Brasil celebra 80 anos da Batalha de Montese, marco da atuação da FEB na Segunda Guerra Mundial

Entre os dias 14 e 17 de abril de 1945, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) protagonizou um dos episódios mais intensos de sua participação na Segunda Guerra Mundial: a Batalha de Montese. O combate, travado na comuna italiana de Montese, foi parte da ofensiva final dos Aliados na Campanha da Itália e é lembrado como o mais sangrento enfrentado pelos soldados brasileiros durante o conflito.
A região de Montese, localizada nos contrafortes dos Apeninos, era estratégica para o avanço aliado rumo ao Vale do Pó. As tropas brasileiras, integradas à 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, enfrentaram forte resistência das forças alemãs entrincheiradas na área. Apesar das dificuldades, os brasileiros conseguiram capturar a cidade após intensos combates urbanos, marcando sua estreia nesse tipo de guerra.
A batalha resultou em significativas perdas para ambos os lados. Do lado brasileiro, houve cerca de 430 baixas, incluindo 34 mortos. As forças alemãs sofreram aproximadamente 497 baixas, com 453 soldados capturados. Além disso, a cidade de Montese foi severamente danificada, com 833 das 1.121 casas destruídas e 189 civis mortos.
A conquista de Montese foi crucial para o desmantelamento das linhas de defesa alemãs na Itália, contribuindo para o avanço das tropas aliadas e, consequentemente, para o fim da guerra na Europa. A atuação da FEB nesse episódio foi amplamente reconhecida pelo comando aliado, destacando a coragem e a eficácia dos soldados brasileiros.
Em reconhecimento à contribuição brasileira, o município de Montese homenageou os combatentes da FEB nomeando uma de suas praças como “Piazza Brasile”. Até hoje, o hino da Força Expedicionária é ensinado às crianças locais, e as ruínas das posições alemãs permanecem como testemunhos históricos da batalha.
No Brasil, a memória da Batalha de Montese é preservada em diversas iniciativas, incluindo o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro, que abriga os restos mortais de soldados brasileiros repatriados da Itália. Além disso, eventos comemorativos e publicações continuam a destacar a importância desse episódio na história militar do país.


A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, simbolizada por batalhas como a de Montese, reforça a relevância do Brasil no cenário internacional e a dedicação de seus soldados na luta contra o nazifascismo. O legado da FEB permanece vivo na memória nacional e nas relações de amizade entre Brasil e Itália.
Neste 80º aniversário da Batalha de Montese, o Brasil rende homenagens aos “pracinhas” que, com bravura e sacrifício, contribuíram para a vitória dos Aliados e para a construção de um mundo livre do totalitarismo. A data serve como momento de reflexão sobre os valores de liberdade, democracia e solidariedade entre as nações.

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Os italianos conhecem mais a história dos pracinhas do que os brasileiros.
E não foi porque aconteceu lá. É porque um pequeno grupo, histérico, resolveu acreditar que esses homens não são heróis e, dentro da democracia deles, pensar diferente te faz fascista.
Com todo o respeito, mas história da FEB ter sido esquecida por “ressentimento” da esquerda é um revisionismo bem tardio e falacioso, isso foi multifatorial, começou com o Getúlio(1), e ainda teve a participação dos militares que ficaram no Brasil durante a guerra.
Aliás, durante o governo do nosso caudilho uma das vozes que denunciavam esse esquecimento e pedia medidas pelos pracinhas foi justamente de deputado do PCB.
Enfim, isso foi meio que resultado uma política de apagamento do próprio estado brasileiro que seguiu por diversos presidentes até chegar à ditadura militar que, apesar de em 1967 aprovar o primeiro ato reconhecendo esses combatentes, seguiu com essa política de esquecimento deles e ainda perseguiu, prendeu e torturou alguns dos veteranos(2).
Enfim, isso só foi ter nova mudança com a CF/88, mas ainda assim esse pessoal segue mais sendo lembrado apenas em datas comemorativas e olhe lá.
Como você pode notar, isso foi mais algo construído nessas décadas por desinteresse de quem tem poder do que por esse fantasioso ressentimento da esquerda que na vdd nem é real, já que de fato alguns comunistas integraram as fileiras da FEB.
Aliás, a FEB é um dos poucos exemplos de nossa história de que é possível pessoas com ideias antagônicas serem unidas pelo patriotismo e uma antítese ao tanto de patriota do país alheio que ainda temos nas FAs.
(1) https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/veteranos-da-feb-viveram-anos-de-abandono-apos-vitoria-em-monte-castelo
(2) https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/hoje-lembrados-por-bolsonaro-pracinhas-sofreram-boicote-no-pos-guerra/#google_vignette
(3) https://www.uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/a_esquerda_militar_no_brasil_os_veteranos_comunistas_da_feb_1945_1950.pdf
Exato, perfeito comentário. Mas tem adulto que gosta de bicho papão, e culpa tudo o “outro lado”, sem saber de nada, sem base nenhuma.
Em meados da década de 60 tínhamos condições de produzir séries e filmes para o público nacional. Poderíamos ter reacendido a importância da atuação da FEB; já que estávamos sob governo militar.
São dessa época as séries vigilante rodoviário e o águias de fogo. Logo, se produzimos estas duas certamente tínhamos condições de fazer sobre outros temas.
Filmes e séries são grandes recrutadores e alimentadores de sonhos infantojuvenis sobre carreiras profissionais.
Já nos anos 80 tivemos uma série interessantíssima chamada o bravo soldado bombeiro. Na verdade esta foi uma minissérie.
Enfim, houve pouca vontade de colocar os pracinhas no imaginário coletivo como heróis da pátria.
Saudações.
A TV Senado, Tv Cultura, TV Brasil e pasme, até a TV Globo, tem muitos documentários sobre a atuação do Brasil na Segunda Guerra.
Salve Comenteiro !
Sim, material que deveria ser exibido em algum momento para além das datas comemorativas, mas inclusive nelas.
Certa vez li aqui na Trilogia uma matéria reflexão sobre o Ethos de um povo e – se a memória não falha – acredito ter sido sobre a Coreia do Sul (não lembro se o contexto tinha a ver com as KDX ou outra coisa); mas enfim, o coreanos do sul estavam ali firmes e fortes em busca da construção do seu presente e futuro, a partir de uma boa base amalgamada no seu Ethos.
O Ethos da nossa nação está em amadurecimento, e acho que se buscassem valorizar mais nossas participações como nação no mundo – sem ufanismo – estaríamos exorcizado o complexo de vira-latas, que tem na expressão “anão diplomático” um dos seus sintomas.
Mas não é dessa época que vinha o pornô chanchada?
Difícil fazer filme de guerra no Brasil com esse tipo de cinema nacional.
Tinha outros tipos de filmes também. O lance é que as pessoas queriam ver isso. Hoje tem muita coisa bacana, mas os super heróis dominam as telas. Nomlado nacional as comédias populares ebós filmes bíblicos.
Salve Guacamole !!
Conforme assinalou o Comenteiro (abaixo na resposta dele), tinha público para tudo. Acrescento que como governo era de orientação militar, bastava direcionar a produção.
Montese foi uma batalha pesada.
O Ten Iporan, o Ten Rauen e o Sd Estevão foram 3 dos grandes heróis desse combate.
Para SC, foi duro. Dos 30 catarinenses mortos, 10 foram ali.
Minha mais vibrante continência aos nossos FEBianos!
O sacrifício deles foi enorme.
Lembro de uma cena de um documentário gravado no Conjunto Habitacional dos Ex-Combatentes em Manguinhos, Rio de Janeiro. O diretor estava procurando os pracinhas e nenhum estava disponível. La pelas tantas aparece um senhor carregando uma foto bem grande, emoldurada, de um homem mulato, de bigodinho fino, gomalina no cabelo, aos moldes dos galãs da época. Esse senhor está empolgado e fala sem parar, deixando o diretor tonto, que pergunta se o senhor da foto era ele quando jovem. O senhorzinho para, a voz falha e ele fala que era o irmão dele. O diretor pergunta se o irmão está por ali. Com lágrimas nos olhos ele fala que não, ele não voltou, o irmão ficou em Monte Castelo.
Um viva para os nossos Pracinhas!
🫡
Nossa história é rica…, pena que não seja divulgada como deveria…
Ai…, quem têm um mínimo de conhecimento, acha que somos ruins em tudo e tudo lá fora é melhor…
Eu tenho orgulho desses caras. A tropa mais miscigenada do mundo, em guerra de muitas contradições culturais. Dadas as circunstâncias. Fomos bem