Pesquisador lista ‘ganhos indiretos’ do gasto militar
O discurso sobre defesa está saindo do ministério com esse nome e envolvendo cada vez mais outros setores da sociedade. É o que mostra um estudo em andamento de Peterson Ferreira da Silva, doutorando em Relações Internacionais na USP.
Silva procura mostrar que, além das questões estritamente militares, o reaparelhamento das forças armadas envolve fatores diplomáticos, tecnológicos e de administração pública. Impacta o próprio desenvolvimento e a cooperação internacional.
Um exemplo é o projeto do blindado sobre rodas Guarani, iniciativa do Exército e da empresa italiana Iveco. Além de substituir veículos obsoletos, ele tem grande potencial de exportação na América Latina, como demonstrou recente interesse da Argentina.
Num país com remotas ameaças, a manutenção das forças armadas costuma ser descrita como um “seguro”. “Restringir a defesa a essa única faceta significa autolimitar a magnitude da contribuição desse instrumento em relação ao Estado”, diz.
O pesquisador dá exemplos de boa combinação defesa-diplomacia. Cita a criação, em 1991, da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares, que afastou de vez o risco de uma corrida armamentista nuclear na região.
E também a participação do Brasil, desde 2004, na Missão da ONU para a Estabilização no Haiti. E ainda a criação, em 2008, do Conselho de Defesa Sul-americano.
Na área do reaparelhamento, as iniciativas incluem o míssil ar-ar de curto alcance A-Darter, entre Brasil e África do Sul, e o avião de transporte militar e reabastecimento aéreo KC-390, a primeira grande iniciativa internacional brasileira na área, em cooperação com Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca.
“O Brasil permanece entre os quinze maiores gastos com defesa mundiais”, diz. Mas boa parte é gasto com pessoal, especialmente inativos.
Além disso, os recursos costumam sofrer contingenciamentos. “Essa volatilidade explica, em grande parte, o porquê do predomínio das compras de oportunidade pelas forças e as rodadas de aquisições de suas principais plataformas”. É o caso dos helicópteros EC 725 e dos submarinos franceses.
FONTE: Folha de S. Paulo
As compras dos submarinos Scorpene e dos EC-725 franceses não podem ser imputadas a “compras de oportunidade”….
Compras de oportunidade tem exemplo recente na aquisição dos três navios patrulha NaPaOc da BAe Systems inglesa.
É cada “estudioso” que me aparece…..
Sds.
Baschera está certo!
“O Brasil permanece entre os quinze maiores gastos com defesa mundiais”, diz. Mas boa parte é gasto com pessoal, especialmente inativos. Ora, despesas com inativos não podem ser contabilizadas como gasto com defesa, SMJ!
Seria ótimo se o “Guarani” não pertencesse à italiana Iveco…
OFF TOPIC…
…mas nem tanto!!!
Afinal é sobre MBT’s:
(http://www.defense-aerospace.com/article-view/release/140420/otokar-unveils-new-turkish-tank.html)
Vader,
E não pertence a Iveco…. o projeto (nascido com o nome de Urutú III) pertence ao EB.
Porém, o Guarani foi sim desenvolvido pelo Exército (CTEx) em conjunto com a Iveco/Fiat.
Sds.
A tecnologia (Centauro; Freccia; Super AV; Puma 6 X 6) usada, é que é da Iveco.
O Guaraní é somente o resultado, dessa tecnologia, aplicada aos requisitos operacionais do EB.
Aliás até o gap entre o 2º e o 3º eixos do Puma 6 X 6, o Guaraní tem.