Rússia abandona programa Nunn-Lugar para redução de arsenal nuclear
Moscou irá deixar programa de décadas com os Estados Unidos, que tinha como objetivo desmantelar as armas de destruição em massa, informou o jornal russo Kommersant nesta quarta-feira (10).
O jornal russo apresenta fontes do departamento de Estado dos EUA dizendo que a Rússia não está mais interessada no programa Nunn-Lugar (também conhecido como Programa de Cooperação para a Redução de Ameaças – CTR, na sigla em inglês). A iniciativa data do início da década de 1990 e ajudou a desativar armas nucleares, biológicas e químicas após a queda da União Soviética.
Segundo as autoridades norte-americanas, os colegas russos informaram durante uma reunião recente que Moscou não precisa mais da assistência financeira para o projeto, enfatizando, contudo, a importância de guardar segredos de Estado.
Essa é a mais recente mudança nas relações de Moscou com Washington, e segue o anúncio da Rússia no início deste mês de brecar os trabalhos da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) no país. A explicação dos russos é de que, atrávés da organização, agências do governo estadunidense estariam usando dinheiro para influenciar as eleiçõs no país.
Trata-se também de um novo episódio após os comentários do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguêi Lavrov, na semana passada, de que a “redefinição” da política entre Rússia e os Estados Unidos “não pode durar para sempre”.
O programa CTR teve início em 1991 e foi duas vezes prorrogado, em 1999 e 2006. As condições atuais expiram no ano que vem. Os Estados Unidos já teriam gasto o equivalente a US$ 8 bilhões no desenvolvimento do projeto.
Segundo o Washington Post, entre os marcos alcançados pela iniciativa ao longo desses 20 anos estariam garantir que armas atômicas deixassem a Ucrânia, o Cazaquistão e Belarus, desativar 7.600 ogivas nucleares, desmantelar 902 mísseis balísticos intercontinetais e 33 submarinos nucleares, além de guardar 24 locais de armazenamento de armas atômicas.
O programa também incluía medidas para aumentar a segurança em usinas nucleares da ex-União Soviética e gerar trabalho alternativo para os institutos e fábricas antes envolvidas na produção de armas de destruição em massa.
FONTE: Gazeta Russa e CBS News
Não sei porque, mas algo me diz que a insistência dos EUA em colocar mísseis de defesa nas fronteiras com a Rússia, tem tudo a ver com essa decisão.
Eu já havia dito isto antes em outro post que a Russia não ia ficar somente no discurso politico, que logo ia se ter resposta as ações americanas ao escudo Anti-Míssil.
E assim prossegue a chamada “Destruição mútua assegurada”.
Achei uma menção importante ao que eu disse.
http://www.tecmundo.com.br/tecnologia-militar/15141-ja-foram-construidas-128-mil-bombas-nucleares-afirma-estudo.htm
http://www.tecmundo.com.br/tecnologia-militar/15141-ja-foram-construidas-128-mil-bombas-nucleares-afirma-estudo.htm
Esse programa foi interessante para os dois países.
Os EUA bancaram a redução do arsenal deles e dos russos e, neste último caso, evitou que ogivas caíssem em mãos erradas e o meio-ambiente sofresse impactos.
A lição de Chernobil mostra que desastres nucleares não respeitam fronteiras.