EUA, UE e Liga Árabe discutem possibilidade de oferecer exílio a Assad

 

BEIRUTE – O vice-ministro da Defesa russo, Anatoly Antonov, afirmou nesta quinta-feira que o país não vai interromper a venda de armas para a Síria, mesmo após esforços da comunidade internacional pelo fim da repressão violenta do regime do presidente Bashar al-Assad às manifestações da oposição.

Antonov disse que a Rússia não está violando nenhuma de suas obrigações internacionais com o comércio. Moscou vem apoiando a Síria, desde que os protestos antigovernistas eclodiram no país, em março, e foram, consequentemente, reprimidos com força pelo governo de Damasco.

Ainda nesta quinta-feira, serão retomadas as negociações no Conselho de Segurança da ONU sobre uma solução para a crise na Síria. Um esboço de resolução, apoiado pela Liga Árabe, pelos EUA e pela França, propõe que Assad entregue os poderes a seu vice.

Após a divulgação do documento, o governo russo alertou que descartaria qualquer possibilidade de intervenção e que vetaria qualquer documento que considerasse “inaceitável”. Para Moscou, a resolução não tem uma cláusula clara contra intervenção estrangeira em Damasco.

Enquanto isso, soldados sírios bloquearam as praças públicas da cidade de Hama nesta quinta-feira, depois que moradores jogaram tinta vermelha no chão para marcar o 30º aniversário do massacre ordenado pelo pai de Assad durante um levante contra seu governo na cidade. Na época, cerca de 20 mil pessoas foram mortas.

Europa pode concordar com exílio, mas não quer receber Assad
Duas fontes da agência Reuters disseram que nenhum país europeu está preparado para dar refúgio a Assad, mas outra autoridade ouvida disse que os Emirados Árabes Unidos podem estar abertos à essa ideia. Um europeu, porém, duvida que Assad fosse aceitar essa alternativa.

A Casa Branca insiste há semanas que o tempo de Assad no poder está se esgotando, mas não está claro se isso é uma tentativa de persuadir o chefe de Estado e sua família a optar por uma saída segura ao invés de insistir no cargo e correr o risco de ter o mesmo fim que o ditador líbio Muamar Kadafi, que foi perseguido e morto por rebeldes.

Mas com Assad mostrando que ainda está no comando de um poderoso aparato de segurança e a oposição síria militarmente fragmentada, também pode ser uma estratégia para aumentar a pressão psicológica e minar seu círculo íntimo.

Entretanto, a possibilidade de Assad ser agraciado com algum tipo de imunidade deve ser discutida, pois é algo que tanto a oposição síria quanto grupos internacionais de defesa dos direitos humanos iriam se opor.

As autoridades ouvidas ressaltaram que o exílio é uma opção que ainda está começando a ser discutida e que não há nenhum plano sobre como uma possível saída do presidente sírio seria orquestrada. Uma autoridade europeia afirmou que os membros da UE estão dispostos a considerar o exílio para Assad, mas disse que “não há a possibilidade de o ter” nos países do bloco.

FONTE: O Globo

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