Por Marcelo Zero*

Quem é você que não sabe o que diz?
Meu Deus do Céu, que palpite infeliz!
Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira,
Oswaldo Cruz e Matriz
Que sempre souberam muito bem
Que a Vila Não quer abafar ninguém,
Só quer mostrar que faz samba também

Noel Rosa – Palpite Infeliz

Infelizmente, a lógica excludente e belicista da nova Guerra Fria tornou-se ubíqua. Na mídia conservadora brasileira, ela é, há muito, predominante.

Grande parte da nossa mídia analisa a reunião do BRICS em Kazan com base nessa mentalidade. Estão mais preocupados em criticar Putin ou com a entrada ou não da Venezuela que com os grandes temas que são tratados na reunião.

Segundo essa lógica, o Brasil teria de escolher um “lado”, na disputa entre as supostas “democracias” e as supostas “autocracias”.

Em outras palavras, nosso país teria de escolher entre ser um aliado dos EUA e do Ocidente ou ser aliado da China, da Rússia etc., além de um membro do BRICS.

Ora, o Brasil não pode se submeter a esse dilema geopolítico falacioso. O Brasil não tem de escolher um “lado’.

O lado do Brasil é o Brasil, país que tem interesses próprios e soberanos, os quais não se subordinam ao de nenhum outro país.

Como diz Paulo Nogueira Batista Júnior, o “Brasil não cabe no quintal de ninguém”. Nem no quintal monroísta dos EUA, nem no quintal da UE, nem no quintal da China, da Rússia etc. Queremos dialogar e cooperar com todo o mundo, mas não nos submetemos a ninguém.

No quadro dessa lógica falaciosa, a ordem mundial é um jogo de soma zero. Para que alguns prosperem e se fortaleçam outros têm de se enfraquecer e fracassar.

O Brasil, ao contrário, vê a ordem mundial como um jogo de soma positiva, no qual a ascensão e a prosperidade de novos atores não implicam, necessariamente, a ruína de protagonistas já consolidados. Se houver cooperação, respeito mútuo e reciprocidade, todos podem ganhar. A prosperidade de uns pode e deve estimular a prosperidade de outros. Apostar em assimetrias é burrice.

Nesse sentido, o BRICS, uma criação do Brasil, não pode ser visto com o olhar paranoico de “uma ameaça aos países do Ocidente”, embora muitos no Ocidente assim o vejam.

Na realidade, o crescente protagonismo do BRICS e o grande número de pré-candidatos para integrá-lo são resultados de uma clara insuficiência de governança global, da inação e insuficiência representativa do Conselho de Segurança da ONU, da política agressiva dos EUA e do Ocidente contra o Sul Global e da necessidade de se superar a extrema dependência que o mundo ainda tem, relativamente ao dólar, entre vários outros fatores.

EUA e seus grandes aliados, que compõem o chamado Ocidente, representam cerca de 1, 2 bilhão de pessoas. Ora, o mundo tem ao redor de 8 bilhões de indivíduos. A maioria dessa população e dos países do planeta não se sente bem representada numa ordem mundial ainda dominada pelo unilateralismo, pelo belicismo e pela inoperância em temas cruciais, como o das mudanças climáticas, o da pobreza, o das desigualdades etc.

Nesse sentido, os que dizem defender as “democracias” sustentam uma ordem mundial pouco democrática e assimétrica.

Assim, por mais paradoxal que possa parecer para os ideólogos do maniqueísmo internacional, o BRICS representa um importante vetor para a construção de uma ordem mundial mais multipolar, cooperativa, pacífica, simétrica e efetivamente democrática, na qual os países do Sul Global sejam mais ouvidos e representados.

O BRICS não é “anti-Ocidente” é “pró-humanidade”.

Para quem não sabe, a Rússia de Putin quis fazer parte da União Europeia e até mesmo da Otan, mas foi rejeitada. Jeffrey Sachs, criador do acrônimo BRIC, é testemunha disso.

Para quem não sabe, a China não tem qualquer desejo de confrontar-se com os EUA, mas o governo desse país está obcecado em “conter Beijing”.

O Brasil, soft power por excelência, cresce na cooperação e nas negociações e beneficia-se do BRICS, sem se colocar como antagonista de quem quer que seja.

Definitivamente, o Brasil jamais cederá à lógica primitiva e reacionária de quem vê o mundo com os olhos restritivos, excludentes e belicosos de uma ordem planetária baseada no jogo de soma zero.

Quem enxerga inimigos em todos os lados torna-se inimigo de si mesmo. E quem quer impor “democracia” não é democrático.

Parafraseando Noel Rosa, o Brasil não quer “abafar” ninguém, só quer mostrar que faz samba também. E isso o Brasil faz muito bem.

* Marcelo Zero é sociólogo e especialista em Relações Internacionais


*Este texto não representa necessariamente a opinião do Forças Terrestres/Forças de Defesa

Subscribe
Notify of
guest

83 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Josselito Brandãp
Josselito Brandãp
17 horas atrás

O texto e o tema são fundamentais! O Brasil deve procurar o seu lugar e o nosso lugar realmente não é no quintal de ninguém, até porque já estamos e nunca ganhamos nada, temos que ir em busca!
Parabéns pelo texto e pela publicação nesse espaço!

NBS
NBS
Reply to  Josselito Brandãp
14 horas atrás

A formação e o fortalecimento do BRICS não podem ser compreendidos sem uma análise do contexto de uma ordem global que, por décadas, foi moldada pelos interesses de um seleto grupo de potências hegemônicas, especialmente os Estados Unidos e a União Europeia. O BRICS surge, em grande medida, como consequência direta da resistência dessas potências em reconhecer e aceitar mudanças geopolíticas, incluindo o desejo legítimo de autonomia e de maior representatividade dos países em desenvolvimento nos principais fóruns e processos decisórios globais. A resistência inicial à entrada da Rússia na União Europeia e na OTAN, a política agressiva dos EUA… Read more »

Pragmatismo
Pragmatismo
17 horas atrás

“Ora, o Brasil não pode se submeter a esse dilema geopolítico falacioso. O Brasil não tem de escolher um “lado’”.

Ótimo!

Macgaren
Macgaren
17 horas atrás

Crescimento que fez a diferença nesse gráfico foi da China e india.

Brasil e Russia continuam a mesma porcaria de sempre.

Nilo
Nilo
Reply to  Macgaren
15 horas atrás

O BRICS é um celeiro de oportunidades para o Brasil, estamos hoje vendendo mais aos Brics do que EUA e UE juntos, e tendência é aumentar. Mas persiste no Brasil, uma dictomia discursiva da decada de 60, alimentada por interesses pequenos, que mais tem haver com ambições estrangeiras, mais que internamente atende a status, é o Brasil cartorial que resiste. Mais uma vez o Brasil, ira perder essa oportunidade, não tenho dúvida disso, pois da claras evidencias que suas alianças e acordos comercais, são politica de governo e não de Estado, assim foi em passado recente, assim se repete o… Read more »

Antonio Palhares
Antonio Palhares
Reply to  Macgaren
15 horas atrás

Como assim porcaria ?

Maurício.
Maurício.
Reply to  Macgaren
14 horas atrás

“Crescimento que fez a diferença nesse gráfico foi da China e india.”

Ué, isso também vale para os EUA no G7?

Bardini
Bardini
16 horas atrás

O BRICS nada mais é, que uma arma de guerra econômica, com foco em sustentar de pé aqueles que pretendem exercer ações de agressão. E é por isto que Rússia e China estão bancando a situação atual, da forma que estão. . E é daí que vem o maior interesse da Índia no grupo : barrar o acesso do Paquistão. . A China têm colocado grande ênfase na expansão do bloco, com o claro objetivo inserir seus grandes fornecedores de commodities e assegurar mercados cativos de seus manufaturados. . Um amontoado de países poderá entrar, para sustentar seus regimes perversos.… Read more »

Last edited 16 horas atrás by Bardini
Nilo
Nilo
Reply to  Bardini
15 horas atrás

A UE que invalida ditaduras é a mesma que manter laços com ditaduras de paises africanos, com intuito de uma exploração miserável de seus recursos.
A Rússia queria, (passado) fazer parte do sistema ocidental, não só da OTAN, rejeitado, não pela OTAN, mas sendo mais claro, pelos EUA, que impõe ao mundo uma politica unilateral. A real, está fora da OTAN, para sobreviver e não ser fragmentada e explorada como a Africa, constroe novas alianças.

Bardini
Bardini
Reply to  Nilo
13 horas atrás

Ao que me consta, nenhum país africano faz parte da União Européia, então questões da política interna da união não invalidam a política externa dos países membros… . Deixa eu ver aqui. Lá por 2011 e 2012, grupos islâmicos começam a se organizar pelo Sahel. Em 2013, governos do Sahel pedem oficialmente socorro aos franceses, pois seus países estão sob ataque e os governos podem cair. A França responde ao chamado do Mali e monta a operação Serval. Operação, que inclussive foi desempenhada ao lado da união afircana chamada G5 Sahel. . Reconsquistado a maior parte dos territórios, franceses colocam… Read more »

Last edited 13 horas atrás by Bardini
Iran
Iran
Reply to  Bardini
10 horas atrás

Colocação perfeita.

Nilo
Nilo
Reply to  Bardini
7 horas atrás

Meu caro, me permita lhe dizer que o Parlamento Europeu e suas decições interferem (invadem a…) na politica interna e externa dos paises membros, uma politica soberana nacional não condiz com uma politica eurocentrista, os franceses deixam isso bem claro, mais não são os únicos insatisfeitos. Acordos comerciais, acordos de migração, todos tem que estar em acordo com as decisões do Parlamento. No caso de apoio na luta contra os extremistas mulçumanos que agem na Africa, tanto europeus, americanos e mesmos russos e chineses convergem da mesma opinião quando se trata de desestabilizar um parceiro, tanto que os franceses foram… Read more »

Heinz
Heinz
Reply to  Bardini
4 horas atrás

Aulas!

Werner
Werner
Reply to  Bardini
6 horas atrás

A Turquia é uma ditadura ou uma “democracia”?
Essa sua visão de que a Rússia é um monstro voraz e potencial destruidor de países é algo peculiar.
Lembre-se nem Rússia,China ou EUA conseguiriam sozinhos dominar o mundo por força beligerante convencional.

Bardini
Bardini
Reply to  Werner
3 minutos atrás

Turquia? Ué, tu não pesquisou, antes de postar argumento furado!?
O processo de adesão dos caras tem bem dizer duas décadas e ainda não foi concluído… Está basicamente congelado, dada a situação política.
.
O que você acha que é a minha visão sobre a Rússia, é simplesmente achismo da tua parte.
.
E sobre dominar o mundo… Que papinho de maluco.

Renato
Renato
16 horas atrás

Muito bom, o artigo.

Gabriel BR
Gabriel BR
16 horas atrás

O brasileiro gosta e muito da Rússia , aqui o Putin tem muitos fãs !
Se tem um consenso no âmbito politico e econômico brasileiro é que o BRICS é bom para o Brasil.
O único setor expressivo da sociedade que gosta da OTAN são os militares , praticamente todos os brasileiros ( inclusive o lado destro) reconhecem a importância da China e a relação benéfica que temos para com os chineses. Ah mas tem influenciador digital tradicionalista religioso falando mal da China nas redes e eles tem seguidores…sim entra por um ouvido e sai pelo outro!

Maurício.
Maurício.
Reply to  Gabriel BR
15 horas atrás

“O único setor expressivo da sociedade que gosta da OTAN são os militares.”

Então uns 80% do pessoal que comenta aqui na trilogia são militares…🤭
Duvida? Fala que a OTAN só chuta cachorro morto pra você ver o mimimi e o blá blá blá que gera!

Gabriel BR
Gabriel BR
Reply to  Maurício.
14 horas atrás

Sim , são militares brasileiros ou tem a opinião influenciada por eles.
Os caras aqui tem um pôster do Rambo sem camisa na porta do armário , uma paixão só! rsrsrsrsrsrs

joão
joão
16 horas atrás

“Assim, por mais paradoxal que possa parecer para os ideólogos do maniqueísmo internacional, o BRICS representa um importante vetor para a construção de uma ordem mundial mais multipolar, cooperativa, pacífica, simétrica e efetivamente democrática, na qual os países do Sul Global sejam mais ouvidos e representados.” “O BRICS não é “anti-Ocidente” é “pró-humanidade”.” Quando se diz q o Brasil tem de ser neutro, é 100% correto, mas as afirmativas acima não correspondem à realidade de quem encabeça, com poder militar, científico-Tecnológico e econômico, o BRICS. Desconhece, que na cultura chinesa, por exemplo, a China é “tudo abaixo do céu”. A… Read more »

George
George
Reply to  joão
14 horas atrás

Vale a mesma coisa pra americanos, russos e europeus, todo potencia vai querer usar o Brasil como peão (teve até um estudo recente mapeando a visão de diplomatas estrangeiros sobre o papel do Brasil no mundo, mostrando basicamente isso (apesar dos franceses verem um papel um pouco mais relevantes para nós em comparação com russos, americanos e chineses)), não dá para parar de se relacionar com elas com base nesse fato, é o jogo em que o Brasil está, não tem jeito, o que resta é buscar nossos interesses dentro dele e nesse ponto não tem como ignorar o BRICS.

Victor Filipe
Victor Filipe
16 horas atrás

Quem fica em cima do muro, uma hora toma bala dos dois lados, o Brasil não precisa decidir agora, mas uma hora vai ter que decidir qual lado ficar.

Victor Filipe
Victor Filipe
Reply to  Victor Filipe
16 horas atrás

e só pra deixar claro, eu acredito que o Brasil deveria sim ser independente e ter um lado proprio, mas sejamos realistas, nós não temos os meios para ter esse luxo de ser independente.

Não temos uma economia forte como a Americana ou Chinesa, nem forças armadas que garantam nossa independecia contra atores externos, querendo ou não, estamos a merce deles.

Nilo
Nilo
Reply to  Victor Filipe
14 horas atrás

Certamente meu caro, um pais que não tem uma politica industrial, que não valoriza e não investe pesado em pesquisa, como exemplo, releva a exploração espacial a uma quinta categoria, a decadas, entra governo e sai governo. A guerra discursiva identitária e com cunho religiosos tem sido o pano de fundo para manter o país fora de debates essencias como má gestão e desvios de recursos públicos.

JHF
JHF
Reply to  Nilo
10 horas atrás

Exelente comentario

Iran
Iran
Reply to  Victor Filipe
10 horas atrás

O Brasil irá escolher o lado dos EUA, assim como escolhemos em 1942 mesmo que o Brasil tivesse um comércio e afinidade ideológica maior com a Alemanha e Itália. Inclusive, essa política de ambiguidade geopolítica que existe hoje é um continuísmo da doutrina Vargas.

Rafael
Rafael
16 horas atrás

Acho que a posição do Brasil vai ficar variando de acordo com a vontade e a ideologia do mandatário…Se em 2026 retornar ao poder a oposição ao atual governo vamos ser meros figurantes no grupo, e a integração ao Brics Pay talvez nem se realize.

Maurício.
Maurício.
Reply to  Rafael
14 horas atrás

“Acho que a posição do Brasil vai ficar variando de acordo com a vontade e a ideologia do mandatário…”

Não é bem por aí, o atual presidente sempre foi mais pró-Rússia.
Já o outro, era totalmente pró-EUA, inclusive usava o boné “make america great again”, mas com a pressão do agro, em relação aos fertilizantes, disse que o Putin era um conservador e disse que o Brasil era solidário à Rússia.

Iran
Iran
Reply to  Maurício.
10 horas atrás

Acho que há um equivoco, o Bolsonaro não é “pró-EUA”, começando pelo fato dos EUA não ser um monolito ideológico, o Bolsonaro era “pró-Republicanos”, ou talvez dê até pra dizer “pró-Trump”, as relações EUA-Brasil durante o governo Biden-Bolsonaro não eram boas, o mesmo dá pra dizer do Lula mas no sentido contrário. Como o Lula é alinhado aos democratas, as relações Brasil-Rússia atuais está longe de ser “pró-Rússia”, não que seja anti-Rússia tbm, mas n tem nenhum alinhamento automático por parte do Lula com relação ao Putin, na verdade vc vai ver que grupos ideológicos pró-Rússia dentro do Brasil atacam… Read more »

Cassini
Cassini
Reply to  Iran
6 horas atrás

“Bolsonaro não é pró-EUA”.

O sujeito literalmente presta continência para a bandeira estadunidense. O famoso patriota de país estrangeiro.

Allan Lemos
Allan Lemos
16 horas atrás

BRICS já teve o seu propósito desvirtuado, hoje em dia só serve para atender aos interesses da China e da Rússia, prova é a possível entrada na Venezuela.

O grupo tinha potencial de substituir ou contrabalançar o poder do Ocidente/G7 se adotasse posturas pragmáticas ao invés de políticas. Agora cairá por conta própria.

Nunca se interrompe um inimigo quando ele está cometendo um erro. Os EUA agradecem.

JHF
JHF
Reply to  Allan Lemos
10 horas atrás

” BRICS já teve o seu propósito desvirtuado, hoje em dia só serve para atender aos interesses da China e da Rússia, prova é a possível entrada na Venezuela.” A Venezuela tentou e, no seu governo atual, não foi aceita pelo veto do Brasil. Está se dando muito holofote a atores fisiológicos secundários para manter a narrativa e o filtro de espectro bélico sempre que se analisa quaisquer coisa do BRICs.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
16 horas atrás

Só acho muito “curioso” que o pessoal que é contra o BRICS usando a desculpa de que “o Brasil se alinha a ditaduras como a Rússia, China e Irã” NUNCA, jamais, deram um pio sobre os EUA e UE venderem armas e fazerem negócios com países como a Arabia Saudita, um país que, de democrático, nunca teve nada…. A questão é: O BRICS pode abrir mercados pra nossos produtos? O BRICS beneficia nosso país? Quais os impactos disso em nosso país a curto, médio e longo prazo? Temos que discutor os ônus e bônus do BRICS e em que isso… Read more »

Wellington Junior
Wellington Junior
Reply to  Willber Rodrigues
15 horas atrás

Só adicionando a Arabia saudita é uma monarquia absolutista regida pela religião tendo os livros sagrados como referencia constitucional! Daria para dizer que é uma monarquia Teocrática absolutista.

Gabriel BR
Gabriel BR
16 horas atrás

Ser Pragmático é saber o que o Brasil é de fato, conhecer as reais capacidades e fraquezas do país , é saber que o Brasil não tem soberania tecnológica, é saber que temos inimigos e quem eles são, enfim é saber que o arranjo politico interno nos impõe limitações que não serão superadas tão cedo. Vamos ter que escolher um lado.

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
15 horas atrás

O BRICS não é “anti-Ocidente” é “pró-humanidade”.

Bizarro como a cegueira ideológica faz as pessoas perderem o senso do ridículo.

Uma pessoa pode ser a favor ou contra o BRICS, mas não dá para começar a criar fantasias. O grupo reúne países com regimes claramente antidemocráticos e em alguns casos com laços com terrorismo (Arábia Saudita e Irã) e legislação pautada pela homofobia – como todos os que aplicam a sharia (Arábia Saudita, Irã) que entre outras coisa “pró-humanidade” condenam a morte mulheres consideradas adúlteras, gays ou de quem muda de religião (apóstatas).

Esteves
Esteves
Reply to  Jacinto Fernandes
15 horas atrás

Quando você vai ao banco o gerente pergunta qual a tua religião?

Nilo
Nilo
Reply to  Esteves
14 horas atrás

Esteves a quem sofra de dectomia intelectual, não consegue enxergar outro ponto de vista. Mas interressante o comentario acima que revela a contradição:
“…grupo reúne países com regimes claramente antidemocráticos e em alguns casos com laços com terrorismo (Arábia Saudita e Irã)..”, ora, A.Saudita é e sempre será bem vinda como marginal fazer parte das relações com EUA e Europa rsrsrs, assim foi o Irã no periodo Reza Pahlavi, ou vai dizer que era uma monarquia democratica rrsrsrs

Esteves
Esteves
Reply to  Nilo
13 horas atrás

A Pérsia antes do Chá era o centro do mundo oriental. Centro religioso, inclusive.

Quais motivos Teve o Ocidente para patrocinar a ditadura de Pahlavi suprimindo séculos de conhecimento?

Nilooooooo…300. Tu assistiu 300?

Como o Ocidente vende a Pérsia no filme?
– Demônios!

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
Reply to  Esteves
7 horas atrás

Desde o Sec. VII, o Irã nunca foi centro do mundo oriental religioso. O Xiismo, que é praticado por lá, é uma porção minoritária – muito minoritária – do islamismo que é visto pelos sunitas (maiorias) como uma forma de politeísmo pela veneração aos 12 imãs. Tanto seus vizinhos ocidentais (países árabes) quanto os orientais (Paquistão, Afeganistão) e ao norte (Turquia, Azerbaijão) são sunitas. O Irã só é centro religioso do xiismo e a maior parte dos xiitas já está no Irã.

Nilo
Nilo
Reply to  Esteves
6 horas atrás

Assisti trezentos, uma trezentas vezes e sua continuação rsrsrs
Traz ao mencionar da Pérsia como o centro do mundo oriental, me leva a pensar onde nasceu o judaismo “Mesopotamia” dentro do atual Iraque, estavam mais perto da Pérsia (Iran) do que atual Tel Aviv, lembra do do profeta Zoroastro, antigo imperio Persa, conceitos como os de céu e inferno, ressurreição e um deus único e omnipotente. De onde sai as tres grandes religiões monoteistas, Primeiro Judaismo, depois Cristianismo e por último o Mulçumano.

Esteves
Esteves
Reply to  Nilo
12 horas atrás

Xá. Maldito corretor.

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
Reply to  Nilo
12 horas atrás

Eu não acho que existam países santos. Países são movidos por interesses. Dizer que o BRIC é “pro humanidade” é ignorar que seus membros de “pro humanidade” não têm nada. Movem-se por interesses – como EUA e Europa. Seria ingenuidade do autor, nas isso não é ingenuidade. É enganação mesmo.

Nilo
Nilo
Reply to  Jacinto Fernandes
6 horas atrás

Correto Jacinto.

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
Reply to  Esteves
12 horas atrás

Pergunta antecedentes criminais.

Esteves
Esteves
Reply to  Jacinto Fernandes
15 horas atrás

Conceitos.

Os sicarios vem da ocupação romana na Palestina que não tem a ver com o conceito palestino que se aplica hoje. Eram os terroristas da época.

A ocupação ocidental no OM deixou profundas cicatrizes assim como na China. Tu abre a melancia e tá cheia de sementes. Tu abre o estômago do camelo e tá cheio de água.

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
Reply to  Esteves
12 horas atrás

Acontece que o Irã, por meio do Hezbollah e a Arábia Saudita, por meio do wahabismo, não se limitam a atuar no Oriente Médio. O Hezbollah, as pessoas se esquecem, já explodiu um prédio na Argentina (AMIA) e o wahabismo saudita já explodiu coisas em todo o mundo, incluindo os EUA (09/11), Rússia, Indonésia, etc… Não é por causa da ocupação ocidental, é puro fanatismo religioso, tal como existia no cristianismo da Idade Média. É só ver a história da 1ª Cruzada para ver o que o fanatismo religioso é capaz de promover.

Esteves
Esteves
Reply to  Jacinto Fernandes
8 horas atrás

Fanatismo religioso que interessa ao Ocidente.

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
Reply to  Esteves
7 horas atrás

Sim, a Argentina achou ótima quando o Hezbollah derrubou na bomba um prédio em Buenos Aires.

Maurício.
Maurício.
Reply to  Jacinto Fernandes
14 horas atrás

‘Uma pessoa pode ser a favor ou contra o BRICS, mas não dá para começar a criar fantasias.”

Concordo, o BRICS não é nada “pró- humanidade”, acreditar nisso, realmente é criar fantasias.

“o olhar paranoico de “uma ameaça aos países do Ocidente”, embora muitos no Ocidente assim o vejam.”

Agora, aqui também temos que falar a real, sem criar fantasias, esse “olhar paranóico de uma ameaça aos países do ocidente” é alardeado pelo pessoal que é pró-EUA/OTAN, ou seja, o pessoal que tem uma bandeira dos EUA em casa.

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
Reply to  Maurício.
12 horas atrás

Exato, Não existe grupo “pro humanidade” ou “contra humanidade” isso é conversa de má-fé. O que existe são interesses. Os BRICS existem por interesses políticos.

Americano média acha que BRICS são tijolos.

Mig25
Mig25
Reply to  Jacinto Fernandes
3 horas atrás

O Americano médio não consegue apontar no mapa a localização de nenhum país que corresponde ao acrônimo BRICS…

Last edited 3 horas atrás by Mig25
Leandro Costa
Leandro Costa
15 horas atrás

Blearght

Esteves
Esteves
Reply to  Leandro Costa
13 horas atrás

Para de alimentar os porcos.

Leandro Costa
Leandro Costa
Reply to  Esteves
13 horas atrás

O artigo já faz isso. O comentário foi no mesmo nível.

Esteves
Esteves
15 horas atrás

Bola de cristal. Quem tem bola de cristal? Posso contar o passado e relatar o presente. Somente. “O sucesso do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se deve a uma série de fatores econômicos, políticos e estratégicos que tornaram esse grupo influente no cenário global. Aqui estão algumas das principais razões: 1. Crescimento Econômico Rápido: Os países do BRICS têm economias emergentes com altas taxas de crescimento, particularmente China e Índia. O crescimento desses países atraiu investimentos e comércio, tornando o BRICS uma força econômica global. 2. Diversidade e Complementaridade Econômica: Os países do BRICS possuem economias… Read more »

Esteves
Esteves
15 horas atrás

O Brasil não têm significância. O Brasil tem 1,5% de participação no mercado mundial. A China deu certo pós Mao. No período militar Tivemos políticas semelhantes como reservas de mercado, proibição de importações e nacionalização. Faltou fazer reforma agrária e combater a burrice. “A “China de Deng Xiaoping” se tornou um sucesso por conta de uma série de reformas econômicas e políticas implantadas a partir do final da década de 1970. Deng Xiaoping assumiu o poder em uma época em que a China ainda se recuperava dos danos causados pela Revolução Cultural (1966-1976) e enfrentava pobreza generalizada. Para mudar o… Read more »

Maurício.
Maurício.
15 horas atrás

O BRICS deveria investir em caixas de lenços, venderiam muito, principalmente aqui no Brasil…Rsrsrs.
Quanto ao Brasil, sempre foi essa vaselina.

George
George
14 horas atrás

Discordo desse retrato do Brics como um veículo para a voz do Sul Global, pró-humanidade e etc, por enquanto segue sendo um bloco centrado em cooperação econômica e científica, que volta e meia chega a algum consenso sobre temas de política internacional, por mais que isso não seja tão frequente como é no G7, por exemplo. Fora isso, é preocupante nessa ampliação ter claramente aumentado a influencia da China sobre os rumos do bloco, o que faz ser real o risco dele ser instrumentalizado para os interesses geopolíticos de Pequim, o que não nos interessa nem um pouco, vide recuo… Read more »

Marcos Silva
Marcos Silva
14 horas atrás

O ditadorzinho de Moscou deu um tapa na cara do Brasil,e ninguém parece se importar…

Esteves
Esteves
Reply to  Marcos Silva
13 horas atrás

Explica isso.

Marcos Silva
Marcos Silva
Reply to  Esteves
11 horas atrás

Pra começo de conversa, o Brasil vetou a entrada da Venezuela nos BRICS,contudo Putin disse que não é bem assim que a banda toca e disse que vai aceitar sim a Venezuela,já que Brasília é fraca militar e diplomaticamente.Incentivou Maduro a desafiar o Brasil sabendo que nada iremos fazer. Tem uma carta aberta de Maduro falando quase a mesma coisa e que o veto brasileiro é um insulto à Venezuela.

George
George
Reply to  Marcos Silva
10 horas atrás

Por ora a Venezuela não foi convidada nem como parceira do BRICS, quem dirá como membro.
Maduro joga pro público interno dele, mas sabe tanto que está isolado que suspendeu aquele teatrinho dele cercando a embaixada argentina e DUVIDO que a China comprei briga com o Brasil por eles no Brics.
Não há hipótese do Brasil intervir militarmente na Venezuela em qualquer cenário que não uma agressão deles ao nosso território.

Marcos Silva
Marcos Silva
Reply to  George
9 horas atrás

Não falei de intervenção brasileira na venefavela. Essas palavras que citei são dos ditadorezinhos de Moscou e Caracas. Como disse,tem uma carta aberta do Maduro provocando o Brasil.

Esteves
Esteves
Reply to  Marcos Silva
8 horas atrás

Tolices.

Esteves
Esteves
Reply to  Marcos Silva
8 horas atrás

Acho que você exagerou na explicação.

JHF
JHF
Reply to  Marcos Silva
10 horas atrás

Não dá para entender a ideia. Pode desenvolver?

Marcos Silva
Marcos Silva
Reply to  JHF
9 horas atrás

O que vc não entendeu?

Esteves
Esteves
Reply to  JHF
8 horas atrás

Não peça demais.

Nilo
Nilo
Reply to  Esteves
6 horas atrás

O que Maduro não entendeu e alguns aqui não entenderam, que seu discurso contra o Brasil, que sua visita a Rússia com tapete vermelho, é só para sua plateia interna amedrontada, e que ele está na geladeira. Rsrsrsr

Last edited 6 horas atrás by Nilo
Carlos Campos
Carlos Campos
13 horas atrás

Sim a Rússia tenotu fazer parte da UE e OTAN, mas não deixaram, hj é um tristeza o que aconteceu na Ucrania, poderia ter sido bem diferente a situação da Europa se hj a Rússia, fosse da UE.
Quanto aos BRICS, eu acho que precisa precisa fazer parte, mas se aliar a ponto de ajudar no expansionismo Chinês e Russo, chancelar Ditaduras é um erro e tem que ser evitado

Esteves
Esteves
Reply to  Carlos Campos
13 horas atrás

A OTAN existe como contraponto à Rússia. Não faz sentido a Rússia fazer parte de algo criado para destruí-la. A Rússia foi invadida por Napoleão e Hitler. Por que a Rússia deve confiar na OTAN? “A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi criada em 4 de abril de 1949, logo após a Segunda Guerra Mundial. A aliança surgiu em um contexto de crescente tensão entre os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, e a União Soviética, no que viria a ser a Guerra Fria. Os principais motivos para a criação da OTAN foram: 1. Garantir a Segurança e… Read more »

Last edited 13 horas atrás by Esteves
Carlos Campos
Carlos Campos
Reply to  Esteves
8 horas atrás

PQ uma vez que a Rússia estivesse dentro da OTAN a ameaça sumiria, imagina bases militares com equipamentos e pessoal da Alemanha, EUA e UK em Kazan, St Petersburgo e Moscow, imagina Navios USNAVY em Vladivostock

Bigliazzi
Bigliazzi
12 horas atrás

Uma coisa esse cara está certo: a China não quer confronto com os USA. Simples assim, quem vai atacar o seu melhor cliente??? Para o Brasil eu me fechava em acordos sólidos com Chineses, Turcos e Indianos, o resto é resto e vem atrás da “fila do pão”. Temos que pensar no Brasil, aqui em que vivemos.

Rafael Cordeiro
Rafael Cordeiro
11 horas atrás

Texto bonito, porém na minha humilde opinião utópico… Seja em qual bloco for, sempre terá um com maior poder, nesse caso bélico ou econômico e geralmente os dois, e esses serão os ditadores das regras. Não existe esse negócio de igualdade e cooperação, sempre haverá jogo de interesses. Aqui como em muitos outros países e em especial africanos, a fome é uma moeda de troca e a guerra (subordinação) um instrumento de controle. Não serão esses países que formam os BRICS os responsáveis por mudarem essa situação no mundo, ainda mais quando vemos Irã, Venezuela etc. fazendo parte ou querendo… Read more »

Mimetaster
Mimetaster
11 horas atrás

EDITADO:
COMENTÁRIO BLOQUEADO DEVIDO AO USO DE MÚLTIPLOS NOMES DE USUÁRIO.

EduardoSP
EduardoSP
10 horas atrás

“…o BRICS representa um importante vetor para a construção de uma ordem mundial mais multipolar, cooperativa, pacífica, simétrica e efetivamente democrática, na qual os países do Sul Global sejam mais ouvidos e representados”

Viajou na maionese.

É só ver quem está dentro e como eles atuam de forma cooperativa, pacífica, simétrica e democrática.

Tem país que enforca gays em praça pública. Tem país que invade outro para anexar seus territórios. Tem país em que a internet é totalmente censurada e monitorada. Tem país que massacra minorias.

Difícil achar que daí vai sair alguma coisa boa e bela.

Esteves
Esteves
Reply to  EduardoSP
8 horas atrás

Você descreveu certo país ocidental…

Sergio
Sergio
6 horas atrás

É anti-ocidente sim, senhor!

Temos duas questões.

O dito ocidente nos tem sido muito mais nocivo hoje em dia.

Ideologia woke e todo esse lixo que nós tem sido enfiado goela abaixo vem justamente das forças escuras no comando do reio desse…Ocidente.

Mas…Do colo de Lisboa para o colo britânico; Do colo Britânico para o Colo estadonidense; e agora do colo estadonidense para o colo chinês?

Quando é que seremos de fato soberanos?

Cassini
Cassini
6 horas atrás

A grande esperança do mundo multipolar e mais justo, com mais equilíbrio e oportunidades!

Gilson Elano
Gilson Elano
5 horas atrás

Acredito que ainda falta muita coisa pra ser organizada no BRICS, principalmente depois que o Putin exibiu a cédula que vai vigir no bloco. A questão cestas de moedas, ainda tá meio obscuro, principalmente depois do surgimento da cédula acima citada. Outra pergunta é; como vai funcionar o banco do BRICS em matéria de fomento e financiamento? Mais uma pergunta obscura: os cinco fundadores vão injetar dinheiro no citado banco? Mais uma pergunta; com o nosso orçamento apertado, de onde vai sair a grana pra alimentar o banco do BRICS, caso seja essa a maneira de financiar as operações? Outra… Read more »

Last edited 5 horas atrás by Gilson Elano
Edimur
Edimur
2 horas atrás

Talvez se fizessem a lição de casa daria mais resultado, enquanto isso um tal aí de Brasília dá dinheiro para alunos e fala que isso é investimento em educação!!! E o professor? E a estrutura ? Aí gasta 10% mais em univercidades públicas doque países de primeiro mundo e esses país gastam de 10 a 12 % mais que nós na base !!! Aí adianta ir Brics e fazer discurso acalorado ? Mas o povo gosta né e acha bonito, enquanto isso aqui dentro uma guerra interna e a molecada toda na rua para virar massa para o crime organizado,… Read more »