Pela primeira vez, Forças Armadas integram sistemas estratégicos de C3 em simulação de conflito
Exercício de interoperabilidade multidomínio no Rio Grande do Sul conecta Marinha, Exército e Aeronáutica em fase final do desenvolvimento do Link-BR2 pela AEL Sistemas
Em um marco para a defesa nacional, programas estratégicos do Ministério da Defesa comprovaram sua capacidade de integrar comunicações, comando e controle das operações do das três Forças Armadas, em uma simulação de cenário real no Rio Grande do Sul, fortalecendo a capacidade de resposta operacional do país.
Durante o exercício, realizado pela primeira vez nesta sexta-feira, foram utilizados os sistemas Link-BR2, liderado pela Força Aérea Brasileira; RDS Defesa e GCB, operados pelo Exército Brasileiro; e Multi Data-Link Processor, coordenados pela Marinha do Brasil.
A campanha, baseada no êxito de ensaios do sistema Link-BR2, testou a robustez das tecnologias desenvolvidas nos programas estratégicos quanto ao compartilhamento de informações e mensagens, além do envio de ordens e comunicação por voz entre aeronaves, viaturas e embarcações militares, integradas por uma estação multidomínio de Comando e Controle. O evento teve a participação do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno e membros do Alto Comando da FAB.
Os testes fazem parte da fase final de integração do Link-BR2, sistema de comando e controle de tecnologia nacional, desenvolvido para a Força Aérea pela empresa AEL Sistemas. O ensaio simulou conflitos, integrando a quadro operacional entre os domínios aéreo, terrestre e naval, aumentando a consciência situacional, por meio do compartilhamento de dados e voz em altas taxas e em tempo real.
Rádios MARC foram instalados nas aeronaves e plataformas de solo da FAB. Já as viaturas do Exército receberam Rádios RDS-Defesa, do Centro Tecnológico do Exército (CTEx), e o Tablet Robustecido Veicular “ETC”, integrando o Link-BR2 do domínio aéreo ao domínio terrestre por meio do Gerenciador do Campo de Batalha (GCB). No domínio naval, a Marinha, por sua vez, completa a comunicação com um rádio MARC instalado em uma Estação Data Link de Comunicação do Sistema Link-BR2, incluindo o Multi Data Link Processor (MDLP), desenvolvido pelo Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV). As tecnologias foram embarcadas no Navio de Apoio Oceânico Mearim, embarcada no litoral de Rio Grande (RS).
Simulação
O cenário para testar a comunicação entre as Forças foi dividido em eventos fictícios. No treinamento, um helicóptero consegue realizar um ataque para desinterditar e retomar pontes ocupadas. Caças abatem outras aeronaves invasoras. Um blindado do Exército pode receber um vídeo de um binóculo termal, com as imagens de tropas de Forças Especiais inimigas desembarcando no território. Por fim, ainda há uma simulação de neutralização de voo de helicóptero, interceptado por um caça. Todas essas situações são transmitidas em tempo real para o Comando Conjunto, de onde sai a ordem para a operação.
O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, comentou que o Link-BR2 é um sistema de comunicação que engloba todos os equipamentos, das três Forças, capitaneados pela Defesa. “Passamos uma fase muito importante com o desenvolvimento do sistema. Agora, a partir da certificação do produto, teremos a possibilidade de executá-lo em nossas Forças”, avaliou.
Damasceno pontuou que o sistema já está previsto para todas as aquisições que ocorrem dentro do projeto F-39 Gripen. “Essa tecnologia já consta no contrato com a Saab, em interligação com a AEL Sistemas, para que a gente possa utilizar a tecnologia em todas aeronaves em breve”, sinalizou o Comandante.
O Presidente da AEL Sistemas, Gal Lazar, ressaltou que a demonstração coloca em prática a integração de projetos estratégicos de comunicação alavancados pelo Ministério da Defesa, com forte participação dessa indústria. “Nesse exercício podemos ver todos operando em conjunto, em um mesmo cenário operacional, demonstrando as capacidades de integração dos sistemas de comunicação e comando e controle, bem como a sinergia em um cenário complexo que reflete os desafios dos campos de batalha atuais”, comenta.
Para Gal Lazar, o Link-BR2 traz uma nova visão de guerra centrada em rede, trazendo mais potencialidades para o caça F-5 e conectando a FAB às tendências mundiais. “Por fim, temos ganhos também para as Forças Armadas como um todo, que irá operar em sintonia, e para o Brasil, que coloca sua indústria no estado da arte”, concluiu o Presidente da AEL Sistemas.
Link-BR2
O Link-BR2 é um sistema de C4I (Comunicação, Comando, Controle, Computação e Inteligência) tático desenvolvido pela AEL Sistemas para a Força Aérea Brasileira, projetado para oferecer comunicação, comando e controle de forma segura, confiável e interoperável em ambientes operacionais de alta complexidade. Ele utiliza criptografia no estado da arte para proteger as informações e garantir que elas sejam acessíveis apenas a usuários autorizados. O sistema suporta múltiplos modos de comunicação, incluindo voz e dados, e foi projetado para operar eficazmente em condições adversas, como um cenário de batalha. O sistema foi desenvolvido pela AEL Sistemas em parceria com a Kryptus Defesa e Segurança e a Aeromot Aeronaves. O Link-BR2 também se encontra em fase final de integração com a aeronave F-39 Gripen em parceria com a empresa Sueca SAAB.
Entre outras aplicações, essa tecnologia pode ser amplamente investida em missões reais como monitoramento de fronteiras, combate ao tráfico ou resgate em áreas remotas. Pode, ainda, ser instalada em vetores com sistemas de guerra eletrônica e radares de alta capacidade, como o avião E-99 da FAB. Em resumo, o Link-BR2 pode estar instalado nas mais diversas plataformas, expandindo a capacidade de comunicação, aumentando a consciência situacional e a eficiência nas mais diversas missões.
RDS Defesa
O RDS Defesa é um programa do Ministério da Defesa criado para desenvolver um Rádio Definido por Software para ser o meio de interoperabilidade de comunicações das operações das Forças Armadas. A AEL é a empresa responsável pelo desenvolvimento do RDS que é liderado pelo Exército Brasileiro por meio de seu centro tecnológico (CTEx – Centro Tecnológico do Exército). O RDS Defesa recebe aplicações de Forma de Onda táticas desenvolvidas no Brasil, bem como algoritmos de criptografia de estado sendo o meio de comunicação mais apropriado para as redes táticas de defesa.
GCB
O Gerador de Campo de Batalha (GCB) é um sistema de Comando e Controle (C2), desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento de Sistemas (CDS) do Exército Brasileiro, com foco no combate continuado, tem a finalidade de apoiar elementos embarcados em viaturas operacionais – Subunidades e suas frações, além de Posto de Comando Tático (PCT) de Unidades, possibilitando a formação de consciência situacional, por meio da localização de forças amigas e inimigas, bem como a comunicação entre as viaturas por mensagens de texto.
MDLP
O Multi Data Link Processor (MDLP) é um conjunto de gateways, desenvolvido pelo Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV) da Marinha do Brasil, que permite a troca de mensagens entre diferente enlaces de dados táticos (EDTs), como por exemplo entre os links táticos Yb e Sterna da própria Marinha, ou mesmo redes táticas empregadas durante Operações Conjuntas das Forças Armadas Brasileiras.
Sobre a AEL Sistemas
A AEL Sistemas é uma empresa brasileira que, há 40 anos se dedica ao projeto, desenvolvimento, fabricação, manutenção e suporte logístico de sistemas eletrônicos militares e espaciais, para aplicações em plataformas aéreas, marítimas e terrestres. Atualmente, participa do desenvolvimento de diversos Projetos Estratégicos das Forças Armadas do Brasil e dos principais programas de Comando e Controle do Ministério da Defesa, como: LinkBR2, STERNA, SIC2MB e RDS Defesa. Atualmente, a empresa é considerada um Centro de Excelência em Tecnologia de Defesa.
DIVULGAÇÃO: FSB
C3, drones e ATGM’s.
O EB, a passos tímidos, finalmente entrando no séc. XXI.
Pra quem exige 100% de nacionalização, sabe q não é passo tímido.
Se o Link-BR e esse sistema C3 realmente são 100% nacionais, então é digno de parabenização e sua demora é justificável.
Não são. Muito pouco disso é desenvolvido no Brasil (e não teria como ser, é de uma complexidade absolutamente fora do escopo da indústria nacional. Pouquíssimos países são capazes de produzir isso do zero ‘nativamente’, todos são potências militares). Isso é uma solução de comunicação vendida pela Elbit. Só ir lá no site internacional deles que tem foto inclusive do nosso F-5 no material promocional como exemplo de integração e tudo mais. Alias tem material promocional com ator usando uniforme do EB como exemplo e tudo.
Ter domínio e controle é uma coisa (tem as chaves criptograficas e tudo mais). 100% de nacionalização é outra. Quase tudo é importado mesmo. E não tou criticando. Sempre fui a favor de comprar fora o que tem de bom, já se perdeu muito tempo se desenvolvendo coisas muito abaixo do nível internacional simplesmente por serem “100% nacionais”. E continuam. 40 anos pra se desenvolver míssil é o resultado disso. Ou mais tempo pra não entregar nem isso. Se isso aí saiu é porque se contratou uma solução pronta que é customizada pra cada cliente.
Aliás, as concorrentes também vendem soluções parecidas (Rafael, IAI). E também, muito mais avançadas. Caso o Brasil esteja satisfeito e queira avançar (precisa deixar a política de lado), já tem no catálogo há muitos anos, é só implementar (sistemas de aquisição de alvo, sensor-to-shooter, essas coisas). O da Elbit se chama “Torch-X”. Mas tem que ter bala na agulha… coisa que, a gente não tem.
Caso alguém tenha duvida: o HMD “nacional” do Gripen é o “Targo” da Elbit, que qualquer país (quase qualquer né) pode pedir pra empresa. Mesma coisa com qualquer outro HMD da AEL. Ele só é montado aqui, a gente não fabrica boa parte dos componentes, obviamente, mas aí quase ninguém fabrica esses componentes eletrônicos no mundo. nossa fábrica de “chips nacionais” tá lá parada.
O pessoal tem que aprender a diferenciar coisa “fabricada no Brasil” (que pode ser só montada aqui) de “100% nacional”. Vão sair as Tamandaré e vai ter gente dizendo “ah mas pelo menos foi 100% nacional”. E nem 50% dos componentes vai ser. Que dirá quanto foi desenvolvido aqui (quase nada).
Dez anos, para colocar em operação um sistema de integração como o Link-BR2 não é muito. Sabendo como andam os programas nos Brasil, foi inclusive bastante rápido. Isto principalmente motivado pelo seu grau de importância.
Entrar em operação, aplicar como doutrina e depois integrar com sistemas terceiros é um desafio a parte.
Como sempre atrasado.
Pois é né.
Antes tarde do que nunca.
Não sei porque as coisas demoraram tanto na FAB, MB, EB?
Pouquíssimos países tem isso com origem nacional.
Fora do Eixo Otan – antiga URSS e China, ninguém tem um sistema desse próprio.
Nem nós, é da Elbit, só é montado aqui.
Parabéns ao MD. Ver um projeto dessa complexidade chegando a fase de teste de integração é uma grande vitória para a nação brasileira, considerando que é uma tecnologia sensível que teve de ser desenvolvido em sua totalidade por engenheiros brasileiros, com orçamento pífio, com embargos de todo tipo, contra uma cultura política anti-defesa e contra a cultura institucional das forças de pouca interoperabilidade (parece óbvio que as forças deveriam adotar meios de comunicações interoperáveis, mas a realidade que se impõe é adversa por fatores políticos e operacionais). Mais uma vez, parabéns aos envolvidos.
A AEL é subsidiária de um grupo estrangeiro. Está envolvida num programa importante como este (E outros). Como funciona a proteção de dados? Por estar envolvida no projeto, Israel (E por consequência, americanos e europeus) não poderiam espionar facilmente? Me pergunto porque jamais imaginaria EUA, China e Rússia confiando sistemas críticos do tipo a empresas estrangeiras.
Se o SERPRO desenvolver vai demorar mais algumas décadas e a possibilidade de ser invadido é maior (porque não tem experiência com isso, ninguém no Brasil desenvolve esse tipo de coisa). Todo sistema informático é passível de invasão (e praticamente todos são), o Brasil é dono das chaves e da criptografia.
Empresas (principalmente de capital aberto) se sustentam na credibilidade dos seus produtos. O compromisso da Elbit é com os acionistas, não com teoria da conspiração ou com governos (apesar de ter que obedecer a restrições de exportação por ex.). O mesmo vale pra todas as outras empresas do tipo. Pelo menos no ocidente. Na Odebrecht/NOVONOR (do consórcio militar nacional, se bem lembrarmos) eu confio muito menos. Mas é 100% nacional. Então aí vai de cada um em quem vai confiar ou não.
Disse tudo, se tem Odebrecht envolvida, já sabemos do final da história, a cumpanheirada ganhando dinheiro do setor de operações estruturadas, compromisso zero com o Brasil.
Não há proteção e países sérios nunca permitiram a venda da AEL para países estrangeiros. É impossível garantir que o sistema não possa ser desativado, explodido ou atrapalhado a partir de Israel e as Forças Armadas brasileiras só demonstram sua incapacidade de pensamento estratégico.
Considero esse programa como fundamental, imprescindível para as nossas forças armadas, você pode ter os melhores MBTS, caças, mas se isso tudo não funcionar integrado, só serão alvos e equipamentos perdidos num conflito de media e alta intensidade. Espero que esse sistema C3 seja implementado o quanto antes em toda nossa tropa.
Finalmente os projetos estratégicos das Forças Armadas, começam a se tornar realidade! Muitas destas tecnologias começaram a ser desenvolvidas nos anos 90 ainda! Mas agora coloca o Brasil na estratégica capacidade de guerra sentrada em rede!😀😀
„ In 2001, Elbit Systems Group completed its purchase of Aeroeletronica, a Brazilian company in the defense industry.[48] In January 2011, Elbit announced that it had bought two additional Brazilian companies: Ares Aeroespecial e Defesa and Periscopio Equipamentos Optronicos.[49] „
Infelizmente, a AEL Sistemas é um exemplo de completa insegurança estratégica, a empresa foi vendida para o capital estrangeiro ( israelense), não há como confiar em caso de conflito , vide o caso dos pagers do Líbano. O Brasil não tem mecanismos de defesa contra a aquisição de empresas estratégicas por capital estrangeiro. Vai tentar comprar a Lockheed Martin ou a Elbit e veja se consegue.
Exército anuncia compra de 100 mísseis americanos FGM-148 Javelin e novos blindados: Armamentos foram fundamentais para Ucrânia deter ofensiva russa no começo da guerra – Revista Sociedade Militar, Procede??
Ucrania ?
Isso é alguma piada ?
A Russia está cansada de destruir os equipamentos da OTAN … E Ela faz isso usando só _______________________
E os Javelins serviram ________________________
EDITADO:
4 – Não escreva em maiúsculas, o que equivale a gritar com os demais. As maiúsculas são de uso exclusivo dos editores para dar destaque às advertências nos comentários eventualmente editados ou apagados.
desculpe moderação
Resta saber se a OTAN “ouvirá” tudinho, ou não, com suas poderosas antenas em Ascensão…