A importância da Ucrânia no livro ‘The Grand Chessboard’ de Zbigniew Brzezinski

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Importância estratégica de Ucrânia em The Grand Chessboard (1997) – Brzezinski destaca a Ucrânia como peça geopolítica central no tabuleiro eurasiático, crucial para o equilíbrio pós-soviético. Em particular, ele ressalta os seguintes pontos:

  • Pivô geopolítico crucial: A Ucrânia é descrita como um “pivô geopolítico” cuja orientação determina o destino do poder russo na Eurásia. Sua independência enfraquece drasticamente o potencial imperial da Rússia – “sem a Ucrânia, a Rússia deixa de ser um império eurasiático”. Por outro lado, se Moscou recuperar controle sobre a Ucrânia, com sua grande população, recursos e acesso ao Mar Negro, a Rússia recobrará os meios para se tornar novamente um império poderoso abrangendo Europa e Ásia. Em suma, o país funciona como uma barreira que impede o ressurgimento de um império russo euroasiático.
  • Papel na estratégia dos EUA: Para os Estados Unidos, a Ucrânia é peça-chave para manter o equilíbrio geopolítico no cenário pós-Guerra Fria. Brzezinski argumenta que a política externa americana deve apoiar a consolidação da independência ucraniana (e de outros pivôs regionais), evitando que surja um rival que domine a Eurásia e ameace a primazia global dos EUA. Nesse contexto, ele defende a integração gradativa da Ucrânia ao Ocidente, por meio da expansão da OTAN e da União Europeia, garantindo que Kiev se mantenha firmemente ancorada na esfera ocidental. Essa estratégia, segundo Brzezinski, reforça a estabilidade europeia e assegura a presença dos EUA na Eurásia em longo prazo.
  • Dinâmica Rússia-Ocidente: Brzezinski reconhece que o status geopolítico da Ucrânia gera tensões entre a Rússia e o Ocidente. A expansão da OTAN/UE rumo ao leste – incluindo a eventual incorporação da Ucrânia – é vista por Moscou como uma ameaça estratégica direta aos seus interesses (World War III and The Grand Chessboard – Pearls and Irritations). Ainda assim, o autor sustenta que o Ocidente deve priorizar a integração euro-atlântica mesmo diante das objeções russas. Ele chega a afirmar que, se houver escolha entre ampliar o sistema europeu/atlântico ou acomodar a Rússia, a expansão ocidental deve ter prioridade incomparavelmente maior. Em outras palavras, Brzezinski defende que Moscou não tenha poder de veto sobre o futuro da Ucrânia, pois manter a Ucrânia livre da órbita russa é vital para o equilíbrio de poder favorável ao Ocidente.

Cada um desses pontos evidencia a visão de Brzezinski: a Ucrânia, na visão dele, é o “prêmio” geopolítico cuja orientação define o curso da Eurásia, tornando-se um fator determinante na política externa dos EUA e na rivalidade estratégica entre a Rússia e o Ocidente no pós-Guerra Fria.

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Hélio
Hélio
1 mês atrás

Um polonês querendo colocar a Ucrânia sob domínio polonês. Nada de novo sob o sol.

Muito se fala sobre o interesse da Rússia em anexar a Ucrânia, mas se esquecem do interesse da Polônia em anexar a Ucrânia. Bobo é que alguém quer uma Ucrânia independente.

Underground
Underground
Responder para  Hélio
1 mês atrás

De fato!
Vejo aquele imenso exercito polonês tentando chegar em Kiev.
Esses poloneses! Muito maus.
Agora conta a dos três porquinhos e o lobo mau.

Esteves
Esteves
Responder para  Hélio
1 mês atrás

Bobo é quem acredita que a Rússia, ocupando a Ucrânia, não avançará sobre a Polônia.

leonidas
leonidas
Responder para  Esteves
29 dias atrás

É cada coisa que a gente tem que têr por aqui que só deus para ter misericórdia… rs

Claudio Moreno
Claudio Moreno
Responder para  Hélio
30 dias atrás

Boa noite senhores camaradas do Forte e da Trilogia.

Até entendo a posição do polaco, pois é preciso dar uma resposta satisfatória a população polonesa e aos europeus, do porquê de tanto investimento na Ucrânia para depois de três anos de “sacrifísios” um dos principais parceiros da NATO simplesmente abrir mão do jogo de moer carne em benefício da “paz”.

Sgtº Moreno

José 001
José 001
Responder para  Claudio Moreno
30 dias atrás

Poloneses tem ódio de russos e de ucranianos, de ucranianos até mais.

Dizem que tem direito a um grande território na Ucrânia.

Eles brigam até pela forma que tomam vodka, que russos e ucranianos (pra eles são a mesma coisa) jogam o copo fora depois de tomar uma dose e os poloneses não.

Eles estão adorando ver russos e ucranianos se matando.

Já alemães e italianos tem pouca “sintonia” com poloneses, é o que ouço desde criança.

Esteves
Esteves
Responder para  José 001
30 dias atrás

Polônia é a Coreia da Europa.

José 001
José 001
Responder para  Esteves
30 dias atrás

São tolerados porque servem de escudo.

Pragmatismo
Pragmatismo
Responder para  Claudio Moreno
29 dias atrás

Falou como governo americano

Leonardo
Leonardo
Responder para  Hélio
29 dias atrás

Poloneses são não confiáveis. Quando a Tchecoslováquia foi entregue aos nazistas, os poloneses não deixaram de arrancar um pedaço da carcaça (teschen). Não durou muito, mas mostra o ânimo real deles.

Última edição 29 dias atrás por Leonardo
Carlos
Carlos
Responder para  Hélio
29 dias atrás

Especulações nunca foram boas conselheiras.
Zbigniew Brzezinski nasceu na Polónia mas cresceu nos EUA e foi nos EUA que foi politico onde foi conselheiro de segurança nacional do presidente Jimmy Carter, apenas nasceu na Polónia, tal como Madeleine Albright, que nasceu em Praga, mas foi Secretária de Estado dos EUA porque foi nos EUA que cresceu e onde fez a sua vida politica.Recordemos também a salada feita por Estaline que deu territórios alemães à Polónia, a cidade polonesa de Gdansk foi a cidade alemã de Danzig e a cidade ucraniana de Lviv foi a cidade polonesa de Lviv.
Recordemos também que as democracias europeias são regidas pelo direito e porque a Polónia, durante o governo anterior e por não seguir as leis do tratado de Lisboa, foi penalizada em milhões de euros que a comissão europeia perdoou porque mudou o governo e foi reposta a lei.
Recordemos também aquele tratado que Putin gosta de esquecer e que é o Tratado Molotov Ribbentrop, que dividiu a Polónia ao meio e a parte ocidental ficou para a Alemanha e a parte oriental ficou para a URSS e quando a Alemanha invadiu a parte ocidental, os soviéticos fizeram o mesmo na parte oriental. É também bom nunca se esquecer que para a Rússia chegar ao centro de poder europeu, França e Alemanha, tem que passar pela Polónia.
Fazer piada com a ignorância, nunca foi uma boa coisa de se fazer porque leva a especulações e considerações completamente descabidas.
Nas democracias europeias impera a lei internacional e tratados feitos e não impera a lei do mais forte.
Durante algum tempo foi especulado a anexação da Amazónia que nunca se verificou porque impera a lei internacional e não a lei do mais forte e é pena que o Brasil apoie a Rússia quanto mais não seja por comprar diesel apenas por ser a parte mais forte e não a reposição da justiça.

Pragmatismo
Pragmatismo
Responder para  Carlos
29 dias atrás

Ótimo! Muita confusão aqui.

Nativo
Nativo
Responder para  Hélio
27 dias atrás

A história da Ucrânia não muda . Sempre sob domínio de alguém.

Underground
Underground
1 mês atrás

É assim…
Invadem tua fazenda e tu chama a Polícia que não faz nada. E alguma autoridade diz: deixa os invasores ai, depois a gente resolve. Um ano depois tentam de expulsar e tomar as tuas terras. Tu reage. Daí vem o Laranjão e propõe um acordo de paz:
1. Os invasores ficam com parte da terra invadida;
2. Em nome da paz, a gente te desarma;
3. Tu vai ter de pagar uma multa: os invasores destruíram parte da reserva, mas a terra era tua;
4. Para garantir esse processo de paz você tem de me entregar toda a tua produção.
🤣

Rafael Aires
Rafael Aires
Responder para  Underground
29 dias atrás

A diferença é que, no caso da sua propriedade particular, você pode recorrer à justiça do país, se houver. Rs
No caso de pais, se não tiver um país mais forte que o que invadiu, não tem o que fazer. É simples assim, há milênios. É certo? Não. Irá mudar isso na história humana? Também, não!

Hcosta
Hcosta
Responder para  Rafael Aires
29 dias atrás

Não encontra nenhum exemplo de países que resistiram a invasões de outros países mais fortes?
Acho que são quase todos…

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
1 mês atrás

“Nesse contexto, ele defende a integração gradativa da Ucrânia ao Ocidente, por meio da expansão da OTAN e da União Europeia, garantindo que Kiev se mantenha firmemente ancorada na esfera ocidental”

Foi justamente esse tipo de desejo e idéia que levou as coisas ao ponto em que estão hoje…

E, se esse cara sabe disso, os russos sabem disso muito mais.

Rodolfo
Rodolfo
Responder para  Willber Rodrigues
1 mês atrás

Esse livro saiu em 1997. Mesmo dentro do Dep de Estado existiam vozes contrárias a essa ideia e defendiam o engajamento com os russos, mas no fim esse plano vem em desenvolvimento desde o fim da guerra fria.
Interessante que esse livro também disse que a última coisa que os americanos deveriam fazer seria unir russos e chineses novamente, como era até quando a relação entre Mao e Krushev piorou nos anos 60. Brezinski assumiu que seria praticamente impossível que tal aliança ocorresse no seculo 21. Baita blunder.

Esteves
Esteves
Responder para  Willber Rodrigues
1 mês atrás

A fronteira final é a Polônia. Com a Ucrânia ocupada…quem deterá o Kremlin?

Nilo
Nilo
Responder para  Esteves
29 dias atrás

O Oceano Atlântico, quando chegar na cidade do Porto para.

Última edição 29 dias atrás por Nilo
Esteves
Esteves
Responder para  Nilo
29 dias atrás

Essa Europa…ninguém contou a eles que Roma caiu?

Vitor
Responder para  Willber Rodrigues
30 dias atrás

Esse meio é mais um dentre muitos patrocinados pela USAID ( via ong ) disfarçada de ajuda humanitária com objetivo de sabotar fomentar qualquer governo que vem contra seus interesses, Brasil é um paraíso dessas ONGs amparado por uma classe política entreguista.

Rodolfo
Rodolfo
Responder para  Willber Rodrigues
30 dias atrás

E essa ideia já vem desde o fim da guerra fria, apesar do livro de Brzezinski ter sido publicado em 1997. Havia vozes dentro do corpo diplomatico americano que eram contrarias a expansao da OTAN como John Matlock, mas no fim a ideia de expansão prevaleceu.
O livro de Brzezinski também disse que o maior erro seria jogar russos e chineses numa aliança anti ocidente, esse seria o pior dos desfechos, que Brzezinski dava como improvável… no fim esse livro retrata a catastrofe que foi o período unipolar de hegemonia americana depois da queda do muro de Berlim onde os americanos só tomaram decisões erradas, seja na expansão da OTAN, guerra ao terror, globalização e desindustrialização que resultou num competidor economico – China -que nao para de ganhar força.

Rodolfo
Rodolfo
Responder para  Rodolfo
30 dias atrás
Iran
Iran
Responder para  Willber Rodrigues
29 dias atrás

Foi o que talvez acelerou, mas a Rússia desde 91 tem interesse em reanexar a Ucrânia, ou mantê-la como uma autocracia fantoche igual a Belarus, o Dugin fala isso desde os ano 90. É a mesma coisa que Taiwan e a China, se a China invadir Taiwan é culpa do “ocidente” por ocidentalizar o lugar etc? Não exatamente, já que tbm sempre foi objetivo da China tomar Taiwan, seja ela ocidentalizada ou não.

Nilo
Nilo
1 mês atrás

Parabéns Srs editores, será que existe alguma dúvida?, A questão não é a democracia na Ucrânia tão pouco salvação do povo ucraniano e seu bem estar, o objetivo é e sempre foi a balcanizacao da Rússia.
Como sempre digo, russo não é brasileiro, não relativiza sua soberania.

Esteves
Esteves
Responder para  Nilo
30 dias atrás

Exato.

Cutucou…levou.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Nilo
30 dias atrás

Vamos usar a seguinte lógica inversa:

Como os EUA reagiriam se a China viesse a público, amanhã, dizendo que Cuba, México ou qualquer outro país caribenho permitiu que a China construísse bases militares nesses países?

Fica aí o questionamento…

Nilo
Nilo
Responder para  Willber Rodrigues
29 dias atrás

Não tem lógica na cabeça de negacionistas, são respostas emotivas, e não há como alterar, é uma questão de formatação do celebro, acredite, usam a lógica indutiva por meio de crenças rsrs. Há milagres, acredito em Jesus

Última edição 29 dias atrás por Nilo
Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Nilo
29 dias atrás

Todo, TODO país grande tem uma área aonde ninguém chega perto, e apenas eles podem mexer alí. Isso é fato.
Os EUA, são a região caribenha e AS.
A Rússia, região ucraniana e Criméia. É assim desde a época czarista, continuou sendo na era soviética, e hoje não é diferente.
A OTAN achar que essa região poderia ir pro lado da OTAN e a Rússia iria simplesmente dar de ombros é o mesmo nível de miopia e falta de bom-senso que levou os argentinos a invadirem as Falkland’s achando que os ingleses simplesmente iriam “xingar no Twitter” e não fazer nada a respeito.

Como perguntei acima: como os EUA reagiriam se México, Panamá ou Cuba aceitassem construir bases chinesas em seus territórios?

Nilo
Nilo
Responder para  Willber Rodrigues
29 dias atrás

O que sempre fez meu caro, derrubar governos, com o imenso poder do dolar que compra instituições, midia, se necessário aranja uma bandeira falsa para invadir. Todos sabem a forma do império operar.
O que acontece é quee Trump inverte, a diplomacia de dominio grastando bilhões de dolares, tendo que construir alianças onerosas, passa para segundo lugar a prioridade é comercial e tecnogica e industrial, uma bola já cantada, primeira a America, foi esse o motivo do povo elego.
Acredite em vai valtar com força para Gaza, lá já conseguiu a paz, irá negociar com os que restou das lideranças seja qual for até do Hamas, esse é o Tramp.

Última edição 29 dias atrás por Nilo
Iran
Iran
Responder para  Willber Rodrigues
29 dias atrás

Já existem bases russas na Venezuela.

Esteves
Esteves
Responder para  Iran
28 dias atrás

Bases?

Atirador
Atirador
Responder para  Willber Rodrigues
24 dias atrás

Ué isso já não aconteceu em 1962 ?

Nilo
Nilo
30 dias atrás

Esteves, não vai mais rrsrsrsr

Esteves
Esteves
Responder para  Nilo
30 dias atrás

Nilooooooo,

Eu tenho uma paciência enorme. Esteves poderia abrir negócio concorrente…uma Trilogia de Defesa só pra mostrar do que sou capaz. Não tenho essa índole…mostrar do que sou capaz, apesar da idade.

Ainda Estou aqui.

Nilo
Nilo
Responder para  Esteves
29 dias atrás

Amigo não tenho dúvidas, menos estressante é um Youtuber para viagens e dá dinheiro rsrsr

Esteves
Esteves
Responder para  Nilo
29 dias atrás

EDGE.

Nilo
Nilo
Responder para  Esteves
29 dias atrás

😂😂😂

Hamom
Hamom
30 dias atrás

Pro porão de dona IA…

Esteves
Esteves
Responder para  Hamom
30 dias atrás

Lembro…lá atrás…quando começaram…miúdos&confusos…hoje usam essa tal de Ai para bloquear o Esteves.

Nilo
Nilo
Responder para  Esteves
29 dias atrás

IA vai dominar todos vcs, a massa está deslumbrada, IA irá controlar suas suas vidas, suas decisões, seus sonhos, com quem vc conversa e sobre o que conversa, bem vindo ao “Maravilhoso Mundo Novo”.

Esteves
Esteves
Responder para  Nilo
29 dias atrás

Ai + impressora 3D + whey proteína. Viva a Nova Ucrânia…em qualquer lugar que exista uma tomada.

Esteves
Esteves
29 dias atrás
Nilo
Nilo
Responder para  Esteves
29 dias atrás

Um som bem Europa, vi influência de vários grupos, e várias batidas já conhecidas, me deu saudade do André Matos mil vezes melhor, isso parece o ABBA do metal.

Esteves
Esteves
Responder para  Nilo
29 dias atrás

Muito ruim.

Nilo
Nilo
29 dias atrás

Não sei, mas ao ler seu comentário lembrei de imediato do vídeo Trump/Gaza, belas imagens, Ouro, dançarinas, dinheiro e um música animada, vai parecer tantos milhões de vezes, que o que era inicialmente ignóbil ou risível, virará normal. Uma forma de começar o empreendimento, baixo risco, com probabilidade de altos ganhos rsrsrsr

Manus Ferrum
Manus Ferrum
29 dias atrás

De qualquer reino da morte aonde ele esteja, espero que esteja vendo a derrota do seu país.

RSmith
RSmith
28 dias atrás

…e essa cobiça do ocidente será a causa da Terceira Guerra Mundial.