China muda regra de origem e impõe novo golpe às fabricantes de chips dos EUA

Uma mudança regulatória discreta, mas poderosa, anunciada pela Associação da Indústria de Semicondutores da China, está sacudindo a cadeia global de fornecimento de chips. A partir de agora, a origem de um semicondutor importado será definida não pelo país onde ele é embalado, mas sim por onde foi fabricado — no estágio do wafer. Essa alteração técnica redefine a aplicação de tarifas e insere um novo componente na estratégia econômica da China.
Quem ganha e quem perde
A medida poupa as gigantes americanas que operam no modelo fabless — ou seja, que projetam chips mas terceirizam a fabricação para foundries na Ásia, como Qualcomm, AMD e Nvidia. Como esses chips são produzidos em Taiwan ou na Coreia do Sul, continuam sendo classificados como originários desses países, escapando das tarifas de até 125% impostas pela China.
Já empresas como Intel, Texas Instruments e Analog Devices, que mantêm fábricas próprias nos Estados Unidos, estão no centro do impacto. Mesmo que embalem seus chips em países como Malásia ou Filipinas, agora eles são oficialmente rotulados como “de origem americana” — e enfrentam as tarifas chinesas integralmente. Essas companhias podem ser forçadas a reduzir preços, cortar margens ou perder espaço no mercado chinês.
Efeitos globais e redesenho logístico
Centros de embalagem no Sudeste Asiático, como Malásia e Vietnã — há muito usados para “rebatizar” a origem de chips — perdem seu papel estratégico. Embora continuem relevantes como centros de montagem de baixo custo, já não conseguem proteger chips dos EUA das tarifas chinesas apenas com rotulagens alternativas.
A tendência agora é de redirecionamento na demanda de fabricação para países cujos chips permanecem isentos das tarifas chinesas — Taiwan, Coreia do Sul e até mesmo a própria China. Para empresas americanas, a mensagem é clara: se quiserem vender para o mercado chinês, não fabriquem nos EUA.
A jogada de Pequim: autonomia pela pressão
Mais do que uma manobra tarifária, a nova regra é um instrumento do esforço chinês por autossuficiência tecnológica. Ao penalizar chips com base em onde são fabricados, o governo de Xi Jinping estimula a demanda por foundries locais como a SMIC e a Hua Hong. A estratégia surtiu efeito imediato: ações de fabricantes chineses dispararam após o anúncio da medida.
Além disso, o recado a empresas estrangeiras é direto: fabricar na China para vender na China já não é apenas uma opção estratégica — é uma exigência de mercado.
Reconfiguração global em curso
Enquanto os Estados Unidos investem bilhões na produção doméstica de semicondutores por meio do CHIPS Act, a China transforma essa produção em desvantagem no seu próprio território. Em uma nova fase da guerra dos chips, as tarifas não seguem a bandeira — seguem o silício.
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A inteligência chinesa está sendo mais cirúrgica que a americana.
Americano aprendeu a se impor pela blefe e pela força. Sutileza não é o forte deles.
Pau que dá em Chico, bate em Francisco. Intel já está na merda, agora então…
Junte à Boeing ao balaio…
Intel não está na m…. , mas ela e outras empresas de hardware norte-americanas tomaram uma martelada na coxa com aquela IA chinesa que não precisa de um hardware poderoso pra ser treinada e ter bom desempenho.
A China vindo aí e finalmente alcançando a paridade de chip’s com essas empresas será outra martelada, ainda mais forte.
A Intel já estava indo mal antes da IA chinesa.
Ela já estava mal antes de toda essa crise, eles perderam a corrida dos chips, não conseguem entregar no mesmo tamanho que as concorrentes, estão investindo bilhões pra tirar o atraso, mas a situação está cada vez pior. Intel venderá Altera para financiar revitalização – 14/04/2025 – Mercado – Folha
Editor:
As três principais companhias aéreas da China – Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines – planejam receber 45, 53 e 81 aviões da Boeing, respectivamente, entre 2025 e 2027.
Planejavam…
https://www.aereo.jor.br/2025/04/15/china-proibe-companhias-aereas-de-comprarem-jatos-da-boeing-em-retaliacao-a-tarifas-dos-eua/
É tanta burrice de Trump e companhia, que até parece estratégia. Única coisa que Trump vai entregar ao povo norte americano, é inflação. O resto é mimimi e torcida dos fanboys.
Duas coisas que consigo orever com isso a médio e longo prazo:
1- a maioria dos países comecará a investir pesado na fabricação de chip’s. Não chips’s de ponta, mas chip’s “comun”, pro dia a dia.
A gente se esquece que a grande maioria das coisas não precisa de um chip ultra-poderoso pra fazer cálculos da NASA, e sim chip’s “simples”, com alta demanda.
2- o fim da mídia física e de equipamentos de vários setores, dando espaço pra “armazenamento em nuvem”. Os consoles de video-game são os primeiros da fila a desaparecerem.
Os consoles de video-game começaram a morrer quando criaram os primeiros emuladores. Eu mesmo só jogo The King of Fighters no computador.
Com todo o respeito, mas discordo.
Se não fossem os emuladores, milhares e milhares de jogos antigos seriam esquecidos pra sempre, já que nem suas desenvolvedoras tem interesse em manter esses jogos vivos.
Então… Pegando um gancho nessa linha, mas desviando um pouco o assunto: não me agrada não termos mais a propriedade de nada. Daqui para a frente, não seremos mais “donos” e sim, pagantes de direitos de uso. Ex.: não compramos mais música na forma de CDs ou qualquer outra forma de mídia gravada, como antigamente os vinis e K7… Agora pagamos mensalmente pelo direito de usar.
No campo da informática, antes tínhamos HDs grandes para instalarmos os programas (atuais aplicativos), enquanto hoje em dia pagamos para usar. Me chamou a atenção quando saiu o flight simulator 2024, que não é instalado na mídia física do computador que temos em casa, mas roda “na nuvem”.
O mesmo vale para filmes, programação de TV, etc. Acho temeroso não termos mais o controle do que temos e a forma de usar. Estamos pagando para as grandes empresas de tecnologia gerenciar nossas vidas, mas a nossa revelia.
Vejam o whattsapp: não temos mais nem a opção de fechar ou desligar o aplicativo e nem de escolher aonde gravar ou salvar arquivos…
Eu sou um velho, não pago mensalidade pra discoteca sueca, baixo as musicas pro micro sd do celular. Ou vejo os filmes nos sites de ‘torresmo’… Mas sei que a geração y/z/mimizenta não sabe ou não quer aprender a usar essas tecnologias do passado.
Você está certíssimo que está tendência nos leva a sério entes conectados sem propriedade de meios físicos, só usuários. Mas veja bem, junte-se a insurgência. Tenho 20 GB de música em HDs externos e CDs, jogos antigos em formato Blu-ray e nunca tive console mas o que for jogar, vai ser no meu laptop. A indústria sempre vai querer que o usuário seja sua cadelinha. Basta não concordar com ela e fazer a sua parte.
Mas é a tendência do mercado ou imposição… Da mesma forma que não posso ter um carro dedicado à álcool ou gasolina. Agora é só flex. Daqui a pouco, só híbrido ou elétrico.
Para países pequenos da Europa, até acho válido. Mas imagina sair de Santarém para ir até SP de carro elétrico… Totalmente inviável.
A tal “tendência de mercado” eu conheço como potencial modinha. Tenho um sedan com motor turbo e câmbio manual. O carro tem 3 anos e devo ficar com ele mais uns 5. Foi difícil de achar mas, depois de 3 meses era meu. De novo, eu encaro como uma insurgência. Regras próprias definidas pelo meu gosto. Só te o carro elétrico, eu considero mais um brinquedo de famílias abastadas, segundo ou tercer carro para percursos controlados em capitais de Estado. Por agora é isso.Ja híbrido acredito seja uma tendência muito mais no meu gosto, embora não penso sair do turbo manual nos próximos anos.
“(…) não me agrada não termos mais a propriedade de nada. Daqui para a frente, não seremos mais “donos” e sim, pagantes de direitos de uso.”
Bixo, isso é um negócio que eu já pensei muito, e é algo que me deixa muito p… da vida…
“O mesmo vale para filmes, programação de TV, etc”
Não imorta quantos streamings você tenha, o filme que você quer assistir, das duas, uma:
Ou vai estar em um streaming que você não tem;
Ou, mesmo tendo o streaming, você vai ter que PAGAR ( de novo ) pra assistí-lo.
Uma palhaçada do c@r@lho…
Esperto mesmo é meu pai, que tem guardado centenas de K7, CD’s, DVD’s, e aparelhos pra usá-los.
Não deve existir um PS6, por exemplo, não faz mais sentido pagar mil dólares num equipamento que pode ser emulado na sua TV, a partir de boa conexão de internet e servidores rápidos da Sony/Microsoft.
Concordo.
A própria Microsoft aposta tudo nesse segmento de game com jogos em nuvem + game Pass. Ela não tem interesse nenhum em outro console.
Sem contar que um console, além de ser caro pro consumidor, é ainda mais caro pro fabricante.
A Sony e Microsoft engolem prejuízos pra manter seus consoles com preço acessível, e ganhar de outras formas, caso co trário, seus consoles custariam o dobro.
O Ps6 pode ser portátil tipo steam deck e nintendo switch.
A Sony disse que vai ser manter com consoles físicos, mas a Microsoft já disse que vai virar serviço, ou seja, vão abandonadar o hardware pra virar um software
No meu ponto de vista é só uma questão de tempo até Trump ceder da guerra tarifária. Vai ser muita pressão, EUA sempre aplicaram sanções contra outros mas nunca sofreram contra, agora a China industrialmente é maior que eles e influencia muito mais o globo… Vai ser interessante ver o país que sempre reprimiu sendo reprimido, só gostaria de saber como a dívida de 36 bi vai se comportar a partir de agora.
37 Trilhões…
Ou cede, ou cai.
A curiosidade é como vai ser o desdobre, qual desculpa.
Farinazo foi profético: EUA vão se f….. sendo Biden, Kamala ou Trump.
Mas com Trump é mais divertido.
O que eu gostaria de ver é o governo e o empresariado brasileiros aproveitando as oportunidades que certamente surgirão com esse redesenho das cadeias globais: algum plano de atrair empresas para cá ou abrir empresas aqui nos setores em que o Brasil ficou mais interessante em função das tarifas? Minerais de terras raras, algum projeto para aproveitá-los e agregar valor?
Não adianta argumentar com ideologia, o fato é que a industrialização de nosso país, salvo na oportunidade perdida da Era Mauá (em uma outra realidade)sempre dependeu de planejamento e algum fomento por parte do Estado. O modelo tripartite (capital estatal, capital privado nacional e capital privado internacional, com absorção de tecnologia e patrocínio de estudantes para as grandes universidades estrangeiras ) foi a chave do desenvolvimento do Japão, Coreia do Sul, China e agora Índia.
Temo que o plano para as terras raras, nióbio, petróleo e o cada vez mais estratégico agronegócio, é a venda para um grupo estrangeiro, alguma mineradora estrangeira para abastecer o país de origem. Falta para o Brasil ter marcas próprias para explorar essas oportunidades que estão surgindo. O agro atingiu um nível de importância sem precedentes, já que mesmo durante as crises econômicas, ninguém deixa de comprar alimento. E o Brasil produz de tudo um pouco.
O que me deixa pasmo é o silêncio absoluto dos neoliberais mequetrefes sobre as tarifas do Trump sobre o tal do “livre comércio” e do tal do “livre mercado”. Percebe-se que essas duas “entidades” estão mais para fantasias eróticas de alguns do que para coisas factíveis. Esse discurso ou é para ingênuos, ou para mal-intencionados. Trump mostrou de forma avassaladora que ideologia só serve quando atende os interesses de quem domina. Quando deixa de interessar, é descartada sem se pensar duas .
Brasil teve um impostor que seguiu essa cartilha , esse mesmo que foi fabricado pela imprensa como caçador de marajás ” condenado por corrupção ” abriu o mercado interno em detrimento a indústria brasileira sem nenhuma contrapartida externa resultado foi a industrialização e sucatemante do
Bom ….. com isso possivelmente os gringos irão pressionar a CS e Taiwan a dificultar ainda mais exportação de semicondutores para a China atingindo-a também. Os gringos já declararam que se trata de uma guerra franca logo todos serão afetados de um jeito ou outro.