País como uma das ‘maiores indústrias de defesa’ é mito persistente

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Astros 2020 - 3

DE SÃO PAULO

Um mito persistente, que dá voltas pela internet e às vezes pousa até na imprensa, é afirmar que o Brasil já teve uma das maiores indústrias de defesa do mundo.

Mesmo o Livro Branco de Defesa Nacional diz que a base industrial de defesa representou, há 30 anos, “importante segmento econômico, com relevante contribuição para a balança comercial”.

De 1980 a 1992, o Brasil esteve em todos os anos, exceto 1981, entre os 20 maiores exportadores de armas, chegando à sua melhor colocação, o 10º lugar, em 1985. Depois de 1992, o país caiu fora da lista dos 20 maiores e não retornou desde então.

Pelas tabelas do Sipri, o recorde brasileiro de vendas foi em 1984, de US$ 269 milhões, o que colocou o país em 11º entre os exportadores. Naquele mesmo ano, a então União Soviética vendeu o equivalente a US$ 14 bilhões; os EUA, US$ 11 bilhões.

Em 1985, o ano em que o Brasil foi o 10º maior exportador, os números são US$ 202 milhões. Até a pequena Áustria vendeu mais armas nesse ano: US$ 330 milhões.

As exportações de armas brasileiras se concentraram na Engesa, fabricante de blindados como o Urutu e o Cascavel (que deverão ser substituídos no Exército pelo novo Guarani), na Embraer e, em menor grau, na Avibrás.

A Embraer é hoje a principal exportadora na área militar do país, com produtos como os aviões de treinamento e ataque leve Tucano e Super Tucano e as versões de avião-radar do EMB-145.

Com o fim da Guerra Fria, muito material bélico usado pode ser comprado a preços relativamente baratos. Sem uma política sustentada de compras pelas Forças Armadas, não há como atrair as indústrias brasileiras para voltar a produzir armamento.

‘AMEAÇA’

Para Carlos Frederico Aguiar, que preside a Abimde, as ações do governo para consolidar sua base industrial de defesa são vistas “como ameaça” pelos principais produtores do mundo, o que mostra que o Brasil “poderá vir a ser um competidor a mais”.

Aguiar, também presidente da Condor, com sede no Rio, comentou a foto publicada pela Folha em 23 de julho com um menino sírio segurando bomba de gás lacrimogêneo da sua empresa lançada pela polícia turca.

“A foto demonstra que a Turquia, diferentemente de países como Líbia e Síria, vem adotando soluções de uso diferenciado e proporcional da força, conforme orientação da ONU, de maneira a preservar a vida e os direitos humanos.”

FONTE: Folha de São Paulo

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Mauricio R.
Mauricio R.
12 anos atrás

Não é pq fabriquem canhões, que o Estado tenha alguma obrigação em paparicar empresas privadas.
No mais a infeliz declaração do dirigente da Abinde, reflete somente uma megalomania tola e um ufanismo tosco.
Pobre do Brasil e de suas ffaa!!!

Vader
12 anos atrás

Mais uma lenda de internet que vai pro vinagre…