França avança ao norte do Mali com o apoio dos EUA
Governo afirma que em um mês pode retomar cidades dos islamitas
Tropas francesas e equipamento foram transportados para o Mali por um avião americano ontem, em sinal da cooperação internacional em torno da intervenção militar nesse país africano.
A França, aliada ao Exército do Mali, continua a avançar rumo ao norte no combate aos islamitas que controlam hoje porção do território.
O governo do Mali afirma que as cidades estratégicas de Gao e Timbuktu podem ser reconquistadas em menos de um mês.
Após quatro meses nas mãos dos rebeldes, Douentza estava ontem sob o controle do governo. A cidade está localizada a 190 quilômetros de Mopti, que, até recentemente, era a máxima extensão do controle do Exército.
De acordo com moradores ouvidos por agências de notícias, os islamitas já haviam fugido de Douentza quando França e Mali chegaram ao local. Franceses se movimentam na região com tanques, apoiados por bombardeios de aviões. São 3.150 soldados envolvidos na operação.
Houve toque de recolher às 20h locais, sem incidentes durante a noite. As forças de França e Mali também estão no comando de Diabaly, que chegou a ser dominada por islamitas durante o conflito.
NAÇÕES UNIDAS
A França está intervindo no Mali desde 11 de janeiro, com chancela do Conselho de Segurança da ONU e apoio da comunidade internacional. Outros países contribuem com logística e medicina.
Nações africanas irão contribuir com tropas. Mas, até agora, apenas 300 homens estão em solo -e ainda não entraram em combate. Foram prometidos 3.000 soldados, vindos de países como Nigéria e Senegal.
A logística e os treinamentos necessários são apontados como razões para a demora.
O custo da missão é estimado em US$ 500 milhões, e o governo do Mali pede que a comunidade internacional auxilie a cobrir os gastos.
A comissária da União Europeia para cooperação internacional e assistência humanitária, Kristalina Georgieva, já está na capital do Mali para discutir uma ajuda financeira ao país.
Ontem, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, elogiou a “corajosa” intervenção francesa no país, mas destacou os riscos que a ação representa para os trabalhadores humanitários, os civis e o pessoal das Nações Unidas no local.
FONTE: Folha.com
FOTO: MinDef Francês