Por Natalia Kovalenko

A reunião dos líderes dos países do Movimento Não-Alinhado finaliza os seis dias (26-31 de agosto) da cúpula da organização. Representantes de mais de uma centena de países chegaram ao Irã, 36 deles são presidentes, vice-presidentes ou primeiros-ministros.

Uma representação de tal nível já permite Teerã falar sobre o sucesso da cúpula, independentemente de seus resultados, referem os peritos.

O Movimento Não Alinhado é a organização mais importante do mundo, após a ONU, pelo número de membros. Nela participam cerca de 120 países, cerca de uma dúzia de estados têm estatuto de observador. No entanto, atualmente ela não pode ser chamada de influente, acredita a especialista Elena Melkumian.

“O Movimento Não-Alinhado é uma organização que surgiu na época da Guerra Fria, quando era necessário, sem associação a quaisquer blocos militares, conduzir uma linha política independente. É claro que, na altura, os países não conseguiam realizar isso por completo. No entanto, esse movimento foi realmente influente. Mas agora já não há unidade nas suas fileiras.”

No entanto, parece que desta vez o Irã, que está começando sua presidência de três anos da organização, encontrou um novo fator unificador: o destino da Síria liderada por Bashar al-Assad. Por um lado, os países do Golfo se recusaram a participar na cúpula precisamente por causa de divergências com Teerã sobre a questão síria. Ao mesmo tempo, do Egito, pelo contrário, está pronto a esquecer velhas inimizades em prol de Damasco.

O líder egípcio está visitando o Irã pela primeira vez em 30 anos. As relações entre os dois países foram cortadas em 1979, quando o Egito deu asilo ao xá iraniano Mohammad Reza Pahlavi, deposto em sequência da revolução. Desta vez, o presidente egípcio Mohammed Mursi trouxe a Teerã a proposta de formar juntamente com a Turquia, o Irã e a Arábia Saudita um grupo de contato sobre a Síria. Ideias mais específicas são mantidas em segredo, por enquanto.

Sabe-se que o Irã produziu seu próprio plano para resolver a situação. Ele é muito semelhante ao plano do ex-enviado especial da ONU e Liga Árabe, Kofi Annan. A diferença é que os iranianos propõem negociar não com todas as partes em conflito, mas apenas com o atual governo e a oposição interna. O argumento deles é que a oposição externa está longe das reais expectativas do povo sírio e, portanto, não tem direito a voto.

Os participantes da cúpula irão discutir todas estas propostas na presença do secretário-geral da ONU. Sua visita foi mais uma surpresa do evento. Ban Ki-moon decidiu participar na cúpula do Movimento, apesar das objeções dos Estados Unidos, Canadá e Israel. Ele escolheu pessoalmente discutir com os líderes dos países participantes a questão do programa nuclear do Irã, as questões de direitos humanos e outros itens da agenda atual.

FONTE: Voz da Rússia

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