MGM-140 ATACMS

O presidente Joe Biden autorizou pela primeira vez o uso de mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos, conhecidos como ATACMS, para ataques dentro do território russo. A decisão marca uma mudança significativa na política dos EUA e visa apoiar as forças ucranianas, especialmente na região de Kursk, onde enfrentam um ataque combinado de tropas russas e norte-coreanas.

Essa medida ocorre em meio à escalada do conflito, após a decisão surpresa da Rússia de integrar tropas norte-coreanas em sua ofensiva. Biden justificou sua decisão com base na necessidade de reforçar a defesa ucraniana, especialmente diante da ameaça iminente em Kursk, onde tropas russas e aliadas estão concentradas para tentar retomar território perdido para os ucranianos em agosto.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky não confirmou explicitamente a permissão para ataques no território russo, mas sugeriu que o impacto do uso dos mísseis seria mais significativo do que o anúncio. Zelensky ressaltou que “os foguetes falarão por si mesmos”, destacando a importância do número de mísseis disponíveis para atingir os alvos russos.

Historicamente, Biden impôs restrições ao uso de armas americanas em solo russo, mesmo durante a intensificação do conflito em Kharkiv. No entanto, essa política começou a mudar após uma incursão russa em território ucraniano em maio, o que levou à autorização de sistemas HIMARS com alcance menor (cerca de 50 milhas). Agora, a liberação dos ATACMS, com alcance de até 190 milhas, representa uma escalada significativa.

Embora o uso de mísseis ATACMS possa não alterar o curso da guerra, autoridades americanas dizem que a medida envia uma mensagem clara à Coreia do Norte sobre as consequências de sua participação no conflito. Além disso, espera-se que os mísseis ajudem as forças ucranianas a atingir concentrações de tropas, linhas de suprimento e depósitos de armas em território russo, enfraquecendo a eficácia da ofensiva russo-norte-coreana.

A decisão gerou divisões nos EUA, com alguns temendo uma retaliação russa contra os Estados Unidos e seus aliados. Ainda assim, outros veem a mudança como tardia, argumentando que os receios exagerados sobre a resposta de Vladimir Putin enfraqueceram o apoio militar aos ucranianos desde o início do conflito.

A introdução de mais de 10.000 tropas norte-coreanas ao conflito foi um dos fatores decisivos para a mudança na política americana. Autoridades de defesa alertaram que, sem os mísseis de longo alcance, as forças ucranianas poderiam ser rapidamente sobrecarregadas, especialmente em Kursk, onde estão espalhadas devido a múltiplos ataques em diferentes frentes.

A hesitação inicial dos EUA em fornecer ATACMS se deu, em parte, pela preocupação com os estoques limitados do Exército americano. Também houve receio de que a permissão para ataques em solo russo pudesse provocar retaliações russas diretas contra instalações militares dos EUA ou de aliados europeus.

Apesar disso, Biden concluiu que os benefícios superam os riscos. A capacidade de atingir alvos estratégicos russos com maior alcance fortalece as defesas ucranianas e reafirma a posição americana diante da Coreia do Norte. No entanto, não está claro quantos mísseis ainda restam no arsenal ucraniano, após uma série de ataques bem-sucedidos na Crimeia e no Mar Negro usando ATACMS, Storm Shadow e SCALP fornecidos por aliados europeus.

Com a proximidade da posse do presidente eleito Donald Trump, que prometeu limitar o apoio à Ucrânia, essa decisão de Biden é vista como uma tentativa de garantir que os ucranianos mantenham uma vantagem estratégica, especialmente em negociações futuras. Caso o avanço russo em Kursk tenha sucesso, Kiev pode ficar sem território para negociar com Moscou, o que tornaria ainda mais difícil alcançar uma solução para o conflito.

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KKce
KKce
3 horas atrás

Com dois anos de atraso

Fish
Fish
3 horas atrás

Essa decisão diz mais sobre pressionar o Trump (defensor do imediato cessar da guerra) do que sobre resultados ou vitórias no campo de batalha..

JClaudio
JClaudio
3 horas atrás

Agora vai!!!!

737-800RJ
737-800RJ
Reply to  JClaudio
2 horas atrás

Tem que ir, senão os russos chegam daqui a pouco em Lisboa!

Macabuzinho
Macabuzinho
Reply to  JClaudio
1 hora atrás

Primeiro míssil que provocar um estrago significativo em Moscou trará uma resposta russa. Quanto da capacidade russa efetivamente foi utilizada até o momento?

KKce
KKce
Reply to  Macabuzinho
1 hora atrás

ATACMS não chega em Moscow, apenas o stormshadow. O que a Ucrânia precisa atingir não está em Moscow, está em regiões mais próximas da Ucrânia, são as bases de onde vem as chuvas de mísseis e drones russos.

Maurício.
Maurício.
Reply to  KKce
1 hora atrás

“O que a Ucrânia precisa atingir não está em Moscow.”

Pro Zelensky isso não importa muito, provavelmente vão tentar atacar o que dá mais mídia, mais engajamento, tipo invadir Kursk.

KKce
KKce
Reply to  Maurício.
51 minutos atrás

Pode até ser, mas não faz sentido, não traria efeitos positivos. O estoque já é baixo, tem que aproveitar pra atacar bases russas que abrigam os bombardeiros, mísseis e drones e tentar derrubar a ponte de kerch. Invadir Kursk não gerou apenas mídia, se conseguirem manter o controle por lá dá uma boa moeda de troca em um acordo futuro.

Bosco
Bosco
Reply to  Macabuzinho
1 hora atrás

Ah! Talvez você se refira à utilização de armas nucleares por parte do putin.
Quantas você acha que vão parar a Ucrânia e fazê-la se render ou aceitar ser submissa ao império russo? Uma só? Ou seriam duas? Umas 10 bombas táticas seria suficiente? Na linha de frente ou dentro da Ucrânia? Em Kiev?

Hcosta
Hcosta
Reply to  Macabuzinho
28 minutos atrás

Sim, é o que se chama de linha vermelha para os Russos.
Mas tem uma altura que se usa tanto que passa a ser cor de rosa…

José 001
José 001
1 hora atrás

Os Democratas perderam o poder nas áreas mais importantes dos EUA e o ressentimento tomou conta.

Agora vão jogar a bomba na mão do Trump e dizer: “Vai lá, termina a guerra em 24 horas!”.

Vamos ver o que acontece em 20 de janeiro.

Até lá ainda vai morrer muita gente.

Bosco
Bosco
1 hora atrás

A criatividade ucraniana bem que poderia adaptar o ATACMS para lançamento aéreo do mesmo jeito que a Rússia fez com o Iskander e os israelenses com o LORA e com o EXTRA.
Uma versão lançada do ar do ATACMS teria pelo menos o dobro do alcance (600 km) da versão terrestre.
Se a Ucrânia quiser faz isso acontecer em 3 meses.

Rodrigo
Rodrigo
1 hora atrás

Desde que essa guerra começou, esta é a frase que mais se lê nos textos que tratam dele: “Essa medida ocorre em meio à escalada do conflito” inclusive, evidentemente, está neste texto, primeira frase do segundo parágrafo. Esta guerra, segundo Putin seria para evitar a adesão da Ucrania na OTAN e proteger os povos de origem russa à leste do país. Pois bem, a região virou uma zona de guerra, Finlândia e Suécia ampliaram largamente a fronteira OTAN/Rússia e a Ucrânia será armada com mísseis de longo alcance, e pior, motivada a dispará-los!

Akhinos
Akhinos
40 minutos atrás

Off: Parece que o Peru vai comprar o K2 Black Panther. Lote inicial de 100 podendo chegar a 250. Se confirmado só quero deixar aqui minha gargalhada aos nobres guerreiros da picanha e do viagra.

Hcosta
Hcosta
29 minutos atrás

Espero que o motivo sejam os Norte Coreanos e não os planos de Trump e associados para “acabarem” com esta guerra.