Incorporação de novos soldados renova fileiras do Exército Brasileiro

Brasília (DF) – No dia 7 de março, o Exército Brasileiro renovou-se com a incorporação de soldados do Efetivo Variável (EV) da turma de 2025. São jovens que se alistaram no ano de 2024 para o Serviço Militar Inicial Obrigatório, foram submetidos às seleções geral e complementar e, vencidas essas etapas, passaram a vestir a farda verde-oliva. Assim como em outros quartéis espalhados por todo o País, uma cerimônia no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB) marcou, de modo solene, a chegada desse sangue novo à Instituição, com a presença de familiares e amigos, dando um toque de emoção ao momento.
O Comandante do Exército, General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, presidiu a solenidade no BPEB. Ele deu as boas-vindas aos novos soldados e proferiu palavras de estímulo aos 333 militares recém-incorporados. “Vocês estão ingressando em uma instituição séria, que preza pelos valores e é uma escola de cidadania. Aqui, além da instrução militar, construirão amizades para toda a vida, mesmo aqueles que permaneçam conosco apenas um ano. E é nos companheiros que estão ao seu lado que encontrarão forças para vencer as dificuldades”, salientou.
Também prestigiaram a solenidade, entre outras autoridades, o Chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia, General de Exército Achilles Furlan Neto; o Comandante Militar do Planalto, General de Divisão Ricardo Piai Carmona; o Chefe do Gabinete do Comandante do Exército, General de Divisão Márcio de Souza Nunes Ribeiro; o Chefe da Assessoria Parlamentar do Gabinete do Comandante do Exército, General de Brigada Marcus Augusto da Silva Néto; o Comandante do Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília, Capitão de Mar e Guerra Marcus Vinicius Santos Ramos Braga; o Chefe do 7º Centro de Telemática de Área, Coronel Anderson Lellis Alves Moura; entre outras autoridades.
Entre as centenas de parentes dos soldados incorporados, era um sentimento comum a emoção em ver os jovens militares vestindo pela primeira vez o uniforme verde-oliva. Foi o caso da senhora Dayana Peixoto, mãe do Soldado Peixoto, da 3ª Companhia de Polícia do Exército. “Era um desejo dele vestir a farda e servir ao Exército. Espero que seja um ano de muito aprendizado e, caso ele deseje, permaneça por mais de um ano”, destacou.
Já para Jonathas Cerqueira, pai do Soldado Cerqueira, o momento foi ainda mais especial. “Por coincidência, meu filho vai servir na mesma unidade e na mesma Companhia que servi em 1994. Aqui, desenvolvi valores como a disciplina e a responsabilidade, que levei para minha vida. Espero que ele absorva esses mesmos ensinamentos”, revelou.
Os soldados incorporados para o Serviço Militar Inicial Obrigatório terão pela frente um desafiador ano de instrução. Ao final desse período, parte deles poderá ser engajada para mais um ano, passando a fazer parte do Efetivo Profissional (EP) pelo prazo máximo de oito anos, com renovações anuais baseadas no desempenho pessoal. Nesse intervalo, podem ser promovidos a Cabo, desde que aprovados em curso específico. Em todo o País, nos dois períodos de incorporação (março e agosto), 108.180 jovens viverão essa experiência que os capacitará a integrar a reserva mobilizável da Força.
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FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx
Eu não sei se seria viável logisticamente e economicamente mas o EB poderia criar um ou mais centros de instrução como o CFN ou nas forças armadas do EUA para dar a instrução inicial aos recrutas num nível melhor do que encarregar essa função diretamente às OMs que muitas vezes tem restrições para dar uma instrução de qualidade.
O que tem de se renovar ali, especialmente, no quadro de comando, é a mentalidade de guerra moderna, adequando os militares as novas doutrinas, principalmente no uso de equipamentos modernos. Esse negócio de se enterrar no meio do mato e esperar o inimigo já é algo que não tem mais espaço para os dias de hoje.
Uso massificado de drones e de sistemas de defesa anti carro e anti aéreo e também anti drones, são cruciais para uma defesa eficiente. E já nem é mais questão de tamanho territorial, orçamento ou coisas do tipo, mas por ser algo que não pode mais ser deixado de lado.
Concordo que seja necessário incrementar a doutrina com novos cenários e desafios atuais mas não concordo que seja preciso renova-la. Seja sincero, no próximo conflito global o uso de drones irá se restringir aos primeiros meses apenas. Não duvide disso. Toda infraestrutura global de internet e orientação via satélite irá cair rapidamente em ataques diretos ou atuação de hackers. Não haverá economia funcional, visto que mais da metade do que é movimentado hoje usa carteiras digitais, será um caos monumental e no fim, as tropas que possuem doutrinas de combate inteligente com meios limitados, alta moral e resiliência terão o melhor resultado.
Não estou dizendo que não é necessário investir em armamentos inteligentes e doutrinas para combate-los, justamente as nações que possuem tais equipamentos, se usados com agilidade nos pontos críticos do adversário, conseguirão a maior vantagem quando todo esse sistema cair.
Eu não tô falando de doutrina, eu tô falando da instrução inicial que a meu ver é inadequada no modelo atual.
Você menciona os famigerados drones muito por causa da guerra atual da Ucrânia mas nessa guerra ambos os lados fazem muito “Esse negócio de se enterrar no meio do mato e esperar o inimigo”.
Se “enterrar” nada mais é do reduzir sua vulnerabilidade aos fogos inimigos, e se for feito de maneira correta até mesmo aos propalados drogas.
Se ”enterrar no mato” é secundário na Ucrânia,
lá o principal campo de batalha são as guerras urbanas, com até pequenas cidades e vilas sendo fortificadas, minam os campos ao redor e ”se enterram” em casamatas, prédios e casas…
E faz sentido, se um exercito atual em um país como o Brasil tiver como doutrina principal a ”guerra na selva”, em vez da defesa de locais estratégicos, centro urbanos e vias de transporte… perderá rapidamente o controle do país.
Caro amigo, quem lhe disse que ” nosso exercito” existe para a guerra de verdade?
Eu servi na AVEx e confesso que me foi útil para regar queridas amizades que duram até hoje, já naquele momento da vida em que se pede pela morte 24 hrs por dia.
Mas do ponto de vista militar é a experiência mais imprestável que um patriota bem intencionado pode ter…
Servi no 15º RC Mec e compartilho do mesmo sentimento.
E olha que servi ainda nos tempos em que exército Brasileiro era “brabo”.
Os pracinhas, já idosos, ainda circulavam pela rua contando orgulhosamente das lutas na Itália etc…
Mas lá dentro tive, na inocência de meus 18,19 anos, a primeira grande decepção com uma instituição pertencente ao Estado Brasileiro. E justo a que mais – os meninos de minha geração não contaminados pelo esquerdismo – confiavamos.
Eu sempre reflito do que será de nós em situação de guerra pra valer.
Mas que besteira, Jesus!
E eu no 1ºBPE, compartilho a mesmo sensação.
Uma vez comentei isso aqui no ForTe. Pra modernizar o exército precisaria começar a partir de algo assim.
Eu sou favorável ao sistema americano, onde eles tem os “forts”, que são essencialmente cidades militares que abrigam diversas unidades, e alguns deles são também as localizações onde os novos recrutas recebem o treinamento básico.
De quebra poderiam alterar a forma como o serviço militar funciona, se não acabando de vez com o serviço militar obrigatório, pelo menos acabando com a dispensa automática daqueles que residem em municípios “não tributários”, desde que sejam voluntários.
O problema seria movimentar todo esse pessoal dos vários rincões do país até seus locais de instrução básica. Não sei se a marinha fica a cargo do transporte dos aprovados nos concursos da EAM e do CFN, ou se é por conta própria dos recrutas, mas o fato é que seria muito custoso pro EB transportar dezenas de milhares de recrutas todo ano. Poderiam deixar o transporte a custo do recruta, ou pelo menos exigir que os recrutas se apresentem em um ponto de coleta para aí serem transportados pelo exército.
O EB poderia reduzir a dependência no SMO e apostar mais em voluntários, não seria absurdo para esses indivíduos que querem realmente servir comprar uma passagem de avião ou de ônibus ou mesmo pegar o próprio carro/moto e ir ao local de instrução; aos recrutas do SMO o EB deveria fornecer o transporte e poderia ter seu custo mitigado ao criar centros de instrução em regiões bem servidas de infraestrutura.
Poderia se criar 4 ou 5 centros nas principais regiões do país, isso poderia ser concomitante com a centralização das OMs em Vilas Militares à exemplo do EUA como o fort Benning ou Camp Lejeune ; na minha opinião a “estratégia de presença” do EB é anacrônica e disfuncional.
Força recrutas.
Aqueles meio fios não irão se pintar sozinhos!
E não esqueça o caule das árvores, os matos crescendo nos terrenos que precisam de limpeza, aqueles matinhos crescendo perto do meio-fio, entre paralelepípedos, etc.
Ah sim. O famoso “cri-cri”.
Não se esqueças das privadas e dos coturnos dos oficiais! FAXINA!
Manutenção dentro da caserna até concordo, mas na parte interna, pintar meio-fio na estrada é serviço da prefeitura, esse hábito antigo já está bem mau-visto entre a população. Esses tontos desses oficiais ficam inventando muita besteira pro recruta fazer. Se sobra tempo pro soldado mais vale colocar um vídeo sobre operação de drones que é muito mais útil do que sair recolhendo lixo de ribeirão pela cidade – sim eu fiz isso – Precisa de um choque de doutrina em nossas FAs.
Acrescentando mais: se sobra tempo pro recruta então que se diminua o tempo de serviço.
O EB não quer formar combatentes, mas manter mão de obra de baixo custo para a manutenção predial e como serviçal dos Deuses do Olimpo, limparem clubes militares, cuidarem de cavalos das Autoridades, manter as pistas de equitação construídas com dinheiro público mas utilizadas como clubes particulares pelo Super inteligentes Oficiais. Recruta não passa de mão de obra semi escrava para limpeza e manutenção, não tem treinamento de combate para nada e os chefes não querem mudar isso.
São 333 jovens brasileiros prontos para encarar de frente os eternos inimigos do EB: meios-fios por pintar e a grama alta dos terrenos.
Quantos recrutas as Forças Armadas incorporam todo ano por conta do Serviço Militar Obrigatório ?
Cerca de 90 mil no total… algo como 3 mil na FAB e outros 5 mil na MB. A maioria é no EB
Tinha que estar reduzindo o contingente não incorporando novos recrutas. E tem gente que ainda defende 2% do PIB para as forças armadas.
Nossas forças armadas são uma vergonha.
Meu filho estava indo para o 3° período na Federal. Focado nos estudos. Tiraram ele de lá pra ficar um ano capinando e pintando meio fio. Mal tem verba pra alimentação. Quanto mais pra treinamento. Ele foi de boa!! Tem fibra!! Mas considerei equivocada a escolha, já que haviam centenas de candidatos desocupados, incomodando na rua ou em casa…vai entender!!! O Exército deixou de ser referência!!! Perdeu a moral e a paixão!!! Pena!!!
Antes eu entendia ser correto o serviço militar obrigatório. Hoje, defendo o serviço voluntário que poderia se estender por 2 ou 3 anos como soldado.
Depende da realidade.
Esses tempos caí de para quedas num documentário de como funcionam as forças armadas de Israel.
Outra pegada.
E lá, todos (tanto homens quanto mulheres) precisar prestar um ano de serviço militar.
Claro que lá existe todo um contexto geopolítico.
Aqui, a criminalidade tem se aproveitado para “contratar” até oficiais para treinamento.
Se não me falha a memória é 3 anos para homens e 2 para mulheres.
Está certo. É esse tempo mesmo.
Infelizmente, o crime organizado tenta recrutar ex-militares no mundo todo. Nos EUA é ainda pior porque alguns tẽm experiência de combate.
Neste caso, o correto é reprimir o crime organizado, que é função da polícia.
no Brasil são cerca de 10 milhões de jovens homens que completam 18 anos anualmente e praticamente a mesma quantidade de jovens mulheres….
Supondo 20 miilhões de jovens para uma incorporação de 100 mil (para facilitar a conta porque são 90 mil) é praticamente 1 jovem prestando serviço para cada 200…
O exército de Deodoro só serve aos oficiais… não se importam com os jovens se o que precisam é de motorista, alguém pra atualizar o windows, capinar, entregar lanche pra civil ou levar urna pra índio, tudo em nome das instituições, são sacrifícios que os estrelados estão dispostos a forçar os outros sofrerem.
O EB (e a MB) acham que ainda vivem no Império, com os oficiais como “nobres” e os praças como empregados.
E sempre achei que quem estava na faculdade era dispensado, pelo menos no meu ano era assim, poucos eram obrigados, e já faz mais de 25 anos.
A algum tempo (alguns anos atras) defendi em comentários na trilogia que uma das principais mudanças para as forças armadas seria a introdução de centros de treinamentos integrados, entre as 03 forças, para o treinamento básico, e após esse, o recruta seria enviado a sua unidade, que seria responsável pelo treinamento mais técnico na sua área.
Esse sim seria um grande salto evolucionário em doutrina e treinamento, padronizando assim a base, tornando a comunicação e organização entre as forças mais eficaz, além de permitir uma redução considerável de custos.
E esse conceito não se aplica apenas ao básico, mas poderia ser adotado também no treinamento de pilotos de helicópteros e transporte, unidades de engenharia e médicas, de logística, e outras de apoio.
editado
Infelizmente, no sistema atual que permanece vigente, nossas forças armadas tem uma visão totalmente ultrapassada, moldada ainda nas formações militares predominantes nas primeiras décadas do século 20.
Muitos comandantes do alto escalão enxergam também, suas unidades, suas forças de maneira territorialista, não aceitando qualquer tipo de integração. Esse fato é muito evidente na quase total falta de exercícios integrados, de compras integradas e na inexistente busca de desenvolvimento tecnológico compartilhado. Existe uma verdadeira aversão a isso.
Não duvido nada, que mesmo dentro de cada força, entre seus diversos comandos e estruturas, esta divisão existe e seja muito forte.
Infelizmente, a história já mostrou que este pensamento é ultrapassado, e seguido apenas por aqueles fardados a grandes perdas ou a derrota.
Nossa própria história já mostrou o quanto nossas forças são despreparadas. Em todos os conflitos que estivemos envolvidos, entramos despreparados de equipamentos, de treinamento, de tropas e principalmente de um comando coeso e integrado. Mas como brasileiro tem a memoria extremamente curta, deixa-se o aprendizado (obtido muitas vezes com muito sangue e perdas) de lado e no final volta-se a antigas praticas infrutíferas, incompetentes, custosas e preguiçosas, apenas por serem mais simples e fáceis.
O próprio conceito de guerra que as Forças Armadas Brasileiras ainda se espelham, é um conceito ultrapassado. Guerras como 1º e 2º Invasão do Iraque, Bosnia, Síria e até mesmo a mais atual, da Ucrania, mostra que muitas novas variáveis existem hoje em um campo de batalha, mas nossas 3 forças, ainda insistem em conceitos antiquados de pré Segunda Guerra.
Vemos as vezes, parcas noticias de tentativas de avançar em doutrina, buscando modernização, mas estas são extremamente fracas, adotando pouco do aprendizado gerados pela experiência documentada, e na grande maioria dos casos, introduzidas muito no campo teórico, de forma muito lenta e normalmente, já muito defasada.
Prova cabal disso, é a introdução tardia da 1º Companhia Anticarros Mecanizada (apenas no final de 2024). E este é apenas um exemplo.