Obama nomeia 1ª mulher como diretora do Serviço Secreto
Julia Pierson, que trabalha há 30 anos na agência, vai substituir Mark Sullivan aposentado em fevereiro
Uma agente de 53 anos – e 30 de experiência – será a primeira mulher a comandar o Serviço Secreto dos EUA. Julia Pierson, até então chefe de Gabinete, foi indicada nesta terça-feira pelo presidente Barack Obama, num sinal de desejo de mudanças na agência dominada por funcionários homens e abalada por um escândalo no ano passado. Julia terá pela frente não só o desafio de garantir a segurança do presidente americano e investigar crimes financeiros – atribuições de praxe do órgão – como o de limpar a imagem do Serviço Secreto, manchada pelo envolvimento de agentes com prostitutas durante uma viagem oficial de Obama à Colômbia, em abril.
Ao contrário dos nomes indicados pelo presidente às secretarias de Estado e de Defesa, a direção do Serviço Secreto não precisa ser confirmada pelo Senado. Assim, Julia substitui Mark Sullivan, que se aposentou em fevereiro.
A veterana nasceu na Flórida e iniciou a carreira como agente especial do Serviço Secreto em 1983, no escritório de Miami. Em 1988, passou à Divisão de Proteção Presidencial, na qual esteve por quatro anos, até se tornar coordenadora do programa antidrogas da agência. Ela já passou, também, pela liderança de investigações de crimes cibernéticos e pela chefia do Escritório de Operações de Proteção. Quando foi indicada por Obama, já era a mulher com o cargo mais alto no Serviço Secreto.
Num comunicado, o presidente americano destacou que Julia “exemplifica o espírito e a dedicação” da agência:
“Julia é eminentemente qualificada para liderar a agência que não só salvaguarda os americanos em eventos de grande porte e assegura nosso sistema financeiro, como também protege nosso líderes e famílias, incluindo a minha”, disse Obama.
Ele não mencionou, porém, o escândalo na Colômbia, nem o esforço que se espera de Julia nos bastidores para contornar o incidente que custou o emprego a seis agentes e muitas críticas ao Serviço Secreto. Em abril do ano passado, 12 agentes, incluindo dois supervisores, foram acusados de levar mais de 20 prostitutas para seus quartos em um hotel em Cartagena, na Colômbia. O escândalo com prostitutas no ano passado ocorreu antes da chegada de Obama na Colômbia e sua segurança não foi comprometida. Mas o incidente levou Mark Sullivan a criar um novo código de conduta que proíbe funcionários de consumir bebidas alcoólicas 10 horas antes de iniciar um serviço, além de não permitir a entrada de estrangeiros em seus quartos de hotel. Ao todo, seis pessoas deixaram o cargo por ligação com o caso.
FONTE: O Globo
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