Rússia rejeita propostas de paz de Trump na Ucrânia
O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que Moscou não apoia as propostas para encerrar a guerra apresentadas pela equipe do presidente eleito Donald Trump.
Em uma entrevista ao veículo estatal russo TASS, Lavrov declarou que a Rússia ainda não recebeu propostas oficiais para acabar com a guerra, mas demonstrou insatisfação com as ideias divulgadas na mídia.
“Não estamos satisfeitos, é claro, com as propostas feitas por membros da equipe de Trump de adiar a entrada da Ucrânia na OTAN por 20 anos e de estacionar forças de paz britânicas e europeias na Ucrânia”, disse Lavrov.
Lavrov também afirmou que Moscou rejeitaria a adesão da Ucrânia à OTAN, independentemente de a Rússia obter ou não territórios na Ucrânia, e pediu por “acordos confiáveis e juridicamente vinculativos” para estabelecer uma paz duradoura.
O principal diplomata russo também expressou dúvidas sobre a capacidade de Trump de restaurar as relações com Moscou.
“Mesmo que Trump tente relançar os laços bilaterais, ele terá que nadar contra a corrente,” disse Lavrov, citando o foco bipartidário em Washington em resistir à Rússia.
Os comentários fornecem um dos relatos mais detalhados até agora do Kremlin, já que o presidente russo Vladimir Putin tem sido mais vago, embora tenha demonstrado abertura para se reunir com Trump.
Lavrov estava respondendo a vazamentos sobre as propostas de Trump para acabar com a guerra, uma vez que o presidente eleito ainda não ofereceu detalhes concretos de seu plano.
Trump, que fez campanha prometendo encerrar a guerra até sua posse, reconheceu a dificuldade de resolver o conflito, mas também prometeu não abandonar a Ucrânia.
“Quero chegar a um acordo, e a única maneira de chegar a um acordo é não abandonar,” disse Trump à revista Time no início deste mês.
Alguns relatos sugerem que Trump cederia territórios no leste da Ucrânia, ocupados pela Rússia, em troca de garantias de segurança reforçadas por tropas de paz europeias. O conflito seria congelado nas linhas atuais.
Trump escolheu o tenente-general aposentado Keith Kellogg como seu enviado para Rússia e Ucrânia. Kellogg declarou publicamente que os EUA deveriam pressionar Kiev a negociar ameaçando suspender o fornecimento de armas, ao mesmo tempo que pressionam Moscou com ameaças de aumentar o envio de armamentos.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e outros oficiais em Kiev afirmaram que desejam garantias reais de segurança, o que provavelmente incluirá a proteção da OTAN. Zelensky fez da adesão à OTAN uma parte central de seu plano de vitória.
FONTE: The Hill
Faz parte do jogo de qualquer tipo de negociação: informações “vazadas” para testar o clima por um lado, pechinchar refutando os pontos vazados por outro.
A proposta é absurda, pois na prática visa obter o que a Ucrânia não conseguiu na guerra ou seja:
Uma perspectiva de entrar na Otan e obter proteção de tropas europeias enquanto isso dentro de seu território.
A Rússia jamais poderia aceitar isso.
Os termos são simples:
Reconhecimento da Ucrânia que a Crimeia jamais foi ucraniana.
Comprometimento por escrito do status de neutralidade onde a Ucrânia jamais faria parte da Otan ou qualquer acordo de defesa sem anuência russa.
E por último reconhecer que os territórios perdidos ficam sob ocupação russa.
Esse é uma acordo justo?
-Não!
Porem o mundo real funciona assim quando as nações não se apercebem de sua condição inata geopoliticamente falando, qual seja; Cuba, Taiwan e Ucrânia jamais teriam ou terão soberania para definir militarmente o que fazem ou farão pois ja nascem ou se encontram na orbita de uma superpotência ou uma potência.
Simples assim.
Essa guerra jamais teria ocorrido se a Ucrânia tivesse se comprometido com Moscou a observar um protocolo semelhante ao que a Finlândia tinha com a URSS.
Mas se deixaram usar como bucha de canhão em nome de interesses norte americanos então agora é tarde…
A URSS levou uma derrota na Finlândia.
Uma derrota obrigando os finlandeses a cederem 11% do território, incluindo o Istmo da Carélia, partes de terras no Ártico e partes de sua fronteira oriental, além de outros duros termos?
Os termos propostos por Stalin:
https://qph.cf2.quoracdn.net/main-qimg-f0a41d8add93e5a81f82865c2ce94a99-pjlq
O que a URSS conseguiu:
https://qph.cf2.quoracdn.net/main-qimg-28d60c3df5d37b559337b9879a9a2527-pjlq
Foram 300 mil mortos e um desempenho medíocre, uma taxa desfavorável de baixas em 5:1 para os soviéticos, mas dificilmente isso é uma derrota para a URSS. Nem mesmo a Finlândia trata isso como vitória, se for uma derrota, será uma derrota para os dois lados, porque esse território perdido representava 10% da indústria, eram usados para agricultura, meio milhão de refugiados desse território capturado, já os soviéticos sofreram com sua imagem arranhada em termos de desastre militar, além disso, proporcionalmente, quem acabou tendo mais baixas foram os finlandeses.
Exato, perfeito. na guerra de inverno tomaram um piau, mas em 44 encostaram mais de 40 divisões na fronteira e a Finlandia foi forçadas a vir pra mesa de negociação entregar 10% do país e outras cositas más.
Desculpa, acabou de ser derrotada agora com a Finlandia na OTAN… Acho que isso que o posto inicial pretendia dizer…
Não foi isso. Ele disse claramente: “A URSS levou uma derrota na Finlândia.”
A URSS se dissolveu em 91.
Foi uma derrota tática, mas um vitória estratégica
Pois é, mas ela foi esperta e entendeu que o tempo e a escala favorecia a URSS no longo prazo, então tratou de buscar o melhor para ela que era ser neutra.
Pois não queria pagar para ver como seria em outra… rs
A União Soviética esmagou aqueles porcos nazistas ! Fez o bigodinho se m#tar respeito ao exército russo e dos aliados rapaz.
E precisa recuar na Ucrânia, ressarcindo todas as perdas que causou
Esta guerra nunca teria acontecido se a Rússia tivesse a mesma relação com a Ucrânia como tem com a Finlândia. Mas o pseudoimperialismo de Putin, algo que já demonstrou várias vezes, não permitiu…
Até me surpreendem estes argumentos depois da campanha de propaganda para “provar” que a Ucrânia não é um país. Não me parece que isso tenha acontecido com a Finlândia…
Poderia ter uma posição como a Finlândia, servir de ponto de ligação entre a UE e a Rússia, mas Putin, com medo de perder o poder e a vida, quis controlar um país através de constantes sabotagens, chantagens, tentativas de assassinatos, fraudes eleitorais, criação de movimentos artificiais de destabilização, etc.
A Rússia teria muito a ganhar com uma relação comercial entre a Ucrânia e a UE. Agora a Rússia é uma fração do que era e sem nenhuma perspetiva de melhoria, mas Putin lá continua…
Mas para constatar o óbvio, a culpa não é da Ucrânia.
Você está pedindo muito em relação ao idiota do Putin. A Rússia tem uma economia do tamanho do Brasil, sempre foram considerados como Ursos… Os que hoje ficou constatado que são ursinhos de pelúcia.
Não é absurdo, considerando que qualquer acordo com os russos é basicamente um apaziguamento derrotista. Essa é a forma americana/ucraniana de conseguirem pelo menos fechar um acordo que valide para sempre uma paz negociada via congelamento comprometido da guerra.
O que essa tentativa de acordo nos mostra é que a administração de Washington está claramente alucinada e confusa, por ventura achando que os russos não estão determinados a cumprirem seus objetivos políticos da guerra, tiveram uma surpresa em 2022, quando os russos se comprometeram com a guerra mobilizando sua indústria e realizando a mobilização parcial do exército depois de uma série de derrotas, em 2023 com a guerra de desgaste e o fracasso colossal da famigerada contraofensiva ucraniana.
O que mais me impressiona não são os EUA, mas a inércia geopolítica da Europa, uma guerra em seu próprio continente e não são nem relevantes na capacidade de negociar um cessar-fogo com os russos, se mostrará ainda mais essa irrelevância europeia, se o Trump conseguir um acordo negociado para o fim do conflito.
Que proposta de cessar fogo pode ser mais razoável do que os Russos recuarem para a fronteira de 2010 ressarcindo a Ucrânia sobre todas as perdas??? Explica uma melhor? Isso é o justo diante de uma nação soberana como a Ucrânia.
Essa proposta ainda entregava a Crimeia pra Rússia
Você tem que sair desse mundo imaginário e idealista e cair na realidade. Isso não vai acontecer. Ninguém vai obrigar a Rússia a assinar um acordo desses. O mundo é injusto mas ainda é assim que as coisas se resolvem nas RIs, o que precisa ser feito agora é cessar as hostilidades, seja para o mal da Ucrânia ou bem da Rússia, todos já estão cansados da guerra, até mesmo os ucranianos, a alternativa é combater até o último ucraniano, considerando que os EUA querem cair fora e a Europa é incapaz de armar nem a si próprio quanto mais a Ucrânia, os últimos ucranianos terão que lutar com paus e pedras.
Justiça não existe na geopolítica.
Kyron, foi dito em outras fontes que os franceses estavam bem envolvidos e reuniões com autoridades russas, ucranianas e americanas ocorreram no Eliseu em Paris.
A França é a ponte (“território neutro”) para as conversas. Não é a parte fundamental do cessar-fogo. Nada mais natural que eles se envolvessem quando o acordo tem chance de ser assinado na França, eles não são a parte vinculativa, porque a França jamais aceitaria qualquer acordo que prejudicasse a Ucrânia, uma vez que eles estão comprometidos com o Plano de Vitória de Kyiv.
Só mesmo uma pessoa sem conhecimento poderia escrever este comentário que é sem lógica e muito partidário no mau sentido mas sem nunca ter enunciado um principio e esse é, “A Rússia invadiu um pais soberano violando a Carta das Nações Unidas e violando o que a própria Rússia tinha reconhecido e que era a soberania e territórios da Ucrânia, posteriormente usando mil e uma razões, cada uma pior do que a primeira, começando por enunciar a fronteira com a OTAN esquecendo que desde a fundação da OTAN a Noruega, país fundador da OTAN faz fronteira com Rússia, passando as razões por defender os russófonos que habitam na Ucrânia, esquecendo que mais de 60% da população de Kharkov ou que o próprio presidente da Ucrânia é russófono mostrando no fim que a única razão é propriamente aumentar o território russo levando ao genocídio da população, cultura e língua ucraniana, com tal a única coisa que a Rússia pode fazer é pegar nas suas tropas e se retirar de todo o território da Ucrânia porque ninguém acredita na palavra de Putin porque já reconheceu a soberania e território da Ucrânia e já se contradisse. Ninguém acredita na palavra dos dirigentes russos que por cada 5 palavras conseguem dizer 6 mentiras, e a não entrada da Ucrânia na OTAN apenas nos diz que a Rússia voltaria a invadir a Ucrânia, Se houvesse muitos países com princípios e valores, ninguém de bom senso apoiaria ou faria negócios com a Rússia mostrando deste modo o erro que cometeram ao invadir a Ucrânia.
Resumido o regime ucraniano é financiado para atender interesses externo e não da sua população o fim desse regime e de seus dirigentes é o exílio .
Quais foram os países que forneceram militares para combater na Ucrânia? Houve muitos voluntários que se ofereceram, incluindo brasileiros como tal não me vais dizer que não foi a população ucraniana que lutou pela sua independência pela sua cultura e pela sua língua e se te recordas das primeiras imagens de alas de militares ucranianos armados com metralhadoras ligeiras tentando tomar posição para defesa da cidade e muitos civis a fabricarem cocktails molotov para defender a cidade, recordas-te também da coluna militar russa de 40km que se dirigia para Kyiv? Coluna que foi destruída com o recurso a canhões da era soviética e a correção de tiro feita com recurso a um drone de um jovem (criança), também não me vais dizer que a Rússia nunca bombardeou escolas, hospitais, nem o teatro de Mariupol, onde estava escrito em russo a palavra “crianças”, mas claro que o teatro foi destruído. e fico doente em ver tanta falta de humanismo ao ver o teu resumo de que o regime ucraniano é financiado para atender interesses externos e não da sua população, e isso só quer dizer falta de lógica, falta de humanidade, falta de valores, e falta de respeito pelas leis vigentes e aqui acrescento o que não disse antes, que este tipo de comentários só podem ser feitos por ignorantes, porque menciona a crise de misseis de Cuba sem saber o que de fato se passou e que resumo apenas por isto, “Krutchev venceu esta contenda mas o que ficou foi a imagem de que Kennedy venceu e nada mais explico sobre Cuba.
Também não disse anteriormente que o Comandante das Forças Armadas ucranianas, General Oleksandr Syrskyi nasceu na Rússia.
Também nada falei sobre a chantagem que a Rússia fez sobre um país membro da UE, um dos poucos que ainda compravam gás à Rússia porque Putin queria que esse país votasse decisões dentro e fora da UE a favor da Rússia e aqui se pode ver quais são os “interesses externos” e claro que estou a falar da Áustria, país que nem membro da OTAN é, mas lamento muito a posição de muitos ignorantes, inumanos e pessoas de má fé em defender o indefensável.
A Rússia nunca bombardeou hospitais e escolas, apenas a mídia que inventou tais notícias
Boa… E o Papai Noel existe e passou aqui em casa nesse último Natal…
P.f. editores apaguem o comentário anterior para que não comece a chamar nomes e quem se acha engraçadinho, porque não é uma opinião, é uma provocação de muito mau gosto.
Se ele não fugir antes do fim da guerra será enforcado pelo seu povo, não tenha dúvida.
de onde veio essa?
Desculpe velho, mas não deu para terminar de ler seu texto.
Não tem relação alguma com ser a favor ou contra a Rússia, trata-se apenas de reconhecer como funciona a geopolítica, simples assim…rs
Anuência da Rússia ? Kkkkk
É justo sim, melhor que a Rússia ficar atolada numa guerra contra um país praticamente de terceiro mundo enquanto todas as outras potências continuam evoluindo e reestruturando os setores militares.
Para os simplistas, que acreditam (e acreditaram) nas propostas mirabolantes de milionários e bilionários falastrões.
O populismo do século XXI.
A proposta não seria do Trump mas da sua equipe liderada pelo Keith Kellogg, nome que apareceu no texto acima… entao nada de populismo bilionário. A ideia seria sair logo desse conflito porque hoje a região de maior urgência seria Taiwan e o mar sul da China onde um conflito pode estourar nos proximos anos.
O Trump gostaria de ver o fim do conflito na Ucrania porque na visao dele e de parte da sua equipe como o seu vice esse conflito nao leva a nenhum real ganho estrategico, mas o presidente também terá que lutar contra o aparato de segurança incluindo a CIA que está investido em enfraquecer a Russia permanentemente desde o fim da Guerra Fria, estratégia liderada por Brzezinski nos anos 90, essa que visa converter lentamente todo o pacto de Varsovia em OTAN e deixar a Eurasia sob controle ocidental.
A Rússia não precisa de ajuda nenhuma para se enfraquecer…
Essa a questão fulcral, como bem disse:
“mas o presidente também terá que lutar contra o aparato de segurança incluindo a CIA que está investido em enfraquecer a Russia permanentemente desde o fim da Guerra Fria, estratégia liderada por Brzezinski nos anos 90, essa que visa converter lentamente todo o pacto de Varsovia em OTAN e deixar a Eurasia sob controle ocidental“.
Portanto, a promessa de acabar com a guerra no 1º dia do mandato lembra Brasil x URSS em 1962, só faltou combinar com a indústria bélica, com a doutrina de segurança e com os russos.
Att.
Brasil x URSS foi na Copa de 58.
Nenhum auxiliar alça voo seu seu líder deixar, ainda mais em se tratando de Trump e seus seguidores, cuja lealdade é…..é…. bom, deixemos assim.
O problema é que tem gente que realmente acredita que Trump sabe de todas as coisas e pode resolver tudo. Bravatas à parte, o problema é que ele, Trump, se acha capaz de resolver tudo….
Queria que posição??? De fraco??? Os EUA já conseguiram o que queriam, a Rússia já se auto destruiu. Agora tentar negocia apenas o justo que o recuo incondicional da Rússia, que até agora está tendo sorte, se fosse comigo o recuo deveria ser o das fronteiras de 2010, antes das agressões russas começarem a acontecer, se bobear pediria para a Rússia devolver os artefatos nucleares que estavam de posse da Ucrânia.
A indústria americana está doida para que isso aconteça, até agora não morreu um soldado americano na Ucrânia e a indústria de defesa está bombando. Uma guerrinha no mar da China seria uma ótima ocasião para vender mais algumas centenas de milhares de Javelins e outras coisinhas mais, segue o jogo. Na Europa a Rússia sempre teve o controle de seu território, nunca ninguém quis invadi-la. Isso nunca foi um problema, os Europeus sempre quiseram tudo, menos se meter em encrenca com seus vizinhos diretos. Já na China eles estão fazendo as contas, diante da carnificina acontecida nas pradarias Ucranianas qual será o custo em vida por quilômetro percorrido que suas tropas irão ter que enfrentar… Sempre fico a imaginar os milhares de lanchões de desembarque sendo atingidos por dezenas de milhares de Javelins e outros congêneres. A China deve estar a fazer suas contas.
Verdade, é uma situação que afeta tanto os Russos, como os Americanos.
E muitos outros…
Para os simplistas que acreditam, acreditaram e sempre acreditarão que propostas mirabolantes devam ser levas a sério e não sirvam apenas como balão de ensaio ou manobra diversionista para sondar intenções.
Ah se a vida fosse tão simples assim…..
Pois é.
Aqui no Brasil é pior.
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EDITADO
Quanto ao tema da matéria, provavelmente os dois lados vão ter que ceder um pouco.
O maior tiro no pé que os EUA deram foi esta guerra, acabaram lançando a Rússia no colo da China, agora ela é vassala da China, temos a maior potencia econômica do mundo com a maior potencia nuclear juntas.
Essa guerra atendeu a demanda da indústria bélica dos EUA a curto prazo porem geopoliticamente foi um desastre a longo prazo, os EUA precisava da Rússia neutra servindo como bloqueio para a ascensão militar chinesa.
Agora ferrou tudo !
As características nucleares da Rússia não são um fator primordial que beneficie a sua relação com a China, a menos que suas armas nucleares estejam sincronizados e integrados, mas mesmo se isso fosse verdadeiro, ainda é uma peça inferior ao que mais importa no contexto com a China: o acesso geográfico no Pacífico.
A China esta aumentando o seu arsenal nuclear, com a Rússia ao seu lado os EUA não podem fazer nada, os EUA precisavam de uma Rússia neutra ou ao seu lado, agora a Rússia só tem negocio com a China praticamente, quem vai poder com a China, os EUA deveriam fazer a Rússia de contra peso e não de inimigo
Essa situação de maior ou menor potência nuclear simplesmente não importa, todos ali tem capacidade de garantir a destruição mútua.
Está importando para a China. Se a China estivesse confiante o suficiente da garantia MAD, eles não estariam procurando aumentar drasticamente o seu inventário nuclear, o número atual já deve ultrapassar as 600 ogivas, de acordo com o próprio documento CMPR 2024, relatório que enfatiza informações sobre o PLA até a data do início de 2024, o que representa uma grande desatualização em relação aos eventos recentes do PLA, considerando sua capacidade produtiva e acumulação militar.
600 ogivas não garante o MAD quando seus adversários somados (EUA e Rússia) tem quase 15x isso.
Pois é… mas os americanos acham que podem enfrentar a China e conter a Rússia, isso é chamado oficialmente de “Out-Competing China and Constraining Russia”, no documento National Security Strategy do ano de 2022.
https://www.whitehouse.gov/wp-content/uploads/2022/10/Biden-Harris-Administrations-National-Security-Strategy-10.2022.pdf
Precisa lembrar que na contenção da Rússia, os EUA têm apoio da Europa. Só na região da eurozone há 5x mais europeus do que russos (700 milhões x 140) e economicamente a diferença é de uns US$ 15 tri para a eurozone e US$ 1,8 para a Rússia. No fundo, os EUA não precisam conter a Rússia, os europeus conseguem fazer isso com um pouco mais de esforço.
Vdd papel aceita tudo .
Entretanto, quem justamente acaba levando o maior fardo da defesa continental da Europa ainda são os americanos por obrigração, por uma grande margem. Os membros europeus da OTAN ainda dependem de garantias de segurança dos Estados Unidos e até agora não estão dispostos e não conseguem fornecer à Ucrânia apoio militar suficiente ou mesmo obter capacidade para defender a Europa por conta própria, o que vc está falando pode ser útil daqui a alguns anos, não é a realidade atual agora, mesmo com essa economia enorme e a vontade de ser autônomo em relação aos EUA. Na verdade, isso em si é um problema, porque a base industrial da Europa é dependente da base industrial americana, isso tocando no assunto em termos de tecnologia avançada. Eles incluem defesa aérea e de mísseis integrada, artilharia de precisão de longo alcance, reabastecimento aéreo, aeronaves de transporte tanto para tropas quanto para equipamentos pesados como CC e blindados, aeronaves de vigilância aérea, drones ISR e satélites de inteligência.
Já a comparação do fator econômico ainda está deixando de considerar algumas questões. O que importa não é o tamanho do PIB, mas sim sua capacidade industrial para sustentar uma guerra, a Europa está muito longe ainda do cenário ideal para sustentar uma guerra prolongada, a OTAN europeia só pode combater uma guerra curta, ainda levará anos para adequar a base industrial para sustentar a crescente força militar da OTAN na Europa. Além disso, desconsidera também que em termos de PIB e gastos militares, a Rússia é autossuficiente na tecnologia militar, o que está longe de sofrer variação cambial como países importadores sofrem, porque tudo o que eles constroem, constroem pagando em rublos, não em dólares ou euros, o melhor método para quantificar a economia russa por meio dos gastos militares é o método PPC, o que pode diminuir em muito essa diferença de 10x.
Além disso, o ingresso da Suécia e Finlândia para a OTAN, foi apenas mais um motivo para os EUA ainda permanecerem carregando o maior fardo da aliança, uma situação que pouco mudará no contexto da arquitetura de segurança europeia no futuro próximo, o que está em sintonia com o que foi dito em um podcast de Dmitri Alperovitch conversando com Franz Stefan Gady:
https://geopolitics-decanted.simplecast.com/episodes/why-europes-dependence-on-the-us-military-will-not-change
Kayron,
Tudo é uma questão de necessidade e vontade política. Os Europeus têm a capacidade humana e econômica de confrontar os russos sozinhos e com sobra. A questão é que hoje eles não precisam, porque é bem conveniente para eles ver os EUA bancando a conta, mas se os EUA reduzirem seu papel, isso volta a ser uma necessidade. Não se iluda, a Europa tem muito mais capacidade industrial do que a Rússia, a diferença é que os russos estão convertendo sua economia para esforço de guerra – 30% do orçamento russo é defesa – e os europeus não, porque não precisam. Ninguém acredita realmente que a Rússia vai tentar invadir a Europa, isso daí é um show para animar as torcidas.
Tudo é uma questão de necessidade, vontade política e capacidade de efetuar tais políticas. Se é conveniente para eles continuarem a dependerem dos americanos para sua defesa do continente, então a vontade política não serve para nada. O continente europeu é um enorme caldeirão de contradição, por exemplo, os estados pequenos dependem muito mais dos EUA para sua defesa do que os países mais relevantes da Europa como UK, França, Itália e Alemanha, isso cria uma enorme cisão dentro da própria UE, não me refiro apenas ao fator de implantação de unidades permanentes ou rotativas americanas nesses países para fator de equilíbrio regional, mas também de sua integração com os sistemas americanos de combate, o próprio programa F-35 é um enorme exemplo dessa dependência europeia com os americanos que seguirá por décadas, independentemente do que os europeus façam para mudar esse quadro de dependência americana no papel da segurança europeia. É exatamente esses caminhos separados em relação aos projetos militares na Europa que o bloco europeu nunca alcançará os objetivos de criar capacidades próprias efetivas para defender seu próprio continente.
No papel, a aliança da OTAN europeia nunca esteve tão bem preparada contra a Rússia, mas na realidade está aquém até mesmo de suas necessidades básicas. Os membros estão alcançando a meta de gastar 2% do PIB com Defesa, mas isso já está sendo afirmado como sendo um gasto insuficiente para comprometimento de uma aliança cada vez maior, considerando o cenário geoestratégico, há diversas preocupações também sobre quão efetivamente esse dinheiro poderia ser gasto. Como a maioria das indústrias, o setor de defesa é nacional, e os estados-membros encomendam armas e munições independentemente uns dos outros. Isso causou um mercado fragmentado. Sem consistência e economias de escala, o processo torna a aquisição mais lenta e mais cara.
Mais um exemplo pra ti:
Fonte: https://www.ft.com/content/b7c7e0f2-00be-4b04-b6b4-098ed2985b8d
Países da UE tiveram 78% de suas compras militares de países terceiros, o que significa que as economias (e a BID da Europa) do bloco não se beneficiaram do aumento dos gastos com defesa.
Como vc acha que essa compra fragmentada afeta a capacidade operacional e interoperabilidade do bloco?
A grande variedade de sistemas e equipamentos implantados torna isso difícil a integração e operação conjunta do bloco europeu, a Alemanha, França e Polônia — as maiores potências terrestres da aliança — cada uma opera um CC diferente. Por isso, a Europa criou o European Commission’s European Defence Industrial Strategy (EDIS), mas a validade finda em 2035, são 10 anos para atingir um comércio militar que garante pelo menos 50% das compras sejam feitas para a indústria europeia, diminuindo a importação, aumentando as compras colaborativas de defesa. Até lá, o contínuo reforço militar da Rússia ressalta a ameaça que Moscou ainda representará na Europa, mesmo depois de quase três anos sangrentos de impasse no leste da Ucrânia.
A Europa tem capacidade de implementar uma política de defesa séria, o que eles não tem, pelo menos até o momento é necessidade de comprometer seus orçamentos com isso. Até agora a Europa estava sob o guarda chuvas dos EUA. Mas os EUA agora têm um oponente que tem capacidades econômicas, militares e tecnológicas muito maiores do que os russos têm ou mesmo a URSS tinha – e do outro lado do mundo.
Cada vez vai ficando mais claro que os EUA não vão conseguir manter esta situação de ser uma babá dos europeus em termos de defesa e no fundo, aos europeus cabe fazer a parte deles. Potencial humano, econômico e tecnológico os europeus têm de sobra para conter a Rússia e reverter o desastroso legado da Angela Merkel na questão de Defesa e de energia. A decisão dela encerrar a energia nuclear na Alemanha – um país em que nunca houve um acidente nuclear sério dada a excelência dos projetos e da operação – antes de completar a transição energética é uma das maiores idiotices de política energética já vista.
Vai acreditando que soldados portugueses, gregos, holandeses etc num “exército europeu” vão querer marchar em direção a Leste…
Eu acho que as pessoas se enganam. Tinha gente achando que os russos venceriam a guerra em semanas..
Ninguém quer mas é assim que se fazem as guerras.
Uns começam e normalmente são outros que as acabam…
Poderiam dizer o mesmo na segunda Guerra mundial, que franceses, ingleses, americanos, poloneses, noruegueses, holandeses, gregos, iugoslávos, russos, georgianos etc n poderiam lutar contra o msm inimigo de maneira coordenada, mas conseguiram. Isso é ilusão que vi mt o Farinazzo dizendo, é um cope pra tentar justificar que a OTAN não ganha da Rússia msm eles tendo uma coordenação absurda (como vimos em 91 e 2003), muito mais recursos, tecnologia, etc
Concordo, mas não acho que os russos vão concordar com esse papel secundário por muito tempo…. Na primeira tropeçada da China, pulam fora.
Os russos não têm realmente muita escolha.
Não conte com essa amizade russa e chinesa kkk, eles tbm são rivais embora agr estejam próximos. Inclusive uma TV estatal chinesa postou imagens de áreas russas e Vladivostok como sendo chinesas esses dias
Pelo que eu sei, não foi exatamente isso que ocorreu.
A embaixada russa postou um vídeo no Weibo em 2020 celebrando o aniversário de Vladivostok, o que gerou uma reação negativa na China, porque os chineses consideram isso como parte do Século da Humilhação.
Teve jornalista do canal CGTN e diplomatas chineses reagindo ao vídeo postado pela embaixada russa na China, dizendo que essa cidade antigamente era chinesa, Haishenwai, defendendo a exclusão do post no Weibo dessa comemoração russa do aniversário da cidade.
China e Rússia não tem mais disputas de fronteiras. Só alguns nacionalistas loucos da China que ainda defende que a China deveria recuperar todos os territórios chineses perdidos no Século da Humilhação, como Mongólia, Haishenwai, Taiwan e outros territórios na parte ocidental do país em disputas atualmente com Butão e Índia. O lado bom é que eles estão fora do processo decisório político do PCCh.
Isso ocorre de tempos em tempos na China porque é uma forma de aliviar a pressão interna da ala nacionalista do PC chinês. Para esta ala, todos os tratados pelos quais a dinastia Qing cedeu territórios são “tratados injustos” e devem ser anulados. A região de Vladivostok era chinesa até 1858 quando foi cedida à Rússia pelo tratado de Aigun, após a Rússia ameaçar uma invasão à China, que estava naquele momento enfraquecida. A ala nacionalista do PC chinês o inclui entre os “tratados injustos” a serem anulados.
Seria o 3º tratado, depois de Budapeste e de Minsk?
Se a Ucrânia não entrar na OTAN, e fizer um acordo sem isso, é questão de tempo para a Rússia voltar a ataca-la, foi assim na Chechênia, foi assim na própria Ucrânia, provavelmente será na Geórgia.
Ironicamente, entrar na OTAN, significaria uma Ucrânia com umas forças Armadas mais fracas e não entrar implicaria o inverso e tropas estrangeiras estacionadas permanentemente no seu território.
A Geórgia já está com tropas russas em seu território a pedido do “governo”
Com a diferença que a Chechênia era parte da Federação Russa, a Ucrânia não. A situação ucraniana é bem mais complexa.
Os russos ja demostraram inúmeras vezes que não respeitam acordos ou contratos, a única noticia boa disso tudo é que a Ucrânia está levando a russia pro buraco junto com ela. o autocrata russo nunca vai aceitar acordo algum que não seja a capitulação da Ucrânia. se fizer isso cai da escada.
A Rússia acreditou que, ao usar a falácia de que as populações russas na Ucrânia estavam sendo atacadas, poderia justificar a invasão de um país livre. No entanto, essa estratégia tem custado o cargo de Putin e levado à derrocada econômica da Rússia.
Agora terá que conviver com a possibilidade da OTAN ter tropas na fronteiras ucranianas.
O tiro saiu pela culatra !
O acordo já foi fechado. A Síria foi entregue e a guerra vai ficar congelada nos frontes de batalha e sem adesão da uk a Otan. Isso é jogo de cena para não estragarem o negócio.
Exelente estimativa. Pelos próximos 5 anos vai funcionar bem. Depois de acertar a produção de insumos para artilharia e material bélico para “contenção”, além de recalcular a produção de míssil anti aéreo e reposicionar os esquadrões de F35, a OTAN vai arrumar alguma treta secundária e tudo volta ao TO atual…. Com a Criméia em foco.
O Homem Laranja ainda vai provar ao mundo que suas próprias promessas não levarão a nada.
ainda vai?
Pronto, o laranjão nem assumiu o mandato e sua primeira promessa de Campanha, tosca né, já não foi cumprida…
Claro que a Rússia não aceitaria.
Alguém acreditou que essa proposta fosse crível?
A única paz que é possível alcançar será com a Ucrânia como um estado fantoche de Moscou.
Tropas inglesas ou da Otan na Ucrânia seria o motivo pelo qual se iniciou essa guerra.
No final a sustentação da Guerra pelo Ocidente definhará por exaustão das capacidades humanas ucranianas.
A continuação da Guerra não trás nenhum fato novo para os Russos, mas trás um fator de preocupação para os americanos que deveriam estar focando na China.
Mesmo com o governo Trump, o fator tempo joga a favor dos russos.
Basicamente a proposta que o Robert Fico antecipou, durante a visita ao Brasil, que era especulada pro conflito, com a diferença da perspectiva longínqua de entrada na OTAN:
https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/mundo/ocidente-arrastou-ucrania-para-a-guerra-mas-pode-trai-la-diz-premie-da-eslovaquia/
“Alguns relatos sugerem que Trump cederia territórios no leste da Ucrânia, ocupados pela Rússia”
Que coisa, a Ucrânia não tem mais territórios, já são dos EUA, e tomou sem guerra….
Trump quer desligar por pelo menos 20 anos o moedor de carne Rússia vs Ucrânia!!
Como o Sr. Trump ainda não tomou posse, ainda dá tempo para ele acabar com a guerra logo no primeiro dia.
O acordo é simples, a Rússia recua para as fronteiras de 2010 e ressarce os prejuízos causados a Ucrânia, sejam materiais e/ou pessoais. De que outra forma seria? Se a Ucrânia será da OTAN ou não isso não é um problema russo. Esse idiota do Putin tem é que se explicar para o povo russo a besteira que fez, e entender de uma vez por todas que a OTAN nunca teve intenções de invadir a Rússia. Oi já teve? Alguém me explica isso por favor, à mais de 50 anos os Europeus literalmente abaixaram a guarda diante da patética Rússia. Uma economia de papel que se mostrou que realmente não era nada com que se preocupar.vamos extrapolar numa situação hipotética: a Argentina invade o Brasil, toma o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mata civis, estupram nossas mulheres, raptam nossas crianças e destroem tudo que vêem… Aí o Putin proporem que a Guerra pare e que as Argentina fique com o Rio Grande do Sul (pela proximidade dos povos e costumes centenários). Devemos aceitar numa boa. Se humilhar e falar… “Beleza véio”????
Pergunta of Topic: o blog irá falar sobre a Operação Deep Layer de Israel na Síria? Acho que seria legal, além do desmantelamento da estrutura de fabricação de mísseis iranianos na Síria a operação também abarcou a destruição de amplo material de guerra de posse das forças do Assad, inclusive com destruição de material russo naquela redondeza… Acho que seria legal, pois os “céus da Síria” sempre foram de todos nós. É Israel voltando a ter um ativo e funcional setor de inteligência.
A proposta foi bem razoável pra Rússia, anexação da Crimeia, fim das sanções, atraso em décadas da adesão da Ucrânia na OTAN e o Donbas se tornaria uma região autônoma dentro da Ucrânia, a Rússia teria praticamente tudo que queria em 2015
O problema é que não estamos mais em 2015. Com a invasão na Ucrânia, dificilmente eles aceitarão qualquer acordo que não seja os objetivos políticos iniciais que eles oficialmente queriam, isso só será assinado em acordo com a OTAN ou a Ucrânia oferecendo garantias vinculativas permanentes. Os russos não irão aceitar garantias temporárias não vinculativas.