Intelligence Ukraine

O diretor da C.I.A., John Ratcliffe, anunciou na quarta-feira que o compartilhamento de inteligência com a Ucrânia foi pausado, juntamente com a assistência militar, para pressionar o governo ucraniano a cooperar com os planos da administração Trump para encerrar a guerra do país com a Rússia. Em entrevista à Fox Business, Ratcliffe elogiou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky por apoiar a liderança de Trump na busca pela paz e indicou que o compartilhamento de inteligência poderia ser retomado em breve.

Ratcliffe destacou que a pausa na assistência ajudou a obter o compromisso de Zelensky em favor da paz, sugerindo que, com isso, os Estados Unidos poderiam retomar a cooperação militar e de inteligência com a Ucrânia. O conselheiro de segurança nacional Michael Waltz reforçou essa posição, afirmando que os EUA estavam “dando um passo atrás” e revisando todos os aspectos do relacionamento com a Ucrânia.

Um oficial dos EUA confirmou que a pausa interrompeu o fornecimento de informações militares essenciais para alvos ucranianos. Segundo um alto funcionário ucraniano, essa suspensão dificultaria ataques contra forças russas, embora Kiev ainda tenha acesso a imagens de satélite fornecidas por empresas europeias. Além disso, a interrupção afetou alertas antecipados sobre ataques de drones e mísseis russos contra alvos militares e civis.

Valeriy Kondratiuk, ex-chefe do serviço de inteligência militar ucraniano (HUR), afirmou que o congelamento interrompeu especialmente o intercâmbio de imagens militares. Embora a Ucrânia possa recorrer a empresas europeias, essas imagens nem sempre cobrem movimentações militares russas críticas para operações estratégicas. A C.I.A., que mantém uma presença significativa na Ucrânia, tem ajudado o país a refinar seus alvos de ataque com base em inteligência norte-americana.

Além do suporte tático, a C.I.A. ajudou os ucranianos a construir ao menos três bases secretas de coleta de inteligência de sinais, permitindo interceptar comunicações russas e reduzindo a dependência da Ucrânia em relação aos EUA. Autoridades americanas esperam que a pausa no compartilhamento de inteligência seja breve e tenha impacto limitado. Um alto funcionário da administração Trump afirmou que a suspensão deveria durar apenas algumas semanas para pressionar Zelensky.

Ainda não está claro se a recente declaração de Zelensky será suficiente para retomar a assistência. Apesar de Trump elogiar o presidente ucraniano, alguns membros de sua administração querem que ele remova de seu governo figuras consideradas contrárias às negociações com a Rússia. Além disso, os EUA pressionam para garantir acesso a direitos minerais na Ucrânia como parte do acordo.

Enquanto o governo Trump aumenta a pressão sobre a Ucrânia, a Rússia continua seus bombardeios diários contra cidades ucranianas sem sofrer medidas equivalentes por parte dos EUA. Ratcliffe confirmou que Trump ordenou a pausa no compartilhamento de inteligência, e Waltz sugeriu que mudanças poderiam ocorrer em breve caso a Ucrânia demonstre disposição para negociar um cessar-fogo.

A decisão de suspender a assistência foi amplamente criticada por democratas no Congresso. O deputado Jim Himes, da Comissão de Inteligência da Câmara, condenou a interrupção do apoio à Ucrânia, argumentando que o compartilhamento de inteligência salvou vidas. A suspensão, segundo ele, é “imperdoável” e deve ser revertida imediatamente. Enquanto isso, o Comando Europeu dos EUA confirmou que a assistência de segurança à Ucrânia foi interrompida, incluindo a suspensão do envio de equipamentos militares prometidos.

FONTE: The New York Times

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Turco
Turco
9 horas atrás

Putin deve estar sorrindo de orelha a orelha uma hora dessas.

Kayron
Kayron
Responder para  Turco
7 horas atrás

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Underground
Underground
9 horas atrás

As ações de Trump são desastrosas. Não se trata da Ucrânia, mas de todos os países alinhados. Canadá, Espanha, países Europeus se tornaram inimigos. O que todos estão lendo é: os EUA não são mais confiáveis.
Os primeiros impactos do aumento de taxas já estão sendo sentidos, e é o setor agrícola americano. O preço do aço no mercado futuro saltou de US$ 760 para US$ 920.

Underground
Underground
Responder para  Underground
9 horas atrás

Ops! Era para colocar o preço dos fertilizantes, acabei colocando do preço do aço.

Kayron
Kayron
Responder para  Underground
7 horas atrás

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Josè
Josè
Responder para  Underground
8 horas atrás

Mas esse é exatamente o objetivo do Trump, assista novamente o discurso do vice na Alemanha, ele foi mais do que claro, “Não queremos ser aliados de quem não compartilha de nossos valores”, ou seja, as ações não estão sendo desastrosas, pelo menos não para os EUA, já que estão fazendo o que afirmaram que fariam, nada além, acredito que pela afirmação dada pelos europeus e outros, que também não vá ser desastrosa para eles, já que afirmam não necessitar dos EUA para nada, resumindo vida que segue, quanto ao compartilhamento de informações também não deve ser problema, afinal os europeus possuem dezenas de satélites, além de outros meios, mais uma vez não há com o que se preocupar, a ausência americana não fara diferença como bem afirmado pelos europeus.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Underground
8 horas atrás

“Não se trata da Ucrânia, mas de todos os países alinhados. Canadá, Espanha, países Europeus se tornaram inimigos. O que todos estão lendo é: os EUA não são mais confiáveis.”

Vou te contar um segredo:

Eles nunca foram, e nessa não é, nem de longe, a 1° vez em que eles “rifam” algum aliado.
Pergunte aos sul-vietnamitas e aos curdos.

A única coisa boa nessa história toda é que os EUA estão mostrando abertamente como eles tratam seus “aliados” após não precisarem mais deles, mas tem gente aqui que ainda vai jurar por Deus que eles são nosso “primo rico benevolente”.

Paulo
Paulo
Responder para  Willber Rodrigues
5 horas atrás

Óbvio que isto se estende à América Latina. Não haverá mais cobertura militar para região, a não ser para invadir e tomar áreas estratégicas daqui. Diante disso, e diante de que não haverá mais disponibilidade de armamentos e sistemas de defesa em nenhum lugar do mundo, Países que tem muito à perder como o Brasil, com sua Amazonia ,amazonia azul, etc não tem outra alternativa a não ser turbinar ao máximo sua base industrial e defesa ( BID ) e ir atrás de se armar o maximo que pudermos com a estrutura industrial que já temos, e ainda bem que temos. Temos uma nascente industria de drones aéreos militares, uma nascente industria de radares, uma nascente industria de drones maritimos e uma nascente industria de misseis. É preciso ir atrás de satelites de aplicação militar de alto desempenho( Visiona) e meios nacionais de lança- los . É preciso continuar o esforço para desenvolver turbinas aeronáuticas convencionais para drones, Qual caças e transportadores, e sistemas de propulsão hipersônica para missei. Não há nenhum país no hemisfério sul que tenha as condições
Industriais e de pesquisa que temos para levar avante um rearmamento independente e soberano
Qual país do hemisfério sul que tem um programa nacional de construção de fragatas, submarinos convencionais e nuclear, navios de patrulha, navios de pesquisa militares, misseis anti carro, miseeis navsis, caças supersônicos de alto desempenho, aeronaves transportadoras de multiplo emprego ( incluindo ISR)., radares de aplicação terrestre, aérea e naval, blindados de multiplo emprego, drones para o EB, FAB e MB ,tudo ao mesmo tempo ? Me aponte qual país do hemisfério sul esteja fazendo isto ,a não ser o nosso?

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Paulo
3 horas atrás

Minha única esperança nisso tudo é que as FA’s BR finalmente parem de achar que os EUA são seu “primo rico benevolente” e que, em caso de conflito, eles automaticamente esteriam do nosso lado e nos salvariam.
Tenho esperança que as FA’s BR finalmente percebam que não estamos mais nos anos 60, se modernizem e que, finalmente, olhem com mais atenção a produtos nacionais.

Palpiteiro
Palpiteiro
Responder para  Underground
2 horas atrás

Estão abandonando a possibilidade de recuperar o dinheiro que gastaram, de participar da reconstrução e de acesso aos minerais clínicos.

Jefferson Ferreira
Jefferson Ferreira
8 horas atrás

Para ucrania é pior que a suspensão de armamentos, uma vez que vai deixar eles cegos para se defenderem e atacarem

Groosp
Groosp
8 horas atrás

Que #%?@& !!!

Só falta começar a fornecer armas pra Rússia.

Kayron
Kayron
Responder para  Groosp
7 horas atrás

EDITADO

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Groosp
7 horas atrás

Pelo andar da carruagem, até o meio do mês, o Trumo vai soltar uma lista de todos os agentes infiltrados ucranianos na Rússia, fica vendo…

groosp
groosp
Responder para  Willber Rodrigues
7 horas atrás

Capaz de lançar uns Tomahawks sobre Kyiv

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  groosp
3 horas atrás

Eu é que não vou duvidar disso…

Macgaren
Macgaren
7 horas atrás

Game over para ucrania.

Rafael Aires
Rafael Aires
7 horas atrás

“Enquanto o governo Trump aumenta a pressão sobre a Ucrânia, a Rússia continua seus bombardeios diários contra cidades ucranianas sem sofrer medidas equivalentes por parte dos EUA”.
Rá rá rá. Querem que os EUA parem de compartilhar inteligência com a Rússia? Rs

comenteiro
comenteiro
2 horas atrás

Interessante é que ele até agora está caladinho sobre a presença militar americana na Ásia…