O Departamento de Defesa planeja enviar algumas dezenas de tropas americanas para o Oriente Médio nos próximos dias para se preparar para ajudar americanos a fugir de uma região que se prepara para uma escalada significativa no conflito entre Israel e o grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irã, no Líbano, segundo três oficiais de defesa.

As forças dos EUA se somarão aos cerca de 40.000 soldados já presentes na região — uma presença que aumentou à medida que a guerra entre Israel e Hamas continuou e as tensões com o Hezbollah se intensificaram. Os novos soldados terão uma missão diferente, disseram os oficiais: ficar de prontidão caso o conflito entre Israel e Hezbollah ameace americanos e sejam necessárias evacuações.

O secretário de imprensa do Pentágono, Maj. Gen. Pat Ryder, disse na segunda-feira que os EUA estavam enviando um pequeno número de forças adicionais para “reforçar nossas forças que já estão na região”. Ele não especificou quantos soldados seriam enviados, nem o motivo ou o local de destino, citando questões de segurança operacional.

Oficiais da administração Biden estão preocupados com a falta de entendimento sobre os planos de Israel em relação ao conflito com o Hezbollah, um problema que também surgiu durante a guerra de Israel contra o Hamas.

Na segunda-feira, Israel expandiu dramaticamente seus ataques aéreos no Líbano com bombardeios que mataram quase 500 pessoas e feriram mais de 1.600.

Embora autoridades da administração Biden e do governo israelense falem e se reúnam com frequência, Israel não tem compartilhado informações detalhadas sobre seus movimentos militares, de acordo com os três oficiais de defesa dos EUA.

Há uma preocupação crescente na administração de que, quase um ano após o início da guerra entre Israel e Hamas, os EUA perderam a capacidade de evitar um conflito mais amplo — apesar de meses de esforços intensivos — e que as esperanças de um acordo de cessar-fogo em Gaza estão diminuindo.

Israel e Hezbollah têm lançado mais ataques com mísseis um contra o outro. Israel aumentou as tensões na semana passada com uma operação que detonou explosivos em pagers e walkie-talkies que havia fornecido secretamente aos militantes do Hezbollah.

O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou sobre futuros ataques militares, mas autoridades israelenses não informaram aos EUA se ou quando uma ofensiva terrestre poderia começar, disseram os três oficiais de defesa. Isso deixou os EUA na posição de buscar indicadores de um movimento terrestre, como o chamado de grande número de reservistas por Israel ou a movimentação de colunas de tanques em direção à fronteira libanesa.

Os oficiais estimam que uma grande ofensiva no sul do Líbano exigiria milhares de tropas e veículos blindados adicionais, além de forças para manter qualquer território conquistado. Embora o exército israelense tenha movido uma brigada e alguns equipamentos para a fronteira norte com o Líbano nos últimos dias, não há indicações de que uma ofensiva terrestre seja iminente, segundo os oficiais de defesa.

Além das dezenas de milhares de tropas americanas na região, a administração Biden está considerando enviar outros ativos militares para o Oriente Médio.

O porta-aviões USS Harry S. Truman saiu recentemente de Norfolk, Virgínia, para uma missão programada na Europa. No entanto, se os combates no Líbano se intensificarem, o grupo de ataque do porta-aviões, que inclui vários navios e aeronaves, pode ser redirecionado para o Oriente Médio para se juntar ao grupo de ataque do USS Abraham Lincoln, aumentando ainda mais a presença dos EUA.

O conflito entre Israel e Hezbollah pode acabar com as esperanças já reduzidas de um acordo de cessar-fogo e troca de reféns com o Hamas.

O presidente Joe Biden orientou sua administração neste mês a se preparar para apresentar sua melhor e última oferta para um acordo de cessar-fogo e troca de reféns, com o objetivo de propor a medida antes da Assembleia Geral das Nações Unidas, que entra em ritmo acelerado esta semana. Autoridades da administração viram uma possível vantagem nesse momento, com o mundo assistindo aos eventos na ONU, para instar todas as partes a aceitarem um acordo agora.

Biden não está programado para se encontrar com Netanyahu à margem da Assembleia Geral esta semana.

A ideia de apresentar tal proposta foi adiada devido às tensões crescentes. Mesmo com um acordo de cessar-fogo pendente e o Oriente Médio à beira de um conflito maior, com Israel não compartilhando seus planos com os EUA, a administração Biden continua a apoiar Israel com vendas e remessas de armas, disseram autoridades.

FONTE: NBC News, via Yahoo News

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Jose Pereira
Jose Pereira
2 horas atrás

Fui verificar junto ao site go army sobre alistamento no exercito americano…até 42 anos eles aceitam

Leandro Costa
Leandro Costa
Reply to  Jose Pereira
2 horas atrás

Tem sido assim a mais de 20 anos.

Marcos R
Marcos R
25 minutos atrás

O Líbano é um país de grande tolerância religiosa que poderia estar em paz e tratando de se desenvolver acaba arrastado para esse atoleiro pelo Irã e seu preposto hezbolah, toda a população paga pelos delírios ideológicos deles.