Exército argentino negocia compra de blindado da Iveco
General De Nardi, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, está negociando com a Argentina a aquisição dos veículos
Por Guilherme Serodio
As Forças Armadas do país poderão funcionar como um novo polo de aproximação entre Brasil e Argentina. O Guarani, novo veículo blindado brasileiro, ainda não é produzido em larga escala no país, mas já pode ter sua primeira venda internacional confirmada nas próximas semanas. O Ministério da Defesa está negociando um lote piloto de 14 unidades para o exército argentino.
Fruto de uma parceria entre o Centro de Tecnologia do Exército e a montadora italiana Iveco, o Guarani vai ser fabricado em uma nova linha de montagem da companhia ligada ao grupo Fiat em sua fábrica em Sete Lagoas, Minas Gerais.
Cautelosa, a Iveco assume estar envolvida nas negociações que classifica como “conversas preliminares”. A montadora do grupo Fiat investiu R$ 52 milhões de reais na implantação da linha de produção de veículos militares na sua fábrica de Sete Lagoas (MG), onde já produz caminhões. A linha de produção deve ficar pronta ainda este ano, mas a fabricação em larga escala dos Guaranis é prevista para o começo de 2013.
À frente das negociações dos blindados pelo lado brasileiro, está o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi. Ele esteve no país vizinho em abril, e tratou da negociação com o ministro da Defesa argentino, Arturo Puricelli. De Nardi afirma que uma delegação argentina é esperada em Brasília nas próximas semanas para “acertar os detalhes técnicos e financeiros” com o Ministério da Defesa e a Iveco.
O valor da venda aos argentinos ainda não foi definido e depende dos equipamentos a serem incluídos no carro, como o canhão. Até agora, a Iveco só fabricou cinco unidades de um lote-piloto de 16 Guaranis para o Exército brasileiro, além do protótipo desenvolvido em 2010. A configuração encomendada pelos militares brasileiros tem valor aproximado de R$ 2,74 milhões por unidade. Se a encomenda argentina for de veículos idênticos, a venda vai somar R$ 38,3 milhões. Como previsto em contrato entre o Exército e a Iveco, parte do valor das vendas internacionais do veículo ficará com o Exército. Se for confirmada a venda aos argentinos, os carros devem ser entregues no primeiro semestre de 2013.
A Iveco já tem uma encomenda de 2.044 unidades do blindado com diferentes configurações para o Exército brasileiro. Serão entregues cerca de 100 unidades por ano nos próximos vinte anos. Para isso, a montadora está treinando profissionais em tarefas especializadas, como solda de aço balístico, na fábrica de veículos de defesa em Bolzano, na Itália. Lá a montadora produz entre dois e três mil carros militares por ano.
Em Sete Lagoas, a empresa deve empregar 350 funcionários na nova linha de montagem. Além do blindado, a Iveco também poderá adaptar caminhões para o uso militar, o que já faz na fábrica italiana. Mas o foco da companhia é o veículo blindado. “Como é um contrato muito grande, todos os recursos, principalmente humanos, estão direcionados para os Guaranis”, afirma o diretor de comunicação da Iveco, Marco Piquini, acrescentando que ainda não há encomendas para a adaptação de caminhões.
No Brasil, o Guarani é parte do plano de modernização das forças armadas. Com capacidade para transportar até 11 pessoas, o anfíbio de tração 6×6 e 18 toneladas vai substituir os modelos Urutu e Cascavel, desenvolvidos nos anos 1970 pela extinta Engesa (Engenheiros Especializados S.A). Grande sucesso de vendas, os carros da Engesa foram exportados para países como Iraque, Angola, Uruguai, Venezuela, Chile e Colômbia. Mas nunca para a Argentina.
Para o Ministério da Defesa, a venda do lote de 14 veículos pode ser a primeira de muitas para a Argentina, que também pretende modernizar seu exército. “Dependendo do desempenho do carro eles querem transformá-lo em carro chefe das Forças Armadas argentinas”, ressalta o general De Nardi.
O interesse da Argentina pelos Guaranis surgiu em outubro do ano passado, quando uma delegação de militares daquele país visitou a fábrica da Iveco. Na ocasião, os argentinos acompanharam uma demonstração do veículo. Entre os dias 15 e 16 de abril, o ministro Puricelli esteve em Brasília e confirmou ao ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, a intenção de adquirir os blindados.
FONTE: Valor Econômico
“A Iveco já tem uma encomenda de 2.044 unidades do blindado com diferentes configurações para o Exército brasileiro. Serão entregues cerca de 100 unidades por ano nos próximos vinte anos.” 100 veiculos por anos durante 20 anos?? quando todos estiverem entregues os primeiros ja estarao com mais de 19 anos de uso… desse jeito fica dificil de padronizar a frota… 100 unidades anos e pouco.. deveria tentar entregar no minimo umas 300 unidades ano… quando metade dessas estiverem entregues as primeiras ja terao 10 anos de uso… sabendo q esse tipo de veiculo nao passa de 30 anos de uso(pra… Read more »
Podemos fabricar alguns na Itália, c/ a presente crise umas encomendas a indústria local seriam mto bem vindas e podemos fabricar alguns na Argentina, tb.
Brasileiro é bonzinho, especialmente qndo governado pelo PT.
Será que está certa esta informação? Vinte anos de encomenda? Só se for para manter a iveco funcionando…deve haver algum equívoco na informação(ainda mais que é do VE). Não tem lógica, quando a última unidade for entregue ela será praticamente para substituir a primeira…e em vinte anos as primeiras unidades serão atropeladas pela tecnologia…
Ah, tá de brincadeira, são só 14 unidades…
“O Ministério da Defesa negocia 14 unidades do blindado Guarani para o Exército Argentino.”
(http://t.co/DLsOqTwJ)
Aposto que vão exigir fabricação local e transferência de tecnologia.
E o Brasil, mto do otário, vai atender.
Os 2000 Guaranis serão de diferentes versões. Não conheço as pretensões oficiais do EB mas com certeza este da foto é a versão de reconhecimento armado com canhão de pequeno calibre. Tudo indica que haverá também uma versão de reconhecimento/caça tanques com canhão de médio calibre, uma VBTP com metralhadora manual e uma porta-morteiro. Sem falar as versões “desarmadas”. Sem dúvida a mais numerosa será a versão VBTP, armada com a “ponto 50” manual. Pouco provável que teremos mais que umas 100 unidades armadas com o canhão de 30 mm ou com o canhão de 90 mm (???). Em relação… Read more »
Alguém sabe os números oficiais do EB em relação ao Guarani?
Quantos de cada versão?
E qual a designação da versão com canhão de 30mm? Veículo de reconhecimento ou veículo de combate de infantaria, ou o quê?
Iremos adotar a versão com canhão de médio calibre?
Esse canhão de médio calibre será de 90 ou 105 mm?
Quantos porta-morteiros?
?????
Bosco,
parece que ainda não há o número de unidades de cada versão, mas a plataforma poderá ter até mais dez versões diferentes, incluindo veículos de reconhecimento, carro de combate, socorro, posto de comando, comunicações, morteiro leve, morteiro pesado, central diretora de tiro, oficina e ambulância.
Parece também que as 2.044 (algumas fontes apontam para 2.041) unidades já estão efetivamente contratadas pelo exército.
Comparado com a situação atual do exercito com uma ou duas centenas de Urutus antigos o prazo pra mim não deveria ser um problema até lá vão ter que se construir novos galpões ou bases, formar técnicos e mecânicos e acima de tudo formar tripulações com um minimo de profissionalismo, pra operar os blindados e que quando o ultimo Guarani for entregue os primeiros já tenham ou comecem uma modernização.
Mudando de pato pra ganso, ou se preferirem, de cueca pra ceroula, bem que essa versão de reconhecimento armada com canhão de 30 mm poderia ser adaptada para a função antiaérea. Fosse instalado dois pares de lançadores Igla associados a um sensor de vigilância (radar? passivo tipo ADAD?) no lugar do sistema optrônico independente e, voilà, tem-se um veículo antiaéreo aos moldes do M-6 Linebacker. Também poderia ser dispensado o sensor de vigilância estando o hipotético veículo antiaéreo conectado via data-link a um radar de linha de frente como o Saber M60, colocado mais à retaguarda, de preferência se o… Read more »
joseboscojr escreveu: “… Pouco provável que teremos mais que umas 100 unidades armadas com o canhão de 30 mm ou com o canhão de 90 mm (???). ,,,”.
Mantendo-se o mesmo numero e organização de esquadrões/regimentos de cavalaria mecanizada, a substituição do Cascavel pelo VBR-MR (mobiliado com o canhão Cockerill Mk 8 de 90 mm – como tem-se dito) dará em torno de 320 carros.
Até hoje o EB não definiu qual será a função do VBTP-MR Guarani com o canhão de 30 mm.
Bacchi
“… O interesse da Argentina pelos Guaranis surgiu em outubro do ano passado, quando uma delegação de militares daquele país visitou a fábrica da Iveco. …”.
Na verdade começou na ultima LAAD. Tive a oportunidade de ver na ocasião, no pavilhão da IVECO, o Gen. Licinio (então gerente do programa do Guarani), em reunião com um general de brigada e tres coroneis do exército argentino.
Bacchi
Obrigado Rsbacchi e Augusto.
Do jeito que a coisa anda preta lá pros lados de D. Cristina, corre o risco de levar e não pagar nem esses 14.
O nó está apertando no pescoço dos neoperonistas.
Quem quer apostar que os “hermanos” vão comprar só esses 14 Guaranis e não vão pagar nenhum?