Israel e Hamas rejeitam moção da ONU
Combates continuam apesar de Conselho de Segurança pedir cessar-fogo “imediato e duradouro” na Faixa de Gaza
Israel e o grupo islâmico Hamas rejeitaram ontem (9/01) a resolução do Conselho de Segurança da ONU que pede um cessar-fogo “imediato e duradouro” na Faixa de Gaza e a retirada das forças israelenses da região.
A resolução foi aprovada na madrugada de ontem com o apoio de 14 dos 15 membros do Conselho e a surpreendente abstenção dos EUA, aliado tradicional de Israel. “Ao abster-se, os EUA podem estar indicando que se está formando um consenso de que o derramamento de sangue foi longe demais”, escreveu a influente revista britânica The Economist em sua versão online.
O suposto consenso, porém, parece ainda não ter sensibilizado o governo israelense e o Hamas. “Os lançamentos de foguetes (pelo Hamas) nesta manhã demonstram que essa decisão da ONU é inviável e não será acatada pelas organizações palestinas assassinas”, disse o premiê de Israel, Ehud Olmert. Mais tarde, um porta-voz do Hamas disse que o grupo também não estava de acordo com o cessar-fogo porque não foi consultado sobre seus termos e não o considerava “vantajoso para os palestinos”.
Na Faixa de Gaza, os combates continuaram, elevando o número de mortos no conflito para 800 palestinos (segundo fontes médicas em Gaza) e 13 israelenses. Aviões e helicópteros de Israel bombardearam cerca de 30 alvos em Gaza até o amanhecer – entre eles uma TV iraniana. Durante a manhã, a ofensiva foi retomada.
No total, 23 palestinos foram mortos ontem, segundo fontes médicas de Gaza. De acordo com a imprensa israelense, o Hamas lançou mais de 30 foguetes contra as cidades israelenses de Bersheva e Ashkelon, sem deixar vítimas.
A rejeição ao pedido de cessar-fogo do Conselho ocorre um dia após a ONU suspender suas ações em Gaza. A decisão foi tomada porque forças de Israel atacaram duas escolas e um comboio da organização. Ontem, contudo, ela anunciou que recebeu garantias do alto comando militar israelense de que os seus trabalhos humanitários serão respeitados (mais informações na pág. 8).
ABERTURA
A resolução aprovada pelo Conselho na madrugada de ontem foi redigida pelos britânicos e tenta conciliar demandas israelenses e palestinas. Ela prevê, em termos bem vagos, que medidas sejam tomadas para evitar o contrabando de armamento pelo Hamas na fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza – uma exigência israelense.
A resolução também inclui a abertura das passagens entre a região, Israel e Egito – o que aliviaria a situação dos palestinos. O Conselho também exigiu a “distribuição de assistência humanitária sem bloqueios em toda a Faixa de Gaza”.
FONTE: Estadão/AP/Reuters
É, parece que a cobra vai fumar.
No meu modo de ver, acho que Israel está comentendo vários equívocos seguidos…desde desrespeitar vários pontos da Convenção de Genebra, do qual Israel e signatário, portanto tinha o dever de cumprir (desrespeito que pode vir a ser caracterizado no futuro como crimes de guerra se assim o Ocidente quiser, mas só que não vai querer…eu acho), já comentado pelos observadores da ONU (não sou eu que estou dizendo isso), até equívocos diplomáticos e mesmo militares.
Além de estar atraindo a antipatia mundial para seu lado (eu mesmo já estou de saco cheio…o que não quer dizer que eu seja contra o direito de Israel existir – mas também sou a favor do Estado Palestino existir – ou contra judeu…a rigor não sou contra ninguém, nem judeu, nem palestino, nem japonês e nem venezuelano…só estou de saco cheio de ver tanta barbaridade realizada nas barbas da ONU – incluindo os ataques às escolas da ONU e ao comboio de ajuda humanitária da própria ONU -, que adverte e recrimina a todo momento, mas Israel parece estar cego, surdo e mudo).
Mas existe ainda um outro equívoco, que ao meu ver, está na base de todos os equívocos que Israel está comentendo: a desinformação que Israel está passando para a mídia, incluindo a própria mídia israelense (ou principalmente para a mídia Israelense, já que ao meu ver a questão toda é de política interna).
quinta feira passada, o Jerusalem Post publicou essa matéria:
versão em inglês: http://www.jpost.com/servlet/Satellite?pagename=JPost/JPArticle/ShowFull&cid=1231167315626
aqui está a tradução da mesma matéria: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/jerusalem-post-ou-vai-ou-racha/
Ou seja, tem tudo para esta guerra ser mais uma guerra inútil, que só está servindo para matar e ferir seres humanos inocentes (dos dois lados, embora não na mesma proporção) e para o jogo político interno de Israel (briga de poder político interno, que uma vez mais se utiliza do “inimigo” externo para conseguir se manter no poder…os militares argentinos conhecem bem esse negócio, perguntem a eles como funciona essa história de arrumar uma guerra inútil para tentar se manter no poder…eles têm experiência no assunto…embora não sejam os únicos com larga experiência no assunto…hehehe).
Pelo o que está escrito nesta matéria do Jerusalem Post, nem sequer os objetivos militares estão sendo alcançados pela IDF (alguns foram alcançados, mas o principal não. E a IDF agora está num impasse, não sabe o que fazer…nem ataca e nem recua). E a matéria acima do Blog confirma o que estou dizendo. Pois não haverá cessar-fogo enquanto os problemas que originaram essa guerra (tantos os problemas vindo de 1967) quanto os problemas mais recentes, que são basicamente políticos, da política interna de Israel (eleições e a “derrota” de 2006) não forem resolvidos. E tais problemas não se resolvem num campo de batalha.
Israel não está conseguindo desarticular militarmente o Hamas, e o Hamas, portanto, não quer e não vai se entregar…isso está ocorrendo, talvez, pelo fato de este conflito ter escolhido muito mal suas armas de luta. Certamente uma boa mesa de negociação, antes mesmo do início desta guerra, mas com interesse real de Israel querer solucionar o problema e discutir a paz na região (e não ver apenas o seu próprio umbigo, tem que saber que do outro lado também tem um povo repleto de direitos sobre aquele lugar), seria bem mais eficaz que essa guerra tola, estúpida e inútil.
abraços a todos
E só pra complementar…até os EUA já estão ficando de saco cheio dessa matança inútil (a abstenção de seu voto no conselho de segurança da ONU indica isso)…
abraços
Enquanto o povo palestino aceitar e apoiar e existência do Hamas e seu fanatismo doentio contra Israel, vai sofrer com as conseqüências dos atos de terrorismo desse grupo. Israel sempre vai revidar, e cada vez com maior força. Se todos bem lembram, foi o Hamas que desrespeitou o último “cesar-fogo”, desencadeando toda essa reação de Israel.
Israel vem há muito tempo sofrendo com o radicalismo de grupos de fanáticos e ideologias anti-semitas. No passado recente metade da população jadaica do mundo foi exterminada. Depois que Israel conseguiu seu território, só conseguiu sobreviver como nação a ferro e fogo, enfrentando, em diversas guerras que pusseram em risco a existência do Estado Judeu, seus diversos inimigos, dos quais a pequena nação vive cercada.
Lembro de uma história (enciclopédia “Guerra na Paz” – lembram) da primeira guerra entre árabes e judeus – 1948 – em que um grupo de soldados foi possicionado em uma trincheira com ordens de resistir até a morte ao avanço inimigo. Um tenente questionou seu superior sobre o local para onde deveriam recuar caso não conseguissem deter o ataque. A resposta veio curta e seca: “Para lugar algum, não temos para onde recuar”.
Então é isso, eles aprenderam da pior forma, ou venciam seus inimigos, numéricamente superiores e melhor armadas, ou morriam todos.
É por isso que são hoje uma potência militar, pois só assim cumpririam a promessa que fizeram para si mesmos, a de nunca mais enfrentar um holocausto. E assim tem sido até hoje, seus inimigos podem provocar, podem atacar de várias formas (mesmo com foguetinhos), ou tentar invadir seu território, mas a resposta sera pronta e fulminante. De outro modo não tem jeito.
E a solução para o caso da Palestina, hoje, está em Israel dominar toda a Faixa de Gaza e estirpar o mal pela raiz, liquidar de vez com o Hamas e todas as suas vertentes, e na concientização da população local de que o seu sofrimento não vem de Israel, mas do Hamas, que se escuda na população civil, usando-a como instrumento e justificativa para seus atos terroristas. Enquanto esse grupo existir, a pelestina não terá paz, e nem Israel.
Abraços!!!
PARA TODOS RACIOCINAREM – COPIEI ESTE TEXTO DO BLOG DO REINALDO AZEVEDO DA VEJA ON-LINE.
MUITAS E MUITAS VEZES DISCORDO DELE, MAS SUA ARGUMENTAÇÃO CONTRA OS QUE CONDENAM TOTALMENTE ISRAEL E SANTIFICAM O HAMAS É MUITO CONSISTENTE!
BOA NOITE A TODOS!
“O QUE QUER O HAMAS
É interessante saber com quem as pombas lesas da paz pedem que Israel celebre o que chamam de “cessar-fogo” — que, sei, acabará vindo cedo ou tarde. E notem: acho que a cessação das hostilidades é preferível ao confronto armado, é óbvio. Mas é importante saber o que quer o Hamas, não é? Abaixo, seguem trechos de sua carta de fundação.
As primeiras linhas que seguem não são ainda a introdução. Antes mesmo que o Hamas faça os prolegômenos, aparece a palavra de ordem. Acompanhem:
18 de Agosto de 1988
Em nome de Alá, o Misericordioso
Vós sois a maior nação jamais surgida na humanidade; vós comandais o que é justo, e vós proibis o que é injusto, e vós credes em Alá. E se aqueles que receberam as escrituras tivessem acreditado, certamente teria sido melhor para eles: há crentes entre eles, mas a maioria é formada por transgressores.
(…)
Israel existirá e continuará a existir até que o Islã o destrua, como antes destruiu a outros.
(O mártir, imã Hassan al-Banna, de venerada memória)
(…)
Em nome de Alá, o Misericordioso
Introdução
Alá seja louvado, a quem recorremos em busca de amparo e em quem buscamos perdão, direção e apoio. Alá abençoe o Profeta e lhe conceda a salvação, e a seus companheiros e seguidores, e àqueles que difundiram sua mensagem e adotaram as suas leis
(…)
Este Pacto do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) torna clara a sua imagem, revela sua identidade, define o seu lugar, expõe seus objetivos, fala sobre suas esperanças e exorta [a população] a apoiá-lo, a adotá-lo, a juntar-se a suas fileiras. Nossa luta contra os judeus é muito grande e muito séria. Ela exige todos os esforços sinceros. É um passo que inevitavelmente será seguido por outros passos. O Movimento nada mais é do que um esquadrão que deve ser apoiado por mais e mais esquadrões deste vasto mundo árabe e islâmico, até que o inimigo seja subjugado e se realize a vitória de Alá.
(…)”
E AGORA? O QUE FAZER COM FANÁTICOS ASSIM? TÁ DIFÍCIL! QUE TAL EVACUAR MULHERES E CRIANÇAS? PARECE QUE OS RUSSOS FIZERAM ISTO EM GROZNY (NÃO SEI AO CERTO), ANTES DE ARRASAR TUDO. ALIÁS, SE ISTO FOSSE FEITO, PODERIAM RECONSTRUIR TODA A FAIXA DE GAZA COM DINHEIRO OCIDENTAL, COM CIDADES DECENTES, ESCOLAS (RELIGIOSAS OU NÃO), HOSPITAIS DECENTES E SEM FUNDAMENTALISTAS LOUCOS. AGORA, TÁ DIFÍCIL ENGOLIR A MORTE DE INOCENTES. A GUERRA PSICOLÓGICA JÁ FOI PERDIDA POR ISRAEL…
War,
O problema com o Reindaldo Azevedo, além de sua habitual burrice e seu habitual preconceito, é que ele não é um jornalista confiável…como jornalista eu estou dizendo. Como pessoa eu não sei, não o conheço…mas não compraria um carro usado dele…
Ele cita um documento que não é oficial e o coloca como sendo. Não checa a veracidade do documento e sai escreendo suas baboseiras de sempre.
O MidEastWeb, de onde ele tirou o documento (na versão em inglês) é um site “aberto”, no qual qualquer um pode enviar o que quiser (mais ou menos como o Wikipédia)…então, como saber se esse documento não foi feito pelos próprios israelenses? É uma pergunta boa de ser feita, não acha?
Como o documento não é oficial, então o “calunista” Reinaldo Azevedo só está fazendo o que sempre faz. Ele não é sério…é só um “bobo da corte”, no universo do jornalismo brasileiro.
abraços
ps. Aliás, o título completo da matéria, muito preconceituosa diga-se, é: “O QUE QUER O HAMAS. E OS CRETINOS FUNDAMENTAIS”…bem, se já no título ele chama os caras de “cretinos”, só posso dizer a mesma coisa sobre ele, como jornalista. Pois isso não é jornalismo…isso não é nada, que é o que ele faz.
Para Bosco, retired Marine’s Gaza analysis:
http://community.nytimes.com/article/comments/2009/01/08/opinion/08kristof.html?permid=141#comment141
[]
WAR,
o Reinaldo Azevedo consegue ser pior que o Diogo Mainard.
Não bastasse que “a primeira vítima de uma guerra é a verdade”, ainda tem uns pra complicar mais o meio de campo.
Hornet,
“não compraria um carro usado dele” foi ótimo. rsrsrs…..
Sei que você foi bonzinho com ele, já que quem não tem honestidade profissional não deve prestar também como pessoa.
Um abraço a todos.
OK amigo. Seria bom termos acesso ao documento original. Você consegue? Eu vou ser o primeiro a denunciar a fraude do cara lá. Não esqueça de que escrevi “MUITAS E MUITAS VEZES DISCORDO DELE”. Quanto aos fundamentalistas de qualquer espécie (INCLUSIVE OS ISRAELENSES, QUE OCUPAM TERRAS QUE NÃO SÃO DELES E ALGUNS CRISTÃOS, QUE NÃO ACEITAM A CIÊNCIA E ADORAM O CRIACIONISMO), francamente, tenho que concordar com o Reinaldo. Aliás, sobre ele, tenho a declarar:
1 – Ele se aproveita da revolta de muitos conservadores contra o avanço do que eles chamam de “esquerdas” (ainda há sentido neste rótulo?) para ganhar platéia.
2 – Ele é extremamente bem informado e inteligentíssimo, embora, mais uma vez, repito, NÃO REZO PELA SUA CARTILHA, aparentemente reacionária e conservadora mas, claramente, oportunista.
Para concluir: com nazistas e gente do tipo do Hamás, só a força bruta pode ser útil. Infelizmente, Israel, tirando seus (poucos) radicais, é a única coisa que presta por aquelas bandas. É claro, o que está no poder, e não no exílio e nas masmorras dos “Califas”.
Calpurnius,
Interessante texto.
Por isso respeito o amigo “Marine” que apesar de ser favorável a ação israelense nem ele e nem sua corporação fariam algo semelhante a essa ação desproporcional ao nível de agressão sofrida.
Os Qassans causaram 20 vítimas em 7 anos. Por pior que isso seja, não justifica essa ação indiscriminada por parte das forças israelenses que só entendo com fins eleitoreiros. Mas pode ser que seja um tiro no pé, já que o nível de intolerância a essas ações covardes está se generalizando, inclusive dentro de Israel.
Um abraço meu caro.
War,
quem tem que apresentar o documento oficial é ele, e não eu ou nós…ele que levantou essa lebre…o problema é dele em confirmar o que disse, e não um problema meu ou seu…não concorda? Ele que acusou, então cabe a ele as provas.
Eu só disse que a fonte dele não é confiável, porque não é mesmo. Ou seja, ele jogou a farofa no ventilador – como sempre faz – mas o que dá sustentação aos argumentos que ele criou, são no mínimo duvidosos…para não dizer falsos.
A minha crítica foi a esse tipo de “jornalismo” de quinta categoria que temos aos montes no Brasil…nem entrei no mérito da questão do confito do OM. O princípio (ético) jornalístico da matéria do Reinaldo de Azevedo é que está equivocado. Por isso que fica difícil comentar qualquer coisa sobre o que ele afirma. Nada tem sustentação.
abraços meu caro
Bosco,
vc está sendo injusto…o cara é bão…o carro dele é que não é muito…por isso que eu não compraria…hehehe
abraços insectossáuricos
Ôpa! Com todo o respeito aos demais participantes, inclusive ao Marine: Os fuzileiros americanos nunca mataram inocentes? A USAF e a RAF nunca “torraram” mulheres e crianças alemãs (que apoiavam, sim, os nazis, que torraram milhões de judeus, ciganos, comunistas, democratas, socialistas e todos que se opunham a eles? Aliás, como o Hamás gosta). E os soviéricos, que estupraram milhões de inocentes mulheres alemãs de todas as idades inclusive crianças? O mesmo amigo marine disse aqui que antigamente (invasão da Nicarágua por exemplo e por extensão Vietnam) atirava-se em tudo que se mexesse… E não se esqueçam das crianças, filhas de esquerdistas argentinos mortos pelos ditadores de lá, que foram “doadas” a famílias simpáticas. Monstruosidade, né? Ninguem pode ser a favor de matar inocentes. Mas condenar só Israel? ? Me poupem!
Colega Bosco,
Não creio que Israel esteja realizando tamanha ofensiva por causa de sete mortos. Não vamos esquecer as centenas ou mais de vítimas provocadas pelos carros bombas, homens e mulheres bombas, e outras dezenas bombas explodidas com ou sem homens/carros bombas, como aquelas colocadas em restaurantes, bibliotecas, lanchonetes, próximo ou nos prédios públicos, passeios públicos, praças e outros locais de aglomeração de pessoas. Até brasileiros já morreram com esses atentados.
Enfim, como escrevi anteriormente (lá no início), a solução está na eliminação completa do Hamas. Se não, vejamos: por que a Cisjordânia está em relativa paz com Israel, se lá também é terra de palestinos? Será que é porque lá o Hamas não tem ingerência?
Abraços!!!
WAR,
calma meu caro. Não foi o que eu disse. Os marines já mataram inocentes sim, mas não de maneira sistemática, descarada ou intencional como parece ser o caso agora. Sempre foi uma atitude impensada no calor do combate ou danos colaterais “normais” em operações de guerra onde existe a presença de civis. Nunca foi política explícita ou implícita do governo americano e nem tática das FA americanas as baixas civis.
As guerras “politicamente corretas” só começaram a acontecer depois do Vietnã. Não vamos lembrar as barbaridades cometidos por ambos os lados durante SGM senão vamos ficar a noite toda teclado.
Um abraço meu caro amigo.
Amigo,
Wilson Johann em 10 jan, 2009 às 22:06
Taí, gostei do argumento. Na Cisjordânia, ainda tem que ajustar o muro, e ainda retirar os colonos instalados indevidamente. Saindo os radicais, tudo fica mais fácil.
Boa noite a todos!
Wilson,
mas a muito tempo estes homens bombas não dão as caras.
O motivo alegado foi o retorno do lançamento de foguetes a uns 3 meses atrás se não me engano.
O que eu acho estranho é a infantilidade do Hamas em romper o “cessar fogo” próximo as eleições israelenses.
Um abraço.
Bosco,
talvez este cessar-fogo não tenha sido rompido somente agora…pois, talvez nunca tenha existido de fato. Os dois lados nunca respeitaram devidamente essa propalada trégua de 6 meses…
O que aumenta ainda minhas supeitas de que este ataque israelense atual não passa de propaganda eleitoreira…(Depois a gente ainda reclama da chatice do horário político gratuito aqui no Brasil…hehehe)
Bem, segundo a BBC:
“O acordo de cessar-fogo, que havia sido mediado pelo Egito, foi quebrado diversas vezes na prática.
Havia um círculo vicioso. O Hamas reclamava do bloqueio econômico por terra, ar e mar imposto por Israel sobre Gaza. Israel reclamava que o Hamas estava contrabandeando armas para dentro do território por meio de túneis subterrâneos na fronteira com o Egito, além de lançar foguetes contra o território israelense.
O Hamas dizia que o lançamento de foguetes é uma forma justificada de resistência e de chamar a atenção para o sofrimento população de Gaza. Israel afirmava que seu bloqueio a Gaza se justifica como forma de tentar forçar o Hamas a observar o cessar-fogo.
A tensão aumentou depois que os israelenses realizaram uma incursão no sul de Gaza, no início de novembro, para destruir túneis que, segundo eles, eram usados para contrabando de armas. Esse episódio levou a uma nova onda de foguetes lançados contra Israel pelo Hamas e, em conseqüência, a um endurecimento do bloqueio israelense em Gaza.
Como condição para renovar o cessar-fogo, encerrado após seis meses de duração, o Hamas exigia a suspensão do bloqueio israelense em Gaza. ”
a matéria completa da BBC está aqui:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2009/01/090108_gazaqanda_ac.shtml
abraços
Sobre o caso de Israel vou postar aqui um pedaço do que eu escrevi no outro post:
Sobre a situação das tropas de Israel ficarem paradas no meio de uma briga política é uma situação difícil e a culpa não é dos soldados, mas acredito que essa culpa deva ser creditada ao Governo. As tropas não deixaram seus quartéis sem a ordem do Governo Israelense e nesse caso eles estão cometendo um grande crime contra o seus soldados. Quando você manda um homem para a batalha você tem que ver que ele jamais poderá voltar para casa. Será que esses políticos também estariam preparados para ir em uma missão sem volta¿ O Governo mais uma vez fez a besteira, pode até ter sido pressionado pelos comandantes militares para a ofensiva, mas os militares não tomam a atitude sem a ordem do Governo, por isso a responsabilidade é toda dele. Israel achou mais uma vez que a opinião pública ficaria a seu favor, entretanto dessa vez a “arma” da imprensa está ao lado dos palestinos.
Amigo Bosco.
Os homens-bomba sumiram por causa do muro. Ele e toda a parafernalia de vigilância israelense em torno dele, inclusive com aviões não tripulados e sensores de todo tipo é que zeraram sua “ocorrencia”. O problema do muro é o seu traçado equivocado, protegendo assentamentos ilegais (que precisam sair, volto a repetir). E a lembrança do muro de Berlim, é claro. No mais os americanos estão fazendo algo similar na fronteira com o México, inclusive para barrar “invasores” brasileiros. Repetindo “ad nauseam”: sem os fundamentalistas há solução, mesmo que difícil. Com eles, a carnificina vai continuar. E ninguém pode (apenas) culpar Israel (que comete muitos erros, SIM), mas que tem direito e até o dever de proteger seu povo (brilhante, trabalhador e democrata, tirando os seus fanáticos). Aliás, já pensaram um grupo como o Hamás aqui por perto? Que tal jogar o Bope do Rio sobre eles??
Vi essa reportagem no New York Times e traduzi para a discussão do Blog. Portanto, quaisquer erros são meus.
O link é:
http://www.nytimes.com/2009/01/11/world/middleeast/11hamas.html?pagewanted=1&_r=1&hp
Guerra em Gaza cheia de armadilhas e engodos
Por Steven Erlanger
Publicado em 10 de janeiro, 2009
Jerusalem – A abrasiva batalha urbana desenrolando-se na densamente povoada Faixa de Gaza é uma guerra de novas táticas, rápida adaptação e armadilhas letais.
O Hamas, com treinamento do Irã e do Hezbollah, usou os últimos dois anos para tornar Gaza em um labirinto mortífero de túneis, armadilhas (booby traps) e sofisticadas bombas de rua (as roadside bombs, que os americanos enfrentam no Iraque). Armas são escondidas em Mesquitas, pátios de escolas e casas civis, e a “sala de guerra” da liderança do Hamas fica em um abrigo anti-aéreo (bunker) embaixo do maior hospital em Gaza, dizem os Serviços de Inteligência de Israel.
Sem vontade de aceitar a isca israelense e sair em campo aberto, militantes do Hamas estão lutando com roupas civis; mesmo a polícia recebeu ordens de tirar os uniformes. Os militantes emergem de túneis para disparar armas automáticas ou mísseis antitanque, para então desaparecer de volta nos túneis, esperando atrair os soldados israelenses com seu fogo.
Em um prédio de apartamentos em Zeitoun, no norte de Gaza, o Hamas montou uma armadilha engenhosa e mortal. De acordo com um jornalista israelense, inserido junto com as tropas israelenses, os militantes colocaram um manequim na passagem para o salão da entrada principal. Eles esperavam atrair o fogo dos soldados israelenses que poderiam, por causa da visão embaçada dos óculos de visão noturna e da necessidade de tomar decisões em momentos de segundos, confundir a figura com um combatente. O manequim estava armado para explodir e derrubar o prédio.
Em uma entrevista, o repórter, Ron Ben-Yashai, principal correspondente do jornal Yediot Aharonot, disse que os soldados também acharam uma pilha de armas com um lançador de granadas em cima. Quando moveram o lançador, “eles viram um detonador acender-se, mas de algum modo ele não disparou”.
O exército de Israel também veio preparado para uma batalha que ambos os lados sabiam que era inevitável. Todo soldado, dizem oficiais israelenses, está equipado com coletes de cerâmica e capacetes. Toda unidade tem cães treinados para sentir o cheiro de explosivos e pessoas escondidas em túneis, bem como engenheiros de combate treinados para desarmar bombas.
Para evitar armadilhas, dizem os israelenses, eles entram em prédios fazendo buracos pelas paredes laterais, ao invés de passar pela frente. Uma vez dentro, eles movem-se de quarto em quarto, criando buracos nas paredes do interior para evitar ficarem expostos a franco-atiradores e homens-bomba suicidas vestidos como civis, com cintos de explosivos escondidos debaixo de casacos de inverno.
Os israelenses dizem que também estão usando novas armas, como uma bomba inteligente de diâmetro pequeno, a GBU-39, que Israel comprou de Washington no outono passado. A bomba, que é muito precisa, têm um explosivo pequeno, tão pouco quanto 60 a 80 libras (27 a 36 Kilos), para minimizar danos colaterais em áreas urbanas. Mas ela também pode penetrar a terra para acertar abrigos ou túneis.
E os israelenses também, estão valendo-se de engodos.
Oficiais de inteligência israelenses estão telefonando para Gaza e, em bom árabe, pretendendo serem egípcios, sauditas, jordanianos ou líbios solidários, dizem os cidadãos de Gaza, o que foi confirmado por Israel. Depois de expressar horror com a guerra de Israel e perguntar sobre a família, os chamados perguntam pelas condições locais, se a família suporta o Hamas e se existem combatentes no prédio ou vizinhanças
Karim Abu Shaban, de 21 anos, da Cidade de Gaza; disse que ele e seus vizinhos receberam este tipo de ligação. A voz na primeira chamada tinha um sotaque egípcio. “Oh, Deus o ajude, Deus esteja contigo”, a pessoa disse.
“Começou muito solidário”, diz o Sr. Shaban, então as perguntas começaram. A próxima ligação chegou 5 minutos depois. A voz tinha um sotaque algeriano e perguntou se sua ligação havia alcançado Gaza . O Sr shaban respondeu, “Não, Tel Aviv”, e desligou.
Entrevistas semana passada com oficiais militares e de inteligência de alto nível, ambos da ativa ou já aposentados, bem como experts militares e os próprios residentes de Gaza, deixaram claro que a batalha, combatida entre civis e entre inimigos que há muito tempo se preparam para esta luta, é um negócio lento e desagradável de guerra urbana assimétrica. Os civis de gaza que não podem fugir porque as fronteiras estão fechadas, e “são a carne no meio do sanduíche”, como um funcionário das Nações Unidas disse, pedindo anonimato.
Também é claro que ambos os lados estão desenvolvendo táticas para o novo campo de batalha, e depois ajustando as mesmas com rapidez.
Para essa finalidade, a inteligência de Israel está detendo um grande numero de jovens de gaza para interrogá-los sobre conhecimento de local e táticas do Hamas. Semana passada, Israel capturou um mapa desenhado a mão do Hamas em uma casa em Al Atatra, perto de Beit lahiya, que mostrava posições defensivas planejadas para a região, lugares de minas e armadilhas, incluindo um posto de gasolina armado para explodir, e direções para franco atiradores se posicionarem próximos a uma mesquita. Inúmeros túneis estavam marcados.
Uma nova arma israelense foi enquanto isso, ajustada para a tática do Hamas de pedir a civis que fiquem em telhados de prédios para que os pilotos israelenses não os bombardeiem. Os israelenses estão respondendo com um míssil desenvolvido, paradoxalmente, para não explodir. Eles miram os mísseis em áreas vazias dos telhados para assustar os residentes e fazê-los fugir e deixar os prédios, uma tática chamada de “uma batida no telhado”.
Mas a mais importante decisão estratégica que os israelenses tomaram até agora, de acordo com os principais oficiais militares e analistas, foi entender esta incursão como uma guerra, não como uma operação de policia.
Civis são avisados por folhetos, alto-falantes e chamadas de telefones para evacuarem áreas de batalha. Mas as tropas são instruídas a protegerem-se em primeiro lugar e os civis em segundo.
Oficiais dizem que isto significa que unidades de infantaria israelenses estão “pegando pesado”. Se eles atraem disparos, eles respondem com fogo pesado. Se eles são ordenados para alcançar um objetivo, primeiro eles chamam a artilharia ou força aérea e usam os tanques. Então eles se movem, mas só por trás de tanques e tratores blindados, indo em transportes de pessoal blindados, ficando tão pouco tempo quanto possível em campo aberto.
Como o comandante de uma das unidades de engenharia de combate de elite do exército, Yahalom, disse à imprensa israelense na quarta-feira: “Nós somos muito violentos. Nós não recusamos a nenhum meio de proteger as vidas de nossos soldados”. Seu nome não pode ser publicado devido às regras da censura.
“Guerra urbana é o campo de batalha mais difícil, onde o Hamas e a Jihad islâmica têm uma vantagem relativa, com conhecimento de terreno e posições preparadas”, disse Jonathan Fighel do “Institute for Counterterrorism” de Israel. “O Hamas têm uma doutrina, isto não é uma gangue de Rambos”, ele disse. “As forças de Israel têm de achar as costuras para desfazer, como contrabalançar e surpreender”.
As tropas de Israel estão se movendo devagar e, eles esperam, de modo imprevisível, tentando não permanecer em um mesmo lugar por muito tempo para forçar os combatentes do Hamas “saírem pra fora e os confrontar”, disse o Sr Fighel.
Hoje, ele disse, “o pensamento do topo até o chão é lutar e ludar de modo cruel. Isto é uma guerra e não outra operação localizada”.
Oficiais israelenses dizem que estão obedecendo as regras de guerra e tentando muito não ferir não-combatentes, mas que o Hamas está usando civis como escudos humanos na expectativa de que Israel vai tentar evitar matá-los.
Porta-vozes israelenses chamam as táticas do Hamas de cínicas, ilegais e desumanas; mesmo os críticos de Israel concordam que o uso regular de foguetes para atirar em civis em Israel, e seu uso de civis como escudos em Gaza, são também violações de conduta de guerra. Militares e analistas israelenses dizem que suas táticas de guerrilha urbana, incluindo o vasto uso de estruturas civis e túneis, são deliberadas e vêm do treinamento tático do exército iraniano e lições da guerra de 2006 entre Israel o grupo apoiado pelo Irã do Hezbollah no Líbano.
Reservas de armas e foguetes do Hamas, incluindo lançadores de foguetes, foram descobertos dentro e debaixo de mesquitas, escolas e casas civis, diz o exército. O chefe de inteligência de Israel, Yuval Diskin, em um memorando para o Gabinete Israelense, disse que a liderança do Hamas em Gaza está em alojamentos no subsolo do prédio Nº 2 do Hospital Shifa, o maior em Gaza. Esta alegação não pode ser confirmada.
Enquanto o New York Times e alguns outros órgãos de imprensa possuem correspondentes no local ou correspondentes palestinos em Gaza, qualquer cidadão israelense ou israelense com dupla cidadania foi banido por mais de dois anos de entrar em Gaza, e muitos correspondentes que não entraram no território antes que o cessar-fogo de seis meses com o Hamas fosse encerrado no mês passado não foram autorizados à entrar.
Israel também conseguiu bloquear faixas de transmissão de celular, de modo que muito poucas fotos amadoras estão saindo de Gaza.
Mas as táticas de Israel causaram baixas civis que criaram um protesto internacional, ambos no mundo árabe e no Ocidente. Em um episódio amplamente relatado, 43 pessoas morreram quando os Israelenses bombardearam uma rua próxima de uma escola das Nações Unidas no norte, em Jabaliya onde refugiados estavam se abrigando. As Nações Unidas dizem que não havia militantes na escola.
Os israelenses dizem que retornaram fogo em resposta a tiros de morteiro disparados contra tropas israelenses. Tal ação é legal, mas existem perguntas sobre se a força usada foi proporcional de acordo com as leis de guerra, dado o perigo aos não-combatentes.
A reação negativa do ataque à escola é outro potente exemplo dos riscos em uma estratégia de guerra urbana: Israel pode de fato conseguir destruir a estrutura militar do Hamas mesmo perdendo a batalha pela opinião pública mundial e deixar o Hamas politicamente ainda no comando da Faixa de Gaza.
Taghreed El-Khodary contribuiu para a reportagem a de Gaza.
Interessante texto Alte,
eu acho que se Israel pretende continuar “parecendo” ser o “mocinho” da história, deveria rever seus conceitos sob pena da opinião pública deixar de lhes ser favorável.
Tudo bem que os soldados devam ser protegidos mas não a qualquer custo, já que acredito que o status de “ser humano” tenha precedência sobre nacionalidades e patriotismos. Principalmente às custas de vidas de crianças, caso contrário os israelenses não poderão se mostrar horrorizados frente aos homens bomba se explodindo no meio das ruas de suas cidades.
Sem dúvida quem carrega o bastão da democracia, da liberdade, justiça e da legalidade é mais cobrado e mais fiscalizado. Mas é o preço que se paga por estar do “lado certo” ou pelo menos, por querer parecer estar.
Um abraço meu caro.
OBS:
Mesmo o uso das SDBs com peso de 113 kg (uns 30 de explosivo de alta potência) ainda é exagero. O futuro aponta para uso urbana a SCALPEL, uma bomba guiada a laser (mais precisa) com menos de 50 kg e que não tem carga explosiva (opcionalmente pode ter 4 kg de explosivo) destruindo apenas por força cinética.
Ao contrário da SDB que tem orientação por GPS com CEP em torno de 5 a 7 m a SCALPEL tem orientação por laser semi ativo (1 a 2 m).
Resumindo tudo, depois de ler todos os comentários: todos tem razão e ninguêm tem razão. Tá tudo complicado!!
Abraços!!!