Batalha retórica marca início da ofensiva antiarmas nos EUA

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vinheta-clipping-forte1A “briga do século” prometida pelo vice-presidente executivo da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), Wayne Lapierre, antes mesmo do anúncio formal, anteontem, do pacote de medidas para controlar o acesso a armas de fogo nos EUA começa a se desenhar. Ontem, a organização procurou desqualificar as medidas e propostas divulgadas pelo presidente Barack Obama. Do outro lado, o vice-presidente Joe Biden anunciou que ele e Obama viajarão pelo país para defender suas ações sobre o tema, em mais uma demonstração de que o Executivo confia na pressão popular sobre o Congresso, majoritariamente pró-armas, para a aprovação das mais importantes mudanças propostas pela Casa Branca.

Em entrevista concedida ontem à emissora americana CBS, o presidente da NRA, David Keene, disse que a associação não se opõe à checagem de antecedentes de compradores de armamento – uma das principais propostas de Obama e que exige votação no Congresso. Por outro lado, mesmo sem se colocar explicitamente contra o fim da venda de armas de combate, como fuzis e metralhadoras, e pentes de alta capacidade, medidas também defendidas pelo presidente e pendentes de debate no Legislativo, Keene buscou desmerecer tais ideias:

– A maioria das propostas relativas a armas de fogo são propostas já tentadas no passado e não darão certo ou terão qualquer impacto real.

Keene também saiu em defesa do polêmico anúncio veiculado pela NRA que questiona a segurança armada dada às filhas do presidente, Malia e Sasha, chamado de “repugnante” e “covarde” pela Casa Branca.

– Também mostramos outras pessoas que mandam seus filhos para escolas protegidas e não levam a sério o fato de que os filhos do cidadão comum também merecem proteção.

Em paralelo, o Executivo americano dá sinais de que também se mobiliza para o debate.

– Vamos levar essa luta para o Congresso. Vamos levá-la ao povo americano. Vamos viajar pelo país para defender nosso ponto de vista e ouvir o povo americano – disse o vice Joe Biden, em alusão a ele e a Obama, durante um evento com prefeitos de todo o país.

Mas no principal palco da batalha, por enquanto, predomina o silêncio: nada de novo surgiu no Congresso ontem. As únicas pressões claras contra o pacote presidencial vieram de estados conservadores, que consideram inclusive não aceitar as ordens baixadas pelo Executivo federal.

– Se alguém invade minha casa, eu quero poder ter quantas balas eu puder para proteger meus filhos – disse o governador do Mississippi, o republicano Phil Bryant, em alusão ao pedido de Obama para que o Congresso permita só a venda de pentes com até dez balas. – O que fazemos agora é dizer que estamos contra o governo federal tomar nossas liberdades civis.

FONTE: O Globo via Resenha do Exército

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