Avibras: Justiça nega pedido liminar para responsabilizar Governo Federal por solução na crise

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Pedido havia sido feito pelo Sindicato dos Metalúrgicos em agosto deste ano. Empresa vive crise há pelo menos dois anos em Jacareí

A Justiça Federal negou um pedido liminar feito pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para responsabilizar o Governo Federal por uma solução na crise financeira na indústria bélica Avibras, que tem sede em Jacareí (SP).

O sindicato defende que a Avibras seja declarada objeto de proteção do Estado, com objetivo de manter a soberania do país, e que ela se enquadra no conceito de Empresas Estratégicas de Defesa. Assim, o órgão entende que a União deve intervir na solução da crise financeira da empresa.

O juiz Renato Barth Pires, da 3ª Vara Federal de São José dos Campos, negou o pedido em caráter liminar. Na decisão, o magistrado cita que a intervenção judicial “exigiria comprovação cabal de alguma ilegalidade, o que, ao menos até o momento, não se conseguiu realizar”.

“Também deve-se ponderar que os problemas de gestão na Avibras, narrados na [petição] inicial, têm ocorrido há muitos anos, o que também afasta o perigo de dano que deva ser imediatamente tutelado”, completa o magistrado.

O processo segue na Justiça Federal até que seja avaliado o mérito da ação.

Procurado, o Sindicato dos Metalúrgicos reafirmou que a União é a maior credora da Avibras e que é viável a recuperação da empresa a partir do apoio estatal.

Acrescentou que se manifestará no processo e que “seguirá pressionando o governo federal a assumir sua responsabilidade diante da crise na maior indústria de Defesa do país, tendo em vista sua posição estratégica para a soberania nacional”

O g1 acionou também a Advocacia Geral da União (AGU), mas, até a publicação desta reportagem, não houve manifestação sobre o assunto. A Avibras não quis se manifestar.

Pedido

Em agosto desde ano, o sindicato entrou com uma ação civil pública na Justiça Federal para que a Avibras pudesse ser incluída como uma Empresa Estratégica de Defesa (EED) e, assim, ficar sob proteção do estado.

Na última semana, a Advocacia Geral da União (AGU) se manifestou considerando ilegal o pedido do Sindicato.

Intimada a responder, a Advocacia Geral da União (AGU) incluiu no processo um parecer do Ministério da Defesa. O Comando de Aviação avaliou que os pedidos da ação não têm qualquer relação com a competência da União, exercida pelo Comando da Aeronáutica (Comaer), por intermédio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), de prover a segurança da navegação aérea.

A Avibras está em recuperação judicial desde 2022 e os funcionários estão em greve há exatamente dois anos. Eles estão sem receber salários há 17 meses, de acordo com o sindicato.

A Avibras

MTC-300 na Avibras. FOTO: JF DIORIO/ESTADÃO

Maior indústria bélica do país, a Avibras Aeroespacial foi fundada em 1961 por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos (SP).

É uma das primeiras empresas nacionais a atender o setor aeroespacial e desenvolve tecnologia para as áreas de Defesa e Civil. A organização foi uma das primeiras no Brasil a construir aeronaves, desenvolver e fabricar veículos espaciais para fins civis e militares.

A empresa tem sede em Jacareí, no interior de São Paulo. A Avibras está presente no mercado nacional e internacional. Desenvolve diferentes motores foguetes para a Marinha do Brasil e para a Força Aérea Brasileira, além de produzir sistemas fixos ou móveis de C4ISTAR (Comando, Controle, Comunicação, Computação, Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvo e Reconhecimento) e Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) – o Falcão.

FONTE: G1

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naval762
naval762
3 meses atrás

Parece… SÓ parece… que alguém, ou “alguéns”, está trabalhando ativamente pra dar um fim na AVIBRAS.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  naval762
3 meses atrás

Sim.
A própria diretoria incompetente da empresa.

Faver
Faver
Responder para  naval762
3 meses atrás

A empresa não entrega nem os pedidos feitos pelo exército e querem implicar o governo na solução? Parece que não há saída para a empresa.

Rodrigo
Rodrigo
Responder para  naval762
3 meses atrás

Bem coisa de sindicato, pedir pinico para governo. A empresa não entrega os pedidos, não tem produtos novos, tá falida e vem pedir pinico para governo.

Underground
Underground
3 meses atrás

Um pedido de US$ 10 bi para atender a necessidade e urgência na defesa da liberdade ucraniana ajudaria.
Mas aqui, governos de isquerda e de dereita, são adeptos da neutralidade. Ou seja, coniventes.

GM.ia
GM.ia
Responder para  Underground
3 meses atrás

Isso é que fico em dúvida – mesmo os pedidos já feitos pela União não conseguem ser atendidos pela empresa.

Underground
Underground
Responder para  GM.ia
3 meses atrás

Os pedidos que a União tem junto a Avibras nem fazem cócegas na divida da empresa.

Nativo
Nativo
Responder para  Underground
3 meses atrás

Aí o velho problema da dependência de 27,3% da importação de fertilizantes da Rússia, seria resolvida como RAMBINHO?

Underground
Underground
Responder para  Nativo
3 meses atrás

Brasil não é dependente de fertilizantes russos, apenas importa de lá por questões comerciais e de conveniência.

Nativo
Nativo
Responder para  Underground
3 meses atrás

Meu caro quase 30 % de produtos para oas nossas lavouras, já e bastante coisa e se tivesse opção mais barata com certeza os nossos empresários do agro já tinham encontrado.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
Responder para  Nativo
3 meses atrás

O que ele quis dizer é que tem outros fornecedores, não que vão cobrar mais barato. A Rússia está vendendo barato porque perdeu muitos clientes.

Acrescento, assim como a gente precisa comprar, a Rússia precisa vender. Ela continua vendendo gás para países europeus que doam armamentos para a Ucrânia, então o mais provável é que ela continuaria vendendo fertilizantes para o Brasil, pois não pode se dar ao luxe de recursar vendas desse porte, ainda mais estando em guerra.

MMerlin
MMerlin
Responder para  Underground
3 meses atrás

Como não??
Uma média de 20% das matérias primas utilizadas para produção de fertilizantes vem de lá.
O agronegócio representa 25% do PIB nacional.
Nós estamos entre os top 4 produtores e exportadores mundiais.
Mais de 70% dos nossos fertilizantes são importados.
Nenhum presidente, seja de esquerda, seja de direita, vai arriscar perder esses 20% numa país que dependente tanto da área. Seria uma efeito cascata que seria difícil prever.
Mas quem cavou esse buraco foram as gestões passadas, empolgados e prevendo (isso, coisa de mãe Diná mesmo) que o “ouro negro” iria resolver todos os problemas do país (fome, educação, segurança, corrupção, etc.).

SmokingSnake 🐍
SmokingSnake 🐍
Responder para  Nativo
3 meses atrás

O Brasil pode produzir fertilizantes de sobra no próprio território se tiver vontade, mas nessas horas ninguém fala de “soberania” e querem que continue dependente da Rússia.

Renato B.
Renato B.
Responder para  SmokingSnake 🐍
3 meses atrás

O mercado não funciona se tiver vontade, funciona se o negócio for, no mínimo, economicamente sustentável.

Sergio Machado
Sergio Machado
Responder para  Underground
3 meses atrás

Isso, ai voce usa fertilizante americano para suprir nosso agro. Do jeito que os EUA historicamente defecam na nossa cabeça, nem precisamos nos preocupar com a importação.

Underground
Underground
Responder para  Sergio Machado
3 meses atrás

Tem gente que vê isso ai que você falou, e consegue transformar em dinheiro.

Talisson
Talisson
Responder para  Underground
3 meses atrás

Se um lavoreiro de Goias le o que o tu escreveu ele é capaz de infartar.

Faver
Faver
Responder para  Underground
3 meses atrás

E a Ucrânia ia pagar com quais recursos? Você acha que o dinheiro americano e europeu iria cair aqui no caixa da avibras? Discorra mais sobre isto….

Diego Tarses Cardoso
Diego Tarses Cardoso
Responder para  Underground
3 meses atrás

A empresa não conseguiu atender os pedidos feitos anteriormente, o governo não pode comprar de novo.

GM.ia
GM.ia
3 meses atrás

Valeria uma continuação da reportagem para mostrar mais da dificuldade de gestão da empresa.
Pelo que é indicado, a União tem mantido pedidos e crédito para a empresa, mas a empresa nem consegue se organizar para pagar a dívida nem para entregar a produção contratada.
Entendo, o aspecto estratégico das atividades, mas em algum ponto a empresa ser um poço sem fundo de necessidade de recursos se torna uma fragilidade na cadeia de suprimentos.
Digo, passa a impressão de que mesmo com influxos – de pedidos e crédito – a empresa continuaria a não suprir a força de meios adequados em tempo e quantidade.

Tuxedo
Tuxedo
3 meses atrás

O estado não tem condições de manter a AVIBRAS, ao mesmo tempo que a atual diretoria da empresa está contribuindo para a extinção da mesma. É triste, infelizmente não haverá saída para esta grande empresa chamada AVIBRAS que nos fará muita falta…

André Lopes
André Lopes
Responder para  Tuxedo
3 meses atrás

Por que “o Estado não tem condições de manter a Avibras”?

O Estado brasileiro gasta e gastou bilhões em várias outras empresas estatais, em prédios suntuosos, vantagens e penduricalhos, obras inacabadas, etc e etc.

A empresa é importante para a Defesa Nacional ? Defesa Nacional é importante? Tecnologia Nacional é importante?

Então, se é algo que está na constituição como um dever e um objetivo do Estado, não há nada que impeça o Estado de destinar recursos para esta finalidade.

Matheus
Matheus
Responder para  André Lopes
3 meses atrás

É simples, a diretoria quer um “golden parachute” agora que a Empresa já está falida. Eles querem que alguma empresa de fora compre para eles ganharem um bonus bem gordo, coisa que não vai acontecer se a empresa for re-estatizada ou resstruturada por um grupo Brasileiro.

Essa diretoria de FDP tinha quer ser presa por traição, mas Brasil né…

Tuxedo
Tuxedo
Responder para  André Lopes
3 meses atrás

Perfeito, gostei da sua colocação, de fato o estado deveria destinar recursos para esta finalidade, ou seja, para manter a AVIBRAS, porém, no atual cenário infelizmente o estado gastou bilhões com viagens excessivas e desnecessárias, gastou bilhões em vantagens e penduricalhos, obras inacabadas, Lei Rouanet etc., além da corrupção propriamente dita, e aí o mesmo se encontra estagnado com um rombo cada vez batendo recorde nos cofres públicos.

A partir daí, é óbvio que o mesmo não possui condições no atual momento para manter a AVIBRAS. No geral o estado sempre teve condições para manter a empresa, porém, no cenário atual infelizmente não devido aos gastos excessivos e desnecessários conforme nós mencionamos.

Recursos nós temos, o problema é que eles são muito mal administrados.

Sua colocação foi muito boa, concordo com você.

Gustavão
Gustavão
3 meses atrás

Brasil e um pais que mantém uma TV estatal que ninguém ver , e não quer estatizar uma empresa vital para soberania do país
Cada um com sua prioridades , nossa novela , soja e boi.

Tuxedo
Tuxedo
Responder para  Gustavão
3 meses atrás

Nem essas novelas kkkkkkkkkk

EduardoSP
EduardoSP
3 meses atrás

Para capitalistas brasileiros “o lucro é meu e o prejuízo é nosso”.
E ainda põe o sindicato para trabalhar para eles

Renato B.
Renato B.
Responder para  EduardoSP
3 meses atrás

É um país liberal até o momento em que dá prejuízo. Aí os conservadores viram soc…desenvolvimentistas.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
3 meses atrás

Quando saiu a notícia de que o sindicato entrou com a ação disse que não havia fundamento jurídico para fazer uma estatização por via judicial.

Estatização é uma questão política que somente poderia ocorrer via decisão do Legislativo ou, infelizmente como vem ocorrendo de forma reiterada nos últimos anos, do STF. O STF pode tudo e o sindicato deveria ter proposto a ação lá para ter alguma chance de sucesso. Sendo julgada por juízes e desembargadores a ação está fadada à improcedência.

Wilson França
Wilson França
Responder para  Rafael Oliveira
3 meses atrás

Não se escolhe em qual corte se vai propor uma ação.

Rafael Oliveira
Rafael Oliveira
Responder para  Wilson França
3 meses atrás

Aventura judicial, por aventura judicial, eles poderiam ter solicitado à Conlutas (Confederação Sindical) que propusesse uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no STF.
Forçada? Claro! Mas no mesmo nível que a ação ora apreciada e com mais chances de provimento.