Putin aprova doutrina nuclear revisada da Rússia
Míssil balístico intercontinental Sarmat, da Rússia
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que aprova os Fundamentos da Política Estatal no Campo da Dissuasão Nuclear, a doutrina nuclear revisada da Rússia. O documento, já publicado, estabelece como princípio fundamental que o uso de armas nucleares será uma medida de último recurso para proteger a soberania do país. A revisão foi motivada pelo surgimento de novas ameaças e riscos militares, levando à necessidade de esclarecer as condições para o uso dessas armas.
A doutrina atualizada amplia o número de países e alianças militares sujeitos à dissuasão nuclear russa, bem como a lista de ameaças militares que justificariam essa estratégia. Entre as alterações, destaca-se que a Rússia considerará qualquer ataque por um país não nuclear, mas apoiado por uma potência nuclear, como um ataque conjunto. Além disso, Moscou reserva-se o direito de responder com armas nucleares a ataques convencionais que ameacem sua soberania, como grandes lançamentos de aeronaves, mísseis ou drones contra seu território, invasões de fronteira, ou ataques contra seu aliado, Belarus.
Mensagem à OTAN em meio a tensões crescentes
A atualização da doutrina nuclear foi interpretada como um recado claro à OTAN, particularmente para os que buscam intensificar o conflito na Ucrânia antes da posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Segundo Andrey Bystritsky, presidente do Valdai International Discussion Club, a medida serve como um aviso explícito para que linhas críticas não sejam cruzadas. O documento, afirma Bystritsky, deixa claro que a Rússia se reserva o direito de tomar as medidas mais extremas caso perceba uma ameaça existencial.
Possibilidade de conflito direto com a OTAN
Bystritsky alerta para o aumento da probabilidade de um confronto direto com a OTAN, já que algumas facções dentro da aliança parecem dispostas a elevar as apostas antes da chegada de Trump ao poder. Essas ações, argumenta o analista, visam pressionar a nova administração americana a agir em condições desfavoráveis, criando uma situação de alto risco que reflete as divisões internas no bloco ocidental.
Advertência às elites ocidentais
O analista enfatiza que o decreto assinado por Putin funciona como uma advertência para que as elites ocidentais reconsiderem ações radicais que possam levar a consequências devastadoras para seus próprios países. Ele destaca que a Rússia está disposta a usar todos os meios à sua disposição, incluindo armas nucleares, caso perceba uma ameaça significativa à sua existência ou à de seus aliados.
Contexto da atualização da doutrina
A decisão de atualizar a doutrina ocorreu em um momento de tensões intensificadas, com relatos de que os EUA e outros membros da OTAN permitiriam que Kiev utilizasse armas de longo alcance em ataques dentro da Rússia. A revisão enfatiza a dissuasão, mas também reflete a disposição russa de adotar medidas severas em resposta a essas potenciais ameaças.
Histórico da doutrina nuclear
A versão anterior da doutrina nuclear da Rússia havia sido aprovada em junho de 2020, substituindo um documento que esteve em vigor por uma década. A atualização atual reflete mudanças estratégicas e o reconhecimento de novos desafios globais, reafirmando a posição da Rússia no cenário internacional em relação ao uso de suas capacidades nucleares.
Resposta às ameaças contemporâneas
Com a ampliação das condições que poderiam justificar uma resposta nuclear, a nova doutrina demonstra a postura mais assertiva da Rússia em relação a possíveis ataques, sejam eles convencionais ou nucleares. Essa política é uma resposta direta às percepções de vulnerabilidade da Rússia diante de ações da OTAN e à introdução de armas de longo alcance em Kiev, indicando que Moscou está preparada para reagir decisivamente diante de ameaças crescentes.
FONTE: TASS
Vou resumir. A Rússia invadiu a Ucrânia, faz ataques colossais contra a infraestrutura ucraniana, destrói dezenas de cidades. Mas ai quando a Ucrânia resolve fazer o mesmo “não pode” ficam de mimimi.(“você está me atacando, só eu posso te atacar” )Agora vão recorrer a única arma que garante a eles alguma coisa, e ainda abre um precedente perigosíssimo. Isso vai abrir uma escalada na proliferação de armas nucleares, pois países que não as possuem, vão procurar ter, e com razão.
Lembrando que a Ucrânia foi extremamente irresponsável ao provocar a Rússia solicitando adesão à OTAN e considerando a hipótese de que armas nucleares ocidentais ficassem baseadas em seu território, às portas da Rússia. Não há inocentes nessa história.
Ela só solicitou a adesão em 2008 depois que a Russia demonstrou ser um visinho agressivo invadindo a georgia…
Ela veio pedir adesão novamente depois de 2014 quando a Russia usou seus fantoches pra insitar uma guerra civil…
A Russia não ta atacando a Ucrania por medo da OTAN, ela ta atacando a Ucrania porque ela quer anexar territorio.
E se a Rússia resolver instalar uma base militar no México com Mísseis nucleares apontado para os EUA, será que o tio Sam aceitaria isso? provavelmente não, mas ele acham que a Rússia deveria aceitar uma base dos EUA na Ucrânia com mísseis nucleares apontados para o Moscou.
Crise dos Mísseis em Cuba(1962) e a guerra da Ucrânia são semelhantes.
Falacias, a Polonia é membro da OTAN e os EUA não tinha misseis nucleares lá e ela é quase tão perto quanto a Ucrania da Russia, inclusive perto o suficiente pra não fazer diferença significativa para misseis nucleares.
Essa questão de bases e de estar perto deixou de ser relevante com submarinos nucleares que podem estar em qualquer lugar.
Detalhe, todas as vezes que a Ucrania pediu pra entrar na OTAN antes de 2022 ela foi prontamente recusada.
encare os fatos, é uma guerra de agressão onde a Russia é o estado agressor.
E tem a Letônia, que é ainda mais próxima de Moscou do que a Polônia.
Mas o México quer ter bases russas em seu território? E na Crise de Misseis em Cuba, os EUA não invadiram Cuba.
Vou resumir:
“..Rússia se reserva o direito de tomar as medidas mais extremas caso perceba uma ameaça existencial…”
A Ucrânia é e sempre será uma ameaça existencial se não tiver acordo com a Rússia que assegure a não apresentação de ameaça a Ucrânia na OTAN.
Assim como representa uma ameaça a miserável e pobre Cuba para os EUA.
Russo não é brasileiro, não relativista sua soberania.
Ou seja, se o país é forte, pode alegar soberania e fazer de outro país mais fraco o que quiser.
Pois é, não reclame da Venezuela ou Bolívia, deixa rolar rsrsrs, para centavo, centavo.
Não, nunca se levantou a hipótese de a Ucrânia ter armas nucleares ocidentais.
Ou a Ucrânia entra para a OTAN ou a Ucrânia desenvolve por iniciativa própria as suas armas nucleares. Segundo o plano de paz da Ucrânia…
Pra mim a mensagem é apenas mais um ponto a ser negociado numa futura mesa com a Ucrânia e OTAN. Só uma vantagem de negociação. Que o outro lado, a OTAN, também tem. No fim acaba só sendo isso, negociação de um acordo pro fim da guerra.
Sim, pois de que adianta ter armas nucleares se não puder nem ameaçar de usa-las numa situação dessas?
Concordo com Sequim, queria ver se a Rússia ou China firmassem um acordo para implantação de bases militares no México, formando uma Aliança com aquele país. Os EUA Invadiriam o México rapidinho.
sim, não servem para grande coisa…
nestes casos para manterem ditaduras no poder…
Vamos resumir outra vez… o ocidente aproveitou o declínio econômico e militar russo nos anos 90 e inicio de 2000 para tentar acabar de vez com a influencia russa no mundo, os russos se prepararam, se reorganizaram e voltaram a ter uma sombra do poder que tiveram em outros tempo… Avisaram o ocidente e diretamente a ucrânia para não ameaçar o equilíbrio que existia na região.. A Ucrânia caiu de pato nas promessas ocidentais e tentou a sorte… agora está de mimimi pq tem chuva de misseis caindo em suas cabeças e a Rússia tem todo o direito de usar… Read more »
então quer dizer que como a ucrânia não decidiu fazer parte do super plano do novo império russo, a russia tem todo o direito de jogar misseis em cima de civis e cidades, que a ucrânia deveria se resumir a sua insignificância e aceitar o novo czar porque doi menos?
Não, a Rússia passou a fazer parte do clube com acordos comerciais, políticos, etc. Parecia ser um parceiro confiável até que o medo de Putin em perder o poder o levou a um estado de paranoia.
E voltou aos métodos da União Soviética, algo que nunca realmente deixou de fazer, mas agora numa escala muito maior com as intervenções em países vizinhos e ataques híbridos nos restantes.
A expansão da OTAN para países de Leste aconteceu há 20 anos e a Ucrânia nunca iria entrar para a OTAN sem o consentimento Russo.
Verdade!
Os melhores Diplomatas dos EUA nos anos 90 já previam que, se um dia a Ucrânia resolver entrar na OTAN, haveria guerra com Moscou.
Pessoal da OTAN sabiam muito bem disso, porém acharam que o Putin não teria coragem de invadir a Ucrânia, pois eles pensaram que ele teria medo das sanções do ocidente, mas a aposta deu errado.
“Isso vai abrir uma escalada na proliferação de armas nucleares, pois países que não as possuem, vão procurar ter, e com razão.”
Depois que os EUA lançaram duas nukes contra o Japão, se os países ainda não procuraram ter as suas nukes, e também com razão, estão comendo mosca até hoje!
Até porque, na área militar, ou você tem nukes e coloca qualquer um na mesa para conversar, ou você é cachorro morto, que os países invadem quando bem entender.
Quem está atacando é a OTAN, provendo armas em território ucraniano, pessoal, alvos, e vetorando os ataques. A esta altura, resta evidente que Ucrânia é um proxy, até porque os ucranianos não possuem esta capacidade.
De certa forma, Moscou esta passando o recado a quem é de direito.
Esse tipo de conflito já ocorrera, com os russos no Vietnã e com os afegãos contra os russos, mas nas sombras.
Aberto dessa forma, creio que seja a primeira vez, já assume ares de conflito direto.
Complicado.
Engraçado… então na Guerra do Vietnam, quem estava atacando era a URSS? Porque o Vietnam derrubou milhares de aeronaves americanas sem nunca ter fabricado um míssil – quem os fornecia era a URSS.
“A Rússia invadiu a Ucrânia”
Pq? Sabe?
Porque quis.
Alguns relatos não confirmados versam sobre o primeiro uso dos ATACMS, esperar para ver se vai se confirmar.
https://www.bloomberg.com/news/videos/2024-11-19/ukraine-s-first-atacms-strike-inside-russia-rbc-ukraine-video
Basicamente então se a Ucrania lançar um ataque de Storm Shadows (que a Russia já se demonstrou bem incapaz de parar) em QGs localizados em Moscou a Russia agora se resguarda o direito de Nukar Kiev? Entendi. a questão é? Putin vai fazer? Xi Jiping ja mostrou que é contra o uso de armas nucleares na Ucrania e pediu varias vezes para o Putin não usar, ele provavelmente pensa que seria um precedente extremamente perigoso se uma guerra convencional se tornasse uma guerra nuclear por um motivo tão “bobo” levando em conta que a possibilidade de conflinto entre EUA e… Read more »
A caneta mágica do Putin vai fazer diferença zero.
EDITADO
COMENTARISTA BLOQUEADO.
Nova postura nuclear russa se resume em : se atravessarem 1567 vezes a linha vermelha nós iremos utilizar nosso mega porrete fálico putiniano mais poderoso do mundo pai de todos os porrete fálicos.
Ameaça nr 526378383 de Putin…
Tenho uma dúvida. Qual é a diferença entre este decreto e o que foi feito há algum tempo? Onde iriam mudar a doutrina nuclear?
Penso que na altura da chegada dos F-16’s
Agora mudaram mesmo, tá no papel, é oficial, mais concreto que as ameaças anteriores e, em tese, ele vai agir de acordo.
Não é atoa as bolsas reagindo a esse desdobramento diferente do que ocorreu nos anteriores.
https://einvestidor.estadao.com.br/ultimas/bolsas-da-europa-hoje-russia-armas-nucleares-vladimir-putin/
Bem, é a primeira resposta concreta, pra além das bravatas, de Putin depois de uma das linhas vermelhas que ele traçou serem ultrapassadas. A ver o que vai mesmo acontecer quando Zelensky utilizar de fato os misseis em Kursk, pq acho que o Putin tá agora num ponto de não retorno perante a linha dura do Kremlin. Governos Obama e Biden foram desastres em termos de politica externa pelo exagero do uso da força militar dos EUA em conflitos sem fim, o primeiro na Síria e o segundo na Ucrânia e na Palestina, foram o velho habito dos democratas de… Read more »
Continua sendo bravata. Papel aceita tudo.
A Rússia modificou fronteiras em pleno século XXI, isso dentro da Europa, e vem essa conversa de “vulnerável” perante a OTAN?
Por menos, mais de 50 países acabaram com o Iraque.
Pelo contrário, o poder nuclear russo fez a OTAN ficar vulnerável ao ponto de mandar a Ucrânia ir sozinha para o abismo entregando sucata desatualizada e potencializado a desgraça da Ucrânia como vitória na mídia.
Isso me lembra uma coisa, vamos voltar no tempo… 1- Parte das tropas russas deixando a fronteira com a Ucrânia, antes da guerra: “Putin amarelou, se acovardou, desconversou, arregou, os Javelin colocaram medo no Putin. Que vergonha! Putin apenas blefou.” 2- Putin começa a lançar mísseis contra a Ucrânia: “Lançar míssil é fácil, quero ver invadir e colocar as botas em solo ucraniano.” 3- Putin invade de fato a Ucrânia: “Nossa! Putin é um ditador criminoso, tem que ser preso, tem que pagar por tudo, tem que ser morto, a Rússia é um país pária.” 4- Putin fazendo um monte… Read more »
Não, a Otan não retaliaria com armas nucleares, mas aqui mesmo no Forte teve a matéria sobre como a Otan retaliaria: pulverizaria todo equipamento e estrutura militar russa fora da Rússia.
Procura aui no site mesmo que tem a matéria.
A Rússia mudou a doutrina e já foi atacada pela Ucrânia enterrando a nova doutrina.