Recuperação da Avibras: governo poderá ficar com até 1/4 da empresa
Abaixo, trechos de reportagem desta segunda-feira, do jornal Valor Econômico, sobre a recuperação da Avibras:
Com a recuperação judicial recém-aprovada, a Avibras, maior empresa de equipamentos de defesa do país, começou a renascer. O dinheiro obtido com o envio do primeiro lote de um novo contrato de exportação permitiu à empresa saldar seu passivo trabalhista, parte das dívidas com fornecedores e ainda abrir uma quantidade de postos de trabalho maior do que fechou em 2008. Agora começa o processo por meio do qual os créditos de órgãos governamentais serão convertidos em participação acionária. A expectativa é que até o fim deste ano o governo passe a ter entre 15% e 25% da companhia. Até lá, o caixa também será reforçado com pelo menos mais quatro contratos de exportação, prestes a serem firmados com as Forças Armadas de países da Ásia, Oriente Médio e América do Sul.
Quando pediu a recuperação judicial em julho passado, a Avibras, uma empresa fundada no início dos anos 60, já não tinha forças para manter a operação nas quatro fábricas na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Total de 340 pessoas foram demitidas sem dinheiro. A soma das dívidas com trabalhadores, fornecedores e governo chegou a R$ 641 milhões. Mas um contrato de valor próximo ao total da dívida com um cliente da Ásia que a empresa prefere não citar o nome chegou em boa hora. Foi com esse reforço que a empresa começou a preparar seu plano de recuperação. O primeiro passo foi saldar a dívida trabalhista, de R$ 9 milhões, em quatro parcelas. Boa parte dos empregados que finalmente receberam seus direitos foi novamente chamada para trabalhar no início de novembro e ajudar nas entregas do primeiro lote de exportação de sistemas de lançadores de mísseis. Total de 400 vagas foram abertas há dois meses, o que levou a empresa a ultrapassar a marca dos mil empregos. Agora a empresa se prepara para abrir pelo menos mais 100 postos ainda este mês.
O segundo passo foi honrar a dívida com os pequenos fornecedores. O volume de dinheiro envolvido nessa etapa é muito menor do que a empresa deve aos grandes fornecedores. No entanto, ajuda a Avibras a estar em dia com um grande contingente de empresas, como explica Sami Hassuani, presidente da empresa. Dos R$ 7 milhões de dívidas com fornecedores, R$ 700 mil eram devidos a 460 empresas. Essa parte foi quitada. Os R$ 6,3 milhões restantes precisam ainda ser pagos a um total próximo de 70 grandes empresas. Para essa missão, Hassuani explica que a direção da empresa fez uma verdadeira peregrinação batendo de porta em porta para negociar. O saldo foi favorável: todos aceitaram receber em oito parcelas. O maior credor é o governo. Além de tributos, a Avibras deve dinheiro para o INSS, Banco do Brasil e Finep (financiadora de projetos), entre outros. A proposta de trocar dívidas por ações da empresa surgiu, segundo Hassuani, depois de uma ampla discussão entre quatro Ministérios (Defesa, Desenvolvimento, Fazenda e Relações Exteriores).
Com a aceitação da idéia de ser sócio de uma empresa que pode ser estratégica para a defesa brasileira, governo e Avibrás deram início a um amplo processo por meio do qual as contas da empresa serão minuciosamente auditadas. Com a ajuda de uma auditoria e de uma consultoria serão processados diversos relatórios. Somente no final desse processo é que será definido o tamanho da fatia de participação do governo federal na companhia. A nova estrutura precisa ser aprovada em assembléia de acionistas. O governo será minoritário, mas sua participação é relevante. Já está acertado que a União terá uma “golden share”, que lhe permitirá impedir contratos com os quais não concorde.
O executivo afirma que a situação financeira da companhia começou a ficar ruim pelo próprio contingenciamento de orçamento da União. “O problema é que todas as nossas dívidas estava vinculadas a programas militares que repentinamente sofriam contingenciamento”, afirma. “Pegávamos o dinheiro e investíamos em programas que não raras vezes avançavam não mais do que 15%.” Segundo Hassuani, entre 1987 e 1988, o faturamento anual chegou aos US$ 500 milhões. No ano passado, a receita ficou em R$ 103 milhões e, em 2007, R$ 55 milhões.
Para Hassuani, o que persegue a empresa há pelo menos 15 anos é a falta de crédito. “Temos as fábricas, o conhecimento e as máquinas para produzir sem investir”, afirma. Segundo ele, a Avibras consegue faturar pelo menos meio bilhão de reais por ano apenas colocando gente. “Com o que já temos poderíamos ir a 3 mil ou até 4 mil funcionários”, diz. Hassuani explica que a empresa está negociando 13 novos contratos de exportação. Desses, quatro estão bem adiantados e podem ser assinados ainda neste ano. Além das perspectivas de receita nova vindo do exterior, Para ele, uma vez saneada, a Avibras passará a ter crédito e, assim, colocar a casa em ordem.
Fonte: Valor Econômico, via sinopse da MB Fotos: Avibras
Grande notícia!
Espero que as Forças armadas possam fazer encomendas de maior vulto.
E que esse parágrafo: ” … a situação financeira da companhia começou a ficar ruim pelo próprio contingenciamento de orçamento da União. “O problema é que todas as nossas dívidas estava vinculadas a programas militares que repentinamente sofriam contingenciamento”, afirma. “Pegávamos o dinheiro e investíamos em programas que não raras vezes avançavam não mais do que 15%.”… passe a ser coisa do passado.
sds.
Excelente notícia.
A experiência tem provado que o Brasil tem capacidade para desenvolver e produzir armamento de primeira se assim se propõe a fazer, afinal o país tem capacidade humana para isso.
A Avibras já foi lider mundial em sistemas de artilharia de saturação por foguetes. O seu sistema ASTROS foi revolucionário e ainda é um dos mais modernos e eficazes do mundo. Alguns outros projetos, se chegassem a bom termo, colocariam o Brasil na vanguarda tecnológica dentro da área de atuação da Avibras. Portanto, não poderia haver melhor noticia para a empresa, para as forças armadas, para o setor de defesa e para o Brasil, como um todo. Certamente muitos projetos vão ser desengavetados e ajudarão a nossa indústria de defesa a voltar aos velhos e bons tempos. A Avibrás tem nome e tradição junto a todos os seus tradicionais clientes no exterior, e o sistema Astros, que possui valor extratégico, ainda não foi substituido a contento em nenhum dos paises que o utilizaram. Com essa retomada, os paises que ainda o utilizam vão fazer novas encomendas, e os que deixaram de utilizá-lo, certamente vão voltar a fazê-lo.
GRANDE NOTÍCIA.
Abraços!!!
Fico imaginando comigo, se essa decisão tivesse sido tomada da época em que a indústria estava no auge com Engesa, Embraer, Avibrás dentre outras.
Más, existe um ditado que é fato e se comprova com esta noticia.
Não adianta chorar o leite derramado.
Esta ai a prova.
Demorou, más aconteceu e acredito eu ser em bom momento.
“Wilson Johann em 27 jan, 2009 às 15:02
A Avibras já foi lider mundial em sistemas de artilharia de saturação por foguetes. O seu sistema ASTROS foi revolucionário e ainda é um dos mais modernos e eficazes do mundo.”
O q o sistema Astros tem de tao bom assim??
GRANDE NOTÍCIA,assim como todos eu espero que esse seja o começo da volta dos velhos tempos
Senhor Alfredo_Araujo, peso a vc que procure mais informações sobre esse sistema de artilharia de saturação, pós bem na 1 guerra na era bush pai, a primeira coisa que os USA destruíram foram os sistemas de artilharia de saturação ASTROS, os norte-americanos sabiam bem do seu poder, o BUSH PAI como todos sabe não ganhou a guerra, só expulsou os iraquianos do kuwait, por isso ele e muito bom equipamento, tanto que a Malásia comprou alguns sistema do astros.
As forças armadas brasileiras deveriam ser as principais clientes da Avibrás, contudo, por falta de recursos – sempre contingenciados durante a execução orçamentária – os projetos contratados acabavam não sendo concluídos pois não se tinha dinheiro para pagar a empresa.
Espero que essa notícia seja um sinal de novos tempos.
Seria possivel esse sistema de saturação serem instalados nos Navios da Marinha, ou nas futuras embarcaçãoes a serem consruidas?
Seria possivel esse sistema de saturação serem instalados nos Navios da Marinha, ou nas futuras embarcaçãoes a serem construidas?
Respondendo ao colega Alfredo_Araujo:
Prá começar, quando foi desenvolvido era o único sistema do mundo que utilizava diversos calibres de foguetes para o mesmo lançador, o que esta sendo imitado hoje pelos modernos sistemas europeus, americanos e russos. Segundo, seu sistema de containers para regarga inovou o remuniciamento dos lançadores, tornando simples e fácil a recarga dos foguetes. Até então, em outros lançadores a recarga era individual, tubo a tubo e manualmente. Foi tambem o primeiro com diretor de tiro (FILA) que calculava a área de impacto pela trajetória inicial de um primeiro do foguete disparado, fazendo com que toda uma bateria pudesse disparar, com toda a precisão, e garantia total de saturação da área alvo, sem o inimigo ficar sabendo antecipadamente. Os sistemas de artilharia anteriores, de tubo ou não, efetuavam diversos disparos para enquadramento da área do alvo, para depois lançarem as “barragens de fogo”, dando ao inimigo o conhecimento do ataque, tempo de reação e, até mesmo, fogo de contra-bateria. O sistema Astros tornou isso dispensável. As tropas no campo de batalha só tem conhecimento do ataque quando já é tarde demais, quando os foguestes já estão explodindo sobre suas cabeças.
Terceiro: a disposição de vários calibres facilitou sobremaneira a tática no campo de batalha.
Quarto: a mobilidade. O sistema de transporte das munições por containers acampanha os lançadores onde quer que eles vão. Ou seja, as munições são passadas direto das viaturas de transporte para os lançadores, e não descarregadas na área de lançamento para uso posterior. O sistema Astros possibilitou que se possa disparara uma gigantesca salva de foguetes de um lugar, depois apenas ligar os motores e partir para outra posição para efetuar novos disparos, tudo muito rápido.
Esses são alguns dos fatores que o tornaram, à época, o melhor sistema de artilharia do mundo. O que, a propósito, continua sendo (e imitado mundo afora).
Aliás, é de conhecimento corrente, que a principal preocupação dos americanos, quando da invasão do Iraque, depois dos “Scuds”, era o sistema de saturação por foguetes Astros da Avibrás.
É isso aí, colega Alfredo_Araujo, não dá prá subestimar este sistema.
Abraços!!!
Jose Carlos,
A princípio não existe impedimento para a instalação desse sistema em uma embarcação. A limitação é apenas o espaço e alguma parte técnica para estabilizar o sistema devido ao balanço do mar. Esse sistema não possui guiamento após o lançamento e a aplicação dele é princialmente para a destruição de concentração de tropas adversárias. Por isso o temor dos EUA na guerra do Iraque. Imagine uma bateria de Astros atuando sobre uma coluna de blidandos? O uso do Astros em um navio poderia restringir o seus emprego e o espaço tomado pelo Astros pode ser usado para um sistema de defesa aérea ou ataque. Para a nossa marinha seria interessando a finalização do projeto do TREZENTÃO que é um míssil tãtico desenvolvido pela Avibras com alcance de 300 Km. Esse sim seria uma arma eficiente se adaptado para o emprego naval. Se não me engano também o sistema astros é um sistema de fragmentação e isso sobre um navio pode não ser tão letal. O sistema astros em um navio pode ser “eficiente” para fogo de cobertura na costa.
Acho que é isso aí.
Abraço!
O Governo vai ficar com 1/4?? que vai ficar com a cozinha? 🙂
Vida longa à Avibras!
O EB, que deveria ser o maior cliente da Avibras, conta somente com 6 dúzia de lançadores, reunidos em Goiás.
Fala sério.
Wilson Johann, obrigado pelos esclarecimentos…
Perguntei pq eu conheci o sistema americano MLRS antes de de conhecer o Astros. Aa aparencia do Astros, assim como o BM-21, parecem caminhoes com tubos lançadores… como vc disse, só parece ne.
Q o Astros é anterior ao MLRS isso eu nao sabia!! Pq o MLRS possui essa modularizaçao em relação aos diferentes calibres…
Legal!
Abraços..
Que novos projetos terá a Avibrás para marcar o seu retorno ao mercado mundial de produtos de defesa? Já ouvi falar que até um blindado na categoria do futuro Urutu III estava em cogitação.
Corrigindo o burrão do Vassily.
Quando disse 6 dúzia, na verdade queria dizer meia dúzia de lançadores.
Caro Vassily Zaitsev, não se cobre tanto , deu pra entender que o 6 dúzia era meia dúzia. rsrsrs.
Quanto a essa sua preocupação. Acho muito pertinente,veja o exemplo da marinha que comprou 8(oito) mísseis Penguin da Noruega.
Acho que as Forças armadas deveriam ter um estoque estratégico e adquirir um número maior de armas.
Podemos ver um exemplo da história. Durante a guerra das Falklands/Malvinas a Argentina tinha 5(cinco) misseis AM-39 Exocet, dos cinco lançados obteve dois acertos e a marinha Inglesa perdeu dois importantes navios. Imagine se ao invés de 5 os Argentinos tivessem 50 AM-39 Exocet.
sds.
Flávio,
Se a Argentina tivesse 50 AM-39 eu nem imagino o que ocorreria. Tudo bem que a Argentina iria afundar mais navios. Mas com certeza os ingleses ficariam muito P… e pediriam ajuda bélica aos EUA. Aquelas ilhas eram muito estratégicas para cair nas mãos argentinas. Ainda mais durante a guerra fria.
O negócio daquela guerra é que os Argentinos foram para guerra querendo um cessar-fogo para negociar. Se a Argentina tivesse ao menos um mínimo de preparo e mais tropas na ilha, bem abastecidas eles ganhariam mais tempo e o inverno iria se encarregar de afastar a task force bretã. Além disso eles deveria ter preparado a pista da ilha para operação de Jatos. Quem sabe assim eles teriam derrubado algum dos Vulcans que bombardearam a ilha e teriam mantido a frota a uma distância maior da ilha, restringindo a ação a ala aérea dos británicos.
Mas tudo isso não passa de suposição.
Marujo.
Eu não sabia que a Avibras estava com projetos em veículos da classe do Urutu III.
Esta noticia até deixa animado, em vista de que as relações com a Itália não estão lá aquelas coisas de governo a governo. O que não significa que venha atrapalhar as negociasções no campo militar que esta ocorrendo entre os dois paises.
OK, Rodrigo! Realmente é só um exercício de imaginação, talvez a Argentina tivesse mais fôlego e forçasse os Ingleses a irem para mesa de negociações, talvez os USA dessem maior apoio, maior do que o que já haviam dado, para a Inglaterra.
Na verdade, como você falou, só podemos supor o que poderia acontecer.
De qualquer forma, na minha opinião,a história poderia ser diferente, com um resultado mais favorável para os Argentinos.
Porém o tema princilpal do meu comentário é a aquisição de material por nossas Forças Armadas, com a compra de quantidades infimas e eu usei o exemplo histórico, das Malvinas, para ilustrar essa questão.
Um abraço.
Flávio,
Entendi… O resultado poderia ser melhor para a Argentina.
Eu peguei o gancho por que gosto do assunto. Mas eu concordo plenamente contigo!
As forças armadas precisam de um estoque estratégico de equipamentos. Ter 5 mísseis ou nada é quase o mesmo. Serve só para dizer que tem.
Abraço!
É isso aí Rodrigo.
Nos resta agora torcer que estas aquisições ,comentadas por nós, aconteçam.
E quando acontecerem, que sejam feitas em industrias nacionais.
Vamos torcer pela Avibrás, Embraer, Mectron, Imbel…etc.
sds.
A verdade é que o tal país asiático salvou a pátria.
Guerra das Malvinas.
A Argentina antes de invadir as ilhas Malvinas/Falklands quase entrou em guerra contra o Chile por causa do Canal de Beagle. Quase. Chegaram a posicionar tropas. Se não fosse o mal tempo nos mares austrais as duas marinhas ja tinha começado uma batalha naval. A Argentina também pretendia invadir o sul do Brasil para anexar essa região ou parte dela. Como desistiu invadiu as ilhas pensando que os ingleses não iriam reagir devido à distância. Estavam errados. A Argentina perdeu a guerra por vários fatores.
– Falta de preparo das tropas de seu exército regular. Combateu com “culimbas” – como eles chamam os seus recrutas com treinamento básico militar. Reconheço a coragem deles. Más coragem emociona, resultado convence.
– Sistemas de armas: O que melhor funcionou foram os seus radares posicionados nas ilhas. Seus caças Dagger, Mirage e A4 não eram páreos a baixa altura para os Harrier Ingleses. Os Harrier eram caças sub-sônicos que operam muito bem a baixa altura e possuiam mísseis mais AIM9-L Sidewinder bem superiores aos Shafrir argentinos. Os pilotos argentinos fora muito corajosos e rapidamente ganharam o respeito dos ingleses. Más usavam táticas de aproximação da 2a Guerra Mundial.
Os mísseis exocet argentinos tiveram pouca eficiência uma vez que a França cedeu aos britânicos os códigos de identificação de seus radares.
Incopetência Militar – Os Generais argentinos não eram preparados para um enfrentamento desse porte. Várias vitórias poderiam ter sido obtidas até mesmo em Port Stanley se as tropas tivessem permissão de atacar os Ingleses que estavam avançado a pé até essa localidade. Resolveram ficar na defensiva, os Ingleses se recuperaram e aí aconteceu o desastre final. Além do mais hà relatos de soldados Argentinos que disseram que eram mais bem tratados pelos seus captores do que pelos seus superiores.
Colaboração Chilena e dos EUA. O Chile colaborou e muito com os Ingleses. Afinal, em 1978/1980 eles ainda não eram páreos para enfrentar os Argentinos pelo canal de Beagle portanto uma derrota Argentina e seu consequente enfraquecimento militar seria muito bem vindo. E relação os Americanos, bem… O Ingleses são seus principais aliados na Europa. Mesmo assim os EUA não cumpriram os Tratados da OEA de assistência recíproca. Eles deveriam ter permanecidos neutros nesse conflito. Prefiriram ficar com o seu parceiro na OTAN.
– O Brasil: O Brasil também ficou neutro na guerra das Malvinas/Falklands assim como diversos outros países. O motivo: A Argentina foi o país atacante e não o país atacado.
A Argentina hoje: Nunca mais recuperou seu poderio bélico. Suas forças armadas estão praticamente inoperantes e alguns dos seus meios operativos estão em franco processo de colapso, principalmente a sua Marinha de Guerra.
Prezado Wilson Johann
Poderia explicar melhor este recurso?
“Foi tambem o primeiro com diretor de tiro (FILA) que calculava a área de impacto pela trajetória inicial de um primeiro do foguete disparado, fazendo com que toda uma bateria pudesse disparar, com toda a precisão, e garantia total de saturação da área alvo, sem o inimigo ficar sabendo antecipadamente”.
Era disparo um único foguete antes? Mas daí o inimigo não ficava alerta? Não entendi direito.
Abraços
Caro Zero Uno
Ao que me consta, Brasil e Peru não ficaram neutros. Inclusive o Brasil cedeu Bandeirulha para a patrulha marítima.
Também não sabia da intenção da Argentina invadir o Sul do Brasil. De onde você tirou esta informação?
Abraços
Zero Uno, não penso como você sobre um ponto ou outro do que você escreveu, mas no geral creio que nossas idéias convergem.
Acho que o maior erro dos estrategistas Argentinos foi, como você mencionou, achar que os ingleses não iam reagir e não se prepararam para essa possibilidade.
Quando os Vulcan bombardearam as ilhas os Mirrage III foram deslocados para defender um possível ataque ao continente e os A-4 e Dagger iam para o ataque sem cobertura, ficando a mercê dos Sea Harrier.
Alguns navios Britânicos foram atingidos por bombas que não explodiram pois os ataques eram feitos à baixa altura e não ficavam no ar tempo suficiente para armarem os detonadores, problema só resolvido com bombas de queda retardada, mais aí já era tarde.
Você acha que os Exocet foram de baixa eficiência? Eu considero que foi bastante satisfatória. Pois os Argentinos tinham sofrido um embargo e sem o auxílio dos Franceses conseguiram treinar e lançar os cinco que tinham, já lí que foi uma surpresa tática para os Britânicos, pois eles não acreditavam que os Argentinos tivessem capacidade de fazê-lo, conseguindo dois acertos. Ainda penso que se a Argentina tivesse mais misséis Exocet a história talvez fosse diferente.
Como você listou foram muitos os erros e enganos e a aventura custou caro para a Argentina. Apesar de tudo esse conflito não foi um passeio para os Britânicos porém sua vitória foi incontestável.
sds.
Segundo o pesquisador Expedito Bastos, a Avibrás, pelo menos na prancheta, tem, sim, um novo blindado em vista.
Joaõ Curitiba.
Plano Rosário:
A preparação para a guerra
Até 1978, a ditadura militar encabeçada pelo General Jorge Rafael Videla tinha como objetivo combater as denúncias de violação dos direitos humanos que se registravam na Argentina. A realização da Copa do Mundo de Futebol e a vitória da Seleção Argentina serviram como impulso no fortalecimento do sentimento nacionalista já acentuado dos argentinos. O governo militar, usando uma técnica comum de ditaduras enfraquecidas, buscou um inimigo externo como fator de união nacional.
A rivalidade histórica com os brasileiros foi posta em discussão através do Plano Rosário, que tinha como objetivo realizar uma guerra pela anexação do Sul do Brasil. Havia ainda a velha discussão sobre a posse das Ilhas Malvinas. Mas naquele momento, o subestimado militarmente Chile era o principal alvo, principalmente pela Argentina poder contar com a força de aliados no Norte.
Se os moderadores permitirem tem algo mais completo neste site: http://www.defesanet.com.br/missao/beagle/2.htm
Flávio.
Quanto às bombas não detonadas: Isso aconteceu devido a que? Ao que me consta o bombas Mk82 não são feitas para ataques a baixa altitude.
Olhe esse comentário que está neste site: http://www.defesanet.com.br/rv/malvinas/malvinas.htm
Pelo lado Inglês:
A determinação em reconquistar as ilhas e a tenacidade ao perseguir o objetivo. Ao entrar na Baia de San Carlos os ingleses cercaram os navio de transporte de tropas, com uma linha defensiva de fragatas e destroyers. Aceitaram as perdas como uma penalidade para proteger o mais valioso. Os transatlânticos, retirados do serviço de turismo e adaptados como transporte de tropas e algum material. Os ingleses acabaram perdendo 4 navios na defesa do desembarque da Força Tarefa.
Pelo Lado Argentino:
Mostra a bravura dos pilotos de A4 Skyhawk voando em missões , quase sem volta, pois atuavam no limite do combustível. Após passarem o topo das colinas circundantes a Baia de San Carlos, arremetiam o mais baixo possível e lançavam as suas bombas. Estas penetravam o casco e muitas não explodiam. Com pequenos ajustes os argentinos teriam mudado o rumo dos combates.
Consute o site e terá uma visão mais completa.
Abraços.
O Perú NO FINAL sim, deu alguma ajuda aos Argentinos.
Não foi cedido nenhuma aeronave Bandeirulha para os Argentinos.
Prezado Zero Uno
Interessante a matéria. Mas não dá mais detalhes sobre o tal Plano Rosário. Mas prefiro ficar com uma entrevista que li de alguns oficiais do EB que estiveram na Argentina anos atrás para alguma operação conjunta.
Segundo eles, foi abordado o temor do Brasil de uma invasão argentina, que eles retrucaram que do lado de lá também havia o temor de um ataque por parte do Brasil. Mas que nunca foi cogitado uma loucura dessas.
Senão vejamos. Quem na América Latina tinha (isso à época das ditaduras lá e cá) um exército mais poderoso do que o nosso III Exército? Se houvesse mesmo uma tentativa de invasão, este exército mais a vinda dos I e II exércitos, nós dariamos uma passeio pelos pampas argentinos, só parando na Terra do Fogo. Sem contar que como estaríamos sendo agredidos, o TRIAR seria invocado e os EUA seriam os primeiros a mandar reforços.
Pena que isto não aconteceu, porque senão hoje o Riquelme estaria jogando na nossa Seleção.
Quanto aos Bandeirulha, consta da História oficial do referido conflito que o Brasil cedeu estes aviões. Mas não tenho como provar.
Muito boas estas suas intervenções, porque é da discussão que nasce a luz.
Abraços
ZERO UNO,
pelo que eu sei a maioria das bombas argentinas que falharam não explodiram porque os caças estavam muito baixo e não dava tempo para que o mecanismo de segurança da espoleta “destravasse”, que ocorre depois de um tempo mínimo para reduzir a possibilidade de acidentes (elas podem vir a se chocarem no ar, podem se chocar com o próprio caça, podem estar com defeitos, etc).
Dizem que teve caça argentino se chocando contra mastro de navio inglês de tão baixo.
Posso estar enganado mas a altitude mínima de lançamento da séria Mk80 americana é de 150 metros e de preferência com espoleta de tempo e/ou com dispositivo de frenagem.
João Curitiba, 14:02hs,
Vide Plano Rosário. Era uma das três alternativas que os argentinos tinham. Mas sabiam que:
– no começo, teriam a vantagem, inclusive com plenas capacidades de adentrar no território brasileiro e capturar diversas cidades, mas com deslocamento de tropas do Norte/Nordeste do Brasil, a situação ficaria complicada. Desistiram por isso.
abraços.
Caro colega João-Curitiba:
O primeiro foguete lançado é detonado (explode) muito tempo antes de atingir a aréa do alvo. É disparado apenas para cálculo e definição dos parâmetros da trajetória balística, que vão definir os disparos posteriores. O inimigo não toma conhecimento desse primeiro disparo porque ele não atinge o alvo, explode na atmosfera.
Abraços!!!
ZERO UNO,João-Curitiba, Vassily Zaitsev, Bosco: A guerra das Falklands/Malvinas, é um assunto muito rico, veja que lá em cima em “Flávio em 28 jan, 2009 às 9:29” eu a citei, como exemplo, e de lá para cá estamos trocando impressões e opiniões no espaço de uma notícia que não tem relação com aquele conflito…rsrsrs.
Acredito que a guerra das Falklands/Malvinas merece mais espaço para debates.
Fica uma sugestão aos amigos do Blog, de fazerem uma edição especial como fizeram com o conflito entre as Coreias e como fizeram sobre submarinos e sonares.
Bom dia a todos.
Caro Wilson Johann
Obrigado pela informação. Embora já tivesse lido muita coisa sobre o Astros, desconhecia este artifício.
Abraços
Prezados,
O chamado Plano Rosário era uma das alternativas que nasceram na época do peronismo na Argentina. Alias a idéia da Argentina de invadir o Brasil era bem antiga e vinha dos tempos da colonização. Mas essa idéia ganhou força com a segunda guerra e o alinhamento Argentino ao III Reich. Nas décadas seguinte os Argentinos viram a explosão da nossa economia e se sentiram mais ameaçados. Com a construção da usina de Itaipú os Argentino tinham a idéia de que se o Brasil abrir a barragem todo o leito do rio Paraguai e suas cidades serão destruídos. Logo os militares cogitaram a idéia da invasão e criaram o Plano Rosário. Esse plano levava em consideração a superiorida (relativa) das forças argentina. No entanto, o tamanho do nosso território e exército que o Brasil tem condições de mobilizar fizeram parte das considerações dos Argentinos.
Na outra ponta, os Chilenos possuiam divergências relativas ao Canal de Beagle que poderia abrir um acesso ao pacífico para os Argentinos. Isso teria uma importância estratégica muito maior para o país. Esse conflito nasceu no século XIX quando o Chile cedeu para a Argentina a Patagônia (Sim a Patagônia pertencia ao Chila) no entanto, aquela regial austral era muito pouco povoada e não houve interesse pelas partes para a demarcação de limites. Ocorreram várias tentativas de conciliação. Inclusive a Grã-Bretanha foi mediadora do conflito e deu razão aos Chilenos. Claro que os Argentinos não aceitaram. Então no ano de 78 as tensões se elevaram e ambas as forças foram mobilizadas. Felizmente no natal desse ano uma mediação do Para João Paulo II com um cardeal enviado de Roma conseguiu a assinatura de um tratado definitivo. É fato qua as tropas Argentinas adentraram 5 km em território Chileno antes de serem comunicadas da interrupção da operação.
Já o apoio Chile aos Ingleses em 82 decorre da falta de aliados entre seus vizinhos. Se a Inglaterra perdesse a Guerra os Argentinos iriam iniciar uma política de invasões e o alvo seria o Chile já que o Peru também possuia planos contra o Chile. Então vejamos, o Chile um país sem profundidade territorial e sem nenhum aliado entre os vizinhos. Quais as opções? Apoiar uma potência em uma guerra, sabendo que os ingleses não esqueceriam esse apoio.
Quanto ao fato da neutralidade do Brasil ela existiu, mas foi diplomática. O Brasil cedeu através de empréstimo alguns bandeirulhas para a argentina utilizar. Se não me engano um C-130 da RAF também foi detido no Brasil após um pouso no nordeste por portar uma carga de armamento, além do conhecido caso do Vulcan que pousou no Rio com problemas.
Mas de fato a Argentina pensou em invadir o Brasil!
Prezado Vassily Zaitsev
Eu procurei por Plano Rosário via Google mas só consegui citações em artigos de tratavam de outro assunto. E assim mesmo sem citar nada específico, fonte, etc. Apenas comentários de passagem.
Num artigo o autor chega a falar num possível conflito Brasil/Chile X Argentina/Peru/Venezuela. Nada mais falso, visto que a bronca é entre Chile/Peru/Argentina. Nós não temos nada com isso e nunca quisemos nos meter. Quanto à Venezuela, só agora, com o Chávez, é que aquele país tem adotado uma postura mais radical, mesmo assim contra os EUA e seus aliados apenas. Lembro que o Chávez até tentou comprar aviões do Brasil.
Continuo perdido no assunto, além do que, pela época, tanto o Brasil quanto a Argentina eram governados por “colegas” ditadores. Havia bom entendimento entre eles. Este Plano não poderia vir de antes disso, da época do Peron?
Apenas uma correção ao que você falou: as tropas que viriam em auxílio ao 3o. Exército não seriam do Norte/Nordeste, mas do eixo RJ/SP/MG, os 1o. e 2o. exércitos.
Mas estou curioso em saber mais sobre este “Plano”.
Abraços
Rodrigo
Enquanto eu escrevia a mensagem ao Vassily Zaitsev, você tinha postado uma nota que responde parte das minhas dúvidas.
Valeu
João,
Existe um documentário de aproximadamente 2 ou 3 hrs do history channel que é sobre a crise no Canal de Beagle. Outra fonte importante de informação é o YouTube. Da uma procurada lá qua vc vai achar uma reportagem do Fantástico sobre o apoio do Brasil nas Falklands, também tem em uma edição da revista Força Aérea.
Vou procurar informações e te aviso. Esse assunto é realmente envolto em segredos.
Abraço!
Sem querer desmerecer o ASTROS mas o uso da diretora de tiro dotada de radar para análise balística é opcional. Ela é oferecida como parte integrante do sistema mas outros sistemas de foguetes podem fazer uso de um, de forma independente, usado de modo geral pela artilharia em muitos países juntamente com os radares de contra-bateria.
E pelo que eu sei tanto o ASTROS quanto o MLRS foram lançados em 1983 com característica similares, sendo o primeiro dotado de melhor mobilidade estratégica e o segundo de melhor mobilidade tática (para o USArmy o fato de contar com os aviões de transporte pesados da USAF não implica em menor mobilidade estratégica).
A capacidade de cobrir uma determinada área de maneira eficiente é favorável ao MLRS que conta com submunições desde o modelo original e o ASTROS só contava com o foguete SS-30 de carga unitária. Daí a preocupação em melhorar o alcance com a diretora de tiro.
Os dois sistemas são ótimos e cada um com um nicho de mercado específico. O MLRS é bom para americanos, ingleses, etc. O ASTROS é ótimo para o Brasil, Malásia, etc que não contam com cargueiros C-17 e C5B. A utilização também é completamente diferente dos dois sistemas, tendo o MLRS se voltado para a “guerra urbana” adotando munição guiada e antes, na época da “Guerra Fria” seria usada para deter um avanço do Pacto de Varsóvia, inclusive seria armado com submunições antitanques inteligentes e guiadas.
O MLRS possui basicamente dois tipos de “foguetes”, o M-26 e o míssil ATACMS. Os foguetes pesando 300 quilos possuem alcances máximos que vão de 32 a 70 km, podendo ser ou não guiados por GPS, e o míssil pode chegar a até 300 km.
O ASTROS É O MELHOR!!!!!
Boa Tarde…….
Alguém poderia nos informar se já foi ou ainda será concluído o acordo de Recuperação da Avibras, onde o governo poderá ficar com até 1/4 da empresa. Qual o montante da dívida da Avibras?
Meu e-mail para resposta é hermestrismeegisto@hotmail.com
No Aguardo
H.T.
Bom, fugindo um pouco do tema do post, contando com o prezado consentimento do mediador, sobre o assunto das Malvinas: apesar das perdas e do enfraquecimento de suas forças armadas, os argentinos escaparam de uma perda bem maior. Alguns esclarecimentos demorarão, pelo menos, mais oito décadas para vir à tona (a constituição inglesa restringe informações sobre conflitos daquele pais até que se complete um século). Mas já saiu em revista e livro sobre intenções de um ataque nuclear à Cordoba numa possivel extensão do conflito. A cidade pólo – que para os argentinos equivale a nossa São Jose dos Campos – de grande importância militar, científica, econômica e de alta densidade populacional, além da estrutura técnica e física do programa Condor e da industria aeroespacial deles, iria a pique. Incontáveis perdas, inutilizaria toda a região, e debilitaria o sistema economico argentino em tudo. E como agravante ainda tinha a grande amizade entre Pinochet e Margareth Tatcher. Há quem diga que eles chegaram a transportar armamento nuclear até os arredores do conflito, não posso dizer seguramente.
No wikipedia tem muita coisa detalhada, inclusive o nome do livro (biográfico). Segue o link . . http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_das_Malvinas#Os_segredos_n.C3.A3o_contados
Saudações!
Precisamos da bomba. Que seja ela pra assustar, espero. Seria possível ela ser lançada pelo ASTROS, independente do foguete?