBCI será ainda prestar apoio de fogo direto a distância acima de 300 metros da linha de trincheiras e principalmente com tiro sobre a tropa enquanto esta avança na terra de ninguem, somendo-se ao fogo dos CC e da artilharia e depois fornecendo apoio de fogo na consolidação da posição, que é o momento em que a tropa fica mais vulnerável.

O carl gustav, que também foi usado em larga escala nas Malvinas diante do elevado custo do Milan, inferlizmente ainda é pouco adotado pelo EB. Pelo que sei, temos apenas 140 unidades. So para equipar os batalões de infantaria seriam necessárias pelo menos 630 unidades. Mas é uma arma excelente para supressão de defesas, tendo munições temporizadas e mesmo termobáricas.

Por fim, o maior exemplo de como o maciço poder de fogo não é capaz de debelar completamente o inimigo bem entrincheirado esta em Khe Sahn. Os arredores da base america onde estavam os VC receberm a maior tonelagem proporcional de explosivo ja lançada em uma região, seja por artilharia, seja bombardeiro aéreo e mesmo assim ocerco durou mais de 70 dias.

Ivan
Ivan
11 anos atrás

Colombelli e G-LOC,

Mo meu entendimento. que aparentemente é predominante hoje em dia, a infantaria blindada deve desembarcar para combater apoiando e sendo apoiada pelos blindados.

Mas haverá momentos em que o combate embarcado será necessário ou inevitável.

Como as linhas de combates são muito flúidas, inclusive em guerra convencional, em algumas situações as colunas blindadas (forças equilibradas) deverão ultrapassar posições inimigas pelo flanco para cercar ou combater pela retaguarda.

Uma força tarefa blindada com Carros de Combate e VBCIs razoavelmente blindadas podem realizar missões como esta. Na verdade os ‘tanques’ faziam isso na II WW, mas hoje em dia um ‘tanque’ sem infantaria é um alvo fácil.

Um VBTP como o M-113 não seria um bom veículo para contornar uma posição inimiga, assim como o MTLB e a maioria dos blindados sobre rodas.

Outro ponto que temos que entender é que a idéia do General Israel Tal (falecido em 2010) não era tornar os VBCIs invulneráveis. Sua intenção era que estes fossem tão ou mais resistentes que os tanques que acompanhavam, para dar aos infantes embarcados maior chance de sobrevivência sob fogo, principalmente aquele de emboscada, em transito.

Neste sentido os Merkava tem demonstrado sucesso, pois mesmo tendo alguns avariados ou perdidos, suas tripulações tem uma boa taxa de sobrevivência.
O mesmo não pode ser escrito para os T-72 contemorâneos.

Combinação de meios.
Veículos mais pesados, protegidos, sofisticados e caros para as missões mais exigentes.
Veículos mais leves, simples e de baixo custo de produção e operação para as demais missões mecanizadas.

Hi Low Mix.

Xiiii… Parece até que estou escrevendo lá no AEREO!

Sds.,
Ivan.

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

Ivan, quanto mais blindado sempre melhor. Mas na hora de atacar ou mesmo de montar posições de bloqueio, que são típicas de manobras de flanquamento após a ruputura e em fase de aproveitamento do êxito ( normalmente revadas a efeito pela cavalaria blindada) a tropa sempre irá desembarcar.

Manter-se em um VBTP ou VBCI o máximo de tempo possivel é adequado para ambiente urbano. Em campo aberto em um ataque, 9 entre 10 infantes preferem estar no chão, “o melhor amigo do infante”.
Isso a torna menor vulnerável as armas AT e permite maximizar o fogo das armas portáteis.

A utilidade do carro entra em efetuar através de campo o deslocamento de forma rápida e prestar apoio de fogo direto nestas situações de flanquamento. O M-113 se presta a este tipo de missao sem maiores problemas. O que se pode dizer é que há carros mais protegidos ou com maior poder de fogo. Participei de uma manobra destas em ataque a uma posição em outubro de 1996. no campo de Instrução do Saicã, em Rosário do Sul, embarcado em um M-113, tendo a conpanhia realizado um flanquamento pela direita do adversário que era fixado frontalmente pelo engajamento de CC M-41.

Realizado o ataque o CMT Pel determinou o reembarque com a área ainda vermelha, e por isso fomos penalizados com baixas.

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Algumas perguntas aos entendidos:

Um VBTP quado desembarca a tropa fica somente com o condutor, ficando a metralhadora desguarnecida, já que seu operador também faz parte do grupo de combate?

No caso do VCI sei que isso não acontece já que nunca desembarca o “atirador”, mas sempre desembarca o comandante?

Novas tecnologias não estão deixando muito ténues os limites entre um VBTP e um VCI? Será que eles irão se fundir no futuro?

Com a introdução da comunicação em tempo real via datalink com os infantes desembarcados, será que no futuro haverá necessidade do comandante desembarcar? Ele não teria melhor consciência situacional se ficasse no veículo a la “Aliens, O Resgate” ?

Desde já agradeço.

No mais, me somo aos colegas nos parabéns aos participantes.

Vader
11 anos atrás

Colombelli disse:
24 de julho de 2013 às 0:01

Amigo Colombelli, apenas uma correção:

Tenho a impressão que a composição do GC Blindado que o amigo colocou está errada.

Notei isso porque me pareceu estranho que na composição do GC que o amigo mandou não houvesse um cabo comandante da primeira esquadra, havendo em seu lugar o E3. Não encontrei referências para tal.

Por outro lado, fosse correta a composição enviada pelo amigo, desembarcado o GC Bld não haveria, como bem notou o Bosco, quem operasse a Mtr .50 em apoio à progressão da tropa.

Ainda, no link abaixo, uma monografia de um cavalariano do Exército, a pág. 51, encontra-se a composição do Pel Fzo Bld de um BIB, com o GC Blindado sendo, da seguinte forma (nota: o 1o GC Fzo Bld possui um Cb motorista “reserva” a menos):

– Sgt Cmt GC;
– Soldado atirador da Mtr .50;
– 1 (1o GC) ou 2 (2o e 3o GCs) Cb motoristas.

1a Esquadra:
– Cabo Auxiliar Cmt 1a esquadra (C1);
– Sd atirador (A1);
– Sd fuzileiro (E1);
– Sd fuzileiro (E2);

2a Esquadra:
– Cabo Auxiliar Cmt 2a esquadra (C2);
– Sd atirador (A2);
– Sd fuzileiro (E3);
– Sd fuzileiro (E4);

Link:
http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/FBEBP.pdf

Assim, e já respondendo à pergunta do amigo Bosco (acima), a verdade é que, enquanto embarcado, o GC Blindado possui 11 (1o GC do Pel Fzo Bld) ou 12 (2o e 3o) homens, contando o(s) motorista(s), inclusive os dois reservas, e o atirador da Mtr .50.

Como o(s) motorista(s) e o atirador da Mtr .50 não desembarcam, ficando este último efetuando fogo na posição defensiva (sobre a tropa), quando o GC desembarca ele progride como um Pel Fzo comum, com 9 homens divididos em 2 esquadras comandadas por um cabo cada uma, todos comandados pelo Sargento Cmt GC.

joseboscojr disse:
28 de julho de 2013 às 11:28

Bosco, tendo em vista que a Mtr .50 do M-113 é a mais poderosa arma do GC Bld, ela nunca fica desguarnecida. Apesar de, como demonstrei acima, haver, orgânico do blindado, um soldado atirador de Mtr .50, baixado este a posição, quando o GC está embarcado (normalmente quando em Marcha para o Combate) é assumida por um dos atiradores ou um dos esclarecedores (normalmente o primeiro que o sargento bater os olhos, rsrsrs).

O comandante de Grupo sempre desembarca. Acredite meu amigo, em 200 metros a partir da P Assalto pode acontecer muita coisa, e o Comandante de Grupo precisa estar logo atrás dos seus homens para poder coordenar o avanço das suas duas esquadras, no mais das vezes inclusive por lanços (uma esquadra faz fogo – o famoso “covering fire” que você vê nos filmes de Hoollywood – enquanto a outra avança e vice-versa).

Com toda a tecnologia imaginável, não enxergo a menor hipótese de o Comandante de Grupo ficar no conforto (?) e segurança (???) do blindado, enquanto seus homens avançam sob o comando dos cabos.

Imagine uma progressão sob um terreno montanhoso e irregular, com o inimigo invariavelmente SEMPRE colocado numa posição de comandamento (a posição mais alta em relação à tropa atacante), com terreno “sujo” por vegetação, e a tropa tendo que manter alinhamento para bater todo o terreno. Sem o sargento para comandar, coordenar e fiscalizar/corrigir o avanço vira uma zona: atirador vai passar na frente do outro, uma esquadra vai embaralhar com a outra, isso se o Grupo não embaraçar com os outros grupos, na ligação dos flancos.

Sem falar no fator moral: que homem vai obedecer uma ordem de avançar se seu comandante direto está atrás, olhando?

Impossível mesmo para o Cmt Pel Fzo ficar para trás: mesmo o 2o Ten Cmt Pel tem que desembarcar, para comandar seus Sargentos e a peça de Mrt .60., sem falar nas, no caso do Pel Fzo Bld, armas dos blindados.

Por fim, creio que VBTPs e VBCIs sempre deverão ser diferentes. O VBCI é um veículo mais completo que o VBTP, para combates em ambientes diversos, e sendo preparado para tomar fogo pelas laterais, sendo o último por isso mesmo mais barato e “descartável” (especialmente no caso do M-113).

Abraço aos dois.

Vader
11 anos atrás

Ah sim, na ótima monografia que indiquei acima consta uma nota de que o BIB no EB passou, a partir de 2003, a ter composição quaternária, ou seja, quatro Cia Fzo Bld por batalhão, seguindo portanto a formação típica de cavalaria.

Apenas para esclarecer, na minha épica de Infa Bld eram apenas 3 Cia Fzo Bld.

Respostas mais aprofundadas no Manual de campanha C 17-20 “Forças Tarefas Blindadas” disponível em:

https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CC4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.cdoutex.eb.mil.br%2Findex.php%2Fprodutos-doutrinarios%2Fmanuais1%2Fparte-1%2Fblindados%3Fdownload%3D32%3Ac-17-20&ei=H7H1UcqbK4aqiQLR24GoBQ&usg=AFQjCNFYW4N_8fHZs1Drw5a_t7sqgz0_vQ&sig2=-UM0X0N9fLhqONGH0epiZw&bvm=bv.49784469,d.cGE

Colombelli
Colombelli
11 anos atrás

Vader
Os efetivos nominais que constam nos mapas da força raramente correspondem à realidade tendo em conta os claros nunca preenchidos.Normalmente a cia tem na realidade pouco mais de 70% do seu efetivo programado.

No meu tempo,isso em 1995-1997, os GC blindados tinham somente um cabo ( isso quando tinha), e havia um E5 que era o granadeiro.Nunca os treinamos com granadas de bocal, pois houve um acidente em Alegrete uns anos antes e tinham um medo terrífico destas armas em exercícios.

Os meus GC, inclusive,nunca tiveram cabos. Era sempre um soldado NB que fazia as vezes deste. Quando estive no segundo GC do segundo pel da 3a cia do 29 BIB, eram os soldados Claiton ( vulgo sapo) e depois Hartmann que desempenharam estas funções.Quando passeio para o terceiro do terceiro pel so havia um cabo na peça de morteiro 60 do pel,o CB Rogério que também era da sargenteação.

Havia somente um motorista por blindado. No meu caso, os CB Nunes, que primeiro era do morteiro 60mm e depois passou pra motorista,além de ser da banda; e o CB Da Costa, vulgo “cachorrão”, com quem algumas muitas vezes quase capotamos o M-113.

Quando o GC desembarcavam, ninguem ficava na metralhadora .50, pois era o E4 o seu atirador.

Não havia segundo sargento adjunto em nenhum pel embora fosse efetivo programado. O único batalhão até hoje que soube que tinha segundos quase completo é o 8 BIMTZ de Santa Cruz, hoje extinto, e isso por causa da cidade que era boa e o pessoal pedia transferência pra lá. No 2º Batalhão, Regimento Havai, onde fiz estágtio, também não lembro de ver adjuntos no pel.

Na 3 cia do 29 BIB so havia dois segundos, o sargento Elecir que era sargnteante, e o sargento Soares, conhecido como “sub-foda-se” ( expressão que lhe era pitoresca) que fazia as vezes de subtenente.

Não havia nenhum subtenente nas cias de fuzileiros,embora previsto um para cada.

Ainda a propósito das mudanças, antes havia a Cia de Comando hoje transformada em base administrativa onde fica o pessoal do S1 ( pessoal) S2 (informações), S3 ( operações) e S4 ( logistica), normalmente capitães e majores além de alguns sargentos tidos pelo resto da tropa como “puxa sacos”, pois nunca iam pro campo.

Havia ainda a Cia de Apoio, com 03 pel. Um de canhões AC M-40 106mm a três peças; um de morteiro pesado 4.2″,a quatro peças em duas seções ( hoje 120mm raiado); e um pel de metralhadoras Mag a 04 peças em duas seções.

Quanto ao desembarque do cmt GC é imprescindível, pois como o tiro do GC no assalto é feito em ângulos de até 60º para as laterais, para poder atingir o pessoal abrigado pelas bermas dos abrigos, há necessidade imperativa de se manter o alinhamento rigoroso da tropa, do pel todo inclusive, coisa muito dificil (imagine-se de noite então).

Por fim, registro que a experimentação doutrinária que esta sendo feita a nivel Pel Mecanizado na 15 Brigada com Urutus, mas visando o Guarani, recomendou que os atiradores dos carros sejam cabos, especialmente nos VBCI, e estes serão somados ao efeitvo do GC pelo que serão pelos menos 11 elementos, um ficando permanentemente na “acochambração” dentro do veiculo, além do motorista.

Vader
11 anos atrás

No tópico:

A novela do M-113 e o protótipo da Tractto/Medianeira, em parceria com a Unicamp:

http://www.youtube.com/watch?v=RIxz7uzX7zU

Creio que isso deveria virar um post e quiçá uma investigação pela equipe do ForTe.

Guilherme Poggio
Responder para  Vader
11 anos atrás

A novela do M-113 e o protótipo da Tractto/Medianeira, em parceria com a Unicamp:

http://www.youtube.com/watch?v=RIxz7uzX7zU

Creio que isso deveria virar um post e quiçá uma investigação pela equipe do ForTe.

Mas já foi.

http://www.forte.jor.br/2013/07/24/a-historia-do-m-113-modernizado-em-santa-maria/

Vader
11 anos atrás

Colombelli disse:
29 de julho de 2013 às 10:26

Grande Colombelli, coloquei a coisa na teoria, mas você tem razão. Isso aí tudo que você passou no 29o BIB eu vi no, à época, 28o BIB em Cps, onde me formei, mais ou menos na mesma época que vc, de forma que tenho mais é que concordar contigo.

A falta de quadros no EB é gritante. Me lembro que no batalhão inteiro acho que havia um único subtenente.

A verdade é que a EsSA não dá conta de formar sargentos, principalmente para a Infantaria, e os que vem de CFS são pouco prestigiados, além de ficarem pouco tempo. Quanto aos cabos, a coisa é ainda pior.

Enfim, la nave va… Se um dia o Brasil precisar do Exército de verdade, para uma guerra, vai ser uma pauleira pra encontrar gente qualificada pra preencher os claros.

Grande abraço.

Vader
11 anos atrás

Guilherme Poggio disse:
29 de julho de 2013 às 14:22

Verdade Poggio. Grato.

rsbacchi
rsbacchi
11 anos atrás

Quando escrevemos o primeiro artigo sobre a repotencialização do M113 para a Tecnologia & Defesa eu, Helio Higuchi e Paulo Bastos contatamos diretamente o Capitão Eduardo Giovani que encabeçou este projeto para termos uma ideia do que foi feito.

O que vocês fizeram neste sentido?

Bacchi

ivanildotavares
ivanildotavares
11 anos atrás

Vader e Colombelli,

Quando fui servir no Submarino Rio Grande do Sul – S11, em 1977/1978, faltava Suboficiais (Subtenentes no EB), Sargentos, Cabos e Marinheiros especializados para completar o quadro de lotação do navio. Sabe o que acontecia? Quase todos os militares ganhavam graduação superior. Eu, por exemplo, era um MN-QSM (Marinheiro do Quadro Suplementar de Máquinas) mas recebia como se fosse um Cabo.
Viram, não era só no Exército que faltava militares para completar efetivos.

Abraços aos dois e desculpem a fugida do belíssimo assunto e excelentes abordagens dos senhores.

GUPPY

Vader
11 anos atrás

ivanildotavares disse:
29 de julho de 2013 às 23:33

Bons tempos então meu caro Ivanildo, porque acho que hoje isso não é mais possível/permitido.

Tem muito soldado fazendo papel de cabo, muito cabo fazendo papel de sargento e muito sargento fazendo as vezes de subtenente, todos sem ganhar por isso.

Abraço.

Marine
11 anos atrás

Do ponto de vista do infante e principalmente como lider de GC eu sou da opiniao de que o GC deve sempre ser transportado em um APC ou IFV so.

IFV ou APC nao e MBT, sua razao de existir a apoiar a infantaria. Sendo assim engenheiros e projetistas devem pesar a necessidade da infantaria acima ate da do veiculo em questoes de tamanho, peso, mobilidade, comunicacao e poder de fogo.

A razao de ser do lider de GC e controlar e utilizar o poder de fogo de seu GC. Ele nao e apenas mais um fuzileiro, e a complexidade do seu trabalho se multiplica quando ele tem o GC espalhado em mais de um veiculo.