Diplomacia de Lula irritou sul-americanos
EUA escutaram de Colômbia, Paraguai e Chile pedidos para ‘conter’ o Brasil, revela WikiLeaks
Jamil Chade, correspondente
GENEBRA – Telegramas secretos da diplomacia americana revelam que, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, países sul-americanos se incomodaram com a liderança brasileira e chegaram a pedir a Washington que “contivesse” as ambições do Brasil na região. Os despachos foram divulgados pelo grupo WikiLeaks. Entre os que solicitaram à diplomacia americana que atuasse contra o aumento da influência do Brasil estão Colômbia, Chile e Paraguai.
Em 11 de fevereiro de 2004, numa conversa entre o então presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e uma delegação do alto escalão da diplomacia dos EUA, o incômodo com as ambições de Lula ficou claro. “Uribe disse que sua relação com Lula é complicada”, relata o telegrama. O ex-líder de Bogotá e forte aliado de Washington alertou na ocasião para a agenda externa de seu colega brasileiro: “Lula se esforça para construir uma aliança antiamericana na América Latina”, teria dito Uribe.
“Lula é mais pragmático e mais inteligente do que (Hugo) Chávez, mas é conduzido por seu histórico de esquerda e pelo ‘espírito imperial’ do Brasil para se opor aos EUA”, acusou o ex-presidente colombiano. Em outro trecho, Uribe ainda acusa o presidente brasileiro de não ter cumprido sua promessa de lutar contra o narcotráfico.
Quatro anos mais tarde, as desconfianças em relação a Lula continuariam na Colômbia. Em um telegrama de 2008, o governo americano afirma que foi informado por militares de Bogotá sobre o projeto de criação de um Conselho de Defesa da América do Sul pelo Brasil. “A desconfiança é que seja um projeto, no fundo, de Chávez”, teriam alertado os militares.
Em telegrama de 19 de maio de 2005, a então chanceler do Paraguai, Leila Rachid, queixou-se ao embaixador americano em Assunção, Dan Johnson, sobre o comportamento de seu colega brasileiro, Celso Amorim, e sua ideia de convocar uma cúpula entre países árabes e sul-americanos. Johnson, por sua vez, disse que o evento promoveria “gratuitamente tensões entre a comunidade árabe e judaica no Brasil”. Ele pediu ainda que, na declaração final, elogios ao Sudão fossem evitados.
“Rachid afirmou que o Brasil teve uma ‘grande disputa’ com vários chanceleres (da América do Sul), incluindo a ministra colombiana (Carolina) Barco e o chileno (Ignacio) Walker, quando Amorim pediu que eles reduzissem as objeções que tinham sobre o Sudão e o processo de paz no Oriente Médio”, descreve o embaixador americano.
Rachid diz que gostaria de falar com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, sobre “preocupações em relação à política externa e comercial do Brasil”. “Ela (Rachid) estava preocupada com as ambições do Brasil de se tornar uma voz de liderança na região e pediu que os EUA se posicionassem para conter o Brasil.”
FONTE: Estadão
Que a diplomacia durante o governo Lula era falha nós já sabíamos. Isso daí só veio confirmar.
O pior é que o passado de Dilma em nada ajuda a mudar esse cenário. Resta torcer para que essa reaproximação promovida por ela seja uma coisa séria, ajudando a tirar a má impressão que deixamos em nossos vizinhos durante os últimos 8 anos.
Caro Clésio Luiz:
Dizer que a diplomacia neste período foi falha é um eufemismo. Foi besteira encima de besteira.
Em países mais sérios esta curriola seria presa.
Em países menos sérios seria fuzilada por traição.
Sugiro ao amigo, se tiver paciência (e estômago) para ler as proezas do Celso Amorim em:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/celso-amorim/
Se você por um acaso for simpático ao PT, não deixe de ler por achar que é coisa do PIG. Escute o outro lado.
O que é risível é ver o Paraguai, tratado à pão-de-ló pela Administração Lula, tramar contra os interesses do Brasil.
Pois é, isso que dá essa curriola ficar lambendo o traseiro dos cucarachos… toma facada nas costas até do Paraguai…
Bem feito.