‘Europa está em declínio e pode se tornar irrelevante’
A Europa enfrenta um declínio econômico e geopolítico, podendo perder sua posição de destaque global, construída ao longo de séculos. Essa preocupação foi expressa pela Comissão Europeia, que encomendou um relatório ao ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, para sugerir medidas para manter a competitividade do continente. O chamado “Relatório Draghi”, publicado em setembro de 2024, alerta para a necessidade de um plano de investimentos massivo, maior até do que o histórico Plano Marshall que reconstruiu a Europa após a Segunda Guerra Mundial.
Draghi estima que a União Europeia precisa investir 800 bilhões de euros por ano para evitar o declínio econômico e manter sua relevância global. O relatório argumenta que o continente enfrenta desafios existenciais, exigindo uma abordagem mais ousada para revitalizar a economia, aumentar a inovação tecnológica e reduzir sua dependência de cadeias de suprimentos externas. O grande dilema apresentado pelo estudo é a escolha entre agir rapidamente ou enfrentar um lento declínio.
O crescimento europeu tem sido inferior ao de outras grandes economias. No ano 2000, a zona do euro representava 20% da economia global, enquanto a China ocupava menos de 4%. Em 2023, a China já representava 17%, e a zona do euro encolheu para menos de 15%. Enquanto o PIB global cresceu 2,97% ao ano neste século, a Europa avançou apenas 1,27%, ficando atrás de economias como EUA (2,17%) e China (8,24%).
A recuperação pós-pandemia foi mais lenta na Europa do que em outras grandes economias. Em 2023, os EUA cresceram 20% em relação ao nível pré-pandemia, enquanto a China cresceu 9% e o Brasil 7%. Já os países da zona do euro cresceram apenas 3%, com economias como a Alemanha alternando trimestres de recessão e o Reino Unido entrando em crise após a pandemia.
Diante desse cenário, Draghi propõe um novo modelo econômico para a Europa, rompendo com a austeridade fiscal e incentivando grandes investimentos públicos e privados. Ele destaca três áreas prioritárias: inovação tecnológica, transição energética e segurança das cadeias de suprimentos. O plano de 800 bilhões de euros anuais corresponderia a 5% do PIB europeu, uma escala de investimento sem precedentes.
No entanto, a Alemanha se opõe a essa abordagem. O ex-ministro da Economia alemão, Christian Lindner, rejeitou as propostas do relatório, afirmando que o problema do país não é a falta de investimentos, mas sim excesso de burocracia e gastos públicos elevados. O posicionamento alemão é crucial, pois o país é a maior economia da União Europeia e tem um papel central na definição das políticas do bloco.
A crise política na Alemanha também influencia esse debate. A coalizão de governo de Olaf Scholz entrou em colapso, levando a eleições antecipadas. O partido conservador CDU, cujo candidato favorito Friedrich Merz é um crítico da ampliação da dívida pública, promete bloquear qualquer tentativa de expandir os gastos da União Europeia, dificultando a implementação do plano de Draghi.
Especialistas apontam que a falta de uma visão econômica comum entre os países do bloco é um grande obstáculo para o crescimento. Enquanto a Alemanha defende políticas mais ortodoxas, países como França e Itália favorecem um modelo keynesiano, baseado no estímulo à economia através de investimentos públicos. Essa divisão torna difícil um consenso sobre como lidar com os desafios globais impostos pela China, Rússia e um possível segundo governo de Donald Trump nos EUA.
Apesar dos desafios, alguns analistas argumentam que o declínio europeu é relativo e esperado, pois o crescimento de outras regiões do mundo era inevitável. A Europa ainda mantém um alto padrão de vida, com uma renda per capita média de US$ 37,4 mil, muito superior à da China (US$ 12,1 mil) ou Brasil (US$ 9 mil). No entanto, se não houver reformas, a influência global da Europa pode diminuir significativamente nas próximas décadas.
O relatório de Draghi representa um alerta para os líderes europeus, destacando que a União Europeia precisa se adaptar para continuar sendo uma potência econômica. A resposta a esse desafio dependerá das decisões que serão tomadas nos próximos anos, especialmente no que diz respeito a investimentos estratégicos e à busca por maior autonomia econômica e tecnológica.
Leia a matéria completa na BBC, clicando aqui.
O quer ele não fala é o declínio demográfico. Europa envelheceu, a natalidade despencou, e sem gente nova trabalhando muito pra criar valor e manter a pesada maquina burocrática e os grandes benefícios pagos aos idosos, não há saída.
E os imigrantes, que poderiam balancear esta conta, são cada vez mais vistos como problema e não como solução. A tendência é a irrelevância e a extinção.
Envelhecimento e declínio demográfico são problemas em praticamente 90% dos países do mundo.
Japão e CS que o digam…
90% é muita coisa.
A diferença que esses países, como Japão e CS não tem o nível de proteção social da UE, ou seja, eles não sentem tanta pressão no orçamento quanto a UE. Na Coreia do Sul mesmo, não existia previdência até 1988, e quando ela foi criada, ela não retroage, por isso lá tem muitos idosos morando na rua….
No Japão as penitenciarias tem um número elevado de idosos pobres, que muitas vezes por questão de ter abrigo e comida na prisão, cometem alguns crimes como furto,visando serem presos…
No Japão a proteção social é o emprego, por isso eles mantém o país com juros baixos e uma dívida enorme, isso já tá fazendo o Iene após a Pandemia perder muito valor
Sim, até nos anos 1990 no Japão, era regra ter o “emprego vitalicio”, hoje isso quase não existe mais.
Sou da opinião que declínio demográfico não é esse grande problema como hoje todo mundo comenta.
Se aumento demográfico fosse tão positivo assim, países cuja população aumentaram muito, como Etiópia, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Bangladesh entre vários outros, estariam hoje bem e na realidade continuam mal das pernas.
Virou moda propagar que a população deve aumentar para assim poder cobrir o problema de financiamento previdenciário que atinge quase todos os países…..o problema não será solucionado dessa maneira…as futuras gerações tb se aposentarão um dia….e qual será a solução??
Aumentar ainda mais a população?
A raiz do problema está no sistema “bola de neve” de financiamento das pensões.
Aumento da população com certeza tb tem o seu lado positivo, mas tb traz uma série de problemas, e isso raramente é debatido.
Mas o ‘bônus demográfico’ precisa ser aproveitado para criar riqueza, coisa que depende de vários governos seguidos ao longo de décadas estabelecerem políticas de investimento e incentivo à produção e criação de sistemas que aproveitem esse efeito e possam ser utilizados quando a população não estiver mais crescendo. Estes países que você listou e muitos outros, BR incluso, nunca fizeram isso.
Eu apenas faço uma ressalva no seu comentário, é importante que a população não cresça muito, e nem rápido, e nem que entre em declínio, da mesma forma Por isso eu mesmo, apenas apoio que seja mantida no nível de substituição 2.0 – 2.3 filho por mulher, o ideal.
Previdência social é um “esquema de pirâmide” que, pra se manter minimamente funcional, é obrigatório que tenha mais jovens entrando para “alimentar” a Previdência pros idosos.
Se tem mais idosos entrando do que jovens, então o declínio demografico é sim um problema.
Ainda sou da opinião que o problema é como o sistema é financiado e não de quantas pessoas são necessárias para sustentar a “pirâmide”….
Já existe país europeu onde o sistema funciona com 2 trabalhadores para cada aposentado….
Um dia esses 2 trabalhadores tb se aposentarão; aí serão necessários 4 trabalhadores para financiar esses 2 aposentados…..
Mais alguns anos, esses 4 tb estarão aposentados e 8 trabalhadores serão necessários e assim por diante….
E essa seria a solução??
Eu acho que vc falou tem sentido, aqui no Brasil uma vez calculei que preciaríamos de um Fundo Previdenciário de 5 trilhões de reais para custear nosso INSS no nível atual, não gosto do sistema Chileno, em que é pessoal o fundo, queria um fundo único para o INSS, mas ter isso parece impossível, ainda mais no governo atual em que bate recorde de arrecadação e recorde de defict… temos que criar um plano para fazer esse fundo ainda enquanto temos uma relação de 1 para 1 no sistema atual de seguridade, se não isso vai engolir o país, engolir educação, saúde, defes e ETC.
Outro ponto para Europa é que a maior parte da Infraestrutura do país já está feita e boa, só precisaria de mais casas o crescimento da população diferente de um país subdesenvolvido.
Outro ponto um país que tem muita população, é uma potencial potência economica e militar, igual o Brasil, que reuni todas condições para ser uma, mas só temos voos de galinha
os Imigrantes são a solução, mas não o que fica recebendo auxilio, eles tem que mudar a Lei e impedir que eles recebam auxílio, colocar eles para trabalhar, e depois naturalizar quem se adéquo ao país.
Os imigrantes não recebem auxílio. Os refugiados é que sim e mesmo estes trabalham.
Até porque muitos estão ilegais e não é do seu interesse se registarem…
Imigrantes da América Latina ou virar um Califado.
Breve vão estar na segunda divisão .
Era o vosso sonho, mas de 37.4 mil, para 9 mil, vai demorar muito, e então vocês são o quê, quarta divisão???
A Europa hoje mesmo começou a negociar uma estratégia, para recuperar e ter capacidade, para concorrer, com China e EUA, porque são as únicas economias do mesmo campeonato.
Rui, apesar de você achar que sim, não torcemos contra vocês, pelo menos eu e muitos que comentam não, pode ter certeza que é o contrário, no fundo o que entendi de comentários como o do Vitor e de muitos outros é no sentido de alertar quanto ao caminho que estão trilhando, e mostrar que esse assistencialismo barato só leva a ruina de uma nação, não se esqueça são décadas dessa política assistencialista no Brasil, conhecemos bem para onde isso leva, mas se ainda assim prefere interpretar como uma torcida negativa contra Portugal paciência, é só esperar para ver o resultado, aliás já estão vendo e sentindo.
Europa, assim como EUA e quase todo o resto do mundo, passou as últimas décadas achando que seria boa idéia transferir toda sua cadeia produtiva pra China em busca de maiores lucros, e achou que o “oba-oba” de commodities e energia baratos iria durar ad-eternum.
Some a isso o fato da Europa ter “terceirizado” sua Defesa pro contribuinte norte-americano pagar e ter tomado várias decisões…controversas…como desligar usinas nucleares e admitir imigrantes a toeto e a direito, sem nenhum critério, e ter intervido em países como Líbia e Afeganistão, o que aumentou ainda mais o n° de imigrantes em suas portas.
O resultado…
O acordo de comércio com o MERCOSUL está na mesa para tentar adiar um pouco isto, tendo em vista que em troca dos nossos valorosos produtos com baixo valor agregado, vão exportar industrializados para cá, praticamente matando o que tinha de indústria por aqui.
Acordo com selo bolsopetismo de qualidade!
Duvido que esse acordo um dia entre em pleno vigor. Tem tantos governos contra, dos dois lados do acordo, que fica difícil prosperar.
Duvido que tenham tempo hábil para isso.
Eu falei isso tempos atrás aqui nesse blog e me crucificaram, rsrsrs. Nenhum analista de mercado ou acadêmico sério espera hoje muita coisa da Europa. O Brasil só precisa solucionar o problema fiscal que irá deslizar em um mar de tranquilidade.
E sobre os EUA o crescimento deles é totalmente anabolizado e insustentável. Os kras estão rodando com déficit de 5% ao ano, se você decompor o crescimento deles é totalmente desbalanceado, classe média tem acesso a pouquíssimo do bônus de crescimento e além disso estão profundamente dependentes de gastos fiscais que só produzem ali na frente todo tipo de ineficiência econômica, tipo o que vem rolando com as IAs essa semana.
E além disso, por conta da inflação inercial deles ter se mantido nas alturas nos últimos 5 anos, o dólar está excessivamente valorizado.
Se o real hoje estivesse em seu ponto de equilíbrio o Brasil estaria facilmente muito próximo de superar a economia da Grã Bretanha.
Esse “só” em relação ao Brasil é um baita de um só. Provavelmente mais fácil colonizarmos Andrômeda que isso acontecer, dada nossa classe política.
O Peso do Estado de Bem Estar Social gera infertilidade social.
Quem ocuparia o lugar da Europa?
África? Não. A África Subsaariana tem tantos conflitos que é algo impensável em fala em desenvolvimento nos próximos 30 anos. O Norte do continente também sofre de alguns problemas de conflitos, como Líbia e movimento separatista no Marrocos.
América Latina? Não. A corrupção é tão enraizada que é praticamente impossível essa região do globo se desenvolver sem um grande rompimento. Só olhar o Brasil de 88 para cá, fora o controle da inflação e o Real, continuamos sendo produtores de comodities.
Oriente Médio? Não. Com exceção da Arábia Saudita e os Emirados Árabes, a região também é cheia de conflitos, principalmente ideológicos e religiosos. A exceção é Israel, um oásis no meio do deserto.
Ásia? Talvez. Vai depender se a Índia se tornará a nova China nos próximos 30 anos. Se fala muito de um crescimento econômico indiano, que superará, talvez, o crescimento chinês. Mas àquele país é tão complexo e corrupto que não vejo isso acontecer em menos de 50 anos. Quanto ao resto da Ásia vai depender muito da aproximação ao Ocidente, principalmente alguns alguns países que fizeram parte da União Soviética.
Para muitos países atingirem o nível tecnológico dos europeus haverá a necessidade de valores absurdos em investimentos, dinheiro que a maioria não tem, e isso levaria décadas para trazer algum resultado efetivo. E nesse período os europeus irão se reinventar e farão por onde estar à frente novamente.
Eles passaram por duas guerras mundiais. Foram destruídos e se reergueram. Não será a China ou o desejo do resto do mundo que fará o velho continente perder a sua importância, ou o seu lugar.
Eles continuarão sendo a Europa. E nós uma esperança de futuro.
A Europa será Eurábia.
a Europa que só se reinventou graças a uma farta ajuda do tio Sam, que a atual administração não o fará, e essa ajuda foi para não se tornarem colônias do soviet supremo.
Ajuda que foi necessária depois de duas imensas guerras estúpidas em seu solo , em menso de 20 anos.
Hoje eles têm a ameaça de mais um conflito de grandes proporções, doa muitos que sua civilizada história registra, mas desse podem tirar proveito.
A tensão com a Rússia e até alongando com a China, podem servir de base para uma reindustrializacao e avanços tecnológicos, assim voltando ao ringue da disputa pelo poder,
se não o fizerem, é só tomar um chá nas suas belas calçadas e assistirem o dragão passar,
Se, nos últimos 30 anos, o Brasil tivesse feito o “dever de casa”, ter melhorado seu nível de educação, investido pesado em infra-estrutura logística e energética, e feito as reformas judiciárias e políticas necessariaa, teríamos a chance de jogar em peso e finalmente sermos um ator principal.
Mas como não fizemos nada disso….
Finalmente apareceu alguém lúcido na Alemanha, na última década a Europa entrou numa crise sem precedentes principalmente por apostar todas as fichas em uma matriz energética que se quer deu conta até hoje de abastecer as residências, agora imagina abastecer um parque industrial igual o alemão, e os motivos são vários, tecnologia ainda não está desenvolvida o suficiente, falta (sol), falta (vento), etc…, enfim uma série de obstáculos que ainda precisam ser resolvidos e que demonstraram que foi um enorme erro apostar tudo nessa mudança de matriz energética da forma como foi feita, não podemos esquecer também os imensos custos aos europeus relacionado ao assistencialismo com os emigrantes/imigrantes/refugiados, a conta pela má gestão chega mais cedo ou mais tarde, e pelo jeito chegou para os europeus, não importa quanto dinheiro se tenha, não cuidou bem dele uma hora acaba, e tem um grupo político que acha que não, acha que pode sair gastando dinheiro público sem consequências, está aí o resultado da gastança pública de forma irresponsável, nós que o digamos.
ou talvez não apostar grande parte da sua produção na energia vinda de um regime ditatorial e com provas dadas no uso da energia como arma…
E em Portugal os imigrantes/emigrantes, como em qualquer outro país, trazem um superavit à segurança social…
Contribuem com o seu trabalho, pagam impostos e não com nenhuma despesa até serem contribuintes…
Burros são aqueles países que gastam dinheiro na saúde, ensino, etc. para depois saírem para outros países…
Entendo e concordo com a sua narrativa quanto ao gás, porém só até o segundo parágrafo, estavam com toda razão em querer abandonar a dependência do gás russo, mas como foi feito não sei como consegue defender, melhor como tenta defender um movimento tão desastroso e tão mal executado como esse, quanto ao assistencialismo, bem deixem como está e vamos ver o resultado, aliás já estamos vendo e vocês sentindo.
A Europa não terá sequer UM país entre as dez maiores economias do mundo até 2050. Deixaram o famigerado trabalho duro e a eficiência de lado para se ocuparem com temas de 5a ou 10a prioridade. Está aí…
Não vi dois pontos importantes: Imigração e Natalidade, eles tem que levar mais gente para lá, mas não da África e Oriente Médio, pois ideais são contrários aos Europeus, Africa e Oriente Médio, ainda não amadureceram, e se voltam para governo tatalitários, e fé interferindo na vida pública e coletiva
Precisam incentivar mais o nascimento de bebês, com a natalidade atual, o que conehcemos como Europeu vai acabar, a Europa vai virar um puxadinho do Orientemédio e da Africa, com Sharia Law e uns Emirados não declarados em vários países, se já se existe lugares em que a polícia não entra, por medo dos imigrantes, imagina quando eles se multiplicarem e receberem como aducação familiar o desrespeito ao próximo, cerceamento de Direitos das Mulheres e etc.
É irreversível.
onde é que a polícia não entra por medo dos imigrantes?
Allahu alkbar kkkkkkkk nada resisti.
Inevitável.