Rubio: ‘Desonesto’ sugerir que a Ucrânia poderia ter derrotado totalmente a Rússia e retomado a Crimeia

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Marco Rubio

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, denunciou a agressão de Moscou na Ucrânia, mas afirmou que é “desonesto” alegar que Kyiv seria capaz de destruir a Rússia no campo de batalha e retornar ao status quo anterior a 2014, disse Rubio em uma entrevista publicada em 30 de janeiro.

O funcionário americano reconheceu que o presidente russo Vladimir Putin cometeu “atrocidades” e “coisas horríveis” como parte de sua invasão à Ucrânia, mas expressou dúvidas quanto às perspectivas de uma vitória militar completa para Kyiv.

“Mas o que é desonesto é que, de alguma forma, fizemos as pessoas acreditarem que a Ucrânia seria capaz não apenas de derrotar a Rússia, mas de destruí-la (e de empurrar Putin de volta ao que o mundo parecia em 2012 ou 2014, antes dos russos tomarem a Crimeia”, disse Rubio no programa Megyn Kelly Show.

O presidente dos EUA, Donald Trump, tem criticado repetidamente a administração Biden por canalizar um extenso apoio à Ucrânia e prometeu intermediar um acordo de paz rápido entre Kyiv e Moscou.

Ecoando esses sentimentos, o secretário de Estado de Trump disse que os EUA vêm “financiando um impasse” em uma guerra que “reverteu a Ucrânia em 100 anos” e pediu uma resolução rápida.

“A rede elétrica está sendo completamente destruída. Alguém terá que pagar por toda essa reconstrução. E quantos ucranianos deixaram a Ucrânia (e estão) vivendo em outros países agora? Eles podem nunca mais voltar”, afirmou Rubio.

A Rússia tem conduzido uma campanha contínua de mísseis e drones contra a infraestrutura energética da Ucrânia ao longo de toda a guerra em grande escala, levando a apagões e déficits de energia. Mais de 6 milhões de ucranianos fugiram do país desde o início da invasão.

“O futuro da nação está em jogo nesse aspecto”, acrescentou o funcionário americano. Rubio reiterou suas declarações anteriores de que “ambos os lados do conflito precisarão fazer concessões” para que as negociações sejam bem-sucedidas.

No início deste mês, Rubio suspendeu quase toda a assistência estrangeira que passava pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), representando um desafio significativo para vários programas civis na Ucrânia que dependem do apoio americano, inclusive no setor energético.

Kyiv e o Pentágono afirmaram que essa ordem não afetou o apoio militar dos EUA à Ucrânia.

Criticando a administração Biden anterior, Rubio também sugeriu que a “retirada caótica do Afeganistão” pelos EUA em 2021 foi um sinal para Putin de que “a América estava, na verdade, em declínio ou distraída”, o que levou à decisão de lançar a invasão em grande escala na Ucrânia.

FONTE: Yahoo News

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João Moita Jr
João Moita Jr
2 horas atrás

Cuidado, Rúbio!!! Vão te banir aqui no site…😁

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  João Moita Jr
1 hora atrás

Vão falar que ele é comunista e pró-Rússia agora, fica vendo…

Talisson
Talisson
Responder para  João Moita Jr
1 hora atrás

Rubio comunista!

Nilo
Nilo
2 horas atrás

“..?empurrar Putin de volta ao que o mundo parecia em 2012 ou 2014,…” Certamente, este é o preço que o povo ucraniano está pagando pelo devaneio da administração Biden que vendeu a ideia a Europa e comprou Zelensky, Rúbio pode ser uma surpresa em relação ao mundo multipolar, é só ter lido com atenção a uma de suas recentes entrevista. As distrações, escondem acordos que definiram o nosso futuro mundo, não há como negar a tentativa de sair do caos, Trump parecer querer trabalhar com a Real Política, sendo como sempre pagmatico, apesar do seu discurso parecer difuso.

Última edição 2 horas atrás por Nilo
Underground
Underground
Responder para  Nilo
13 minutos atrás

Quem será o Chamberlain da vez?

JuggerBR
JuggerBR
2 horas atrás

Taí… Ucrânia vai ver o fim da guerra, mas ficará menor que antes da invasão Russa.
Zé Lensky vai perceber que nesse acordo, Trump entra com o pé, e ele com a >>>>>

Pragmatismo
Pragmatismo
Responder para  JuggerBR
1 hora atrás

Uai! Esse falastrão não acabaria com a guerra em 24h? (me fez lembrar de Kiev em 3 dias)

Underground
Underground
Responder para  JuggerBR
14 minutos atrás

Lembra: a Amazônia pode ser a próxima. Não foi um, nem dois generais americanos que disseram que deveriam tirar a Amazônia do Brasil.
Nesse dia, bem aqui e defende isso.

Augustus
Augustus
2 horas atrás

Uai gente, como assim? Mas os especialistas do Youtube e o Hoje no mundo Militar falaram que a Rússia iria perder desde o começo kkkkkkk

Aprenderam a lição, crianças? Os russos podem lutar de forma irresponsável as suas guerras, mas derrotá-los o papo já é outro. Aos trancos e barrancos eles vencem qualquer um, pois seu grau de abrendidagem e economia voltada para a guerra superam a Europa. Vejam o desespero da Europa em se armar novamente e as recentes declarações do secretário geral da OTAN sobre como a “Rússia avança rápido”.

JuggerBR
JuggerBR
Responder para  Augustus
2 horas atrás

Na verdade Europa e EUA nunca entraram nessa guerra pra ganhar. Fosse o caso, a história seria diferente. Ucrânia foi só um proxy pra enfraquecer a Rússia. Mas por fim entrou o Trump, e essa lógica perdeu o sentido.

Rodolfo
Rodolfo
Responder para  JuggerBR
1 hora atrás

Sim, a meta sempre foi o longo jogo pra dominar a Eurasia e enfraquecer a Russia. Só talvez na cabeça dos lideres na UE era por uma questão de fronteiras, soberania, auto determinação dos povos e toda essa lenga lenga… Os anglos saxoes jogam outro jogo, o de domínio global.
O Trump pensa diferente dos think tankers de Washington, pra ele o que importa são relações onde ele ganhe algo em troca. E na questão da Ucrânia ele não vê nada de bom que os EUA ganhem com esse conflito, o que está absolutamente correto na minha opinião.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  JuggerBR
1 hora atrás

Esse papo de “a Europa / EUA não queriam vencer a Rússia, apenas enfraquecê-la” faz tanto sentido quanto a Rússia dizer que não tinha pressa em vencer a Ucrânia.
Ou seja, zero sentido.
Isso só faria sentido se a Rússia estivesse em plena Guerra Civil e suas FA’s na Ucrânia estivessem se desintegrando e em debandada igual ao Exército czarista na WWI.

Acham mesmo que a Rússia vai sair mais fraca no fim dessa guerra?

Rodolfo
Rodolfo
Responder para  Willber Rodrigues
57 minutos atrás

Kiev nao vai ficar na zona de influência de Moscou pelos proximos 100 anos, entao a Russia vai ficar mais fraca na Eurasia. No fim é um jogo de “War” e no tabuleiro a Russia perdeu umas pecinhas na Eurasia.

JuggerBR
JuggerBR
Responder para  Willber Rodrigues
5 minutos atrás

Resultado da guerra pra Rússia, Suécia e Finlândia agora são da OTAN.

BraZil
BraZil
1 hora atrás

Zélensky vai receber o Nobel da paz e altas honrarias de institutos Hebraicos e cidadania de alguns países Europeus, morando lá com luxo, comparado a maioria da sua população que acreditou nele e que ficará em um país, quase devolvido aos anos 20 do século passado, em termos de infra estrutura e bem estar; que será reconstruído em suas duas partes, ocidental e Russa, por empresas destes blocos, com enormes lucros para ambos. Quanto a concessões, A Rússia já entregou o governo Sírio, (sem abrir mão de suas bases e do diálogo com o novo governo), não vejo que outras concessões faria na linha de frente. talvez o faça no Sahel ou Transnístria…

Gabriel BR
Gabriel BR
1 hora atrás

É isso que eu tenho dito, mas as pessoas preferem se iludir e viver de fantasias.

Emmanuel
Emmanuel
1 hora atrás

E aquela história dos ucranianos ocupando Moscou em três dias?
Que eles poderiam ocupar os arredores de Moscou quando quisessem?

A verdade é que Moscou não tem como chegar em Kiev, e vice versa. A guerra já deu o que tinha que dar.
Agora é sentar e falar do quanto o Ocidente (Estados Unidos) vai ganhar para reconstruir a Ucrânia, assim como o fim das sanções à Rússia. O resto é briga de torcida organizada dentro do Forte.

Pragmatismo
Pragmatismo
1 hora atrás

Portanto, da declaração, tem-se:

“ambos os lados do conflito precisarão fazer concessões”

Ou seja, os estadunidenses terão que fazer concessões.

Att.

carvalho2008
carvalho2008
Responder para  Pragmatismo
1 hora atrás

Ao estilo WWII pós guerra …a Europa em reconstrução e o comercio americano para suprir aumentando….

Pragmatismo
Pragmatismo
1 hora atrás

Lembram-se da novela North Stream?

Ela coincidiu com o início da guerra?

Maior beneficiado da guerra: EUA (indústria bélica e gás à Europa)

Maiores perdedores: o povo ucraniano e Alemanha (energia cara e MILHÕES de baixas e deslocados)

Gabriel BR
Gabriel BR
Responder para  Pragmatismo
37 minutos atrás

Sempre.
A América sempre ganha no Ocidente.

eder
eder
54 minutos atrás

Quem poderia imaginar que a Rússia que esmagou o exercito de Napoleão Bonaparte e destruiu 80% do exercito alemão na segunda guerra mundial poderia PERDER para a Ucrânia ? Os estrategistas dos EUA/OTAN estão mais PERDIDOS que calcinha em lua de mel. kkkkkkkkkkkkk

NBS
NBS
42 minutos atrás

No século XIX, o Reino Unido e o Império Russo travaram uma disputa geopolítica conhecida como “O Grande Jogo”. Logo depois, o Reino Unido, junto com a França e o Império Otomano, entrou em guerra contra a Rússia para impedir sua expansão sobre os territórios otomanos no Mar Negro, no que ficou conhecido como a Guerra da Crimeia. Além disso, durante a Revolta Polonesa de 1863 e a Conferência de Berlim (1878), a Inglaterra se movimentou para conter a influência russa. Em 1902, também auxiliou o Japão na Guerra Russo-Japonesa.

Quando a União Soviética foi dissolvida, a Rússia recebeu o apoio do Ocidente para conter e desmantelar seu aparato nuclear, além de orientações para a adoção das regras do capitalismo da época. No entanto, ficou claro para os economistas envolvidos na reconstrução capitalista da Rússia que não havia, por parte do Ocidente, um real interesse em auxiliá-la por meio do Banco Mundial e do FMI, como ocorreu, por exemplo, com a Polônia e outros países do antigo bloco socialista. O sentimento anti-Rússia ainda estava presente.

Esses movimentos históricos contribuíram para enraizar, entre os russos de hoje, a percepção de que a Europa é hostil ao povo russo. Essa “doutrina” britânica foi posteriormente assimilada pelos europeus e, mais tarde, pelos Estados Unidos.
Num desenrolar histórico curioso, várias figuras desse período acabaram ocupando posições de poder. O jovem Joe Biden, já um congressista que, ao longo dos anos 2000, adotou uma postura cada vez mais crítica em relação à Rússia, e o jovem Vladimir Putin, que, nos anos 1990, ainda buscava diálogo e pedia que a OTAN não avançasse até as fronteiras russas. Já mais recentemente, o Ocidente, por meio do então primeiro-ministro britânico Boris Johnson, atuou de forma enfática para incentivar a resistência ucraniana, comprometendo-se com o apoio ocidental contra a Rússia.
Ora, não há, e nunca houve, meios viáveis de derrotar militarmente uma potência nuclear do porte da Rússia. Sempre restará, como último recurso, o uso dessas armas. Como comparação, podemos lembrar das guerras do Vietnã e da Coreia, onde potências nucleares lutaram indiretamente em teatros de operação distantes de suas fronteiras. Os EUA perderam essas guerras e não recorreram ao uso de armas nucleares, pois havia outra grande potência nuclear que funcionava como fator de dissuasão.

No conflito atual, no entanto, a Ucrânia faz fronteira direta com a Rússia, o que torna a situação ainda mais complexa. Nesse contexto, a Rússia não hesitaria em utilizar essas armas caso entendesse que sua soberania e existência estivessem diretamente ameaçadas. Seria como travar uma guerra na vizinhança dos Estados Unidos, algo impensável dentro do equilíbrio estratégico global.

Dessa forma, a tentativa ocidental de subjugar a Rússia e fragmentá-la baseou-se em uma visão histórica equivocada, na qual o país poderia ser reduzido a uma mera fornecedora de energia e minérios, como uma colônia do século XXI. O povo ucraniano foi iludido ao acreditar que o apoio ocidental seria suficiente para garantir sua vitória. O resultado é trágico: uma política que parece disposta a lutar “até o último ucraniano”.
Independentemente do desfecho, a OTAN se envolveu ativamente no conflito, e uma derrota terá um impacto profundo não apenas na autoestima do Ocidente, mas também na construção de sua narrativa estratégica. A Europa abraçou o medo da Rússia como uma identidade própria, mas esse medo, se não for bem administrado, pode se tornar um fator altamente perigoso para o próprio continente.