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A Índia desponta como uma forte candidata no plano do Brasil de modernizar seus sistemas de defesa aérea. O míssil superfície-ar indiano Akash, desenvolvido pela Organização de Pesquisa e Desenvolvimento em Defesa (DRDO), está sendo avaliado pelo Exército Brasileiro no âmbito do projeto de Sistema de Artilharia Antiaérea de Média e Alta Altura, lançado em junho de 2024. O Akash concorre diretamente com o sistema chinês Sky Dragon 50, o que torna a disputa estratégica altamente competitiva no mercado sul-americano.

Fontes diplomáticas confirmaram que o sistema Akash está atualmente em fase de avaliação, com envolvimento ativo da Índia desde o recebimento da solicitação oficial de informações (RFI) por parte do Brasil. Autoridades indianas mantêm um alto nível de engajamento com Brasília, indicando o grau de interesse mútuo. A adoção do sistema representaria um grande salto tecnológico para o Brasil, cujas capacidades atuais de interceptação aérea não ultrapassam 3.000 metros — muito abaixo do alcance operacional do Akash. Oficiais do Exército recomendam, inclusive, uma negociação direta entre governos para acelerar o processo de aquisição.

Como parte do esforço para ampliar sua presença no setor de defesa internacional, a Índia vai abrir, até junho de 2025, o primeiro escritório do Banco Exim (Export-Import Bank) no Brasil. O objetivo é oferecer financiamentos de longo prazo e baixo custo para exportações de defesa, além de fomentar parcerias industriais. A iniciativa está alinhada à meta indiana de elevar suas exportações de defesa para US$ 6 bilhões até 2029, oferecendo pacotes integrados que envolvem financiamento, treinamento e coprodução.

VÍDEO: Teste de tiro real com o Akash

Além da defesa aérea, o diálogo entre Brasil e Índia se expande para outras áreas, como construção naval e fabricação de armamentos leves. Embora não haja negociações formais para aquisição de fragatas indianas, há forte interesse brasileiro em desenvolver navios de guerra em parceria e trocar experiências em construção naval. A cooperação também se dá por meio de fóruns como o Clube Scorpène, que reúne países operadores de submarinos franceses para intercâmbio de práticas operacionais e de manutenção.

Na área de armamentos leves, a cooperação avança com joint ventures já em operação. A fabricante brasileira Taurus Armas S.A. e a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) mantêm fábricas na Índia, enquanto empresas indianas como a SSS Defence e a Jindal Defence firmaram parcerias com CBC Global Ammunition e a própria Taurus. Essas parcerias já renderam pedidos iniciais das Forças Armadas Indianas e de mercados regionais, evidenciando o sucesso inicial da estratégia de produção local.

No setor aeroespacial, a cooperação bilateral ganhou fôlego com a parceria entre a brasileira Embraer Defesa & Segurança e a indiana Mahindra Defence Systems, que apresentaram conjuntamente o cargueiro tático C-390 Millennium para o programa indiano de aeronaves de transporte médio. Um memorando de entendimento assinado em fevereiro de 2024 prevê transferência de tecnologia, montagem final na Índia e possível coprodução, reforçando os objetivos indianos de autonomia industrial e aprimoramento operacional.

À medida que a Índia consolida sua presença estratégica na América Latina, a relação com o Brasil no setor de defesa tende a evoluir para um modelo sólido de cooperação Sul-Sul, pautado pela confiança mútua, produção conjunta e alinhamento institucional de longo prazo.

The Defence Research and Development Organisation (DRDO) successfully test fired AKASH-MK-1S missile from ITR, Chandipur, Odhisa on May 27, 2019.

FONTE: Bharat shakti

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Rodrigo Maçolla
Rodrigo Maçolla
23 minutos atrás

A quem diga que nesse negócio ai querem colocar junto o Tejas para substituir o F-5 e AMX na FAB… O Akash sou a favor visto que não temos nada parecido e seria um grande avanço já o caça……. é bem duvidoso.

Última edição 19 minutos atrás por Rodrigo Maçolla
Hamom
Hamom
18 minutos atrás

Espero que se concretize…
A Índia é um país que reúne as condições geopolíticas e tecnológicas necessárias para ser um bom parceiro do Brasil no setor defesa.

Última edição 17 minutos atrás por Hamom