Transferências de Armas e Comércio de Defesa dos EUA no Exercício Fiscal 2024
As transferências de armas e o comércio de defesa são ferramentas importantes da política externa dos Estados Unidos, com possíveis implicações de longo prazo para a segurança regional e global.
Por essa razão, os Estados Unidos adotam uma abordagem holística ao revisar decisões sobre transferências de armas, em conformidade com a Política de Transferência de Armas Convencionais dos EUA. Essa abordagem leva em consideração fatores políticos, sociais, de direitos humanos, de proteção de civis, econômicos, militares, de não proliferação, de segurança tecnológica e de uso final para determinar a provisão apropriada de equipamentos militares e a concessão de licenças para vendas comerciais diretas de artigos de defesa a aliados e parceiros dos EUA.
Dado o tempo de implementação de vários anos para muitas transferências de armas e casos de comércio de defesa, o Departamento apresenta médias móveis de três anos, além dos números anuais. Cada transferência proposta é cuidadosamente avaliada caso a caso, de acordo com a Lei de Controle de Exportação de Armas (Arms Export Control Act) e legislações, políticas e diretrizes relacionadas. Grandes transferências e vendas de defesa também estão sujeitas à notificação e revisão do Congresso.
Vendas Militares ao Exterior (Foreign Military Sales – FMS)
No ano fiscal de 2024 (FY2024), o valor total dos artigos e serviços de defesa transferidos, bem como das atividades de cooperação em segurança realizadas sob o sistema de Vendas Militares ao Exterior (Foreign Military Sales – FMS), foi de US$ 117,9 bilhões. Isso representa um aumento de 45,7%, em comparação com os US$ 80,9 bilhões registrados no FY2023. Esse é o maior total anual já registrado em vendas e assistência fornecidas aos aliados e parceiros dos EUA. No FY2024, supervisionamos 16.227 casos de FMS, com um valor total de casos em aberto superior a US$ 845 bilhões.
O valor de US$ 117,9 bilhões para o FY2024 inclui:
- US$ 96,9 bilhões em vendas de armas financiadas por aliados e nações parceiras dos EUA;
- US$ 11,8 bilhões financiados por meio do programa de Financiamento Militar Estrangeiro (Foreign Military Financing – FMF) sob o Título 22;
- US$ 9,2 bilhões financiados por meio dos programas de Capacitação de Parceiros do Departamento de Defesa e de certos programas do Departamento de Estado financiados pelo Ato de Assistência Externa (Foreign Assistance Act).
A média móvel de três anos para artigos e serviços de defesa transferidos e atividades de cooperação em segurança realizadas sob o sistema de FMS para o período FY2022-FY2024 foi de US$ 83,6 bilhões, o que representa um aumento de 49,6% em relação aos US$ 55,9 bilhões registrados no período FY2021-FY2023.
Exercício Fiscal 2023 vs. 2024
Indicador | FY2023 | FY2024 | Variação (%) |
---|---|---|---|
FMS – Valor Total | US$ 80,9 bilhões | US$ 117,9 bilhões | +45,7% |
Média Móvel de Três Anos
Período | FY21-23 | FY22-24 | Variação (%) |
---|---|---|---|
FMS – Média Móvel de Três Anos | US$ 55,9 bilhões | US$ 83,57 bilhões | +49,6% |
Exemplos de Vendas Militares ao Exterior (FMS) Notificadas ao Congresso no FY2024
- Turquia – Aquisição e Modernização de Aeronaves F-16 (US$ 23,0 bilhões)
- Israel – Aeronaves F-15IA e F-15I+ (US$ 18,8 bilhões)
- Romênia – Aeronaves F-35 (US$ 7,2 bilhões)
- Alemanha – Mísseis PATRIOT Advanced Capability-3 Missile Segment Enhancement (US$ 5,0 bilhões)
- Japão – Aeronaves de Reabastecimento Aéreo KC-46A (US$ 4,1 bilhões)
- Índia – Aeronaves Remotamente Pilotadas MQ-9B (US$ 4,0 bilhões)
- República da Coreia – Helicópteros AH-64E Apache (US$ 3,5 bilhões)
- Espanha – Unidades Modernizadas de Defesa Aérea PATRIOT Configuração-3+ (US$ 2,8 bilhões)
- Arábia Saudita – Suporte Logístico e de Sustentação de Sistemas (US$ 2,8 bilhões)
- Romênia – Tanques de Batalha Principais M1A2 Abrams (US$ 2,5 bilhões)
- Japão – Sistema de Armas Tomahawk (US$ 2,4 bilhões)
- Bahrein – Tanques de Batalha Principais M1A2 Abrams (US$ 2,2 bilhões)
- Austrália – Treinamento e Dispositivos de Treinamento Relacionados ao AUKUS (US$ 2,0 bilhões)
- Grécia – Helicópteros UH-60M Black Hawk (US$ 1,95 bilhão)
- Noruega – Mísseis AIM-120C-8 de Médio Alcance Ar-Ar (US$ 1,94 bilhão)
- Polônia – Mísseis AGM-158B-2 Joint Air-to-Surface Standoff com Alcance Estendido (US$ 1,77 bilhão)
- Polônia – Mísseis AIM-120C-8 de Médio Alcance Ar-Ar (US$ 1,69 bilhão)
- Polônia – Mísseis Antirradição Guiados Avançados – Alcance Estendido (US$ 1,275 bilhão)
- Polônia – Radar de Reconhecimento do Espaço Aéreo e Superfície (US$ 1,2 bilhão)
- Áustria – Helicópteros UH-60M Black Hawk (US$ 1,05 bilhão)
- Arábia Saudita – Treinamento em Pedido Global (US$ 1,0 bilhão)
Vendas Comerciais Diretas
O valor total autorizado para as Vendas Comerciais Diretas (Direct Commercial Sales – DCS) contratadas privadamente no FY2024 foi de US$ 200,8 bilhões, incluindo o valor de hardware, serviços e dados técnicos autorizados para exportações, importações temporárias, reexportações, retransfers e corretagem. Isso representa um aumento de 27,5% em relação aos US$ 157,5 bilhões no FY2023.
A média móvel de três anos das autorizações de DCS emitidas pelo Departamento de Estado no período FY2022-FY2024 foi de US$ 170,6 bilhões, representando um aumento de 23,5% em relação ao período FY2021-FY2023.
Comparação FY2023 vs. FY2024
Indicador | FY2023 | FY2024 | Variação (%) |
---|---|---|---|
DCS – Valor Total | US$ 157,5 bilhões | US$ 200,8 bilhões | +27,5% |
Total de Licenças Adjudicadas | 23.474 | 24.691 | +5,2% |
Total de Entidades Licenciadas | 14.861 | 15.220 | +2,4% |
Média Móvel de Três Anos das DCS
Período | FY21-23 | FY22-24 | Variação (%) |
---|---|---|---|
DCS – Média Móvel de Três Anos | US$ 138,1 bilhões | US$ 170,6 bilhões | +23,5% |
Exemplos de Notificações ao Congresso (CNs) de Principais Vendas Comerciais Diretas (DCS) no FY2024
- Itália e Países Baixos – Projeto da Instalação de Montagem Final e Verificação do F-35 na Itália (US$ 6,7 bilhões)
- Japão – Motores F135 para o Ministério da Defesa do Japão (US$ 2,3 bilhões)
- Canadá – Subsistemas Ópticos de Precisão, Conjuntos Óptico-Mecânicos Principais e Componentes/Subconjuntos Ópticos para o Míssil AIM-9X Sidewinder (US$ 1,9 bilhão)
- Polônia – Motores F135 para o Governo dos EUA (US$ 1,3 bilhão)
- Turquia – Suporte para motores de aeronaves F-110-GE-129 para a aeronave TF-X da Força Aérea Turca (US$ 627 milhões)
- Itália, Japão, Noruega – Superfícies e Bordas de Controle da Cauda Vertical do F-35 (US$ 490 milhões)
No final do FY2024, 15.220 entidades estavam registradas junto à Diretoria de Controles de Comércio de Defesa (Directorate of Defense Trade Controls – DDTC) para conduzir atividades de comércio de defesa, um leve aumento em relação ao FY2023.
Os números do ano atual não são previsíveis para vendas futuras, que podem aumentar ou diminuir devido a vários fatores, incluindo flutuações nos orçamentos de defesa estrangeiros, questões de segurança regional e mudanças contínuas na jurisdição de licenciamento do comércio de defesa, resultando em alterações nas tecnologias e nos controles de exportação.
FONTE: U.S. Department of State
Para colocar em perspectiva o que este volume representa, o Brasil exportou, segundo a SECEX, o equivalente a US$ 337 bilhões em 2024.
Para quem não sabe, as vendas FMS, que ajudam a manter o Departamento de Veteranos, que é quem mantém salário e saúde de veteranos e pensionistas.
Já em Terra Brazillis é totalmente o contrário… se consome do próprio orçamento e sobra “merreca”, para a Defesa. Algo totalmente inimaginável e de uma irresponsabilidade tremenda, tanto por parte dos próprios militares, em aceitarem isso como se fosse normal, como por parte do próprio governo, que não se mexe de maneira alguma para resolver isso.
Isso não tem nada sobre irresponsabilidade ou não.
A pensão era do Montepio Militar, que nunca foi deficitário, com todos os “benefícios” que já acabaram.
Esse fundo foi utilizado pra construção de Brasília em troca de se manter no orçamento inativos e pensionistas.
Com o tempo, a tecnologia agregada aos meios militares fizeram a parcela pra manter os meios ficarem cada vez mais exigente. Além disso, inúmeras circunstâncias de ex-combatentes foram agregadas ao orçamento, pela adm federal, nume especia de Bolsa, já q a maioria era mais humilde. Assim, quem lutou, quem defendeu a oraria, quem embarcou em qq navio, quem embarcou só pra ir ao RJ pra seleção etc foram incorporados.
Hoje, direitos CLTistas são caríssimos pra como é a vida dos militares. Torná-los estatutários, inviabiliza 100% a atividade militar.
O que resta é:
– esperar as pensões antigas acabarem
– diminuir os militares de carreira (que está muito grande a diminuição)
– agregar algo aos Fundos das FFAA, pra manutenção das Forças.
Pode devolver o Montepio corrigido também kkkkk
Essa seria uma saída valida para o caso brasileiro?
Qual seria o montante necessário de um fundo de financiamento de vendas militares externas para que a rentabilidade pagasse os custos de aposentados e pensionistas das forças armadas brasileiras?
O problema não são simplesmente vendas.
Os EUA vende, mas não tudo em FMS.
Normalmente, FMS vende o que não está na tropa.
Lá, coisa muito boa não está na tropa.
Aqui…..
O deficit na previdência dis militares e de R$ 50 bilhoes
Vc está somando PM e BM
cara, a questão previdenciária tem que ser reajustada, é inadmissível que a previdência esteja na pasta de defesa, tem que ser criado um regime previdenciário para os militares, independente do orçamento do MD, que deve ser só para pagamento dos que estão na ativa, em países de primeiro mundo é assim.
É a máquina de guerra americana, isso ai gera empregos, gira a economia americana, fortalece seu domínio militar e consequente suas alianças.
Besta é o Brasil que ainda não foi lá e comprou uns 250 abrams..